Lua Sangrenta escrita por Amanda M W


Capítulo 4
Poente


Notas iniciais do capítulo

Leitores do meu coração! DESCULPA pela demora em postar esse capítulo, mas tenho estado sem tempo; então, escrever tem sido uma tarefa quase impossível no meu dia.
Mas como prometido e combinado, rsrsrsrs, esse capítulo está simplesmente incrível.
Para escrever esse capítulo escutei:
Birdy - People help pleople https://www.youtube.com/watch?v=OmLNs6zQIHo&list=PL54Mzm6QEF16102_UBEYcwIl2h72vlVII&index=2
The Scientist - Coldplay https://www.youtube.com/watch?v=9GZc8r-JNBA&list=PL54Mzm6QEF16102_UBEYcwIl2h72vlVII&index=3
"Incomplete" por Backstreet Boys https://www.youtube.com/watch?v=Uld5ONLBqOw&index=13&list=PL54Mzm6QEF16102_UBEYcwIl2h72vlVII

Bom, só posso desejar uma coisa: Boa leitura! ;*



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Eu só pensava em sair daquele lugar sem danos, ou com menos possível. Quando ele tentou me beijar novamente, consegui morder o seu braço. Senti seu sangue em minha boca, era quente e sedoso.
─ Sua puta!_ ele gritou com raiva.
─ Sai de cima dela._ ordenou Kevin, já puxando ele de cima de mim e empurrando-o a alguns metros de distância. Adam já estava do meu lado, colocando o paletó do smoking em mim.Minha garanta estava queimando.
Kevin se abaixou na minha frente e limpou o sangue que estava na minha boca,seus olhos exalavam preocupação e raiva. Caio estava sentado no gramado, com um aparência horrível, eu só conseguia sentir pena.
O medo ainda estava presente no meu corpo, que tremia involuntariamente, senti que estava desmaiando,respirei fundo, mandando mais sangue para o meu cérebro.
─ Vamos tirá-la daqui._ disse Kevin para o Adam.
─ Podemos continuar mais tarde?_ gritou Caio, em quanto eu me apoiava no Adam, tentando me levantar.
E tudo aconteceu muito rápido, Kevin me segurou e Adam parou na frente do Caio e antes que ele partisse para cima de Adam, para começar uma briga em um golpe rápido e mortal, Adam o quebrou o pescoço.
─ Não!_ gritei levando minhas mãos na boca, afim de reprimir meu pavor. Mas já era tarde. O corpo sem vida, do meu colega de turma, caiu ao chão como uma pedra. Meus olhos se encheram de lágrimas e meu coração se encheu de culpa.
"Isso não pode ser verdade!" Pensei.
Eu balançava a cabeça, em negação, pedindo ao além que eu acordasse daquele pesadelo. Em meio segundo Adam, estava ao meu lado, me abraçando e acariciando meu cabelo.
─ Calma meu amor, vai ficar tudo bem! Ele não vai mais te fazer mal._ ele me disse.
─ Seu assassino!_ gritei empurrando ele. ─ Você o matou! Não precisava isso, ele estava bêbado, não sabia o que estava fazendo.
─ Ele era um verme, isso sim! O mundo será um lugar melhor sem ele; vou deixar tudo arrumado, vai parecer que foi um suicídio._ disse Adam entre dentes,exalando fúria. ─ Vou arrumar tudo por aqui e depois te levarei para minha casa.
Eu não tinha reparado em que momento a Michele tinha chegado, mas ela olhava toda aquela situação com espanto, entretanto não parecia estar emocionalmente abalada com aquilo.
─ Eu não vou a lugar nenhum com você, na verdade eu não quero mais te ver._ disse chorando.
─ Eu te levo para casa!_ disse o Kevin.
─ Não, não quero a companhia de nenhum de vocês._ falei antes de desaparecer.
Na manhã seguinte, acordei com a minha mãe me dando a notícia do "suicídio" do Caio. O choro parou na minha garganta e eu o mantive lá até minha mãe sair do quarto. Meu celular vibrou, indicando trinta chamadas perdidas do Adam, dezoito do Kevin e dez da Michele.
Me arrumei para o velório, lembrando de todo terror da noite anterior. Me olhei no espelho e não conseguia reconhecer a antiga Sarah, mas ainda me sentia um pouco humana. Mas não o suficiente para me sentir digna de ir no velório do Caio, me sentia muito culpada por tudo.
A rua da igreja estava cheia de carros por todos os lados, pessoas com seus trajes de luto, caminhavam em direção a igreja. Eu estava dentro do carro, assistindo toda aquela cena, sem querer fazer parte dela. Fiquei vinte longos minutos, observando tudo e todos, tomando coragem para sair do carro e cumprimentar a senhora e senhor Fox. O sino badalou três vezes, anunciando o início da missa fúnebre.
Endireitei meu rabo de cavalo e sai do carro, vi meu reflexo no vidro da porta, eu realmente não parecia uma humana, senti meu cenho se franzir, no mesmo instante em que uma pergunta surgiu na minha cabeça.
''O que deve acontecer com criaturas, não humanas, quando entram na igreja?''
Parei na porta da igreja com muito receio de entrar, ampliei meu poder para ver a aura das pessoas, que no geral estavam marrom.
Sabe o que era irônico? Eu entrando na igreja fazendo o sinal da cruz, para um velório de um colega de classe, que tinha sido assassinado por um bruxo. Todas aquelas pessoas estavam rodeadas, todos os dias, por criaturas sobrenaturais e não percebiam isso. E eu, esperava não ser notada por ninguém, ali no fundo da igreja.
A igreja estava lotada, no atar um quadro grande com uma foto do Caio, a mesma que foi para o anuário de formatura; o caixão estava no meio, com muitas coroas de flores em volta. Do lado oposto, de onde eu estava, estavam mais da metade dos alunos da Realeza, e todos os alunos que estavam na formatura no dia anterior. A senhora Fox, sentada na primeira fileira do lado esquerdo, estava sendo consolada pelo senhor Fox. O padre começou o discurso de despedida, a senhora Fox começou a chorar ainda mais, acompanhada pelas outras meninas. O cheiro de flor, era forte e estava me deixando enjoada. Ficar naquele lugar era torturante, mas também não era covarde a ponto de sair do cerimonial, antes de terminar. Uma hora depois, parte daquela tortura tinha acabado, várias pessoas foram ao encontro do senhor e senhora Fox, que estavam agora de pé ao lado do caixão, fazendo um carinho no corpo gélido do filho. O detetive Holmes, estava conversando com uma bela mulher loira, que mantinha uma postura firme, intacta, não parecia estar emocionalmente abalada, como o restante dos outros presentes. Me concentrei para ouvir o que eles estavam conversando.
“francamente detetive, eu vi o corpo do meu sobrinho, estava com um ferimento no braço e tenho certeza que ele não faria aquilo consigo mesmo, assim como, acredito que ele não tirou a própria vida.”
“Senhora Flower, por favor, não fale isso aqui. A história não vai se repetir, seu sobrinho tinha bebido muito, o corpo de foi encontrado em frente a parede de escalada do Instituto Realeza, no local não tinha equipamentos de segurança."
“Então não foi suicídio, foi um acidente. Mas, e o ferimento no braço, você sabe o que foi aquilo? Anda, me diz: O que os legistas falaram?”
“Tudo bem, vou falar toda a verdade. Mas não aqui. Alguém pode ouvir, e seria um caós.”
“OK. Hoje vamos fazer um reunião, toda a cúpula estará presente. Será às oito, na sala de reunião da prefeitura.”
Meu coração martelava de ansiedade.
Ferimento no braço ?
História se repetir?

Cúpula?

Isso era alguma sociedade secreta?
Para minha sorte, as homenagens no cemitério não demoraram muito. Quando o caixão começou a descer no túmulo, me afastei dali e esperei todos irem embora, inclusive o detetive e a tal senhora Flower, para me aproximar de novo.
─ Desculpa Caio, não queria que isso tivesse terminado assim. Eu não queria sua morte, não queria causar sofrimento ao seus pais. Bom, agora está feito. Descanse em paz.
─ Acho que ele não terá descanso no inferno, é claro que é pra lá que ele vai. Fique tranquila, meu amor, ele não vai mais te incomodar.
Engoli em seco e me virei para encará-lo.
─ Como pode vir aqui depois de tudo?
─ precisava ver, que eu tinha feito o trabalho completo. _ disse Adam com frieza.
─ O que? Eu não posso acreditar no que estou ouvindo. Você é um psicopata, nojento que só se importa como você, com os seus interesses. Eu não entendo como alguém como você pode ser minha metade?
─ Eu não acredito que você está assim só porque eu matei aquele verme. Fala sério, o mundo será um lugar melhor sem ele._ falou ele, sem nenhum vestígio de remorso.
─ É exatamente assim que você vê os humanos, não é mesmo? Para você, todos são vermes. Ele tinha uma família, uma vida pela frente.
─ Exatamente, tinha. Ele poderia desfrutar de tudo isso que você falou, se não tivesse se metido com que é meu. E por favor, para de defende-lo, pelos deuses! Ele quase te estuprou ontem.
Eu estava tentando me manter mais calma possível.
─ Quase, mas não estuprou...
─ Porque o cachorro do seu amigo, serviu para alguma coisa e ouviu a metros de distância seus gritos de socorro.
─ Pare de me interromper!_ gritei e continuei cuspindo as palavras alto e bom som.

─ Não fale assim do Kevin, ele é muito mais íntegro que você, mais humano. A partir de hoje, eu só quero uma coisa de você: Distância. _ o informei olhando em seus olhos.
─ Sarah, meu amor, você só está assim porque ainda está com pena, está chateada. Vem, vou te levar para minha casa lá conversamos melhor._ sugeriu ele, me estendendo a mão.
─ Adam, eu não quero mais te ver. Eu não quero você na minha vida._ ao dizer aquelas palavras, de forma tão clara, senti um nó se formando na minha garganta, meu coração parecia que estava sendo arrancado do meu peito sem anestesia, um vazio tomou conta do meu corpo e fez com que a dor só aumentasse dentro de mim. Adam me olhou com tristeza e dor, parecia não estar acreditando no que eu acabara de falar; ele estava estático. Não queria mas ouvi-lo, aquilo era um adeus. Me teletransportei para o outro lado do cemitério; parei em frente ao um túmulo perpétuo, a porta estava aberta e para minha sorte não tinha ninguém lá dentro. Dentro, tinham oito gavetas quatro de cada lado, em frente à porta um banco de concreto com revestimento iguais os das paredes internas e externas. Me sentei no banco empoeirado e chorei.
Meu relógio de pulso, marcava duas horas da tarde; o belo tempo lá fora estava dando lugar a um céu cinzento com ventos frios. Aquele lugar que para muitos era repugnante, para mim era aconchegante, ali ninguém iria me incomodar, ou me dizer o que eu teria o que fazer; ali o silêncio era eterno.
Família Sandes, era o que dizia o quadro, de madeira com letras de um dourado desbotado , atrás de mim. No chão, ao lado esquerdo do banco, tinha o que parecia um alçapão; minha curiosidade aguçada, me dizia para abrir e ver, o que tinha lá dentro. Puxei a argola mas a porta do alçapão, parecia também se feita concreto. Fiz um pouco mais de força e abri. Um escada de madeira levava para o subsolo, lá embaixo estava escuro e aparentemente com muita teia de aranha, peguei meu celular e usei como lanterna; era impressionante o que tinha lá embaixo. Muitos livros, documentos velhos, objetos velhos. Peguei um dos livros e abri em uma página qualquer no meio do livro; caligrafia antiga, parecia ser escrita com pena, aquilo não era um livro, era um diário.

Esse diário pertence à Josephine Might.

15 de Janeiro de 1285.

As coisas por aqui começam a ficar muito difíceis, mais e mais pessoas estão morrendo na fogueira, hoje tenho muito medo de morrer e não passar tudo que sei para minha Cathe. Desejo que ela seja sempre muito sábia e não acredite na palavra de qualquer homem; que ela estude todo que a ensinei. Esses humanos são loucos e cruéis, já mataram tantos deles, tantos dos nossos. Mas preciso me proteger e proteger os meus, com os feitiços e poções certas, minhas experiencias serão bem sucedidas, tenho sorte de ser amada por esses dois homens, a ponto de eles aceitarem a passar por isso. Pena que não os amo, que só quero proteção. E quando tudo isso acabar vou matá-los e continuar a ensinar e praticar magia...”

Eu não acreditava no que eu estava lendo, não acreditava que estava naque lugar com todas aquelas coisas. Folheei mais algumas páginas daquele diário e li mais alguns pedaços.

28 de Abril de 1285.

Esse caós está se espalhando muito rápido, acabo de saber que as famílias do sul estão fugindo, procurando abrigo aqui no norte. Desdo início do ano que não comemoramos a roda, Ostara passou e nem uma coroa de flores penduramos na porta, em duas manhã será o Beltane, e esse também não será comemorado. Cathe muito me preocupa nos últimos dias, acho que está apaixonada, lhe proibido de andar com qualquer um que não tenha sangue magico correndo nas veias; precisamos fortalecer nossa magia mais do que nunca. Mas ao menos, uma coisa me deixa muito satisfeita; minhas experiências foram muito bem sucedidas. Agora tenho um Óboroten e um Upir para me proteger, para proteger minha família...”

04 de Junho de 1285.

O que eu mais estava temendo aconteceu, Cathe se envolveu com o pior tipo de pessoa, o tipo de pessoa que mata os nossos. Pelos Deuses do norte e do sul, como ela pode ter sido tão tola? Não posso me expor muito, mas vou buscar uma solução para esse problema e preciso ser rápida, pois não sei quantas luas ela terá. Minha filha não vai morrer!”

14 de Agosto de 1285.

Por hora estou mais tranquila, meu novo poder deu certo. Agora preciso me concentrar em despertá-la. Só preciso colocá-la em algumas situações de perigo e pronto, ela despertará...”

Peguei alguns outros livros e os abri, e eram exatamente o que eu pensei: Diários.

Peguei o máximo que os meus braços conseguiram abraçar, voltei para o térreo do túmulo e fechei o alçapão. Me aproximei das gavetas para ler as identificações. E para minha surpresa uma delas era de Josephine Might, as demais era de outras mulheres, provavelmente da mesma família, a pesar dos sobrenomes diferentes; curioso era não ter nenhum homem enterrado ali.

Um clarão iluminou o túmulo, uma forte chuva começava a cair. Abracei os diários e me teletransportei para o meu carro. Precisa saber: O que aconteceu com Josephine Might?


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