The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 81
Capítulo 29 - A Garota de Damon




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_ Ivy? – Uma voz ecoou alto pelo quarto, chegando até os ouvidos mais distantes. Senti meu corpo todo arrepiar-se e meus olhos lacrimejarem ao ouvi-la. Pisquei os olhos para tentar entender a sensação crescente que tinha em meu peito a cada palavra pronunciada por aquela voz tão familiar – Ivy? Oh, Meu Deus! Ivy?

Tentei responder, mas não consegui achar minha voz. Era tão estranho ter alguém realmente interagindo comigo, ver e ouvir alguém conversando comigo, já havia me acostumado a solidão de ser uma simples expectadora em minha própria vida. Meus olhos se encheram de lágrimas e transbordaram dessa vez, eu apenas olhava para o menino confusa, depois olhava para minhas mãos, para meu corpo, como se não reconhecesse a mim mesma.

_ Ivy? Você está bem? – Josh repetiu, ainda mais alarme em seus olhos de menino que quase não conhecia mais – Você me reconhece? Sou eu... Josh.

_ V... v... você... cresceu... – foi tudo que consegui balbuciar.

_ Já passou bastante tempo, você sabe? – ele respondeu com um sorriso em seu rosto. “Ah, aí está você... esse sim é o meu Josh” pensei e soltei um sorriso fino em resposta. – Vô? Vovô? Venha! – o menino gritou sem tirar o olhar de mim – Venha!

_ O que é, garoto? - Uma voz masculina projetou-se do corredor sibilando como um espírito errante, o som de passos apressados parecia ecoar em minha mente – Oh, Ivy... – Paul murmurou e seu rosto se encheu de alegria em seguida – Bem, você finalmente acordou, minha jovem!

Minha visão ainda estava embaçada e minha mente ainda um pouco confusa, mas eu queria me levantar, queria alcançar Paul lhe dar um abraço. Perdi o equilíbrio e teria caído, não fosse por Josh segurando meu braço. Sentia o coração bater forte e algo inexplicável parecia se apossar de mim, um sentimento de que nada mais faltava, um sentimento de alegria e satisfação indescritível. Era tão bom estar de volta. Envolta nesse sentimento, pude perceber mais pessoas adentrando o quarto: o velho Embry, Quill, Simon, Liam e até o ancião Jared se espremia para participar. Foi quando notei um homem vestido de forma diferente dos outros. Ele trajava paletó marrom, um pouco pesado para o calor de La Push, mas era elegante e discreto, possuía alguma coisa metálica em torno do pescoço e uma maleta na mão.

_ Bom dia, Ivy. Como está se sentindo? – a voz calma e serena só podia pertencer a uma pessoa. A sensação de plenitude, porém, não vinha dele, mas de todo lugar.

_ Acho que estou bem, Doutor Carlisle.

_ Humm... – foi tudo que deixou sair, olhou diretamente em meus olhos e de alguma forma Carlisle parecia saber que já nos conhecíamos. Ele mediu minha pressão, checou meus batimentos – Bom... bom... – meus olhos e meus reflexos – Realmente muito bom. Acho que esta pequena está pronta para se levantar.

_ Você está certo disso, Carlisle? – vinda da porta outra voz questionou, foi só então que notei o outro homem parado na entrada do quarto – Acredito que alguns testes seriam mais prudentes antes de...

_ Olá, Doutor Theodore – o interrompi e um rápido traço de surpresa correu o rosto de Theodore tão discreto quanto a troca de olhares com Carlisle que só eu pude perceber – Eu realmente estou me sentindo bem.

Theodore sorriu e incentivado por Carlisle pareceu mais confiante.

_ Assim percebo, minha cara Ivy. Mas você se importaria se coletássemos uma amostra de sangue?

“Uau! Direto ele, não?”

_ Sa... sa... sangue?

_ Ora, Doc! – respidou Josh – Ivy não gosta de sangue!

Bem, na verdade, gosto sim... e gosto muito. Só o som da palavra já me enchia a boca de água. Mas eu não sabia como revelar esse meu novo hábito sem causar ultraje nos Quilleutes.

_ Eh... será que poderíamos deixar isso para mais tarde? Estou com tanta fome que poderia comer a aldeia toda agora... – eu ri estranhamente calma com a ironia do que dissera.

_ Claro... mais tarde então.

_ Onde ela está? Onde ela está? - ouvi novamente passos, mais nervosos dessa vez – Ivy? – Os passos pararam – Você...

“Dorian...” pensei, fechei o punho e segurei-me para não me atirar nele. Fechei meus olhos por um momento, me deixando levar pelo fluxo de  pensamentos na minha cabeça que acabou me levando longe demais, talvez mais longe do que eu aguentaria. Lembrei-me de como me senti quando vi a  preocupação verdadeira nos olhos dele, de como foi inebriante abraçá-lo e sentir o seu cheiro. Então a voz de Damon ecoou na minha cabeça me lembrando que finais felizes não existem, pelo menos não para garotas como eu. “O que foi que eu fiz?” e foi como uma faca gelada atravessando meu peito, destruindo o que ainda restava de esperança em mim.

“Eu não posso mais, me desculpe, Dorian! Eu não sei por que fiz isso... me desculpe, eu não posso mais!”. E o mundo ficou com um pouco menos de sentido, talvez porque o que seria um amor crescendo dentro de mim tivesse sido destruído tão bruscamente, talvez porque isso me trouxe uma perspectiva de solidão que me arrasou. E quem sabe não foram as duas coisas que me deixaram com lágrimas nos olhos e um desejo de ser diferente.

Eu havia traído Dorian, o amor da minha vida que depois de tanto tempo havia finalmente se declarado para mim. Que mesmo ali, diante de todo mundo, já não escondia mais que esse sentimento era avassaladoramente recíproco. Mas eu não o merecia, eu cedi a  tentação de Damon e era uma pessoa diferente agora. Eu me sentia mais forte, tão forte como nunca me senti antes, mas havia algo escuro dentro de mim. Algo perigoso e sombrio que não era digno do amor que Dorian sentia por mim.

Como dizer a pessoa que se ama que você é um ser das trevas, o pior de todos que ele conhece? Como posso pôr em palavras o desejo dilacerante que sinto pelo seu sangue? E que com um simples estalo, posso dilacerar seu corpo inteiro. Não, eu não posso mais. Pertenço a Damon agora, porque sou como ele. E agora eu sei que se algum dia eu ainda olhar para Dorian sem sentir um grande aperto no coração, então vai estar tudo bem. Mas não sei se isso vai acontecer tão cedo, ou se isso um dia vai acontecer, porque não me lembro se alguma vez senti algo tão forte por alguém e tão rápido, ou achei tão fácil precisar de alguém.

Ouvi os passos de Dorian mais próximos e rapidamente cobri as ouvidos com as mãos e pressionei tanto que pensei ser capaz de quebrar meu próprio crânio. Meus cabelos estavam secos e como sempre caiam sobre meu rosto em alguns fios, mas ao menos meu rosto estava coberto e a vergonha não ficava tão aparente. O som dos passos ecoava em minha mente. E me perturbavam. Estava sentada sobre uma cama de solteiro e tudo que eu queria era estar sozinha de novo, me esconder de tanta vergonha, minhas mãos pressionavam minha cabeça que em impulsos repentinamente doía com uma violência inacreditável.

_ Ivy? - ele se aproximou – O que houve? Sou eu... Dorian...

O medo entranhava-se aos poucos e arrepiava os pelos de meu braço, “Vá embora...” pensei ao tirar as mãos da cabeça, os sons dos passos pararam, olhei para os lados e vi todos espantados com minha reação. Me sentia envolta por trevas e tudo começou a rodar.

_ Vá embora! – gritei com certo tom de pânico em minha voz. – Vá embora! Eu não quero ver você! - minha voz ecoou por repetidas vezes até transformar-se em um simples sussurro.

“Minha garota!” – a voz de Damon suspirou em êxtase na minha cabeça e eu quis gritar.




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