– Irmão?

– Hn.

Os lençóis de seda embaixo de Loki estavam quentes e tão confortáveis como só lençóis de seda podem ser, o pequeno deus estava tendo um sonho muito bom sobre correr na floresta com um corcel de pelagem preto, ele quase podia sentir o vento nos cabelos e as folhas das árvores esmagando-se sob seus pés...

–...Irmão?

– Uhnn...

E cheiro da seiva dos caules e a luz do sol criando desenhos ao passar pelas copas das árvores...

– Irmão!

Sentando-se de súbito na cama, o menino de cabelos negros tentou dar seu olhar mais assustador no loiro na sua frente, teria funcionado melhor se seus cabelos não estivessem uma bagunça descontrolada ao redor do seu rosto, ou se no momento seguinte ele não houvesse caído num bocejo enorme. Mas isso não fez sua ira menor.

– Por que, em nome de Hela, você está gritando seus pulmões fora no meu quarto, Thor? – O menino carrancudo olhou fora pela janela, e sentiu vontade de estrangular lentamente seu irmão quando viu o sol mal nascido no céu. – E no meio da maldita madrugada! Saia!

O loiro que tinha um sorriso meio tímido no rosto durante todo o esbravejo do irmão, estendeu a mão que mantivera escondida atrás de si e abriu para mostrar ao menor o que havia dentro. Uma coleção de pequenas pedras em diferentes tons de verdes brilhou na pouca luz do amanhecer que entrava pela janela.

– Feliz Aniversário, irmão.

Pegando as pedras das mãos estendidas, e trazendo-as pra perto do olhar o moreno não sabia se jogava pequenas coisinhas brilhantes no irmão e voltava a dormir ou se sorria como bobo do lindo presente. Como ele viu a expectativa reluzindo nos olhos do irmão, mas era realmente muito cedo ele decidiu ficar com uma opção no meio das duas e reclamou:

– Será que você não podia ter esperado eu acordar para me dá-las, seu idiota?

– Mas Loki, eu queria ser a primeira pessoa que você visse no seu aniversário. – O loiro respondeu com um sorriso ainda maior no rosto.

E era isso, ele havia sido derrotado. Loki depositou com cuidado as pedrinhas na mesa de cabeceira, afastou as cobertas da cama, suspirou como se aquilo lhe custasse o mundo, e fez um gesto de chamada pro loiro com a mão:

– Venha dormir, idiota. Quando for uma hora decente para se estar acordado eu agradecerei pelo presente.

E os dois meninos se aconchegaram debaixo das cobertas para dormir, um deles tinha o sorriso maior que Asgard já vira e o outro estava lutando muito difícil (e perdendo) para não deixar seu sorrisinho bobo de felicidade aparecer.