Touch, Feel, Use escrita por laah-way
Notas iniciais do capítulo
Primeiramente, eu sinto MUITÍSSIMO pela demora. Quem é leitor de minhas fics antigas, sabem que eu NÃO demoro tanto tempo assim :/ É que eu tive muitos problemas, que me afastaram do computador durante um longo tempo. Um deles foi o estudo. Mas estou de volta, e prometo não demorar tanto.
Segundamente, recomendo que escutem a música Carolina, do Matt Wertz.
E é isso, obrigada.
- Você está rondando o telefone!
- Quê? Não estou nada, Leonard, fica quieto! – Falei, irritada, sentada no sofá, de braços cruzados, assistindo televisão.
- Desde quando você assiste esses canais de animais?
- Desde hoje.
- Desde nunca. Você nem ao menos sabe sobre o que tá assistindo, está é preocupada se seu amorzinho vai ligar ou não.
Joguei a almofada, antes em minhas pernas, em sua direção, mas ele a agarrou.
- Me esquece, Leonard.
- Carol... Você sabe que eu só falo isso por que...
- Leonard! Para, para! – Comecei a gritar, tamanha minha irritação – Se você quer saber, não, eu não estou apaixonada pelo Richard! Poxa, eu só saí com o cara duas vezes, não quer dizer que eu estou amando ou algo assim. – Baixei o tom de voz – Não precisa se preocupar comigo.
Leonard abriu a boca para dizer alguma coisa, mas fechou-a seguida, comprimindo os lábios. Ele me conhecia, sabia que nada que ele dissesse ia mudar alguma coisa. Ele preferiria que eu quebrasse a cara sozinha, pra aprender. Mas eu não iria. Ele levantou-se e foi embora. Não sei por quanto tempo fiquei ali, olhando para o nada, pensando. Eu não iria. O telefone tocou e por algum motivo, atendi sem motivação.
- Alô?
- Carol, é o Richard.
- Oi Richard. – Esqueci de tentar colocar ânimo na voz.
- Está tudo bem?
- Está sim. Tudo bem. – Tentei parecer mais animada, para evitar preocupações desnecessárias.
- E então, sairemos hoje?
- Claro. – Sorri.
- No mesmo lugar?
- Ok. – E novamente, eu me desapontei. Eu sei que só tínhamos saído duas vezes, e que isso não é tempo para conhecer ninguém, mas Richard e eu tínhamos certamente alguma coisa especial, então posso dizer: Richard me conhecia. Ele percebeu.
- “Ok” nada. O que há?
- Como assim, Richard?
- Esse desânimo todo tem alguma explicação, Carolina.
- Ah, eu... – Cocei a cabeça, sem saber ao certo o que responder. – Meio que briguei com Leonard mais cedo.
- Ah. Conversaremos sobre isso mais tarde. Mas tem certeza que é só isso?
- Sim. Quer dizer... Não.
- Sabia. – Ele tinha um certo tom vitorioso na voz. - O que há?
- Richard, se só estamos saindo para conversar, como amigos... Porque temos que nos encontrar em quarto de hotéis?
Ele pareceu pensar por alguns segundos.
- Não havia pensado nisso.
- Pois é.
- Ok, sairemos para jantar então?
- Não, obrigada.
- Oi? – Ele tinha escutado, só não estava entendendo. Mas mesmo assim, repeti:
- Não quero ir. – Eu estava sorrindo, me divertindo com aquilo tudo.
- E você pode me explicar, por favor?
- Isso soa muito forçado, Richard. Você só me convidou porque eu comentei. Não, não.
- Carolina. – Ele parecia ter entrado na brincadeira, mas disse com firmeza.
- Richard. – Eu estava me segurando para não gargalhar.
- Você dá muito trabalho, sabia?
Não agüentei e explodi com risadas. Havia até esquecido a briga com Leonard.
-No mesmo hotel de ontem, então. Combinado. – Eu não ia dar o braço a torcer.
Ouvi Richard suspirar do outro lado da linha.
- Ok, na mesma hora de ontem.
Sorri. Eu havia ganhado essa.
- Certo. Beijos, até mais.
- Até.
Desliguei e fui saltitante para o quarto, escolher a roupa que sairia naquele dia. Quando peguei o primeiro vestido, o telefone tocou novamente. Franzi a testa, sem imaginar quem estaria ligando àquela hora. A não ser que fosse alguém querendo falar com Leonard. Fui até lá calmamente, não estava com pressa.
- Alô?
- Gostaria de sair para jantar, senhorita?
Ri alto.
- Richard!
- Sim ou não?
- Sim! Onde?
- Conhece o Dell Burghese?
- Sei onde é. Te encontro lá às 8:00?
- Definitivamente.
Tive que rir de novo.
- Combinado, então.
- E eu venci novamente.
- Tchau, Richard! - Falei, fingindo irritação, mas ainda ria quando desliguei o telefone.
Fui até o quarto, e quando olhei para o reflexo no espelho da porta do guarda-roupa, percebi que ainda estava sorrindo. Pensei “Ele mexe comigo”. Mas logo em seguida, mudei de idéia e me repudiei por apenas ter cogitado essa possibilidade. Não, Richard não mexia comigo, e ninguém mexeria. Eu era uma prostituta, não me daria o luxo de nutrir sentimentos por ninguém. Eu teria que me despedir de Richard amanhã, no quarto dia, ou o quanto antes. Essa idéia me fez sentir uma coisa estranha, uma pontada que eu classificaria como dor, mas afastei tanto o sentimento como a idéia de meu coração e mente por enquanto. Concentraria-me em que roupa usaria, e amanhã eu pensaria no que fazer.
-x-
Depois de quase uma hora conversando e olhando para aqueles olhos verdes avassaladores que me encaravam, parei subitamente e olhei para baixo.
- Estou falando demais.
Levantei os olhos, rápido o suficiente para ver aquele sorriso lindo se formando.
- Não está não.
- Claro que sim. Devo estar falando por no mínimo dez minutos, Richard!
Ele riu.
- Eu adoro te ouvir falar.
O que era aquele leve ardor em meu rosto? Eu estava corando? Dei um leve sorriso.
- E eu odeio ser chata.
Richard ia falar alguma coisa, mas o garçom chegou com nossa sobremesa: Pudim de leite moça com calda de chocolate. Delícia. Esperei o garçom ir embora e comentei:
- Mais uma coisa que você não sabia sobre mim.
- Definitivamente há várias coisas que eu não sei sobre você. – Eu sabia que ele estava se referindo a meu nome verdadeiro, a minha história... Mas ignorei. – Mas prossiga. O que é?
- Sou chocólatra.
Richard riu.
- Sério?
- Sim! – Fui obrigada a rir junto.
- Você e metade da população feminina do mundo. Queria saber o que as mulheres vêem nisso.
Coloquei um pedaço pequeno de pudim na boca.
- É melhor que sexo.
Richard riu alto. Acho que passou um minuto inteiro rindo. Fui obrigada a rir junto. Depois de comermos e termos conversado mais um pouco, Richard me chamou para dançar, mas eu recusei. Alguns minutos depois, começou a tocar a música Carolina do Matt Wertz. Richard sorriu e disse:
- Sua música. Não tem desculpa, você vai ter que dançar comigo, Carol.
Dessa vez, eu estava derrotada. Ele se levantou e me estendeu a mão. Segurei-a e fomos até o meio do salão onde havia alguns casais dançando. Richard sorriu e me puxou pela cintura, fazendo-me chegar mais perto. Passei meus braços em volta de seu pescoço e nos encaramos por alguns segundos. Terei que me despedir de Richard. Ao pensar nisso, meu rosto assumiu uma expressão triste, quem sabe até pesarosa, o que fez Richard franzir as sobrancelhas, tentando entender o que havia acontecido comigo. Apenas meneei a cabeça negativamente e a apoiei em seu ombro. Continuamos dançando, sem nos importar se estávamos no ritmo da música ou não – porque não estávamos, já que estávamos quase parados, nos movimentando levemente de um lado para o outro, mas sem nem ao menos sair do lugar – curtindo ali, aquele momento só nosso.
Até que Richard começou a sussurrar a música em meu ouvido, diminuindo um pouco a velocidade e a batida da música:
- Carolina, you will have to forgive me... Carolina, this is just my tendency. Forgive me.
(Carolina, você vai ter que me perdoar… Carolina, essa é apenas minha tendência. Me perdôe.”
Quando levantei o rosto, Richard aproximou e a próxima coisa que senti foram nossos lábios se tocando. Em um segundo, ele estava sussurrando em meu ouvido, e no outro, estava me beijando. Entreabri os lábios enquanto Richard dava leves mordidas em meu lábio inferior, logo em seguida voltando a atenção a explorar minha boca delicadamente com sua língua. Não sei quanto tempo ficamos ali, nos beijando. Mas quando paramos, não o encarei. Apenas segurei seus ombros, voltando a apoiar meu rosto ali, fechando os olhos e comprimindo os lábios. Meu coração saltitava.
Terei que me despedir de Richard.
E eu não fazia idéia que essa não seria a última vez que meu coração ia doer tanto por aquele homem.
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Obrigada a tooodos por terem lido Vocês me fazem muito feliz. ♥
Ah, e reviews né?