A escolha certa escrita por Achyle Vieira


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá amores meus! Desculpem por não ter postado ontem. Agora aqui estou e espero que gostem do capítulo.
Beijooos doces.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/600811/chapter/6

“Às vezes você faz escolhas na vida e às vezes as escolhas fazem você”

(Se eu ficar)

.

.

ACORDEI ASSUSTADA, QUASE caindo da cama. Me levantei e fui ao banheiro, minha aparência não estava nada boa, nem parecia ser eu no espelho. Escovei os dentes e decidi tomar um banho, meu corpo parecia ter passado a noite dentro de uma piscina de suor enquanto minha mente viajava pelo mundo dos sonhos.

Ouvi batidas na porta do banheiro e imaginei que fosse Elise, para me avisar que o café da manhã já estava pronto. Meu estômago roncou avisando que eu precisava de comida. Terminei meu banho e vesti o roupão, ele tem o tecido tão macio que nem dá vontade de tirá-lo.

Saio do banheiro e vejo Nícolas sentado na cama e uma bandeja com meu café da manhã em cima do criado-mudo.

— Pensei que fosse Elise. – Vou até a bandeja e pego um pedaço do bacon que está no prato.

Vou até o closet e começo a procurar uma roupa, pego um short de malha, um poco folgado nas coxas e uma blusa regata de cor azul. Quando sai do closet Nícolas ainda está sentado na cama. Coloco a roupa em cima da cama e sento-me ao lado dele.

— O que aconteceu pra você estar assim?

Ele inspira e expirara duas vezes antes de responder.

— Rennata chega daqui a quatro dias.

— E você está ansioso? – Ele concorda — Você gosta dela?

Ele fica em silêncio por alguns segundos.

— Digamos que sim, mas não me comportei bem com ela esses últimos meses.

Queria poder ajudá-lo, mas a minha infeliz memória não me permitirá ir muito longe.

— Sinto muito por não poder te ajudar, queria poder me lembrar, mas...

— Não se preocupe com isso. Você não tem culpa de nada.

Começo a me perguntar como deve ser essa garota para conquistar meu irmão, não que ele seja do tipo difícil, porquê eu não o conheço bem para dizer como ele é. Mas ela deve ser muito simpática, principalmente se ela for o motivo dos sorrisos que ele deu no hospital.

— Como ela é? – Pergunto com esperanças de conseguir ajudá-lo.

— Linda, animada, cheia de vida. – Seus olhos brilham cada vez mais a medida que as palavras saem da sua boca — Ela é a única que consegue me animar quando estou triste e desanimado. Até os defeitos dela me encantam.

— Isso parece ser amor.

O sorriso some de seus lábios e ele abaixa a cabeça.

— Não. – sussurra — Não pode se chamar de amor algo tão falho como o que eu sinto. Eu errei muito com ela.

— O amor as vezes é falho. – disse e na mesma hora analisei a frase. Tive a sensação de já tê-la ouvido antes.

— Então ela não merece ser amada por mim. – Ele se levanta e vai em direção a porta.

— Onde você vai?

— Vou deixar você se vestir. Mamãe está lá embaixo te esperando. – Diz e sai do quarto.

Comi meu café da manhã primeiro e depois me vesti, não queria sujar a roupa. Olhei a hora e já se passava das 11:00hrs. Quanto tempo eu dormi?

Peguei a bandeja para levá-la para a cozinha, mas acabei encontrando com Elise na escada e ela fez questão de levar. Fui para a sala, onde mamãe e papai estavam, me sentei ao lado deles e fiquei os observando rirem animados, falando das travessuras que eu fazia quando era criança.

O almoço foi delicioso, mas não comi muito porque fazia pouco tempo que tinha comido o café da manhã, Nícolas não almoçou com a gente, o que foi estranho. Quando terminei de comer fui para o jardim, onde eu e Alex tínhamos passeado no dia anterior. Encontrei Nícolas na piscina, me aproximei da beirada da piscina para vê-lo nadando.

Ele sentou na beirada da piscina, perto dos meus pés, quando me viu. Me sentei ao lado dele, cruzei as pernas em forma de meditação e esperei que ele dissesse alguma coisa, mas ele permaneceu calado. Conclui que eu teria que falar primeiro.

— Você não almoçou. – resmunguei baixinho.

— Você percebeu é? – Perguntou com ironia.

— Ei! – Dei um soco no ombro dele — Não seja grosso. – Ele sorri.

— Desculpe. – Ela olha pra mim desconfiado, como se estivesse planejando algo. — Você não quer se refrescar? A água está ótima.

— Não! Estou bem assim. – Respondo, mas acho que ele não me escuta.

Ele se levanta rápido e antes que eu perceba já estou dentro da piscina. Procuro o chão abaixo dos meus pés mas não o encontro, o desespero toma conta de mim e começo a me debater na água na tentativa de que isso me ajude a voltar para a superfície. A última coisa que sinto antes de tudo apagar é alguém puxando meu braço.

(Lembranças on)

Estou dentro da água, nadando dentro de uma piscina.

Mel! Escuto Alex me chamar e meu corpo gira para em direção a sua linda voz.

Estamos em um parque aquático e tem pessoas que eu não conheço dentro da piscina junto conosco.

Entre na piscina Amor, a água está ótima! Peço a Alex.

Alex está apenas com uma bermuda preta de tecido fino, sem camisa. Ele sorri para mim, tira a bermuda e mergulha dentro da piscina vindo ao meu encontro. Ao chegar perto de mim ele envolve seus braços em minha cintura e me beija.

Tome cuidado, Naty disse que viria nos encontrar aqui. Seria constrangedor se ela nos visse desse jeito. Repreendo-o.

Não consigo resistir a você. Ele usa isso como desculpa sempre que eu repreendo seus beijos em público.

Vejo Rennata entrar no meu campo de visão e ela está procurando por nós, me afasto um pouco de Alex e aponto para ela com o queixo. Ela nos vê e acena.

Ela corre até a beirada da piscina com seu sorriso contagiante como se fosse uma criança.

Vocês não vão adivinhar! Grita animada 'Yo' vou para Argentina!

Estou tão feliz por ela finalmente conseguir realizar seu sonho de ir para a Argentina.Tenho certeza que ela vai contagiar aquele pais com sua simpatia.

Ela se junta a nós dentro da piscina e contagia quem está ao redor com sua alegria.

Estou tão feliz! Finalmente vou realizar meu só...

(Lembranças of)



— Mel! Mel!

Abro os olhos, minha vista vai desembaçando aos poucos. Meus pulmões doem e sinto meu corpo impulsionar a água de dentro deles para fora. Nícolas olha pra mim assustado e coloca as duas mãos na cabeça.

— Graças a Deus! Você está bem?

Olho ao redor, um pouco confusa com o sonho que tive, vejo que estou deitada na grama com o corpo encharcado. Agora me lembro que Nícolas me jogou na água. Ele certamente devia achar que eu sabia nadar ao me empurrar.

— Só um pouco molhada.

Ouço a grama ser amassada por passos apressados, mamãe e papai correm na nossa direção.

— Melodie! – Grita mamãe com preocupação estampada em seus olhos.

Papai está mais calmo que mamãe, mas ainda dá pra ver preocupação em seus olhos.

Eles se abaixam e Nícolas se afasta. Tento me levantar, mas mamãe não deixa.

— Não querida, você pode ter quebrado alguma coisa.

Exagerada!

— Estou bem mãe. – Sento-me — Só engoli um pouco de água.

— Onde você estava com a cabeça? — Mamãe pergunta brava para Nícolas.

— Eu não sabia... Eu pensei...

— Tudo bem Nícolas. – Acalmo-o — Você não teve culpa.

Elise se aproxima de nós com algumas toalhas na mão, papai pega uma delas e envolveu meu corpo.

— O importante é que o pior já passou. – Papai tenta acalmar mamãe.

Levanto-me do chão e me aproximo de Nícolas. Ele me examina com os olhos por um momento e se aproxima da piscina, se afastando de mim.

— Você está bem querida? – Papai pergunta.

— Sim, não se preocupe.

Ele assente e leva mamãe para dentro de casa. Aproximo-me de Nícolas novamente, ele está com os olhos vidrados na água.

— Não fique assim, você não teve culpa.

— Como não? Você poderia ter morrido.

— Mas não morri. – Apoiei minha cabeça no ombro dele — Eu tive um sonho enquanto estava desmaiada. – Tento animá-lo mudando de assunto, mas ele apenas balança a cabeça. — Você não quer saber como foi? Rennata estava nele.

Ele olha pra mim e sorrio do seu interesse. Ele realmente deve gostar dela.

— Vamos sair daqui, não quero correr o risco de te afogar novamente.

Subimos para meu quarto e sentamos na cama. Conto como foi o sonho a ele, menos a parte do beijo com Alex. Se no sonho eu não queria que Rennata soubesse acho melhor deixar essa parte oculta.

Nícolas fica espantado, como se eu tivesse falado a coisa mais surpreendente do mundo.

— Oi? – balanço as mãos na frente do rosto dele — Você me ouviu?

— Eu... Eu não acredito. Você lembrou!

Fico confusa. Lembrei?

Quer dizer que aquele sonho na verdade é minhas memórias?

— Lembrei?

— Esse dia foi o dia que você e Naty chegaram aqui dizendo que ela viajaria para a Argentina. Vocês tinham acabado de vir de alguma piscina.

Então se esse sonho que tive foi minhas lembranças o outro também foi. Talvez Nícolas possa me ajudar com isso.

— Você já me viu cantar? – pergunto.

— Sim. Por quê?

— Porque ontem tive um sonho e nesse sonho eu estava cantando. Você acha que podem ser lembranças também?

— Talvez.

— Eu estava em um palco, cantando uma música – Tento me lembrar da letra da música -. A letra dela começava assim: There's a song that's inside ofmy soul – canto igual ao sonho.

Nícolas sorri.

— Você já cantou essa música várias vezes, mas a única vez que você cantou ela em cima de um palco foi no seu aniversário, acho que o de dezessete anos.

Legal. Quer dizer então que minhas memórias estão voltando através de sonhos. Mas não entendo porque não consigo me familiarizar com elas, é como se elas fossem apenas sonhos, e não coisas que eu fiz no passado,



Depois que Nícolas sai do quarto fico pensando nos sonhos que tive até meu celular tocar. Fico feliz por saber que posso atender à ligações mesmo quando ele está bloqueado.

— Alô – atendo.

— Melodie? Sou eu, Max – diz do outro lado da linha.

— Oi Max.

— Estou ligando pra te convidar para jantar comigo hoje.

Será que é uma boa ideia? Talvez não seja tão ruim assim, ele é meu amigo e eu quero muito sair, já passei muito tempo trancada dentro de casa.

— Você pode passar aqui pra me pegar às sete horas.

— O.k, até lá então. Estou com saudades.

Fico sem saber o que dizer. Digo que estou com saudades também? Melhor não.

— Até Max – desligo rapidamente.

Olho no relógio e vejo que ainda são 15 horas, decido ir para o closet mexer naquelas caixas novamente. Vou até elas e começo a mexer em algumas, dou uma olhada rápida em cada uma, no total são sete caixas. Três delas estão cheias de livros, pelo visto eu gostava de ler também. Uma está cheia de CDs e a última tem um caderno – que eu acho que seja uma agenda – e um livro preto de capa dura. Não peguei nada de dentro das caixas dessa vez, apenas tirei as caixas do lugar para ver o conteúdo de cada uma delas.

Separo uma roupa para vestir e aviso aos meus pais que vou sair para jantar com Max, eles não gostaram muito porque acham que eu deveria ficar em repouso, mas não me proíbem.

Às 18:50h já estou pronta e às 19 horas ele chega para me pegar, pontualmente.

— Você está linda – diz e me dá um beijo no canto dos lábios.

— Obrigada! – respondo sem jeito.

Ela me leva para jantar em um restaurante italiano muito elegante. Tenho a sensação de já ter vindo para cá com ele, pegunto e ele diz que sim, que nós já viemos jantar algumas vezes ali. Deixo-o escolher os nossos pratos, pois não entendo nada de comida italiana.

A comida estava muito gostosa, voltaria para jantar ali outra vez sem dúvidas, mesmo que não estivesse acompanhada. Eu e ele conversamos bastante durante o jantar, ele me contou várias coisas sobre ele e eu, bem, falei das coisas que eu gostava, mesmo sem saber exatamente qual era o meu estilo. Algumas coisas ele diz que já sabia – como gostar de pensar sozinha no meu quarto e pedir conselhos para Nícolas – outras não.

Ele me trás de volta para casa sã e salva depois que terminamos de jantar.

—Está entregue – Diz quando para o carro na frente do portão de casa.

Viro-me um pouco no banco para olhar de frente pra ele.

— Obrigada pelo jantar, a comida estava deliciosa.

Ele se aproxima do meu rosto, mas fica perto de mais e eu afasto um pouco o rosto, fazendo-o entender que não quero ser beijada.

— Boa noite – sussurro.

— Boa noite.

Abro a porta do carro antes que eu me arrependa do que fiz. Sei que tivemos uma noite maravilhosa, mas não pude deixá-lo me beijar, não depois de ter um sonho beijando Alex. Se meu antigo eu sentia algo por Alex, talvez eu devesse tentar sentir novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Até o próximo capítulo!
O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A escolha certa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.