A escolha certa escrita por Achyle Vieira


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Hi people! Feliz Páscoa atrasado.
Desculpem a demora, espero que gostem.



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“Mas todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da vida da pessoa.”

(A culpa é das estrelas)

Quando entrei em casa mamãe e papai estavam namorando no sofá, eles se assustaram quando eu avisei que já tinha chegado, foi até um pouco engraçado. Depois subi para meu quarto e coloquei um dos pijamas que achei. Senti uma vontade enorme de escutar música, já sabia onde tinha CDs, mas não tinha nenhum aparelho no meu quarto onde eu pudesse colocá-los para tocar.

Sai batendo nas portas do corredor do meu quarto até achar o quarto de Nícolas, na verdade eu nem teria gastado tanto tempo se tivesse batido na porta ao lado do meu quarto. Ouvi um “pode entrar” abafado e baixo e logo em seguida entrei.

Voltei para meu quarto depois que Nícolas disse que eu tinha meu próprio notbook, ele estava na segunda gaveta do meu criado-mudo. Peguei um dos CDs de dentro da caixa sem olhar o título, liguei o computador e coloquei o CD pra tocar. Uma música calma começou a cantar. Uma voz doce e feminina cantava, mas alguma coisa me dizia que aquela voz não era a da cantora da música. Quando chegou na parte que dizia “Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está” reconheci a voz. Era a minha voz.

Ouvi todas as cinco músicas que tinham naquele CD e todas eram cantadas pela mesma voz, a minha. Ouvi várias vezes as músicas na esperança de tentar lembrar de alguma coisa, mas não adiantou porque a única coisa que eu consegui foi aprender o refrão delas e acabei pegando no sono.

No dia seguinte acordei com o rosto em cima do teclado do computador, tentei ligar ele mas tinha descarregado, então deixei ele carregando em cima do criado-mudo e fui para o banheiro tomar um banho.

Quando desci para a sala de jantar mamãe e papai estavam tomando café, Nícolas não estava. Parece que ele vive sumindo na hora das refeições.

— Bom dia! – Digo.

— Bom dia! – Papai e mamãe falam juntos.

— Nícolas ainda não acordou?

— Saio cedo dizendo que ia tentar arrumar um emprego. – Mamãe responde.

— Talvez eu devesse tentar arrumar um também. – digo enquanto passo geleia em uma torrada.

— Não acho que seja uma boa ideia. – Mamãe resmunga.

Quando ela vai enxergar que a perda da minha memória não interfere nos meus movimentos físicos? Não lembrar de boa parte da minha vida não significa ficar em casa o dia inteiro tentando lembrar do meu passado.

Termino de comer e me levanto para levar o prato até a cozinha mesmo depois de mamãe dizer que não precisa. Sinto uma dor de cabeça muito forte e minha vista escurece. Lembranças invadem minha mente como imagens.

(Lembranças on)

­— Meu nome é Max. – Ele estender a mão e me olha maliciosamente.

­— Melodie. – Respondo cumprimentando-o.

Ele é muito bonito, um pouco atrevido também, mas gostei dele. Pelo menos meu primeiro dia de aula não está sendo tão ruim.

Obrigada por me ajudar. - falo me referindo aos livros que deixei cair no chão quando esbarrei nele.

Não foi nada. De certa forma foi eu que derrubei.

Um garoto se aproxima dele, mas não presto muita atenção.

Max, a aula já vai começar. - avisa o outro garoto.

­— Já estou indo. – Reponde sem desviar seus olhos dos meus.

Sorrio e desvio o olhar para o chão...

(Lembranças of)



— Filha, você está bem? – Papai pergunta preocupado.

— Acho que sim, – respondo colocando a mão na testa — só... lembrei de uma coisa. Vou para meu quarto.

Deixo eles lá preocupados e subo para meu quarto, precisava ficar sozinha. Onde está Nícolas quando se precisa dele?

Passo o resto da manhã no quarto pensando no que lembrei. Por quê estou pensando tanto nisso? Pareço até uma adolescente boba apaixonada que pensa no gatinho que conheceu na escola. Sei que eu achei ele gato no primeiro dia de aula, mas não é pra tanto.

Ouço batidas na porta e mando entrar. Nícolas entra no quarto e vem pra perto de mim.

— Oi. – Fala baixinho.

­— Oi. – Falo e dou espaço para ele se sentar ao meu lado.

— Está se sentindo melhor?

Deito minha cabeça no ombro dele.

— Ela já te disse é?

— Sim.

— Só tive dor de cabeça. – Passamos alguns segundos calados e sei que ele está esperando que eu fale mais. — Eu lembrei como conheci Max.

— Isso é bom, não é?

— Talvez, mas agora pareço uma idiota. Fiquei pensando nos pensamentos que tive quando o conheci.

— E qual é o problema? Ele é seu namorado, ou pelo menos era antes de você perder a memória, e não vejo mau nenhum em você ficar pensando nele.

Olho para ele surpresa. Essa é nova pra mim.

— Eu era o quê dele? – minha voz sai aguda.

— Namorada.

Mas... E o beijo que eu dei em Alex?

— Há quanto tempo?

— Acho que faz uns quatro anos.

— Quanto tempo faz que Rennata foi pra Argentina?

— Seis meses. Porquê? – pergunta sem entender.

Ai meu Deus!

Agora eu entendi porquê eu repreendi Alex quando ele me beijou na piscina. Não queria que ninguém visse nós nos beijando porquê eu namorava Max.

Que tipo de pessoa faz isso?

Meu subconsciente tem que se meter pra fazer confusão. Mas ele está certo! Se eu ainda namorava Max isso quer dizer que eu o traia com Alex. Agora entendi porquê os dois me chamaram de amor no hospital. Não pode ser! Eu não posso ser esse tipo de pessoa.

Nícolas continua olhando para mim sem entender porquê eu perguntei sobre o intercâmbio de Rennata. Será que ele sabia que eu fazia isso com os dois? Ou pior! Será que Alex sabia?

Claro que sabia! Raciocine! Se sua família sabia que você namorava Max, claro que ele e o resto do mundo sabia! Meu subconsciente berra na minha cabeça.

Droga! Com que cara eu vou olhar para Max agora? Eu tenho que concertar isso. Tenho que tirar essa confusão toda a limpo.

— Mel, você tá bem? Tá com cara de quem viu um fantasma. – Nícolas pergunta ainda confuso.

— Não é nada, só estou com um pouco de dor de cabeça novamente.

— Então vou deixar você descansando aqui e vou pedir pra alguém trazer seu almoço. Está bem?

Concordo mesmo estando sem fome.



Depois de almoçar recebo uma ligação de Alex, fiquei um pouco sem jeito quando falei com ele, não sei se ele percebeu. Ele me falou que a banda dele queria me ver e me perguntou se eu poderia ir para o ensaio deles hoje a noite, hesitei um pouco mas aceitei o convite. Talvez indo aos ensaios deles eu possa lembrar de alguma coisa.

Chamei Nícolas pra ir comigo e ele aceitou. Tive uma ideia para a chegada de Rennata enquanto tomava banho, mas não contei a Nícolas, precisava de uma opinião profissional e decidi perguntar a Alex o que ele acharia primeiro.

Nícolas parou o carro em frente a uma escola de balé, não entendi muito o que balé tem a ver com a banda de Alex, mas isso não é da minha conta. Entramos na escola e vimos uma garota na recepção, ela nos disse que estava apenas esperando por nós e foi conosco até uma das várias salas. Ao longe já dava para ouvir o som da bateria sendo tocada e outros instrumentos sendo regulados.

Alex estava fazendo um solo quando entramos na sala, ele parou de tocar assim que eu me aproximei e abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Oi. — Falou para mim e Nícolas.

— Oi. — falei.

— Podem ficar a vontade. — Disse. — O pessoal já conhece você, mas se quiser posso te apresentar. — Diz assim que Nícolas vai conversar com o baterista.

— É, acho que se você apresentá-los será melhor. — Ele assente e se vira para a banda.

— Pessoal! — Todos param o que estão fazendo e olha para nós. — Vocês já conhecem a Melodie, mas como eu falei a vocês ela não se lembra de algumas coisas. — Ele pausa e depois apresenta-os. — O baterista se chama Michael.

— Oi Melodie — Michel diz e acena.

— O baixista é o Bernardo. — Alex volta a falar apontando para o garoto do baixo.

— Iaê. — Diz Bernardo.

— E a baixinha é a Catharina, ela entrou para a banda dois dias atrás. — Alex aponta para a garota que estava na recepção.

— Pensei que ela fosse a recepcionista. — Nícolas se mete. Será que ele lê meus pensamentos?

— Eu estava apenas esperando vocês. Quem é que vai ensinar balé a noite? ­— Catharina diz.

— Ela fica no violão e faz a segunda voz. — Alex volta a diz vira-se de frente pra mim. — Ela está no seu lugar enquanto você se recupera.

Concordo com a cabeça e volto a olhar para Catharina, ela está me encarando de braços cruzados, acho que ela não foi muito com minha cara, deve estar achando que eu estou aqui para tomar o lugar dela — que era meu.

Eu chamo Alex no canto da sala e pergunto a ele se ele acharia legal cantar uma música para Rennata no aeroporto quando ela desembarcasse, ele acha legal mas não entende porque eu quero fazer isso. Conto para ele que Nícolas estava meio preocupado com a chegada dela e ele entende. Até fico surpresa quando ele diz que sabe que eles sempre tiveram um relacionamento enrolado.

Chamamos Nícolas e perguntamos para ele se ele concorda em fazer isso, ele hesita, mas não consegue esconder a animação. Assim que nós três combinamos a música Alex diz a banda a música que eles cantarão no aeroporto.

Fico um pouco surpresa quando Alex pergunta se eu gostaria de cantar a música com ele.

— Acho melhor não. — É a reposta que dou.

Quando terminamos o ensaio pedi a Nícolas que me levasse pra casa logo, não queria que Alex viesse conversar comigo, não seria justo, Max não merece isso. Se eu ficava com Alex por algum motivo, tenho que saber, mas não agora.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Até o próximo capítulo.
Kiss.



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