A escolha certa escrita por Achyle Vieira


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Como passaram a semana? Espero que gostem do capítulo de hoje. Katrina, será que finalmente o beijo vai acontecer?



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Ele continuou me olhando, esperando minha permissão. Eu estava totalmente confusa, sabia que não podia me deixar levar pela emoção, mas aquilo estava ficando mais forte que eu.

O que é isso? Porquê não fico assim quando estou com Max?

Max.

Não podia fazer isso, não podia agir como se nada mais importasse. Estaria mentindo pra mim mesma.

– Alex, eu não posso.

Me afastei e fiquei de pé para entrar em casa, mas acabei tendo uma daquelas pontadas na cabeça e lembranças invadiram minha mente novamente.



(lembranças on)

Porque eu te amo e vou lutar por esse amor, não importa o que os outros digam. Não estou nem ligando se vão me julgar. Vai valer a pena qualquer acusação contra mim, porque eu estarei sendo acusada por amor. Por amor a você. – Disse segurando seu rosto entre as mãos.

Max vai me odiar pelo resto da vida, Melodie.

Não, por favor, não me chame assim. Me chame de Mel, amo quando me chama de Mel.

Ele olhou pra mim e pegou uma das minhas mãos levando-a até os lábios.

Eu quero ficar com você, mas tenho medo do que Max pode fazer se descobrir.

Ele não vai fazer nada, não estamos mais juntos. Apenas confie em mim e me diga aquilo que eu esperei para ouvir durante todo esse tempo.

Ele desviou o olhar e hesitou por alguns segundos. Depois se aproximou e tocou em meu rosto com as pontas dos dedos.

Eu amo você. – Disse me olhando no fundo dos olhos.

Ouvir aquelas três palavrinhas sair dos lábios dele não poderia me deixar mais feliz. Senti meu coração bater mais forte e minha adrenalina subir. Era a sensação mais boa de todas. Amar e ser amada...

(lembranças off)



Alex me segurou antes que eu caísse no chão. Me pegou nos braços novamente e voltou comigo para a espreguiçadeira e me sentou em seu colo.

– Você está bem? Quer que eu te leve até seu quarto?

Olhei em seus olhos e vi a mesma emoção que vi na lembrança. O amor que ele sentia por mim ainda estava lá, do mesmo jeito que eu tinha deixado. Olhei seus lábios e não consegui resistir mais.

O beijei.

Toquei meus lábios levemente nos dele, acariciando seu rosto com as pontas dos dedos. Pousei minha outra mão sobre seu peito e senti seu coração bater fortemente contra ela. Aprofundei nosso beijo lentamente e então, sua língua invadiu minha boca, pedindo passagem aos poucos. Seu braço apertava minha cintura e a outra mão livre acariciava minha nuca lentamente. Seus lábios tinham gosto de menta adocicada, seu cheiro era amadeirado e masculino.

Esqueci do mundo por alguns segundos e me concentrei apenas em seus lábios, macios como pétalas, que a cada segundo que se passava ficavam mais saborosos. Meu coração estava tão acelerado quando o dele, por alguns segundos pensei que sairia pela boca. Nossas línguas dançavam sincronizadas em uma dança, que por mim duraria o resto da noite.

Senti-me confortável, protegida e... amada.

Paramos quando perdemos o fôlego e então eu caí na real. Me levantei de seu colo e ajeitei meu cabelo. Caminhei de um lado para o outro em círculos, pensando no que tínhamos acabado de fazer. Ele segurou minha mão me puxando pra perto.

– O que fizemos foi muito errado, Alex. Não podemos...

Ele me interrompeu com um beijo.

– Não, não podemos. Mas queremos.

Precisava sair de perto dele, não estava conseguindo colocar meus pensamentos no lugar com ele me beijando. Ele era como uma fonte da juventude e eu, uma velhinha querendo desfrutar da sua água para ficar cada vez mais jovem. A cada toque na água eu queria mais e mais...

– Preciso ir Alex.

Me afastei dele e caminhei para dentro de casa em passos apressados, nem sequer olhei para trás, se o fizesse corria um grande risco de voltar.

Passei pelos meus pais sem ser percebida e me tranquei no quarto. Fui para o banheiro, tomei fôlego e me olhei no espelho. Meus lábios estavam vermelhos e um pouco dormentes.

Você é louca Melodie! Como vai explicar isso para Max?

Expulsei os pensamentos negativos da cabeça e me deleitei com a lembrança do nosso beijo por alguns minutos. Sentei na borda da banheira e toquei meus lábios com a ponta dos dedos. Minha nuca formigava pedindo seu toque. Um arrepio percorreu meu corpo ao lembrar de cada detalhe daquele beijo. Meu coração ainda estava um pouco acelerado...

Batidas na porta do quarto interromperam meus devaneios e pelo jeito das batidas só poderia ser Nícolas. Me levantei e fiquei de frente para o espelho novamente. Qualquer um que me visse saberia que eu tinha acabado de ser beijada. Molhei o rosto e passei os dedos pelos cabelos mais uma vez para assentar mais os fios.



Abri a porta do quarto e um Nícolas nada amigável entrou. Por um momento ele ficou de costas fitando a janela do meu quarto, mas virou-se de frente para mim assim que eu fechei a porta do quarto.

– Não podia esperar ser convidado para entrar? – Perguntei irritada.

– Por que você fez aquilo Melodie?

Ele não deu a mínima para a minha irritação.

– E o que foi que eu fiz Nícolas?

Fui para minha cama e sentei na beirada.

– Você ainda pergunta? Você mentiu pra mim, disse que levaria Rennata ao cinema.

– Ah, claro! A culpa é minha por ela ter visto aquela cena ridícula entre você e aquela... Mulher. Pensei que você tivesse dito que queria se redimir.

– Eu queria me redimir... Eu fui ao shopping com uns amigos para esfriar a cabeça, porque eu estava muito irritado com você. Aí encontrei com a Paloma em uma loja de eletrônicos. Ela deu em cima de mim e os meus amigos começaram a infernizar pra eu acompanhá-la e aproveitar. – Ele falava e gesticulava com as mãos ao mesmo tempo. – Não queria ir parar dentro de uma loja de lingeries com ela, mas quando passamos em frente a loja ela começou a fazer chantagem emocional pedindo para que eu a ajuda-se a escolher uma lingerie com ela.

– E você, como é um grande cavalheiro, a ajudou escolher. – falei seca.

– Você tem que me entender, Melodie! Ela começou a dizer coisas no meu ouvido e eu sou homem. Eu... Eu fiquei louco.

– Isso não é desculpa, Nícolas!

Acabei perdendo a paciência. Como ele teve a coragem de chegar perto de mim e dizer isso?

– Você tem que me ajudar Melodie. Eu faço qualquer coisa pra ter a Rennata de volta. Eu... – Passa a mão pelos cabelos. – Por favor.

– Não. Você não merece a Rennata! E quer saber? – me levantei indo em direção a porta para mandá-lo sair. – Você é um sínico! Foi pouco o soco que ela deu em você. Ela não merece o que você fez com ela...

Ele aproximou-se de mim e se apoiou-se na porta para que eu não a abrisse.

– E você acha me merece Max?

Meu corpo enrijeceu ao ouvir o que ele disse. Será que meu cabelo demonstrou alguma coisa? Meus lábios continuavam vermelhos?

– Você me chama de sínico, mas é uma hipócrita. Quem vê você me julgando nem imagina que você estava aos beijos com Alex a cinco minutos atrás. – Ele levantou uma as sobrancelhas. – Não é a toa que somos irmãos.

Depois de dizer isso ele saiu do quarto. E eu fiquei parada onde estava, me sentindo um lixo. Querendo defender minha amiga, mas seguindo o mesmo exemplo do meu irmão. Como eu podia ter sido tão burra?

A raiva caiu sobre mim como uma chuva de granizo, destruindo meu orgulho. Fazendo-me em pedaços. O pior de tudo é que ele estava certo. Eu estava sendo hipócrita. Não tinha nenhum direito de cobrar nada dele.

Algum tempo depois decidi tomar um banho para tirar toda a tenção do meu corpo. Alex mandou algumas mensagens para mim, mas apenas respondi que precisava colocar meus pensamentos no lugar e que estava cansada. Ele entenderia.

Abri a gaveta do criado-mudo para colocar meu celular e vi a caixinha da pulseira que Alex me deu, a peguei e a abri. Ainda estava lá desde o dia da minha volta para casa. Peguei-a e a ataquei no meu pulso.

Não demorei muito para pegar no sono, o cansaço do dia e da noite anterior caíram sobre meu corpo e apaguei.



Na manhã seguinte acordei e fui direto para o restaurante da mãe de Rennata, não queria encontrar Nícolas no café da manhã nem correr o risco de discutir com mamãe novamente.

Rennata apareceu no restaurante dua horas depois que ele tinha aberto com uma xícara de café nas mãos. Estava com enormes olheiras e olhos vermelhos. Sabia que ela tinha chorado por causa de Nícolas, minha amiga é muito transparente.

Ela veio até mim, pousou a xícara sobre o balcão e me abraçou enterrando a cabeça no meu ombro. De inicio achei o abraço dela carente demais, mas depois a ouvi chorando baixinho. A abracei de volta e tentei tranquilizá-la.

– Ei, não fique assim. Pra onde foi aquela Rennata alegre e cheia de vida que eu conheço.

Ela apenas fungou em respostas.

– Rennata, você pode continuar chorando por causa de Nícolas, ele não merece suas lágrimas.

– Não é apenas por causa dele que estou chorando. – Murmurou baixinho.

– E qual é o outro motivo?

– Se vamos conversar é melhor ir para um lugar onde tenha menos gente.

Ela me soltou e foi para a cozinha, voltou um minuto depois com o tio dela pedindo para que ele ficasse no meu lugar por alguns minutos.



Sentei no sofá da casa de Rennata e pedi que ela me contasse o que estava acontecendo. Estava começando a ficar preocupada, nunca a tinha visto tão pra baixo – nem ontem.

– Ontem a noite quando cheguei em casa encontrei minha mãe preocupada. O infeliz do Genaro ligou para ela e disse que eu tinha armado um barraco no shopping, aquele desgraçado. – Ela deixou a raiva dominar ela por alguns segundos, mas depois seus olhos marejaram novamente. – Mamãe ficou preocupada e ligou para Jefferson para saber se yo estava com ele. Jefferson veio correndo para minha casa.

“Quando cheguei em casa levei a maior bronca da mamãe e fiquei muito chateada por ninguém se importar com o que tinha acontecido comigo. Corri para meu quarto e chorei. Alguns minutos depois Jefferson subiu para me fazer companhia e...”

– E o quê Rennata?

Yo... Yo o beijei. Não queria beijá-lo, mas fiz isso pra me vingar de Nícolas. Quis tentar sentir por outra pessoa o que sinto por ele e Jefferson foi o escolhido. Ele estava todo carinhoso comigo, me pedindo para ficar calma.

Não conseguir esconder o sorriso. Não sabia nem porque estava rindo. Mas achei engraçado a forma como ela explicou. E além de tudo, o que tinha de errado beijar um amigo depois de descobrir que foi traída? Não sabia como, mas, no fundo, eu entendia ela. Apenas achei natural o que ela fez, como se eu já o tivesse feito.

– E você está desse jeito por causa disso?

– Estou assim porque ele ficou furioso comigo. Ele me disse que não era uma peça de xadrez para ser usado daquela forma. Perdi um dos meus melhores amigos Melodie, o único que consegue me fazer rir quando eu estou triste. Fui uma idiota.

A abracei e alisei suas costas.

– Não fique se sentindo culpada. Tenho certeza que Jefferson vai te entender. E outra: se você continuar assim como vou te contar a burrada que eu fiz ontem?

Ela levantou a cabeça rapidamente, fungou algumas vezes e se ajeitou no sofá.

– Pode falar.

Sorri para ela e voltei a ficar séria quando as palavras de Nícolas da noite anterior vieram a minha cabeça.

– Eu beijei Alex. – Falei baixinho.

Ela inclinou a cabeça para a frente e perguntou:

– Eu ouvi direito?

– Sim. Eu beijei Alex.

Ela gritou e bateu palmas ao mesmo tempo.

No acredito! Finalmente você abriu os olhos chiquita!

Por um momento fiquei feliz por vê-la animada novamente.

– Mas não foi certo. Ontem recebi palavras duras e isso me fez ver que beijar Alex foi um erro. Não queria tocar no assunto, mas eu e Nícolas discutimos ontem a noite e ele me chamou de hipócrita.

– Como ele ousa?

– Ele está certo Rennata. Eu apontei o dedo várias vezes o julgando pelo que ele fez com você, mas fis a mesma coisa com Max ontem.

No, Melodie. No acredito que você vai deixar ele entrar na sua cabeça.

– Mas ele está certo...

– Conheço Nícolas melhor do que ninguém. – Me interrompe. – Na verdade, nós duas conhecemos, mas você não se lembra. Ele só disse isso porque sabe que você vai beijar Alex de novo. Ele quer que você ache certo o que ele fez.

– Primeiro: Não vou beijar Alex novamente. Não pretendo cometer o mesmo erro duas vezes. Segundo: Até você admite que foi errado.

– Não disse que foi errado. Bem... de certa forma foi. Mas não foi.

Sorri e me levantei para voltar ao trabalho, não pretendia continuar falando do meu erro.

– Que tal irmos para um barzinho amanhã? Eu, você, Alex, Jefferson e o pessoal da banda de Alex. – Ela pergunta com um sorriso malicioso e se levanta.

– Acho melhor não, talvez eu deva me afastar um pouco de Alex.

No acredito que você vai ficar remoendo isso na sua cabeça!

– Só não quero sair amanhã.

– Tudo bem. Então yo vou para sua casa te encher o saco e ligar para Alex para ele nos fazer companhia.

– Você não faria isso.

– Acha mesmo que no?

Ela levanta a cabeça me desafiando.

– Tudo bem, nós vamos para um barzinho amanhã. – Cedo.

Ela dá uma risada de vitória e me acompanha de volta para o restaurante. Quando chegamos perto do balcão a mãe dela a chama, mas antes de ir ela olha para mim e pergunta:

– Você realmente acha que foi um erro beijá-lo.

As palavras de Nícolas e a lembrança do beijo fulminam minha mente novamente. Hesito por alguns segundos e por fim respondo:

– Não.


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Notas finais do capítulo

E a foto para esse capítulo é essa: http://33.media.tumblr.com/tumblr_lmlmyoBPSj1qdds7ao1_500.gif
O que acharam? Espero que tenham gostado.
Meus queridos leitores fantasmas, por favor comentem, também preciso saber da opinião de vocês.
Até semana que vem!
Kiss



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