A Cor Púrpura De Teus Cabelos escrita por Letícia


Capítulo 56
Sacrifícios




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Lola se virou e olhou para quem a estava chamando-a.
– Ah, é você.
– Nossa, amei sua animação ao me ver - respondeu Erick ironicamente.
– Foi mal, é que eu estou estressada.
– Por quê? O que houve?
– É a Anna. Nós brigamos...
– Brigaram porquê? Aliás, o que houve quando vocês fizeram o trabalho juntas? Sério, eu pensei que não iriam sobreviver, pois vocês vivem brigando - disse ele em tom de brincadeira.
Lola sorriu sem graça e preferiu não contar o que realmente houve para o amigo, pois com toda a certeza, aquilo o chocaria e ela achava que não passava na cabeça dele que ela, sua amiga de infância pela qual tinha intimidade e ambos eram confidentes de seus segredos, que Lola tinha atração por meninas. Ela não queria nem imaginar o que poderia acontecer se contasse à ele.
– Então, vai me contar porque brigaram?
O coração dela acelerou e suas mãos ficaram suadas.
– Depois te conto... - tentou fugir a menina.
– Lola, você está distante de mim ultimamente... Fiz algo que não a agradou?
Erick estava certo, os dois amigos eram muito próximos. Ela sempre frequentava a casa dele e assistiam à filmes, jogavamjogos de tabuleiros, ouviam música, lanchavam juntos e Lola chegou a dormir na casa do amigo diversas vezes. Mas com tudo o que havia acontecido ultimamente na vida da garota, os acontecimentos os haviam afastados. Ainda mais após o episódio em que Erick declarou abertamente seu amor por ela, que apesar das investidas e tentativas de ter o coração dela, ele havia fracassado nesta missão. Para Lola, Erick era apenas um grande amigo e nada mais, para ele era difícil conter o que sentia por ela dentro dele mas, por amá-la ele sentia ciúmes dela por mais que soubesse que era impossível ter seu amor correspondido.
– Você não fez nada, Erick. Eu é que não estou passando por um bom momento.
Erick se aproximou dela e levou suas mãos ao seu ombro.
– Você sabe que pode contar comigo para tudo.
Lola sorriu mas desviou o olhar do amigo.
– Você sabe o quanto te amo... como amiga, é claro. - corrigiu o menino ao ver que ela ficou sem graça - Somos quase irmãos. Não tem porquê esconder o que sente de mim. Não gosto de te ver triste.
– Eu também te amo, amigo. Mas não estou triste, apenas... Apenas confusa...
– E posso saber o que te aflita? - sorriu o menino, levando uma das mãos ao queixo dela e ergueu sua cabeça para que olhasse em seus olhos. e isso fez com que Lola confessasse o que lhe incomodava.
– Não é nada demais, na verdade é o de sempre. Briguei com o meu pai e tal mas já nos resolvemos.
O professor de história se aproximou deles e os convidou para entrar na sala de aula pois a aula iria começar em alguns minutos.
– Já vamos entrar, professor. - declarou Erick.
Lola estava aflita pois não queria ser interrogada pelo seu amigo, mas felizmente conseguiu fugir pela tangente ao contar que foi o seu pai que a tirou do eixo, o que de fato não era uma mentira mas obviamente, o fator principal da confusão mental ela havia omitido.
– O que houve entre você e o seu pai dessa vez?
– Melhor deixar essa conversa para mais tarde, não acha? - ela indicou com o polegar o professor, sentado em sua mesa na sala de aula, ao longe.
– Sim, mas me prometa que me contará depois? - pediu ansioso e curioso.
– Prometo - mentiu ela, pois fará o possível para fugir dos questionamentos dele.
Erick sorriu e assentiu com a cabeça mas antes de entrarem para a sala de aula, ele pegou sua mão e confessou.
– Sinto sua falta!
Aquilo fez com que Lola sorrisse e se sentisse culpada por estar excluindo seu melhor amigo de sua vida como nunca antes havia feito. Mas sabia que aquilo era preciso. Afinal, como ela contaria para ele que no dia da pesquisa para o trabalho de Miranda, Anna e ela se beijaram? Ou como contaria que Anna estava a perseguindo a partir deste acontecimento e estava obcecada por ela desde então? Ou pior, será que ele havia suspeitado que Lola estava apaixonada por Miranda? Tudo isto passava pela cabeça da menina dos cabelos cor de púrpura, mas ao mesmo tempo ela não queria se afastar do amigo, como ele mesmo havia dito para ela. Mas ela sabia que para guardar alguns segredos era preciso sacrificar algumas coisas e no caso, o contato com o amigo haveria de ser sacrificado.


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Notas finais do capítulo

Purples, tenho uma fanpage da história no facebook. Se quiserem dar uma olhada e dar uma curtida, deixaria o link abaixo. Há fotos de inspiração e muito mais e é por lá que peço ajuda de vocês.
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