As cores do meu mundo escrita por Lice Tribuzy


Capítulo 12
O momento


Notas iniciais do capítulo

E aí está mais um dos meus capítulos românticos e dramáticos



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Era sexta a tarde. Estava louca de tanto tentar encontrar uma roupa boa para vestir. Não podia ser qualquer roupa, tinha de ser “A roupa”. Talvez Will tenha se esquecido que nosso aniversário é sábado e tenha achado que é hoje, portanto eu devo me arrumar muito bem, só por precaução mesmo. O que devo usar? Vestido? Saia? Calça? Minha cabeça está quase explodindo de dúvida.

–Calma Elena! –grita Simone – Nós vamos encontrar algo pra você vestir.

–Já sei sua maquiagem e cabelo! –exclama Clarice.

–Achei o sapato perfeito... –diz Simone.

–Tudo bem, mas e a roupa? Como você pode achar o sapato se não tem a roupa, Simone? –grito do banheiro, pegando toda a maquiagem que tenho.

–Perfeito! –grita Clarice –Achei uma roupa linda, veja –diz ela apontando para uma saia preta longa de renda.

–O que? Não posso usar isso. –digo.

–Por que não? É lindo. –diz Simone.

–Pode até ser lindo, mas eu não vou usar isso. Não é a ocasião certa para isso e além do mais, essa saia nem é muito a minha cara.

–Então será um vestido – diz Simone tirando um vestido vermelho com um decote e renda.

–Que vestido lindo, Elena! Você vai ficar linda com ele, amiga! –diz Clarice – E com os sapatos que a Simone pegou, a maquiagem que farei e o penteado, ele vai gamar em você mais ainda.

Tomei um banho e logo depois, Clarice escovou meu cabelo e fez mais uma de suas mágicas com cabelos para que eles fiquem divinamente perfeitos. Vesti então o vestido vermelho, calcei os sapatos com brilhantes e Clarice finalizou sua obra com uma maquiagem forte e ao mesmo tempo dócil; perfeita para noite, combinando comigo e tudo mais.

Estava tudo pronto. Eu já estava pronta. Apenas um pouco nervosa e nem sei ao certo a razão, porque já saí com Will inúmeras vezes e converso com ele todos os dias, mas parece que hoje o dia será diferente, hoje eu o terei a um mês – ou quase um mês.

–Elenaaaa! –grita Clarice correndo para o meu quarto – Ele está aquiiiii! E está aguardando você na sala! –ela diz já com falta de ar de tanta alegria. Estava saltitando no quarto. Clarice parecia mais ansiosa que eu para esta noite.

–Esta é a sua deixa, querida! Arrase. Boa sorte e bom encontro. Você vai se sair bem. Está linda, Elena. –diz Simone. Nunca a vi deste modo. Com esse olhar de orgulho, falando tão séria.

Então lá vou eu, com a coluna ereta e firme, contendo a adrenalina e a aceleração no coração. Saio do quarto e vejo Will sentado no sofá, de costas para mim. Ele estava conversando com a minha mãe. Chego ao seu lado e ele se levanta.

–Elena... –começa ele boquiaberto – você está... hm... muito linda –diz ele vindo abraçar-me.

–Obrigada – digo sorrindo –Você também está muito lindo, William.

Will estava usando um terno preto, uma blusa branca e uma gravata preta. Estava mais lindo do que já é. A roupa que usava realçava a cor azul de seus olhos.

A conversa para por um momento e eu olho para minha mãe, ainda na sala olhando para nós. Ela estava tão alegre quanto Clarice.

–Bom, então vamos, amor? –diz Will esticando sua mão para que eu a pegasse e o acompanhasse.

–Claro. – digo – pegando em sua mão – Mãe, eu ficarei bem.

–Eu sei que sim, querida. Aproveite sua noite. Você está linda – diz ela me abraçando e dando-me um beijo no rosto – Cuide bem dela, Will.

–Pode deixar, senhora. Ela estará segura comigo. Até logo.

Entro no carro. Novamente, me sentia amada, me sentida dele.

–Para a balada – digo já achando meio estranho irmos para uma boate para comemorar nosso suposto mês de namoro.

–Isso mesmo.

Assim que chegamos lá, ainda na entrada, olhamos aquele local cheio de adolescentes bêbados e podíamos, ainda do lado de fora, ouvir o barulho alto da música eletrônica. Olhamos uma para o outro. Will fazia uma careta de medo.

–Certeza? –pergunta ele apontando com o dedão para a boate.

–Não. –respondo fazendo também careta.

–Que tal irmos para um local mais... humano?

Acabo rindo.

–Acho uma ótima ideia.

Voltamos para o carro.

–Acho que somos os únicos adolescentes que mentem para os pais dizendo que vão para uma balada, mas na verdade vão para um bar – diz ele.

–Definitivamente somos os únicos. Então, para qual bar iremos?

–Conheço um aqui perto da praia, o que você acha?

–Parece uma ótima ideia.

Chegamos ao bar e sentamo-nos em uma mesa com uma vista espetacular para o mar. Não estava frio, mas também não estava quente; o clima estava perfeito, em uma temperatura ótima.

–Will, você ainda sabe que hoje é quinta-feira, não sabe?

–Claro que sei... por que você me pergunta tanto se hoje é quinta-feira?

–É que... bom... ah eu não vou dizer.

–Por que não?

–Não é algo que eu deva dizer...

–Então você não deve dizer pra mim que nosso aniversário de um mês não é na quinta, mas sim no sábado?

Sinto minhas bochechas corarem.

–Como... como... como você sabe?

–Elena... eu sou seu namorado, não sou? Eu te amo e é meu dever saber de datas especiais entre nós dois e eu sei que nossa data é amanhã.

–Não estou entendendo. Se você sabe que não é hoje e que não posso sair amanhã, por que saiu comigo?

–Por que você saiu comigo hoje se sabia a data certa?

–Ah, achei que você havia se enganado e achasse que o nosso aniversário fosse hoje...

–Tudo bem, mas por que fez isso?

–Porque eu te amo.

–Exatamente. E o que mais...

–E... eu confio em você.

–Isso mesmo – diz ele sorrindo.

–Continuo sem entender a sua lógica, Will.

–Eu chamei você para sair hoje porque assim eu poderia passar mais tempo com você, poderei passar os primeiros segundos, minutos e horas ao seu lado na nossa data. Podemos passar a noite e o dia juntos na data certa.

Fico olhando para ele, tentando absorver o porquê de ele ter feito essa loucura.

–Surpresa...? –pergunta abrindo os braços.

Acabo daquela pose, das razões dele, do seu sorriso e seu jeito gracioso de ser.

Passamos horas naquele bar, conversando, rindo e beliscando algumas coisas que pedimos. Depois, fomos andar na praia. Andamos na areia. Tanto eu, quanto ele, estávamos sem nossos sapatos. Meu cabelo já havia soltado do penteado e o cabelo de Will já estava todo bagunçado, seu terno aberto e a gravata apenas pendurada em seu pescoço.

Ele andava olhando para o celular.

–Posso saber o que está fazendo olhando nesse celular de minuto em minuto? Está esperando alguém por acaso? –pergunto.

–Está com ciúmes, Elena? –diz ele com um olhar malicioso.

–Não – digo orgulhosa, mesmo sabendo que sim, estava com ciúmes. Apesar de deixar Will livre para sair com quem quisesse e conversasse com quem bem entendesse, tinha ciúmes. Ciúmes de vê-lo com outra garota. Na verdade, tinha medo. Medo de perdê-lo para alguém, medo de não o ter mais ao meu lado, medo de desaparecer o amor que tenho por ele.

–Então não precisa saber. Se não tem ciúmes não vai se importar.

–Claro que preciso saber. Sou sua namorada e tenho sim ciúmes de você!

Ele sorri. Viro o rosto para o outro lado.

–Ei... não tem do que ter medo, eu estou aqui. E se quer saber, não estou esperando ninguém.

–Então por que você fica olhando para o celular?

–Bem... é porque...

Ele para.

–Will? –pergunto – Will...? Está tudo bem?

–Parabéns para nós! –grita ele em plena a praia no escuro.

–Will –digo rindo –enlouqueceu?

–Veja! –diz ele mostrando seu celular –São exatamente meia-noite e um, isso significa que hoje é o amanhã de ontem.

–Will –continuo rindo -, do que diabos você está falando, garoto?

–Hoje é sábado, Elena. –ele avança em mim, agarra minha cintura, levanta meu corpo e quando toco novamente ao chão, nos beijamos. Coloquei meus braços sobre o pescoço dele. Aquele beijo estava mais quente e gostoso que todos os outros. Estava me sentindo cada vez mais próxima dele.

–Parabéns para nós... –sussurro de volta no ouvido dele.

Saímos da areia e fomos para a calçada. Andamos por um bom tempo.

–Lembra como nos conhecemos? –pergunta ele.

–Em uma festa infantil. Tudo por causa da sua amiga que colocou você na minha mesa.

–Minha amiga? Eu não faço ideia de quem é aquela mulher. Achei que você a conhecesse.

–Eu nunca a vi na minha vida – digo rindo, mas assustada.

–E depois nos vimos na padaria. Você estava linda na padaria. Estava brigando sozinha porque não tinha pães para você comprar.

–Mas é claro! Eu desloquei-me de casa para ir para a padaria, local onde, convenhamos, deveria haver pão, chego lá e não tem nenhum? Não pode isso.

Will gargalha.

–Estava saindo fumaça da sua cabeça aquele dia. Bom, mas pelo menos eu estava lá para acolher você.

–Fez muito bem de aparecer por lá.

–Por causa disso aqui estamos nós, andando na praia, namorando a um mês. Jamais me cansarei de dizer isso.

–Você parece uma criança que aprende a dizer uma palavra e a repete inúmeras vezes.

Ficamos ali, conversando sobre tudo, todos e sobre nós por horas. Já eram duas e meia da manhã quando decidimos ir embora. Na verdade, quando eu disse a Will que precisava ir para casa.


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Notas finais do capítulo

Comentem, pessoal! Não sejam fantasmas! Critiquem quanto quiserem, essa história é para vocês, leitores :3



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