Poemas de Sangue escrita por Nanda


Capítulo 5
Surpresas




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Away from the sun - 3 Doors Down [watch?v=DDK5qGlLT8s&ob=av3e]

Está tudo para baixo

Eu tenho que fazer minha vida fazer sentido

Alguém pode dizer o que eu fiz?

Eu senti falta da vida

Eu senti falta das cores do mundo

Alguém pode dizer onde eu estou?

Eu superei isso

Eu cansei de viver no escuro

Alguém pode me ver aqui embaixo?

O sentimento se foi

Não sobrou nada pra me levantar

Volto para o mundo que eu conhecia

Capítulo 5– Surpresas

No dia seguinte, quando chegou na sala, ela fez questão de deixar um espaço, pequeno, mas considerável entre as mesas, dela e de Sasuke, embora duvidasse que ele fosse assistir a aula com ela, pelo menos aquele dia, já que não teriam matemática.

Era muito injusto ter que assistir aula de poesia todos os dias e matemática apenas duas vezes na semana. Que tipo de escola era essa, afinal? E, não. Não tinha nada a ver com o fato de Sasuke costumar se sentar com ela nessas aulas também. E daí que hoje ele não iria?

"Tanto faz" - pensou levemente ressentida.

Mas de novo, como se para surpreendê-la, Sasuke entrou na sala sorrido pra ela e se sentou ao seu lado.

– Bom dia.

Ela arqueou a sobrancelha e voltou a atenção para o livro que estava lendo.

Ele lutou, e por fim, conseguiu tirar o livro das mãos dela.

Ela o encarou com faíscas nos olhos.

– Você tem distúrbio de personalidade múltipla! Não é possível!

Ele riu, por que era fácil o fazer, quando estava perto dela.

– Eu quero me desculpar - disse segurando o riso.

– E eu não quero ouvir - tentou pegar o livro novamente, apenas para agarrar o ar. De novo - e aparentemente nenhum dos dois vai conseguir o que quer.

– Ah, vamos lá. - resmungou ele. Não acreditava que fosse realmente dizer aquilo - Eu fui um idiota e sinto muito.

Ela segurou um sorriso.

– Que você é um idiota, eu já sabia. Por que deveria aceitar suas desculpas?

Ele reprimiu um gemido de frustração. Devia saber que ela não tornaria isso fácil. Nada com Sakura parecia fácil. Tinha a impressão de que, não importava quanto tempo passasse, ela seria sempre um desafio pra ele.

Era um dos principais motivos que o empurravam pra ela.

– Por que eu posso te ajudar.

A expressão dela se tornou cética.

– Em que? - perguntou debochadamente.

– Aprender a lutar.

Ela estreitou os olhos, agora desconfiada.

– E desde quando você sabe lutar? - perguntou cautelosamente.

– Meu pai me ensinou algumas coisas - disse evasivo.

Ela balançou a cabeça devagar.

– Tudo bem. Vamos começar depois da escola. Se você for bom, pode se considerar perdoado.

Ele sorriu arrogantemente.

– Ah, eu sou sim.

Sakura suspirou depois que, Kurenai - sim, ela finalmente gravou o nome -, a professora de poesia entrou na sala.

Sasuke a olhou intrigado. - O que foi?

– Ela está feliz. Olha só aquele sorriso - balançou a cabeça, estreitando os olhos. - Ela está planejando alguma coisa.

– Planejando o quê?

– E você acha que eu sei o que se passa na mente dessa criatura? Ela é romântica, por Kami. E vem tentado me "converter", desde a primeira aula.

Sasuke riu. Ela falava de romance como se fosse uma doença.

– Ela deve se sentir frustrada por você ser tão diferente do restante das garotas.

Ela se virou de súbito, com uma expressão estranha no rosto.

– E você Sasuke? - ela perguntou. Não soube de onde veio aquilo, mas se encontrou interessada na resposta.

Ele não teve tempo para responder. A professora mandou que todos pegassem suas mochilas e fossem para a biblioteca, porque fariam algo 'diferente' naquele dia.

Era exatamente o que Sakura temia.

– Vocês vão procurar um livro de poemas e vão extrair aquele que mais chamarem sua atenção para ler para a turma.

"De novo?"

– Os melhores irão ser colocados em exposição e os alunos irão a um passeio. Uma excursão a uma das maiores e mais diversificadas florestas da região. E faremos trilhas.

Todos soltaram gritinhos entusiasmados e começaram a busca pelos "poemas vencedores".

– Os outros professores estarão presentes e ajudarão na seleção dos melhores poemas - terminou Kurenai, sorridente. - Escolham poemas bonitos. Boa sorte.

Sakura rolou os olhos. Aquela mulher tinha pouca criatividade se achava que a ideia de um passeio por uma floresta a faria se tornar um boboca romântica. E daí se nunca tinha estado numa floresta antes? Provavelmente algum idiota se perderia na primeira oportunidade. E quem precisa de todo aquele verde? E aqueles mosquitos do tamanho de pelicanos? Ela com certeza não queria ir para uma floresta.

Não queria de forma alguma.

"Droga! Essa mulher joga sujo!"

– Já escolheu o seu? - perguntou uma ruiva debochada, voltando-se para Sakura.

Ela a reconheceu. Era a mesma que ficava correndo atrás do Sasuke. Pobre infeliz.

– Se eu fosse você nem perderia meu tempo, queridinha.

Odiava ser chamada de querida ou queridinha.

Ele a chamava de querida. Só ele e a mãe dela.

– Porque, você sabe, aqui não tem aqueles tipos de poemas que você gosta. - ela soltou uma risadinha debochada - E você nunca teria a capacidade para escolher uma única frase que pudesse agradar os professores.

Sakura começou a rir. Não pode evitar. Aquela cachorra, por que era certamente o que parecia - latindo escandalosamente e saltitando atrás de Sasuke – estava dizendo que ELA não tinha capacidade? Onde será que esteve nos últimos dias?, perguntou-se desdenhosamente. Não havia ninguém ali com mais capacidade que ela naquele colégio. Nem mesmo Sasuke. Embora ele jamais fosse reconhecer isso.

– Do que você está rindo? - ladrou, atraindo alguns olhares.

– Do que mais seria? De quão patética você é. Você é tão estúpida que nem mesmo você deve se aguentar, e por isso essa sua necessidade básica de atrair atenção para si mesma. Daí você, não satisfeita, tenta manipular e subjugar quem está a sua volta, embora na sua cabeça retardada você acha que essas pessoas estão abaixo de você, para não ter tempo para avaliar o quão vazia e sem sentido é essa sua vidinha de merda.

Houveram algumas exclamações e até mesmo algumas risadas das pessoas em volta que agora dedicavam toda a atenção a discussão.

Sakura ignorava.

Karin ainda tinha uma expressão confusa no rosto, o que não passou despercebido por Sakura que deu um meio sorriso.

– Vê? Nem sequer conseguiu entender o que acabei de dizer a você. Onde está a sua capacidade, queridinha?

A ruiva se enfureceu, partindo pra cima de Sakura que desviou e prendeu o braço dela para trás, imobilizando-a sob seu peso. Calmamente a virou com o rosto para cima e tirou os óculos, deixando que ela visse a expressão fria em seu rosto e por um momento viu o medo cintilar nos olhos da outra.

Nada poderia tê-la deixado mais satisfeita.

– Se eu fosse você - disse secamente - sairia do caminho ruiva. Mantenha-se longe de mim. Eu não me importo se você quer correr atrás do Sasuke. Se você gosta de ir ao shopping, de roupas de marca, de ficar infernizando as garotas que tem cérebro o bastante pra não te seguirem, nem mesmo se você dorme com todos os jogadores da escola - a menção disso ela corou, o que fez Sakura saber que ela tinha entendido seu ponto - se afaste. Mantenha distância ou vai se arrepender. Eu vou fazer que você se arrependa. Compreendeu? Ou será que sua pouca capacidade não lhe permite nem isso?

Levantou deixando a ruiva no chão, encarando-a.

– Algum problema aqui, garotas? - perguntou Kurenai, se aproximando do semi-círculo que havia se formado.

Sakura colocou os óculos novamente e encarou a professora.

– Nenhum, estava apenas tirando algumas dúvidas da minha querida colega. Não é mesmo queridinha?

Karin encarou-a com os olhos faiscando, mas assentiu.

– Ótimo. Voltem para seu dever. E na próxima vez venha tirar suas dúvidas comigo, senhorita.

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– Já escolheu seu poema? - perguntou Sakura, enquanto saíam do colégio. Agora começariam o treino.

– Sim - ele sorriu - eu... Dei sorte.

Sakura estreitou os olhos para aquele sorriso. Que poema era esse, afinal?

– Eu também - limitou-se a responder.

– Você vai participar? - ele perguntou surpreso.

– Por quê? Vai dizer que também acha que eu não tenho... Capacidade? - disse desafiando-o a dizer.

– Não. Eu só achei que você não fosse gostar, já que a maioria dos poemas da escola são... Como você diz? Fofinhos?

– Sim, mas como eu disse dei sorte também. Além do mais, se o cérebro de grão de mostarda da Karin consegue, por que eu não posso fazer um pequeno esforço?

– Por que grão de mostarda e não de ervilha? - perguntou curioso.

– Grãos de ervilha são muito grandes comparados ao pouco conteúdo daquela cabeça tingida.

Sasuke riu, balançando a cabeça.

– Vocês realmente vão fundo nisso.

– Como assim? - perguntou confusa.

– Vocês garotas. Quando começam a brigar entre si... Ou são melhores amigas ou inimigas mortais.

– Eu, geralmente, não sou nem uma coisa nem outra. Mas essa garota tentou me humilhar, e, digamos que ela não me pegou no meu melhor dia.

– Você está chateada? - perguntou curioso.

Ela parecia de bom humor.

Ela sorriu docemente. - Não, chateada não.

– Então?

Sakura franziu os lábios levemente em desagrado.

– Entediada.

Sasuke a fitou, procurando ver se ela realmente falava sério.

Ela estava falando sério.

Ele riu novamente.

– Você é a única pessoa capaz de me fazer rir tantas vezes em um dia.

Ela arqueou a sobrancelha.

– Eu não sou muito conhecida pelo meu bom senso de humor, sabe?

– Isso porque a maioria das pessoas não sabem ver a parte engraçada.

– E onde é?

– No sarcasmo. Na forma como você torce a boca, ou arqueia a sobrancelha parecendo cética, ou mesmo quando rola os olhos quando é irônica.

– Minha nossa - zombou - aí está um cara que presta atenção aos detalhes.

Ele sorriu.

– Aqui estou. Eu presto atenção em tudo que tem a ver com você.

Seu coração acelerou, mas ela apenas balançou a cabeça.

– Vamos começar - disse ao chegarem no quintal de sua casa.

– É aqui que você mora? - observando, admirado.

Ela assentiu, indiferente.

– É bonito.

Ela nada disse.

– Tem uma coisa que eu esqueci de perguntar - ele disse se aproximando dela - onde aprendeu o movimento que fez na escola? Com a Karin.

– Nos livros que peguei da biblioteca.

Ele estreitou os olhos. - Impossível.

– Quer apostar? Acho que ainda vai se surpreender muito, Uchiha - disse convencida.

Ele sorriu de volta, tão convencido quanto.

– Você pode tentar.


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Notas finais do capítulo

Não revisei muito, então me desculpem qualquer erro.
Bjs.



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