Touch, Feel, Use escrita por laah-way


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, eu sinto MUITÍSSIMO pela demora. Quem é leitor de minhas fics antigas, sabem que eu NÃO demoro tanto tempo assim :/ É que eu tive muitos  problemas, que me afastaram do computador durante um longo tempo. Um deles foi o estudo. Mas estou de volta, e prometo não demorar tanto.
Segundamente, recomendo que escutem a música Carolina, do Matt Wertz.
E é isso, obrigada.



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- Você está rondando o telefone!

- Quê? Não estou nada, Leonard, fica quieto! – Falei, irritada, sentada no sofá, de braços cruzados, assistindo televisão.

- Desde quando você assiste esses canais de animais?

- Desde hoje.

- Desde nunca. Você nem ao menos sabe sobre o que tá assistindo, está é preocupada se seu amorzinho vai ligar ou não.

Joguei a almofada, antes em minhas pernas, em sua direção, mas ele a agarrou.

- Me esquece, Leonard.

- Carol... Você sabe que eu só falo isso por que...

- Leonard! Para, para! – Comecei a gritar, tamanha minha irritação – Se você quer saber, não, eu não estou apaixonada pelo Richard! Poxa, eu só saí com o cara duas vezes, não quer dizer que eu estou amando ou algo assim. – Baixei o tom de voz – Não precisa se preocupar comigo.

Leonard abriu a boca para dizer alguma coisa, mas fechou-a seguida, comprimindo os lábios. Ele me conhecia, sabia que nada que ele dissesse ia mudar alguma coisa. Ele preferiria que eu quebrasse a cara sozinha, pra aprender. Mas eu não iria. Ele levantou-se e foi embora. Não sei por quanto tempo fiquei ali, olhando para o nada, pensando. Eu não iria. O telefone tocou e por algum motivo, atendi sem motivação.

- Alô?

- Carol, é o Richard.

- Oi Richard. – Esqueci de tentar colocar ânimo na voz.

- Está tudo bem?

- Está sim. Tudo bem. – Tentei parecer mais animada, para evitar preocupações desnecessárias.

- E então, sairemos hoje?

- Claro. – Sorri.

- No mesmo lugar?

- Ok. – E novamente, eu me desapontei. Eu sei que só tínhamos saído duas vezes, e que isso não é tempo para conhecer ninguém, mas Richard e eu tínhamos certamente alguma coisa especial, então posso dizer: Richard me conhecia. Ele percebeu.

- “Ok” nada. O que há?

- Como assim, Richard?

- Esse desânimo todo tem alguma explicação, Carolina.

- Ah, eu... – Cocei a cabeça, sem saber ao certo o que responder. – Meio que briguei com Leonard mais cedo.

- Ah. Conversaremos sobre isso mais tarde. Mas tem certeza que é só isso?

- Sim. Quer dizer... Não.

- Sabia. – Ele tinha um certo tom vitorioso na voz. - O que há?

- Richard, se só estamos saindo para conversar, como amigos... Porque temos que nos encontrar em quarto de hotéis?

Ele pareceu pensar por alguns segundos.

- Não havia pensado nisso.

- Pois é.

- Ok, sairemos para jantar então?

- Não, obrigada.

- Oi? – Ele tinha escutado, só não estava entendendo. Mas mesmo assim, repeti:

- Não quero ir. – Eu estava sorrindo, me divertindo com aquilo tudo.

- E você pode me explicar, por favor?

- Isso soa muito forçado, Richard. Você só me convidou porque eu comentei. Não, não.

- Carolina. – Ele parecia ter entrado na brincadeira, mas disse com firmeza.

- Richard. – Eu estava me segurando para não gargalhar.

- Você dá muito trabalho, sabia?

Não agüentei e explodi com risadas. Havia até esquecido a briga com Leonard.

-No mesmo hotel de ontem, então. Combinado. – Eu não ia dar o braço a torcer.

Ouvi Richard suspirar do outro lado da linha.

- Ok, na mesma hora de ontem.

Sorri. Eu havia ganhado essa.

- Certo. Beijos, até mais.

- Até.

Desliguei e fui saltitante para o quarto, escolher a roupa que sairia naquele dia. Quando peguei o primeiro vestido, o telefone tocou novamente. Franzi a testa, sem imaginar quem estaria ligando àquela hora. A não ser que fosse alguém querendo falar com Leonard. Fui até lá calmamente, não estava com pressa.

- Alô?

- Gostaria de sair para jantar, senhorita?

Ri alto.

- Richard!

- Sim ou não?

- Sim! Onde?

- Conhece o Dell Burghese?

- Sei onde é.  Te encontro lá às 8:00?

- Definitivamente.

Tive que rir de novo.

- Combinado, então.

- E eu venci novamente.

- Tchau, Richard! - Falei, fingindo irritação, mas ainda ria quando desliguei o telefone.

Fui até o quarto, e quando olhei para o reflexo no espelho da porta do guarda-roupa, percebi que ainda estava sorrindo. Pensei “Ele mexe comigo”. Mas logo em seguida, mudei de idéia e me repudiei por apenas ter cogitado essa possibilidade. Não, Richard não mexia comigo, e ninguém mexeria. Eu era uma prostituta, não me daria o luxo de nutrir sentimentos por ninguém. Eu teria que me despedir de Richard amanhã, no quarto dia, ou o quanto antes. Essa idéia me fez sentir uma coisa estranha, uma pontada que eu classificaria como dor, mas afastei tanto o sentimento como a idéia de meu coração e mente por enquanto. Concentraria-me em que roupa usaria, e amanhã eu pensaria no que fazer.

-x-

Depois de quase uma hora conversando e olhando para aqueles olhos verdes avassaladores que me encaravam, parei subitamente e olhei para baixo.

- Estou falando demais.

Levantei os olhos, rápido o suficiente para ver aquele sorriso lindo se formando.

- Não está não.

- Claro que sim. Devo estar falando por no mínimo dez minutos, Richard!

Ele riu.

- Eu adoro te ouvir falar.

O que era aquele leve ardor em meu rosto? Eu estava corando? Dei um leve sorriso.

- E eu odeio ser chata.

Richard ia falar alguma coisa, mas o garçom chegou com nossa sobremesa: Pudim de leite moça com calda de chocolate. Delícia. Esperei o garçom ir embora e comentei:

- Mais uma coisa que você não sabia sobre mim.

- Definitivamente há várias coisas que eu não sei sobre você. – Eu sabia que ele estava se referindo a meu nome verdadeiro, a minha história... Mas ignorei. – Mas prossiga. O que é?

- Sou chocólatra.

Richard riu.

- Sério?

- Sim! – Fui obrigada a rir junto.

- Você e metade da população feminina do mundo. Queria saber o que as mulheres vêem nisso.

Coloquei um pedaço pequeno de pudim na boca.

- É melhor que sexo.

Richard riu alto. Acho que passou um minuto inteiro rindo. Fui obrigada a rir junto. Depois de comermos e termos conversado mais um pouco, Richard me chamou para dançar, mas eu recusei. Alguns minutos depois, começou a tocar a música Carolina do Matt Wertz. Richard sorriu e disse:

- Sua música. Não tem desculpa, você vai ter que dançar comigo, Carol.

Dessa vez, eu estava derrotada. Ele se levantou e me estendeu a mão. Segurei-a e fomos até o meio do salão onde havia alguns casais dançando. Richard sorriu e me puxou pela cintura, fazendo-me chegar mais perto. Passei meus braços em volta de seu pescoço e nos encaramos por alguns segundos. Terei que me despedir de Richard. Ao pensar nisso, meu rosto assumiu uma expressão triste, quem sabe até pesarosa, o que fez Richard franzir as sobrancelhas, tentando entender o que havia acontecido comigo. Apenas meneei a cabeça negativamente e a apoiei em seu ombro. Continuamos dançando, sem nos importar se estávamos no ritmo da música ou não – porque não estávamos, já que estávamos quase parados, nos movimentando levemente de um lado para o outro, mas sem nem ao menos sair do lugar – curtindo ali, aquele momento só nosso.

Até que Richard começou a sussurrar a música em meu ouvido, diminuindo um pouco a velocidade e a batida da música:

- Carolina, you will have to forgive me... Carolina, this is just my tendency. Forgive me.

(Carolina, você vai ter que me perdoar… Carolina, essa é apenas minha tendência. Me perdôe.”

Quando levantei o rosto, Richard aproximou e a próxima coisa que senti foram nossos lábios se tocando. Em um segundo, ele estava sussurrando em meu ouvido, e no outro, estava me beijando. Entreabri os lábios enquanto Richard dava leves mordidas em meu lábio inferior, logo em seguida voltando a atenção a explorar minha boca delicadamente com sua língua. Não sei quanto tempo ficamos ali, nos beijando. Mas quando paramos, não o encarei. Apenas segurei seus ombros, voltando a apoiar meu rosto ali, fechando os olhos e comprimindo os lábios. Meu coração saltitava.

Terei que me despedir de Richard.

E eu não fazia idéia que essa não seria a última vez que meu coração ia doer tanto por aquele homem.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a tooodos por terem lido Vocês me fazem muito feliz. ♥
Ah, e reviews né?