Topo do mundo escrita por Timeless


Capítulo 28
...Delas ninguém Escapa.


Notas iniciais do capítulo

Olá meu caros leitores
*desviando de balas, facões, armas de fogo, armas brancas, etc*
Eu sei, eu sei. Vocês estão me odiando. Talvez, só talvez, eu tenha sido um pouco má. Mas, quer saber eu ainda não fui má o suficiente ainda. Se vocês já me odiavam, agora. Vão querer que eu morra bem lentamente e da pior forma possível. Buhahaha, leiam, se ousarem...- A ESCRITORA MALÉVOLA.



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Pov Baymax

Eu fui ativado para resgatar o Hiro. Foi quando Rô apertou o botão lateral do seu capacete, ele me chamou e, como resposta, fui salva a quem fui chamado. Uma das atualizações fora um botão de resgate imediato; ela tinha fracamente pronunciado o nome de quem precisava ser resgatado, nesse caso, Hiro. Eu iria salvá-la também, porém não deu tempo assim que eu o soltei no chão em segurança, tudo desabou em cima dela após o disparo da flecha. Puxei Hiro tempo o suficiente para salvá-lo. Os escombros caíram sobre a porta formando uma espécie de muro. Ele começou a abrir os olhos piscando os mesmos freneticamente. O mesmo se levantou do chão, já que caiu por causa do impacto. Assim que retomou os sentidos por completo, levantou-se e correu até o que era a porta. Tirou o capacete, o jogando no chão com certa brutalidade. Ele ficou encarando a porta como tivesse esperança de algo sair do meio de tudo. Meus registros e análise mostraram grande aflição, seguido por concentração de tristeza profunda. A sua expressão era de horror e profundo desespero e desapontamento, eu sabia o motivo de tal estado: Rose, a mesma não teve chance de escapatória. Ele colocou a mão sobre o que era a porta, tirando a mesma em seguida. Um silêncio agonizante pairava pelo ar, ninguém tinha coragem de fala absolutamente nada. Até Honey tomar coragem e se pronunciar:

— E, cadê a Rô? — Ela indagou com preocupação no rosto e na voz, como já soubesse a resposta para a pergunta. Hiro se virou, respirando fundo, estava se segurando para não chorar. Ele nunca mais tinha sentido dor tão intensa. E não era física, e sim, outro tipo de dor. A pior dor possível: A dor da perda.

— Ela…deu uma vantagem pra gente. — Afirmou com um olhar triste deixando todos imediatamente em estado de choque. Ele tinha lágrimas nos olhos avelã. Hiro estava sofrendo assim como todos incluindo eu. Gostava da Rose.

— Vamos fazer isso até o fim. O sacrifico dela não será em vão.— Disse ele firmemente a todos que assentiram com a cabeça. Prosseguimos apesar de abalados. Mas, eu não podia deixá-lo assim nesse estado. De acordo com meus procedimentos, falar o que sente ajuda, mesmo que um pouco, a aliviar a dor.

—Hiro eu sinto muito. Ela era uma boa amiga. Quem sabe ela não está viva?— Tentei soar o mais otimista possível. Apesar de ser 99,9% impossível de isso acontecer.

— Eu realmente acho impossível Baymax. Ninguém sobrevive a um desmoronamento. E não é só isso, não cumprir minha promessa. Ela não era só uma pessoa — Ele deu um sorriso tristonho — Eu nunca vi nada, nem ninguém, igual a ela. A Rose …—os olhos dele brilharam de emoção, uma emoção explosiva, uma emoção forte, algo avassalador que sentia, um sentimento forte — era, e sempre vai ser, mesmo que seja só pra mim, simplesmente única.— O mesmo me respondeu com certo tom de diferente na voz. Como se o seu coração pulsa-se diferente.

— Pela análise vocês eram bons amigos, e bem chegados.—Disse dando ênfase a chegados Me fale com se sente, falar dos problemas, ajuda a descarregar os problemas. Ele ficou meio embaraçado, mas respondeu em seguida.

—Bom, eu via alguém totalmente diferente. A Rô era uma pessoa que passou por tanta coisa mas, nunca deixou de ser alegre. Sempre via o lado bom, porque sabia que piraria se fosse só negativa. Corajosa ou maluca? Eu não sei diferenciar. Mas, ela sempre escutou. Assim como sempre teve opinião. Você sabe como ela é geniosa, ou pelo menos, era. Não acredito que aquela maluca fez isso. Baymax você, realmente acha que ela pode estar viva? O Tadashi não teve nem chance, parece que a vida quer tirar tudo de mim. Eu… sinto falta dela.— Ele começou a lacrimejar— Muita falta dela. E era nos olhos daquela maluquinha que eu via tudo.— Disse me deixando curioso.

— Como assim?— Indaguei a ele. Que parece que tinha acabado de cai em si no que acabara de dizer. Estava muito estranho.

— Bem. Porque eu olhava naqueles olhos esmeraldas que eu via tudo. Dizem que os olhos são as janelas da alma. Ela era uma pessoa que valia a pena. Alguém que eu … gostava de lutar.— Concluiu com a voz trêmula.

— Poxa, eu não sabia que você se sentia assim.— Gogo se manifestou dando um susto em nós.

— E-e-eu não sabia que vocês estavam escutando. Falei alto demais?— Indagou envergonhado.

— Eu diria que quase gritar seria o correto. Digamos, no quesito discrição, você realmente é horrível. Enfim, eu também gostava dela. Mas, foi uma escolha que ela fez, Hiro.— Gogo suspirou pesarosamente— E você, melhor do que ninguém, deveria saber que ser super-herói é muito mais do que usar uma capa. Você deve está sempre pronto pra tudo. Inclusive, abrir mão de sua vida por um bem maior. E as vezes, um bem maior só pra você. Já parou pra pensar que ela quis fazer isso, não porque era o único jeito, mas porque ela estava aceitando mais a ideia que era melhor isso acontecer a ela do que a você?— A mesma perguntou.

—Eu tô bem confuso.—Ele pronunciou cabisbaixo.

— Vocês tinham tempo, pouco, mas tinham. Ela sabia do seu raciocínio rápido e tudo sobre matéria viva e componentes. Não acha que o que a Rose realmente pensou foi que era melhor não arriscar. Ir logo no mais seguro. Evitar riscos, mesmo o preço sendo alto. Nunca se tocou que ela gostava tanto de você a ponto de se assegurar que nada acontecesse com sua vida? — A pergunta deixou ele nervoso. O sangue começou a ficar quente, e os nervos trabalharem mais rápidos.

— O ponto é: A escolha foi dela, e quando nossos laços de vivência com alguém são muito fortes, fazemos quase tudo por essa pessoa. Mesmo que às vezes, signifique cometer sacrifícios memoráveis. — Gogo afirmou confortavelmente.

— O Baymax por exemplo— Honey disse pegando o gancho da história que, por sinal, estava ouvindo— Ele optou ficar no portal pra te salvar. Existem coisas que nunca faríamos em plena consciência. Porém, quando alguém muito achegado a nós corre perigo, nem sempre agimos em plena consciência, Hiro.—Conclui dando um suspiro de pesar. Honey sempre tinha visto a Rô como irmã mais nova e agora que ela se foi, ela tinha perdido mais um amigo.

Nós andávamos quietos depois da conversa. Hiro estava mais calado que o normal. Muito possível que está refletindo no que as garotas tinham dito a ele. Volta e meia olhava para os lados como se procurasse uma resposta para as suas várias indagações que tinha na cabeça. Ele sabia disso, eu sabia disso. Um fato o incomodava, e eu tinha quase 100% de certeza que não era só por causa da perda recente da Rose.

— Wasabi—Hiro começou— Você já teve a leve sensação que alguma coisa não se encaixa?—Perguntou ao mesmo.

—Graças a certas pessoas, tive essa sensação por várias vezes.— Ele disse lançando um olhar a Gogo, o que deixou bem claro que era uma indireta.

— Não é exatamente esse “não encaixa”— Hiro disse fazendo aspas com as mãos nas duas últimas palavras— Era como se fatos estivessem fora do lugar. Algo tá me martelando na cabeça. Algo que não consigo desvenda.—Concluiu com uma expressão tristonha novamente.

—Nesse caso não. Eu geralmente tenho uma vida bem organizada. Mas, às vezes ela sempre dá um jeito as coisas ficarem meio malucas. Agora é um exemplo perfeito disso.—Disse compreendendo o estado de espírito do menino.

— Meu caro líder, nunca é fácil assumir a liderança. Ela exige sacrifícios, e nem sempre da nossa parte, mas das pessoas que nós amamos.—Fred disse. Ele é fã de quadrinho até nessas horas, mas, estava certo.

— Hiro, com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades, já dizia o… enfim, e se aplica a todos os heróis maninho. Assim, como ela, cumpriu essa lei dos super-heróis. Mas, no caso me parece ser algo mais profundo. O que você sentia era algo além da… boa linha de amizade? — O mesmo indagou fazendo Hiro enrubescer. Vindo do Fred, acredite em mim, isso era bem estranho. Porém, com um fundo de verdade. No entanto, não vamos nos precipitar. O rosto de Hiro passou de vermelho para pura incredulidade. Não sei se é porque a frase profunda veio dele, ou foi o que ele disse.

—Não é nada disso…—Falou antes de ser cortado.

—Não é isso mesmo? Tem certeza? Você pode me afirmar com plena convicção?—Insistiu olhando miúdo com seus olhos azuis a ele. Outro silêncio. Era como se ele fosse pego de surpresa. O mesmo não sabia o que dizer.

Ele responderia algo, no entanto, o chão começou a tremer violentamente. Tudo começou a se partir em vários locais possíveis e imagináveis.

— Outra armadilha. —Honey gritou no meio do tremor com as mãos nas têmporas.

—Esse lugar tem o quê? Uma pedra filosofal?— Gogo ironizou no meio dos tremores.

— Temos que sair daqui, vamos!—Hiro chamou todos. Corremos pelo corredor, o chão de metal estava se partindo e as estruturas, cedendo. Nós íamos o mais rápido possível, mas com as coisas caindo não ia dar jeito. Plano B.

— Gente, temos que segurar o recinto. Conter as rachaduras, pra tudo não desabar em cima da gente.—Hiro falou no comunicador a todos — Ninguém mais vai sair ferido com eu aqui.—Completou.

—Certo, mas Hiro, e agora?—Wasabi perguntou com voz de pânico.

—Wasabi, você e Gogo vão abrir espaço na frente, a gente precisa ter pra onde correr.— Hiro instruiu os dois de uma forma um tanto irônica, já que é nessas horas que os vilões falam: “Vocês não têm pra onde correr.”

— Honey e Fred me ajudem a consertar o que está caindo tempo o suficiente pra gente conseguir sair. Baymax, vamos.— Hiro falou montando em mim.

Honey arremessou uma bola de alguma substância grudenta, nas rachaduras enquanto corria, era forte o suficiente para segurá-lase não se desprenderem enquanto Fred colava e fundia metais com seus espinhos e fogo, eu e Hiro evitávamos que os escombros caíssem nos dois. Eramos rápidos, mais o desmoronamento era com a velocidade idêntica.

— Pessoal, terminamos de abrir caminho aqui por aqui. Mas vamos logo, tá tudo caindo de novo. Tá difícil conter, andem logo! — Wasabi exclamou com mais uma vez pânico.

— Honey, Fred. Andem, eu vou depois. Vão.— Ele disse falando com os mesmos no comunicador.

— Mas, e você Hiro.—Honey e Gogo indagaram em uníssono.

— Eu vou ficar bem, não se preocupem. Só vão logo.— Respondeu apresado as garotas. Todos foram na frente, olhavam volta e meia para trás. Porém, Hiro insistia que todos eles continuassem correndo.

— Hiro, vem já!— Fred chamou ele desesperadamente. O que foi meio tarde de mais, os escombros acabaram caindo na nossa escapada. Nós dois tinham que achar outra saída e rápido.

— Hiro, Hiro! Você pode me ouvir?— A voz de Honey saiu ruim da conexão do comunicador. A parede impedia o bom contato. A estrutura estava mais fragilizada do que nunca. O tempo estava acabando muito rápido. E, para o nosso azar, isso não era bom.

— Gente eu vou achar vocês e quero que saibam, que não importa o que aconteça comigo. Acabem com essa missão, o cubo está aqui, e caso eu não sobreviva, completem essa missão e consolem a tia Cass por mim. E provavelmente não há mais saída. Mas — Ele lacrimejou— Agradeço por tentarem me manter no caminho certo. Pena que é tarde de mais. Pois é, tchau. — Ele tirou a mão do botão do comunicador.

— Baymax — Ele disse pra mim— Por favor me ajude a provar que eu estou errado. Vamos!

Nós planamos pelo ar, cujo estava caindo tudo, até avistarmos um buraco. Era nossa escapatória. Só que tinha a um problema, era pequena, estávamos sem tempo e tinha de ser agora. Hiro pulou de mim.

— Baymax, você vai, pega o cubo — Ele entregou-o na minha mão — Tem que ajudar o pessoal. — Começou a me empurrar para a saída.

— Mas e você Hiro?— Ele parou, olhou em minha direção, pôs a mão sobre mim e falou:

— Baymax, meu irmão se foi porque tentou salvar alguém. A Rose se foi tentando me salvar. Agora, eu faço o mesmo. E não me arrependo, pois, diferente do meu irmão, essa eu sei que vai valer a pena. E, como a Rose sabia, eu sei que ser herói é muito mais que usar capa. É se sacrificar pelos outros, e você Baymax, é a pessoa que eu quero salvar. Você decidiu sacrificar-se por minha causa, agora eu posso fazer o mesmo. Cuide da tia Cass por mim. E no final… eu vou poder ver a Rose e o Tadashi novamente. — Ele me abraçou forte, chorando como na vez o portal e, em seguida, se afastou de mim indo pra trás até entrar em contato com uma parede e começou a acenar para mim. Um aceno de adeus. Quando passei pela fresta, tudo desabou. E minha alma desabou junto. O pessoal estava lá fora e quando me viram ficaram aliviados, mas a preocupação voltou quando não viram o Hiro junto a mim.

— Baymax, cadê o Hiro?— Gogo perguntou aflita.

— Se encontrou com a Rose e o Tadashi. — Disse carregado de profunda tristeza. Gogo colocou a mão na boca de choque e todos ficaram no mesmo estado. Eu só consegui lembrar das últimas palavras do Hiro no meu comunicado em um tom calmo:

Olá, eu sou o Hiro. Seu agente pessoal de saúde. Qual é a sua queixa? ...


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Notas finais do capítulo

Eu sei, fui muito má. Mas, as surpresas não param por aqui. Vocês vão se surpreender, acreditem em mim, e como a Rô falava : "Tenham fé". Se eles morreram mesmo, só ler pra saber até a próxima se eu estiver viva até lá.