Uma lágrima rolava pela face de Dolores e sua garganta engolia um choro preso. Com as mãos apoiadas na pia, ela viu o reflexo da imagem de Miranda e seu coração acelerou-se.
  - Você?
             Miranda se aproximou de Lola e apoiou uma das mãos no ombro da menina.
— Você está bem?
            Ao invés de responder a pergunta, ela não se segurou e voltou a chorar descontroladamente e foi em direção à Miranda e a abraçou. A professora, por sua vez, correspondeu ao abraço e enquanto a face de Lola estava perto de seu peito, ela tirava alguns fios de cabelo que estavam no rosto molhado da menina e os colocava atrás da orelha.
  - Não chora, meu amor. - disse carinhosamente enquanto esfregava com a mão o braço de Lola que estava em volta de seu cintura.
— Aquela mulher não tinha o direito de dizer aquilo de minha mãe. E o pior foi o seu marido concordando com ela.
 - Eu sei, meu anjo. Quando você levantou da mesa eu fiz questão de esclarecer as coisas e acabar com a injustiça.
  Lola ficou calada por uns instantes, mas algo se iluminou em sua mente.
   - Porquê ele veio com você? Vocês voltaram, não é mesmo? - dizendo isto, a menina se afastou da professora e limpou as próprias lágrimas com os dedos.
    Quando Miranda iria respondê-la, uma porta atrás delas, foi escancarada, revelando a presença de uma mulher desconhecida. Então elas esperaram que a mulher fosse embora do banheiro para que retomassem a conversa.
  - Então... Me diga a verdade. Você voltou para ele?
  Miranda respirou fundo  e alisou a própria nuca antes de respondê-la.
 - Nós nunca nos separamos. Ele me pegou de surpresa voltando hoje de manhã para casa. Disse que estava arrependido e me pediu desculpas. Mas eu ainda estou confusa com tudo isso.
  - Porque no fundo você sabe que me ama...
— Lola, eu não sei o que fazer...
— Então tudo o que tivemos foi uma mentira? - Lola colocou a mão na cintura.
— É claro que não. Eu amo estar ao seu lado, mas...
— Mas não tem coragem de se separar do seu marido.
 Miranda arregalou os olhos.
 - Prefere criar uma imagem de um casamento perfeito ao lado dele do que se separar e ser realmente feliz. É disto que você tem medo; ser feliz?
 Miranda engoliu em seco pois sabia que tudo o que acabara de ouvir era a mais pura verdade.
 Então, Lola se aproximou, novamente de Miranda e a puxou pela cintura, que estava bem marada e acinturada devido ao vestido verde que estava usando.
 - Então você vai me dizer que não sente nada, quando nos...
 Sem completar a frase, os olhos de Lola voltaram-se aos lábios pintados de vermelho de Miranda. A professora, sabendo o que viria à seguir, fechou os olhos e umedeceu seus lábios para receber o beijo de Lola. A mão da garota subiu para as costas e a puxou para perto.  Delicadamente, as mãos de Miranda seguraram o rosto delicado da jovem a puxando para mais perto. E então os lábios pintados de carmim se encostaram. Miranda abriu a boca de leve e recebeu a chegada da língua quente de Lola. Ela provou do gosto da amada quando chupou sua língua. O beijou pegou um ritmo mais quente e acelerado. As cabeças mudavam de posição de um lado para o outro. A mão, desinibida de Lola, levantou o vestido de Miranda aos poucos enquanto alisava a coxa dela. A mão foi subindo, percorrendo o corpo da mulher, parou quando encontrou a calcinha vermelha de renda que Miranda vestia. Lola esticou a alça da calcinha e a soltou, fazendo com que houvesse um estalo. Miranda deu um gritinho baixo fazendo a menina sorrir maliciosamente. A boca de Lola se aproximou do ouvido de Miranda e ela disse:
  - Você está maravilhosa!
    Em agradecimento, Miranda voltou a beijá-la na boca.
 A mão esquerda e pequena de Lola alisou a bunda de Miranda e apertou com força fazendo a professora ir ao delírio.
 - Alguém pode nos ver. - disse aos sussurros a professora.
   Elas foram em direção a uma das cabines do banheiro enquanto olhavam para a porta de entrada em busca de mais alguém no local. Para a sorte das duas, naquele momento só haviam as duas.
    Miranda fechou a porta do banheiro com um dos pés que estavam calçando um sapato alto de salto agulha na cor bege. Fechou a porta do banheiro e pressionou o corpo da menina na parede e levantou a blusa dela e a beijou no abdómen. Lola abriu o zíper da calça e desabotou os botões, desesperadamente, e exibiu sua calcinha roxa. Seu olhar lascívio para Miranda, indicava que queria que ela a explorasse mais ao fundo.
  Miranda mordeu o lábio inferior e mirou seus olhos verdes e provocantes em Lola. Antes de abaixar a calcinha da menina, ela beijou a parte íntima por cima da peça de roupa, fazendo com que Lola soltasse um gemido implorando por mais.
   Para o azar das duas amantes, uma voz familiar e um barulho de um sapato batendo no piso do banheiro, as fizeram parar com os amassos na cabine do banheiro.
— Lola? Miranda? Estão aí? - a voz de Michele ecoou pelo lugar.
   As duas se entreolharam desesperadas. Tinham medo de serem descobertas. Lola fechou o zíper da calça rapidamente e ajeitou o cabelo desgranhado. Miranda ajeitou o vestido e limpou o batom borrado na boca. O rosto jovem da menina se ascendeu ao ter uma ideia. Subiu no vaso sanitário e ficou de corcundas fazendo com o dedo indicador, um sinal para que Miranda fizesse silêncio. Miranda franziu o cenho a princípio mas entendeu depois o que ela estava tentando fazer. Então arrumou o vestido de novo. Lola deu descarga no vaso para despistar Michele. Miranda abriu uma pequena fresta na porta, o suficiente para que saísse da cabine.
 - Ah, você está aí! Achou a Lola? - perguntou Michele.
 Antes de responder, Miranda virou-se para a pia e começou a lavar as mãos, usando um sabonete líquido com cheiro de jasmin.
 - Eu a encontrei por aqui mas estava muito zangada e foi-se embora.
— Não sabe por onde ela foi?
 Lola ouvia tudo apreensiva enquanto tampava a boca com as mãos.
— Não faço ideia, mas logo logo ela deve aparecer.
— Coitada, reconheço que mamão foi cruel com ela. Queria pedir desculpas para ela.
— Peça quando ela retornar à mesa -Miranda secou as mãos com papel toalha e jogou no lixo após o uso - Depois você fala com ela. Agora, vamos voltar à mesa, pois estou faminta.
   - Antes, irei ao banheiro. Me espere aqui.
   Miranda assentiu, mas quando percebeu que Michele iria para a cabine em que Lola estava escondida, ela deu um grito e a fez levar um susto e parar no exato momento.
— Essa cabine não! - gritou Miranda.
 Michele arregalou os olhos sem compreender.
— Porquê não?
— Por-porque... Porque a descarga está com defeito.
— Ah, sim. Então irei no outro. Obrigada por avisar.
— De nada. Ficarei te esperando aqui.
 Lola e Miranda suspiraram aliviadas.
  Após Michele abandonar a cabine do banheiro e lavar a mão na pia, Miranda a levou para fora do banheiro mas antes, a loira disse para a professora:
— Engraçado... Podia jurar que ouvi o barulho da descarga quando você deixou a cabine.
— Sério? Deve ter sido impressão sua! - Miranda sorriu sem jeito.
— É, pode ter sido.
  Então as duas se foram, deixando Lola sozinha.
   Lola pulou do vaso sanitário, abriu a porta com os pés e colocou a cabeça para fora, vendo se realmente estava sozinha. Quando percebeu que as duas tinham ido finalmente embora, ela soltou um ''ufa'' e foi lavar as mãos. Sorria, enquanto lembrava dos beijos que tivera com sua amada professora.
  Cada vez que se aproximava de Miranda, a certeza de que a amava crescia mais ainda.