A escolha certa escrita por Achyle Vieira


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Como passaram a semana?
Preparados para algumas pequenas emoções?
Esse capítulo vai para Katrina e Cynthia.
Espero que gostem.



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“Você só precisa acreditar, pois o amanhã chegará...”

(Desconhecido)

.

.

– Cafajeste!

Rennata continuou a dar socos no peito dele enquanto seu rosto estava ensopado pelas lágrimas. As vendedoras da loja ficaram assustadas com o comportamento de Rennata e correram para o telefone – provavelmente para chamar os seguranças do shopping. A loira azeda estava com um sorriso de vitória no rosto como se tivesse conseguido o que queria.

– Você me convidou pra jantar Nícolas. Como pode colocar essa piranha no meu lugar? Como?

As pessoas começaram a formar um circulo ao redor da entrada da loja. Macielly estava com a mão na boca, espantada. Algumas das pessoas que cercavam a entrada da loja riam da minha amiga como se o que ela estivesse passando fosse engraçado. Não podia deixar que isso continuasse acontecendo, precisava tirar minha amiga dali.

Entrei na loja e segurei seus braços por trás. Ela estava pronta pra se livrar de quem quer que estivesse a segurando, mas não fez nada quando viu que era eu que estava tentando acalmá-la.

– Rennata, vamos sair daqui. Não vale a pena.

No! Yo quero matá-lo, Melodie.

– Os seguranças estão vindo aí, é melhor sairmos agora. Tem muitos curiosos olhando amiga.

Ela não disse nada, mas assentiu. Eu a abracei pelos ombros – direcionei um olhar furioso para Nícolas – e sai da loja. Caminhei com ela em direção ao banheiro, mas vi que estávamos sendo seguidas por uma boa quantidade de curiosos.

Os seguranças nos alcançaram quando estávamos em frente ao banheiro e eu os pedi que não deixasse ninguém que fosse curioso entrar. Sei que não mando em nada, mas de alguma forma eles concordaram e um deles ainda perguntou se Rennata estava bem. Achei estranhou, mas assim que entramos no banheiro ela disse baixinho que ele era seu primo de segundo grau.

Maciely entrou conosco no banheiro, mas não parecia estar preocupada com Rennata. As vezes olhava pra Rennata com pena, mas era só isso. Nunca entendi o porque delas serem sempre tão distantes uma da outra se as duas sempre estavam comigo.



– Ai, Melodie! – Rennata disse em meio ao choro. – Porque tem que doer tanto?

Eu estava sentada no chão do banheiro com a cabeça de Rennata apoiada em meu ombro.

– Porque infelizmente o amor é assim amiga. Mas você é forte, sei que vai conseguir superar isso.

– Você sabia?

– Sabia do quê?

– Que ele estava me traindo?

Ela levanta a cabeça e me olha esperando a resposta.

– Sim. – Suspirei. – Não contei a você porque pensei que ele o faria. Pensei que ele tinha um pouco de dignidade, mas estava errada. Me perdoe.

– Tudo bem. Eu sei que você não fez por mal. Agora, chega de chorar. Tenho que retocar a maquiagem.

Ela se levantou e foi lavar o rosto. Enquanto lavava o rosto olhou para mim e sorriu. Pergunto-me como ela consegue ser assim, tão cheia de vida e positividade. Sei que por baixo dessa casca tem uma Rennata que sofre pelo cafajeste do meu irmão, mas me pergunto como ela consegue colocar um sorriso no rosto.

Maciely fala ao telefone estressada e depois desliga. Olha pra mim e Rennata e sorri um sorriso forçado. Apoia a bolsa na beirada da pia e me pergunta se eu posso tomar conta enquanto ela vai ao banheiro.

– Claro. – Respondo.

A bolsa dela acaba caindo da beirada da pia quando eu bato o quadril nela sem querer. Ela estava aberta e as coisas acabaram caindo no chão e eu e Rennata nos abaixamos para pegar as coisas que caíram.

A bolsa de Maciely parecia mais com uma loja de maquiagem e relógios do que uma bolsa. Alguns papeis cairão no chão e eu peguei uma passagem de avião.

Não me julgue, mas acabei sendo levada pela curiosidade. Sei que a mãe de Maciely é rica e que elas passam a maior parte do tempo viajando para milhares de lugares para irem a eventos de moda. Mas acabei me surpreendendo com o destino. Fernando de Noronha. E a data era pra hoje.

No momento que eu vi o destino Maciely saiu do banheiro. Ela olhou para o papel em minhas mãos e pra mim assustada e correu para nos ajudar a pegar os restantes das coisas. Ela parecia estar brava, mas se estava não disse nada.

– Desculpe, eu acabei derrubando sua bolsa sem querer. – Digo entregando a passagem a ela.

– Sem problema. Eu tenho que ir, combinei de encontrar minha mãe em um restaurante e daqui a quinze minutos tenho que estar lá.

– Não se preocupe, ficaremos bem. Você vai viajar? – Olhei para a passagem na mão dela.

Maldita curiosidade!

– É... Sim. Combinei de encontrar minha mãe em um restaurante para de lá irmos para o aeroporto. Tenho uma sessão de fotos para uma loja em Pernambuco, amanhã bem cedo.

– Então, boa sorte.

Maciely agradeceu e foi embora. Rennata olhou pra mim e fez cara de “o que foi isso?”

– Ela mentiu. – falei

– Como você sabe?

– Porque eu sei Rennata. Ela está com uma passagem para Fernando de Noronha.

– E o que é que tem?

Revirei os olhos.

– É em Pernambuco. Max está em Pernambuco.

Ela faz uma cara de “Ah. Entendi.” e vai em direção a saída do banheiro.

– Pra onde você vai, sua louca? Nem pense que eu vou deixar você ir atrás de Nícolas.

– Não viaja chiquita, não vou atrás daquele imbecil. Vou providenciar nossa carona para casa, já que a nossa saiu correndo de você.

Ela saiu do banheiro e eu fiquei lá me olhando no espelho. Não que eu estivesse admirando minha beleza, longe de mim. Nem sou tão bonita. Mas fiquei pensando no que eu tinha acabado de ver. Porquê Maciely iria para Pernambuco tirar fotos para uma loja se ela já faz isso aqui? Não faz sentido. Porque uma garota rica como ela iria para Fernando de Noronha? Então uma pergunta veio na minha cabeça e a curiosidade me dominou.

Será que os pais de Max moram em Fernando de Noronha?

Sei que Max trabalha para a mãe dela, mas não faz sentido. Porque os pais deles convidariam ela para uma festa e não eu? E mesmo que fizessem isso a festa foi ontem, não hoje.

Isso é coisa da sua cabeça Melodie, deixe isso para lá, meu subconsciente gritou.

Deve ser apenas coisas da minha cabeça mesmo. É o que eu vou fazer, deixar isso para lá. Temporariamente.



Sai do banheiro e encontrei Rennata conversando com o primo de segundo grau dela.

– Aí está ela. O que estava fazendo chiquita?

– Prazer, eu sou Genaro, primo da Rennata. – O segurança falou antes que eu pudesse responder a pergunta de Rennata.

Eu me segurei pra não rir. O nome dele era engraçado e não combinava nada com ele. Não tenho nada contra esse nome, mas o simples fato de ver um rapaz tão jovem como ele ter esse nome me deu vontade de rir. Mas me segurei.

– Eu sou Melodie, prazer.

Eu estiquei a mão para cumprimentá-lo com um aperto de mão, mas ele pegou minha mão e levou até os lábios.

– Pode afastar as penas urubu. Essa daí já tem dono. – Rennata entrou no meio pra me salvar.

– Ah, Rennata! Me deixa paquerar a garota bonita em paz. – Ele a empurrou gentilmente para o lado e voltou a atenção para mim. – Alguém já lhe disse hoje que você é linda?

Eu não consegui segurar e acabei rindo dele, ele até estava sendo fofo, mas foi engraçado.

– Achei lindo a forma como você entrou com minha prima no banheiro. – Acrescentou ele.

Minha risada sumiu quando eu senti um braço rodear minha cintura por trás. Olhei por cima do meu ombro e vi Alex, com cara de poucos amigos.

– Algum problema camarada? – Alex perguntou.

Genaro ficou branco e olhou para Rennata.

– Tá vendo urubu? Eu te falei que ela tinha dono.

Rennata estava rindo dele.

– Desculpe cara, eu não sabia que ela tinha namorado.

O braço de Alex estava firme ao redor da minha cintura. Por um lado fiquei feliz por ele ter aparecido todo superprotetor, não queria ter que dar um fora em Genaro, o achei muito fofo. Mas aí eu vi que estava acontecendo tudo errado. Alex não era meu dono, muito menos meu namorado.

Tá, eu sei que foi muito bom sentir seu braço na minha cintura me passando segurança e que eu até gostei, mas o que estava acontecendo comigo? Por que eu gostei? Porque eu estava me sentindo tão segura e relaxada?

Tratei de tirar o braço dele da minha cintura assim que Genaro saiu de perto de nós. Olhei para ele, mas ele nem deu atenção a minha cara interrogativa para ele, continuou seguindo Genaro com o olhar. Só olhou pra mim depois que o primo de Rennata sumiu do campo de visão.

– O que você está fazendo aqui?

– Eu liguei pra ele Melodie. Ele é a nossa carona. – Rennata respondeu.

– Vocês vão comprar mais alguma coisa ou já estão prontas para ir embora?

– Estamos prontas, chiquito. Pode ir na frente.

Alex foi caminhando na frente e eu e Renta o seguimos.

– Por que você chamou ele? – pegunto baixinho no caminho para o estacionamento.

– Eu disse que ia dar o troco não foi? Aproveite, porque eu fui boazinha.

Ela sorriu e começou a caminhar na frente deixando eu e Alex para trás.



– Onde devo parar primeiro? Na sua casa ou na casa da Melodie? – Alex pergunta assim que saímos do estacionamento do shopping.

– Na minha casa! – Eu e Rennata respondemos juntas.

Nós três rimos.

– Não me leve a mal chiquita, mas não quero correr o risco de encontrar... – Os olhos dela marejam.

– Tudo bem. Paramos na sua casa primeiro.

Ela assente e encosta as costas no estofado do carro. Olho para o para-brisa e encontro os olhos azuis me encarando. Sinto como se ele pudesse ver minha alma, como se ele pudesse ver além do que eu quero mostrar. Por fim ele desvia o olhar e olha para a estrada.

O cansaço do dia e da noite anterior caem sobre mim e acabo cochilando no ombro de Rennata. Acabo sonhando e tenho algumas das minhas lembranças de volta. Lembro-me de estar com Alex na escola de balé, cantando com ele, sentindo seus olhos sobre mim, a alegria que senti foi imensa. seu cheiro invadiu minha mente e me deixei levar por ele como um animal faminto sentindo o faro da comida.



Acordo com o balanço dos passos dele e sinto seus braços ao redor do meu corpo. Minha cabeça está encostada em seu peito e ele me leva no colo carinhosamente. Sinto o cheiro dele e por alguns segundos desfruto dele, de seus braços envolta de mim. Continuo fingindo que estou dormindo e me mexo me aninhando mais a seu corpo.

Ele beija o alto da minha cabeça e sussurra:

– Eu sei que você está acordada Mel.

Abro os olhos imediatamente e levando a cabeça para olhá-lo. Ele está sorrindo pra mim. Seus dentes perfeitos e brancos, seus lábios carnudos e vermelhos prendem meu olhar.

– Você sabe que o que está olhando é seu, pode tê-los na hora que quiser.

Oh meu Deus! Ele me pegou olhando pra boca dele!

O que está acontecendo com você Melodie? Comporte-se.

Ele me coloca sobre uma das espreguiçadeira da piscina e senta-se na outra.

– Des-desculpe. Eu... – Gaguejo e sinto meu rosto queimar.

O que eu vou dizer?!

– Tudo bem Mel. – Ele continua sorrindo. – Não precisa ficar vermelha.

Abaixo a cabeça por não ter o que dizer. Então, acabo lembrando do motivo de toda a confusão do shopping e decido mudar de assunto.

– Rennata descobriu o que Nícolas estava fazendo, da pior forma. – Olho pra ele. – Você acredita que ele levou aquela loira azeda pra fazer compras no shopping?

– O que Rennata fez?

– Ela foi lá e socou a cara de Nícolas.

– Isso é bem típico dela. – Comentou.

Na hora não pareceu nada engraçado, mas agora estava me dando conta da loucura que ela fez. Minha amiga é muito louca. Mas louca de um jeito bom, de um jeito doce e ingênuo.

– Eu amo a Rennata, ela é como uma irmã pra mim. Não quero que ela sofra por Nícolas.

– E quem não ama aquela maluquinha? Ela é daquele jeito, mas é isso que a torna única e especial.

Não sei por que, mas me irritei com o que ele falou. Não que eu estivesse com ciúmes, longe de mim, mas ele fala com uma admiração. Uma admiração que nunca vi antes, nem mesmo falando de mim. Isso me trás a memória de algo que Rennata falou hoje de manhã.

Será que ela realmente já beijou Alex?

– Hã... Alex, posso te fazer uma pergunta? – Pergunto e assim que o faço me arrependo. – Esquece, não é nada de mais.

– Pode perguntar, Mel.

Agora você vai ter que perguntar. Invente algo Melodie!

– Hã... Porque você... Hã... – Pense Melodie, pense! – Porque você me chama de Mel?

Coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e espero que ele responda. Sei que foi uma pergunta idiota, mas o que eu podia fazer?

Ele olha pra mim confuso, mas com um certo carinho no olhar e depois responde:

– Porque você é uma garota doce como mel e também porque é uma abreviação do seu nome. Gosto de te chamar assim porque Mel se escreve de forma parecida com “meu” e aprecio a ideia de que posso ter alguma coisa sua só para mim. Te chamar assim me passa a ilusão de que você é minha e se tudo que posso ter é uma ilusão, para mim é o suficiente por enquanto.

Foi meio confuso o que ele falou, mas foi muito lindo. E então eu vi a admiração lá, a mesma admiração que ele demonstrou ao falar de Rennata, só que com um sorriso tímido nos lábios.

Fui totalmente hipnotizada por seus olhos. Como se um céu do mais lindo azul me chamasse pra mais perto, para voar entre as nuvens direto para o núcleo do universo. Pude ver seus sentimentos naquele olhar, vi que ele estava sendo sincero em cada palavra dita.

Ele se aproximou de mim e tocou meu rosto com as pontas dos dedos sem tirar seus olhos dos meus.

– Gosto de te chamar de Mel porque você me disse uma vez que amava ser chamada assim por mim.

Oh meu Deus! Não podíamos ir além daquilo, era errado e estúpido. Não queria fazer com Max o que Nícolas fez com Rennata, não queria. Mas como eu poderia negar àqueles olhos que me diziam tantas coisas sem pronunciar nenhuma palavra.




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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado.
Até semana que vem!
Kiss