Aniversário de casamento escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 2
Capítulo 1




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Esme PDV

Quando entramos no ônibus turístico junto com as pessoas que vão visitar essa maravilha da natureza que são as Cataratas do Iguaçu, nos assentamos no segundo andar, na segunda fila de bancos. Um grupo de moças entra logo em seguida, duas delas sentam em nossa frente, uma delas a mais animada do grupo. As demais duas sentam na primeira fila do outro lado do ônibus. Partimos. Uma das jovens que se sentara na nossa frente ouve eu falando em inglês com o meu marido e surpreendentemente num rompante de coragem vira para trás e conversa conosco.

— Hi! How are you? Enjoing the trip?— ela nos pergunta e eu imediatamente simpatizei com a garota que aparentava ter em torno de 20 anos. Ela tropeça um pouco na pronúncia das palavras, mas tudo compreensível. Ela deve estar muito ansiosa. Ao final ela parece ter se dado conta do que fez e sussurra. Quase tão inaudível, mas claro que eu pude ouvir. - Excuse me. — Ela põe a mão na boca demonstrando constrangimento.

Eu respondo:

— Yes, everithing is so beautiful!— tenho que me conter para não tocar a bochecha dela.

— Whats your name?— dessa vez ela pergunta ao meu marido. Percebo um pouco de receio nela, de que eu interprete mal e pense que ela está dando em cima dele. A intensidade dos pensamentos dela é tamanha que se pronuncia na minha mente. Será que se ela fosse uma de nós esse seria o dom dela?

— My name is Carlisle— responde meu marido.

Ela ficou admirada, percebi. Se controlando para não se emocionar.

— Carlisle!— ela repete. É tudo que ela consegue dizer antes que a sua garganta 'feche' com o 'nó' que se forma. Ela parece tanto comigo. Fisicamente e até emocionalmente.

Como essa não foi a primeira pergunta dela, saber quem somos realmente não era algo importante para ela.

— And this is my wife— Carlisle me abraça.

— W-where are you from?— a voz dela começa a tremer e é algo um pouco mais do que um sussurro.

— Seattle, United States - meu marido responde.

Os olhos dela perscrutam inquisitivamente a mim. Eu sustento o olhar dela e ela sustenta o meu. Ela se inclina em minha direção. Carlisle se adianta a mim e percebe que ela está prestes a desmaiar, ele  se levanta:

— Carol, você está bem? – como ele adivinhou o nome dela? Ou era o que foi inserido na mente dele como foi na minha?

Carlisle surpreende a todos ao se levantar e me abraçar. Segurando ela em meus braços eu sinto algo que não sentia há muito tempo. Foi como segurar o meu bebê no colo novamente. A lembrança se estendeu enquanto o abraço durou.

—Esme – ela soluça entre meus braços. Posso sentir ela tremendo.- ah Esme!

— You speak portuguese? - ela pergunta. É uma pergunta desnecessária, ela sabe que falamos. Acho que foi mais uma exclamação admirada pelo fato de sabermos falar português.

Nós temos a Ilha, portanto, é claro que falamos. Mas ela Não acreditava que fosse possível.

— Sim, falamos – respondi à menina ainda segura em meus braços.

 

CAROLINE PDV

O aperto frio e pétreo de Esme era exatamente o que eu esperava. Mas ainda assim eu me sentia estranhamente confortável junto dela, como se esse era o lugar ao qual eu pertencia.

Ela sorriu comigo em seus braços e lhe sorri de volta, ela me sentou em seu colo. A princípio me senti como se estivesse violando alguma regra, que fosse desconfortável para ela eu estar sentada em cima dela, mas me lembrei que para ela eu era leve como uma pluma. Seus olhos esverdeados com um brilho dourado cintilaram para mim.

Eu olhei ao redor ninguém parecia ter notado nossa interação incomum. Olhei para minhas amigas e elas sorriam para mim:

— Caroline - me chamou Carlisle falando baixinho. – porque você está aqui? Você não mora aqui, eu sei. É turista como nós.

Esme ficou apreensiva com a aparente grosseria do marido, como se eu não tivesse o direito de estar ali. Mas eu não me incomodei com a pergunta:

— É verdade. Eu moro aqui perto. Eu estou aqui para uma palestra.

— Oh! – disse Esme admirada.

Na hora em que descemos do ônibus me despedi de minhas amigas e disse que iria ficar mais um pouco com meus novos amigos. Elas concordaram e me deixaram ir.Não sem certa relutância, é claro. 'Como assim eu conheci eles agora e quero ficar com eles?'). Carlisle se comprometeu a depois me levarem para casa, portanto dispensei a carona de minhas amigas e nos despedimos.

Carlisle e eu fomos pegar o carro no estacionamento enquanto Esme comprava alguns souvenirs para levar para casa de lembrança da viagem. Carlisle conversa comigo:

— Carol – a voz dele é penetrante tocando o âmago de meu ser, como uma trovoada que reverbera dentro do peito.

— Sim – respondo a ele evitando encará-lo e me perder em sua beleza.

— Primeiro, pode olhar para mim quando falamos? – ele ergue meu queixo delicadamente com uma das mãos. Eu vi que ele estava do outro lado do carro, como chegou aqui tão rápido? Eu mesma me respondo: 'Dããr, ele é um vampiro.'

— O que foi? - pergunto para ele meio ríspida, entre assustada e nervosa.

— Caroline, eu sei o que você quer. Assim, ao se aproximar de Esme desse jeito. Mas ela não vai fazer o que você quer.

Minhas bochechas ficam extremamente quentes de constrangimento. Como será que ele sabe? Penso.

— Certos pensamentos seus criança, aqueles que você quer compartilhar ou são mais intensos, aparecem para nós em nossa mente. Você tem um dom.

— Dom?

— Sim, quer dizer, seria uma vampira incrível. Não é isso que você quer?

— Sim, eu quero ser imortal... mas eu sou muito velha para ser sua filha...

— Absolutamente, não. Na verdade eu tenho 376 anos e as pessoas acreditam que eu tenho 40. Portanto posso me passar por seu pai. E você parece ser bem mais nova do que realmente é. Mas, você pode ser irmã de Esme, em último caso.

— Porque você está me dizendo isso Carlisle?

— Eu vi que é o que você deseja e sei que Esme não vai querer. Eu também jamais pediria para minha esposa se arriscar.

— Eu também não quero... que por minha causa ela se perca.

— Por isso eu me proponho a mudar você Carol. É claro se você aceitar.

— É claro que eu aceito... eu preferia que fosse Esme mas, você é a segunda opção. Mas, quando?

— Daqui alguns meses. Agora disfarça que Esme vem vindo. – me sussurra ele.

Esme chega e pergunta:

— O que vocês dois estavam conversando antes de eu chegar?

— Sobre o nosso aniversário de casamento – mente Carlisle tão naturalmente que não sei por que ele precisa mentir para a esposa. A não ser que seja uma surpresa. Será que eu sou a surpresa?

Entramos no carro e partimos de Foz, rumo a cidade onde moro. Oriento Carlisle na estrada, mas ele tem a memória perfeita e uma vez que eu disse onde moro ele não esqueceu.

Chegamos na cidade e guio para onde ele deve seguir, quando deve virar ou seguir reto. Paramos em frente de casa. Esme e Carlisle se surpreendem com a humildade do lugar.

— Essa é a casa de meu pai.

— Seus pais são separados? – imediatamente indaga Esme.

— Na verdade não, todo mundo pensa isso. Mas eles apenas moram em casas separadas. Meu pai cuida do pai dele aqui, e minha mãe e eu cuidamos de meus avós em outra casa.

— Ah! – exclama Esme.

— Se quiserem podem me deixar aqui; vou pegar algumas roupas e depois vou de ônibus.

— Nada disso, absolutamente não. Faço questão de te levar para casa. – diz Carlisle. – Eu prometi, vou cumprir.

— Obrigada – respondo acanhada, abaixando o olhar.

— De nada – ele retribui.

Desço do carro apressada e tropeço na calçada. Ás vezes eu detesto ser assim tão desastrada, penso e reviro os olhos. Cambaleio para dentro de casa e pego algumas roupas do armário. Tomo cuidado para não exagerar e pegar demais e assustar eles. Alguns minutos depois eu retorno ao carro, Esme e Carlisle estão me esperando com expectativa.

— Entre – Carlisle estava de pé ao lado do carro e me abre a porta.

— Obrigada – Carlisle é tão cavalheiro que não me cansa, sempre fico admirada: Tomara que eles tenham ouvido esse meu pensamento.

Ele embarca e dá a partida no veículo. Ainda fico boquiaberta com a suntuosidade do mesmo. Todo forrado em couro negro. Mais alguns minutos e estamos na outra casa. Minha mãe está me esperando na porta. Ou nem me esperava, mas está ali.

Ela me viu chegando com meus amigos e logo os convidou para entrar, para minha surpresa eles aceitaram. Entramos na casa. Eu fiquei apreensiva por causa que meu avô pode ter se machucado.

O idoso está sentado no sofá assistindo TV. Como eu previ ele está machucado. Carlisle se oferece para ajudar:

— Posso ver o ferimento?

Eu temo que meu avô sinta a pele fria dele e grite. ...Mas, ocorreu tudo bem. Carlisle limpou o ferimento e enfaixou o braço de meu avô. Coitado está tão velho e doente que não sente mais nada... Ou se sentiu não deu importância. As pessoas também dizem que eu tenho mãos frias; deve ser mais comum do que eu imagino.

— Caroline, você está bem? Você está extremamente pálida – diz minha mãe.

Esme me apóia e me senta.

— Se sente melhor, querida? – quase vou ao delírio quando ela me chama de querida.

— Nós precisamos ir – diz de repente Carlisle ao ver o relógio em seu pulso.

— Ainda é cedo – fala minha mãe.

— Precisamos ir ao hotel. Acabamos de chegar à cidade.

— Ah, sejam bem vindos!

— Até amanhã, Carol –Esme diz se levantando.

— Tchau Carlisle. Tchau Esme.

Depois que eles se foram minha mãe pergunta:

— Eles não são daqui, né? – diz olhando na direção em que o carro foi embora.

— Não, não são. Eles são dos Estados Unidos.

— Que chique!

Acho que minha mãe aprovou nossa amizade. Mas se ela soubesse que eles são os vampiros que eu amo. Será que ela ainda se lembra? Faz mais de 5 anos...

Ela me pisca um olho. Acho que ela sabe e mesmo assim me aprova. Para ela o importante é que eu seja feliz. encontre a felicidade que ela não pode me dar devido ao péssimo 'homem' que escolheu para ser seu marido e meu pai.

Ela fez uma escolha errada, mas não quer que isso me prejudique para sempre. Sei o quanto ela lamenta e me pede desculpas por isso às vezes. Mas desculpas não apagam o passado; por isso ela me deixa ir. Quer me ver feliz mais do que qualquer coisa. Eu mereço ser feliz. Ela me ama tanto para abrir mão.

Ela confia que Esme e Carlisle irão me fazer feliz com eu mereço. E eu também confio que eles podem. Não apenas porque eles são ricos, mas por causa do afeto que eles podem me dar.

...XXX...


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