A escolha certa escrita por Achyle Vieira


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Como passaram a semana? Desculpem a demora para postar, mas passei o dia todo ocupada, me perdoem. Mas ainda é segunda não é?
Espero que gostem do capítulo!



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"Você só conhece alguém de verdade depois que vê suas fraquezas de perto."

(Desconhecido)

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Fui para a sauna com Alex e sentamos no chão perto da porta. Contei pra ele o que tinha acontecido e expliquei que não sabia como contar para Rennata o que Nícolas tinha feito. Ele ouviu tudo atentamente e disse que eu podia contar com ele para o que precisasse.

– Mas eu não sei como dizer a ela. - Falei.

– Mas se você acha que tem que falar, então fale. - Ele disse me encorajando. - Vocês duas sempre foram amigas. Você a conheceu quando tinha 14 anos e ela 13, não pode deixar que essa amizade acabe por mais um erro do seu irmão. Essa não vai ser a primeira vez que você conta a ela alguma coisa do seu irmão e ela vai saber disso quando você estiver contando a ela. Você só tem que confiar na amizade que uma tem com a outra.

Gostaria muito que fosse fácil fazer, mas não é. Estou muito triste por saber que minha amiga vai sofrer, mas não quero que Nícolas fique com raiva de mim, ele é meu irmão. O que ele fez foi muito errado e não tem perdão - acho isso porquê eu não perdoaria se um namorado meu fizesse isso comigo.

Sinto vontade de chorar quando penso que vou ter que magoar um dos dois. De certa forma não vai ser eu que vou magoar Rennata, mas sim as palavras que sairão da minha boca - palavras essas que eu nem sei se vou ter coragem de pronunciar.

– Como você sabe que eu já conversei sobre Nícolas outras vezes? - Pergunto depois de um tempo.

– Eu estava com vocês duas na maioria das vezes. Você sempre me pede ajuda quando se tratava da Rennata.

– Nós eramos muito próximos? - Pergunto, mesmo já sabendo a resposta.

Ele ficou mais sério do que já estava e baixou os olhos.

– Sim. - Sussurrou.

– Eu sei. - Quando vim perceber as palavras já tinham saído da minha boca.

Ele erguei o olhar e me olhou surpreso.

– Sabe? - Perguntou e vi um brilho de esperança em seu olhar.

Senti meu rosto queima e tive certeza que estava da cor de um tomate. Meu Deus! Burra, burra, burra.

– Hã... Rennata... - Gaguejei e coloquei uma mecha do cabelo atrás da orelha. - Ela... me falou.

Ele fica me observando por alguns segundos e depois sorri. Seu sorriso chega aos olhos - o que o deixa muito bonito - e então percebo que já está na hora de mudar de assunto novamente.

– Eu acho que vou dar um tempo a Nícolas para ele contar o que fez. - Digo.

– É. Mas se ele não contar a ela, então você vai ter que contar e se isso chegar a acontecer não fique com medo, por que eu vou te ajudar.

Assenti e bocejei.

– Acho que já deu minha hora. - Ele se levantou.

– O.K., cuidado com os cachorros. - Brinquei.

Ele sorri e estende a mão para me ajudar a levantar e quando eu a peguei ele me puxou e me deu um abraço. Um abraço de urso daqueles que esmagam os ossos.

– Se cuida. - Disse ele quando me soltou.

Na manhã seguinte tive uma pequena discussão com minha mãe e acabei decidindo que tomaria meu café da manhã no restaurante da mãe de Rennata. Minha mãe continua insistindo que eu não deveria trabalhar, porque não vai fazer bem pra mim e blábláblá. Desconfio que ela esteja implicando tanto porque não quer que eu trabalhe em um restaurante. Mas não me importo. Se ela continuar fazendo esse carnavalzinho todas as manhãs vou direto pro trabalho assim que acordar.

Mas minha maior preocupação nesse momento é encarar a Rennata. Não sei se vou conseguir olhar nos olhos dela sabendo o que Nícolas fez. Ainda não conversei com ele, mas vou dar 24 horas a ele pra ele contar tudo para Rennata e se ele não contar para ela dentro desse praso tempo vou contar tudo a ela.

Entro no restaurante e me impressiono por ver que Rennata já está de pé. Ela nunca acorda cedo, sempre chega atrasada no restaurante mesmo ele sendo na casa dela. Ela vem e me dá um abraço assim que me vê.

– O que aconteceu com você pra estar aqui tão cedo? - Perguntou ela quando me soltou.

– Discuti com a mamãe no café da manhã. Mas o foco aqui é você. - Disse mudando de assunto. - O que deu em você para já estar acordada?

Yo sempre acordei cedo, ok? - Falou gesticulando com as mãos. - Mas confesso, estou muito animada.

– Será que pode me emprestar um pouquinho dessa animação? Estou morrendo de sono.

– E o que aconteceu pra você estar com tanto sono em, chiquita?

– Acho melhor você nem ficar sabendo. - Falei enquanto me dirigia para o lado de dentro do balcão.

– Se não quiser contar não conte. - Disse se debruçando sobre o balcão com um sorriso no rosto. - Não me importo. Yo já sei mesmo...

Sai do balcão e vai para a cozinha rindo.

– Ei senhorita! Conte-me essa história direito. - A segui até a cozinha. - Como você sabe o motivo?

– Chiquita, esqueceu que sou sua melhor amiga? Sei tudo o que acontece com você.

– Nem tudo. - Corrigi.

– É, nem tudo. Mas a maioria das coisas, sim. E quer ver como yo te conheço? - Desafiou e eu concordei. - Alex foi a tu casa ontem. Sei disso por que sempre que você chagava perto de mim com sono era porque ele tinha passado na sua casa durante a madrugada.

– É. Você acertou.

– E, além disso, ele ligou pra mim hoje cedo me infernizando pra contar isso. - Começou a falar sem parar. - Deu até pra imaginar ele pulando do outro lado do telefone, mesmo ele não estando pulando. Pena que você não o beijou, ele beija superbem...

– Ei! - A interrompi. - Como você sabe que ele beija bem?

E de repente ela começou a rir feito uma louca no meio da cozinha. Tirei-a de lá antes que o cozinheiro nos expulsasse.

– Ai, Chiquita! - murmurou enquanto continuava rindo. - Fazia tempos que eu não via você com ciúmes.

– Eu não estou com ciúmes!

– Não? - Perguntou ficando séria novamente. - E se yo te disser que sei que ele beija bem por que já o beijei.

Fiquei um pouco decepcionada por saber isso. Não por que fiquei com ciúmes de Alex, mas sim por saber que ela ficou com outro garoto que não seja Nícolas. Garoto esse, que até onde eu sei, teve um tipo de namoro escondido comigo.

– Não me importo Rennata. Meu irmão sabe disso?

Ela não deu atenção ao que eu perguntei e continuou falando.

– Foi até naquela brincadeira da "verdade ou desafio". Ele era ainda mais gato naquele tempo. Quando os músculos dele apertaram minha cintura...

Não esperei que ela terminasse de falar e dei as costas. Sei que ela estava fazendo aquilo pra me provocar e - por algum motivo que eu não sei - ela conseguiu. Fui para o caixa e coloquei os fones de ouvido até o restaurante abrir.

Depois que o restaurante abriu eu acabei ficando com sono - porque, cá entre nós, ficar o dia todo sentada entedia qualquer um - e acabei cochilando no caixa. Acordei com Rennata me cutucando dizendo que jogaria água em mim se eu não acordasse.

– Preciso urgentemente de uma cama. - murmurei.

– E yo quero que a noite chegue logo, mas infelizmente querer não é poder. Acostume-se chiquita.

– E eu posso saber por quê?

– Porque Nick vai me levar pra jantar.

Não acredito que Nícolas vai ter a cara de pau de fazer isso!

Como ele pode chamar Rennata pra jantar e nem se sentir culpado por isso? Não vou deixar que ele continue iludindo minha amiga! E hoje quando chegar em casa vou ter uma conversa com ele.

– Hmm... Eu estava pensando em sair com você hoje. Não tem como marcar o jantar pra outro dia? - Pergunto tentando fazer com que ela não vá a esse jantar.

– Não me diga que tu quieres que yo deixe de sair com tu hermano para sair contigo?! Isso é demais chiquita. Sabe quanto tempo faz que Nick não me convida pra jantar?

– Não sei e nem quero saber. Está decidido Rennata, hoje vai ser a noite das garotas.

Oh mi Dios! Isso não é justo. Você não pode me fazer escolher entre seu irmão e você. Onde está o amor ao próximo chiquita? Você não tem Dios no coração?

Já vem ela com chantagem emocional...

– Claro que tenho, mas o amor ao próximo deixei em casa Rennata. - Respondo. - E eu não estou pedindo pra você escolher entre mim e Nícolas, estou dizendo que você vai sair comigo. Te conheço a muito mais tempo do que ele, tenho mais direito.

– Tudo bem. Mas fique sabendo que yovoy me vingar. - ameaçou apontando o indicador pra mim e saiu do meu campo de visão.

Um ponto pra mim. Só falta conversar com Nícolas.

Acabei mandando uma mensagem para Maciely convidando ela para sair com a gente. Ela anda sumida ultimamente e disse que é porque está muito ocupada no trabalho, mas ela aceitou o convite. Marquei de encontrar com ela as 20:00h no shopping. Tudo pronto para a noite das garotas, só espero que o sono não me atrapalhe.

Tentei ligar várias vezes pra Max hoje à tarde, mas nenhuma vez pegou. O celular dele estava desligado. Só espero que nada tenha acontecido.

Quando cheguei em casa encontrei Nícolas me esperando dentro do meu quarto. E ele não estava nada contente, aposto que Rennata ligou pra ele desmarcando o jantar.

– Obrigado por atrapalhar meu jantar. - Ele disse.

– Disponha.

– Por que você tá fazendo isso Melodie? Tá legal, eu sei que errei, mas eu quero me redimir. Não queria fazer aquilo, mas a Paloma insistiu e...

– Não quero saber o que aquela loira azeda fez ok? E é até bom você dizer que quer se redimir, porque você vai contar para Rennata o que fez. Se você não contar, eu conto.

Tirei minha bolsa e entrei no closet pra guardá-la e separa uma roupa pra usar.

– Ela me disse que vocês vão sair. Para onde vão? - Perguntou.

Se eu contar para onde íamos talvez ele quisesse ir também e não vou o deixar chegar perto da minha miga de novo. O que eu puder fazer pra deixar ela longe dele, eu vou fazer.

– Não sei. Acho que vamos ao cinema. - Menti.

– Ok.

Alguns segundos depois ouvi a porta do meu quarto sendo fechada. Finalmente ele desistiu.

Meu celular tocou e corri para atender. Era Max.

– Oi. - Disse ao atender.

Estava um barulho de música ao longe.

– Oi, meu amor. Desculpar ter desligado o celular, mas tive que fazer por causa do voo.

– Por causa do voo? Que voo?

– Eu não te avisei? Estou em Pernambuco, amor. Ah, droga! Esqueci de te dizer que o voo era hoje. Não fique com raiva.

– Hã... Tá. Mas você podia ter me mandado ao menos uma mensagem. Liguei pra você várias vezes.

– Desculpe minha princesa... Só um segundo. - Ouvi alguém falar com ele ao longe. - Vou ter que desligar agora, minha mãe está me chamando.

– Tá bom. Boa... - Ele desligou na minha cara. - festa.

Passei na casa de Rennata na hora marcada e seguimos para o shopping para encontrar Maciely. O tio dela nos levou até o estacionamento do shopping e nos deixou sozinha depois que juramos que íamos voltar para casa no carro de uma amiga - Maciely.

Encontramos ela na praça de alimentação e entramos em algumas lojas. Provei algumas roupas, mas só comprei um vestido preto, de frente única, feito para usar em festas noturnas. Rennata e Macielly também provaram roupas. Na minha opinião todas ficaram bonitas nelas. Rennata tem um corpo muito bonito que fica perfeito com qualquer tipo de roupa e Maciely tem uma mãe estilista, soube escolher as que ficariam lindas nela.

Tudo estava indo as mil maravilhas, mas lógico que estava bom demais pra ser verdade. Estávamos descendo a escada rolante quando vi Nícolas dentro de uma loja de lingerie em frente a escada rolante e ele não estava sozinho, a loira azeda estava do lado dele com um sorriso ridículo no rosto apontando pra uma lingerie vermelha.

Virei Rennata de frente pra mim - Ele estava um degrau abaixo do meu - e comecei a tentar distrair ela, porque eu não queria que ela visse aquela sena ridícula.

E o filho da mãe ainda teve a coragem de dizer que queria se redimir.

– Rennata, você não acha que o vestido que comprei ficaria ótimo em mim em uma balada? - Perguntei tentando enrolá-la.

– Claro que sim chiquita, ele foi comprado pra isso.

Ela ia se virar para frente novamente, mas eu segurei o braço dela pra que ela não virasse.

– E o que você acha de irmos a uma balada essa semana?

– Melodie, seria ótimo, mas será que dá pra me deixar virar? Yo não quero cair.

E foi aí que ela se virou pra frente e o viu. Droga, droga, droga!

Ela paralisou, pensei que realmente ela cairia na escada rolante, mas no último segundo ela caminhou e foi em direção a loja.

Saiam da frente, o furacão Rennata está passando.

Não sabia o que fazer. Maciely falou alguma coisa, mas não prestei atenção. Tentei tudo o que podia para não fazer minha amiga sofrer, mas no final ela acabou descobrindo da pior forma.

Corri até ela e a segurei pelo braço.

– Rennata se acalma, não vá fazer nenhuma besteira. - Pedi.

Ela se desvencilhou e seguiu até a loja com os punhos fechados.

Foi tudo tão rápido, nem deu pra raciocinar direito. Ela entrou na loja, foi na direção de Nícolas e deu um murro no rosto dele.

Aposto que aquele murro quase deslocou o pulso dela.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Espero que tenham gostado.
Até semana que vem,
Kiss.