The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 82
Capítulo 30 - Inesperado




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O primeiro dia da minha segunda vida findava-se e ainda não me fora permitido encontrar Bella e Angel; por algum motivo seus maridos, Edward e Jacob, pareciam receosos com essa reunião. Tudo girava em torno dessa  semelhança física que nos unia e que ninguém sabia explicar ao certo. Carlisle me contou sobre a teoria de Theodore, porém havia muitas peças faltando e até mesmo eu não conseguia assimilar tantas hipóteses. Theodore já fora um Garou, porém há muitos anos havia deixado Jean e pelo que me lembro das estórias de tia Maggie, não foi uma partida muito amigável. Aliás, me lembro que Theodore e sua esposa, Janet, eram considerados desertores na comunidade por terem discordado do julgamento de um outro lobisomem, Nathan Fischer, que fora condenado por traição a Jean. Mas tudo isso aconteceu há muitos anos atrás, numa época em que eu sequer havia nascido. Meu nascimento era outro ponto obscuro na historia dos Loup Garou, Jean nunca permitiu que os detalhes viessem a tona e nem mesmo tia Maggie fora capaz de me contar ao certo sobre minhas origens. Tudo que sabia era que minha concepção foi fruto de alguma experiência genética de Jean. Theodore acredita que eu sou uma espécie de clone de Bella ou Angel baseado na carta que tia Maggie pediu que eu lhe entregasse. No entanto, os detalhes como sempre não me foram revelados.  Mas nada disso conseguia explicar a crise que passávamos agora: as irmãs Swan continuavam inconscientes. E o clã juntamente com o Conselho Quilleute havia decidido que nosso encontro estaria suspenso até que fosse seguro.

Eu não pude discordar, na verdade, não pude ao menos contestar, pois hoje sei que ninguém está seguro ao meu lado. Eu vi o lado escuro de Damon e mesmo assim o aceitei, e com isso aceitei o meu destino. Ser como ele, ser o que ele é. Um Nosferatus. E com isso, abri mão do que me era mais querido: Dorian. Desde meu ataque histérico não havia nem sinal de Dorian.

Depois que ele deixou o quarto, me acalmei com bastante facilidade e meus pensamentos se ordenaram de uma forma inédita e surpreendente.  Agora sei que meu amor por Dorian é algo com que terei que aprender a conviver enquanto essa minha existência permitir, não sei ao certo quanto tempo me apegarei a essa decisão, mas sei que esse é o melhor caminho, para Dorian ao menos.

Como acordar as irmãs Swan é outro enigma que tenho que decifrar. Existe algo que nos une e de alguma forma uma vozinha dentro de mim me diz que eu sou a chave desse mistério. Mas como? O que eu posso fazer? E novamente, Damon... Damon saberá o que fazer, eu sei. Mas qual será o preço que ele cobrará dessa vez?

Meus devaneios me levaram até altas horas da noite e só me dei conta do silêncio da aldeia quando Josh passou pelo quarto para dar boa noite.

_ Se ficar com medo você me chama?

“Oh, Josh!” eu pensei e sorri “Tão inocente...”. Mal sabe ele que o perigo espreitará o seu sono durante essa noite, e ele é quem deveria estar com medo. Sinceramente não duvido de meu auto controle, a sede é imensa, mas eu ainda sei diferenciar o certo do errado. E mesmo assim... é só que... só... só não sei do que sou capaz. Eu preciso falar com Damon!

 “Damon...”

“Damon, onde você está? Eu sei que pode me ouvir...”

“Damon!!”

Nada. O silêncio era mortal.

“Droga! Vou ter que sair para te procurar! Damon, quando eu te encontrar você...” o pio de uma coruja interrompeu meu monólogo silencioso. Era branca e enorme, seus olhos vermelhos cor de sangue me encaravam furiosamente, humanamente furiosa e então me lembrei que já havia visto essa ave antes. Foi na floresta proibida, poucos antes de Josh cair da macieira e se machucar. Mas antes que eu pudesse ter qualquer reação, ela abriu as longas asas alvas e decolou para a escuridão da noite. Sem pensar duas vezes, eu me levantei e com um leve toque no chão impulsionei meu corpo para fora da janela.

“Isso até que suas vantagens...” conclui.

Eu atravessei a aldeia toda em segundos e sequer senti meus pulmões suplicando por ar, nem mesmo meus batimentos haviam alterado. “Não vai ser tão fácil escapar dessa vez, sua pilantra. Você me paga pelo que fez com meu Josh!”

Procurei por cada canto, cada janela e telhado da aldeia em que ela pudesse se esconder, mas não havia nem sinal do animal sinistro. Então seu pio direcionou minhas buscas. Ela voou em direção as cavernas da praia mais distante de La Push e sumiu na escuridão da noite como um fantasma. Meus pés  responderam antes que meu cérebro e aceleram os passos na perseguição, a minha frente a entrada da caverna de Damon.

“Então... mais uma de suas peças, Damon?”

Atravessar a passarela sinuosa que levava até a clareira foi fácil dessa vez, foi até divertido.

_ Daaamon? – chamei em um tom de zombaria – Estou aqui... o que o você tem para mim essa noite? 

Sem respostas, agucei meus sentidos ainda mais com um simples rearranjo de posição. Firmei minha visão e meus olhos enxergavam todos os detalhes que o breu normalmente esconderia como se fosse um dia  claro de sol. Então meu olfato detectou o odor de rosas mortas e confirmaram sua presença.

_ Ora, vamos Damon! – exclamei, dessa vez irritada – O amanhecer
vem em poucas horas e tenho que estar de volta a aldeia antes que percebem minha ausência. Não tenho tempo para brincadeiras agora, preciso conversar com você. Damon! – gritei e senti o ar vibrando ao meu redor.

Uma gargalhada abafada ecoou pelo salão da caverna em resposta, quase imperceptível, parecia o riso de uma criança travessa antecipando uma arte. Eu me virei, procurei por todos os lados e meus olhos vasculharam cada canto, mas não havia ninguém. A gargalhada voltou, mais alta e sinistra dessa vez, eu tentei descobrir sua origem, mas parecia vir de todas as direções. Minha mente processava cada nova informação, meus olhos focavam cada sombra e meus ouvidos se concentravam em cada ruído. A mina d’água escoando para a lagoa, o ar entrando e saindo pela clarabóia acima, até a fraca luz da lua parecia emitir algum som. Mas não havia insetos, não havia animais, parecia não haver vida alguma dentro daquela caverna.

A morte está presente.

“Coruja branca... a ave caçadora... caçadora...” as palavras vieram a minha mente sem aviso como se tivessem sido postas por alguém. Senti um calafrio percorrendo minha espinha e mesmo sem entender o porquê meu corpo se posicionou para o ataque.

De repente havia uma figura nas sombras. E mesmo com minha incrível nova visão, meus olhos se esforçaram para focá-la com a fraca e tremulante luz. A figura tomou forma devagar, era uma mulher vestida num lindo vestido branco esvoaçante, seu rosto era perfeito e harmonioso,  pálido como uma escultura de gelo. Mas havia alguma coisa errada, seu rosto parecia subitamente distorcido.

_ Olá, Ivy... – a mulher sorriu, um tímido sorriso maquiavélico – Você não é tão estúpida como pensei.

Sua voz era suave e doce. Se sons tivessem cores, sua voz seria prateada. Como seus cabelos claros e os cílios de seus olhos. Havia  também flashes de luzes prateadas em seu vestido conforme ela ia se movendo, aproximando-se de mim.

Senti minha garganta arder como se tivesse gritado meus pulmões para fora, minha boca secou e senti uma sede enorme.

_ O... o que... quem é você? – gritei tomada pelo pavor.

Ela sorriu. Um sorriso predatório dessa vez o que acendeu seus olhos profundamente vermelhos fazendo-os parecer ainda maiores.

Esses olhos...

“Coruja branca... a ave caçadora... caçadora...” as palavras vieram novamente.

_ Quem é você?  


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