O rio de flores brancas (A viagem de chihiro) escrita por Spring001


Capítulo 23
Capítulo 23 - O rio de flores brancas


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpa a demora eu desanimei um pouco, mas to voltando agora, não a toda vapor, pq tenho que passar na faculdade hehe Mas gostaria de agradecer a quem acompanha a história ainda e principalmente à Lady Rosinha (???Espero que não tenha errado) Por sempre deixar aquele comentário de amor, mas obrigadinha e espero que gostem!



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Os olhos de Chihiro encontraram o tom azul celeste de um céu com poucas nuvens brancas dispersas, sentiu o aroma de flores e de grama como se estivesse sendo cortada e ouviu claramente o som de água batendo suavemente em pedras e novamente em água, sentiu seu corpo contra o macio de lírios brancos com as nuvens que a pouco observara, ergueu sua mão rapidamente e a colocou em seu rosto quente e umedecido pelas lágrimas que por ali haviam passado quando lutava contra seus pesadelos, devagar ergueu o corpo para se sentar e percebeu que havia passado da escuridão para a mais bela luz, como se tivesse acordado em na verdade outro sonho.

Observou o lugar e imediatamente o identificou, era o lugar de sua visão, visão que tivera no dia que as sombras haviam-na levado enquanto ultrapassava o rio para a casa de banhos, era como se estivesse lá por aquele único momento, como se ela tivesse apenas passado por ali e esquecido-se completamente daquele lugar. Naquele dia, não conseguira observar atentamente o que havia em sua volta, agora captava todos os pequenos detalhes, mesmo o verde esmeralda intenso das folhas de grama no chão, ao branco brilhantes dos lírios que estavam em todos os lugares, cobriam o rio de modo que chegava a ser difícil enxergar a límpida e cristalina água que corria por ele. Em volta, algumas ruínas deixavam o lugar melancólico e ainda mais belo.

Cuidadosamente Chihiro se apoiou nos braços e levantou, sentiu as pernas bambas por alguns instantes, mas conseguiu ficar de pé e dar alguns passos até o que sobrara de uma parede de tijolos. Passou a mão pela ruína e sentiu-se triste por um instante, havia uma lembrança, uma história, havia algo por trás daquelas pedras e era inesperado conseguir sentir aquilo apenas tocando em algo que estava destruído.

“O que um dia foi destruído, pode um dia voltar a ser o que era?” Pensou Chihiro, lembrando-se desta vez de Kohaku, sua alma sofrera nas mãos de Yubaba e agora sofria novamente nas mãos de um parasita.

— SEU IDIOTA – Chihiro gritou, liberando finalmente suas emoções – Como pode deixar fazerem isto com você, Haku?! Você é forte! Você não merece isso, seu idiota...

Sentiu as lágrimas correrem pelo seu rosto, e um soluçar forte de seu peito. Fazia tanto tempo que não chorava, que não sentia medo, tudo isso estava-a arruinando por dentro e pouco a pouco sabia que arruinaria por fora. O vento soprou forte em suas costas e a encobriu como um abraço, pouco a pouco ele foi acalentando-a como se uma pessoa a cobrisse e tentasse acalmá-la, amá-la e que estivesse sempre ali para ela. Viu aos poucos o vento tomando forma atrás de si, formando-se em meio a seu sonho uma figura humana e real, além de conhecida. Secou sua lágrimas com as mãos e virou-se para observar de perto o rosto de Kohaku, finalmente o verdadeiro.

***

O silêncio não existia por um único motivo, a água, não fosse a correnteza, não haveria sequer um som naquele ambiente. As mãos de Haku estavam nas costas de Chihiro, como se tivesse acabado de soltá-la de um abraço, as mãos dela estavam abertas em seu peito, e seus rostos estavam próximos o suficiente para encontrar-se, mas não o fariam. Os olhos de ambos estavam fechados, e o coração acelerado. Demorou um bom tempo, para qualquer palavra sair dos lábios de qualquer um dos dois.

— Não deixei que fizessem isto comigo – Haku sussurrou – Mas não tive forças para impedir...Gastei-as procurando por você...

Um suspiro alto e em meio a um solução, Chihiro conseguiu responder.

— Devia ter me deixado, você está em perigo, e eu nunca estive...

— Você vale cada perigo pelo qual eu passei, Chihiro.

Abraçaram-se, fortemente, como se quisessem fazer parte um do outro e ficaram assim por alguns instantes.

— Não estamos aqui de verdade, entende isso? – Haku lhe informou.

— É só a nossa mente? – Chihiro perguntou, entendendo de certo modo o que ele queria dizer.

— Nossa alma – Ele respondeu – Ankoku tirou minha alma de dentro do meu corpo para poder usá-lo, como uma marionete.

— E como eu coloco-a de volta – Chihiro perguntou, desesperada.

— Eu não sei...

— Sua irmã, ela está atrás de você há anos, Haku.

Haku se separou, devagar, de Chihiro e olhou no fundo de seus olhos, parecia surpreso, feliz e agora, desesperado.

— Harumi?

Chihiro assentiu.

— Harumi, está viva?

— Sim! – Chihiro afirmou, mas lembrou-se do que havia acontecido até então – Pelo menos estava...até nos separarmos no labirinto.

— Labirinto?

— Fomos mandados para lá por Ankoku...

— Estão tentando enfrentá-lo?

— Eles creem que podem, Hiro e Harumi...

— Não desistam! Nem que isso custe a minha vida, o matem, entendeu, Chihiro? – Haku falou como se implorando por aquilo.

—Não posso prometer isso...

— Tem que prometer! – Ele falou segurando as mãos dela – Eu não valho tanto a ponto de deixá-lo vivo, entende isso?

— Mas, Haku!

— Chihiro, por favor, ele já faz coisas terríveis, você pode ver...Esse lugar parece o céu agora, mas ele causou a destruição aqui. Lembra-se de sua história? Este é o lugar que ele prometeu vingança e o fez destruindo tudo o que o rei havia criado, por isso é capaz de sentir a dor daqueles que aqui viviam ao tocar as pilastras...Deve matá-lo, independente do que lhe custe.

Ela ficou sem palavras, sem reação, não podia deixar Ankoku vivo, mas matar Haku para conseguir aquilo, estava fora de cogitação. Desejou nunca ter visto a luta entre os dragões, desejou ter deixado Harumi morrer, desejou nunca ter conhecido Haku e nunca tê-lo amado. Tudo isso porque sabia que a culpa era sua, de cada pequena coisa.

— Não é culpa sua – Haku falou como se lesse seus pensamentos.

— É sim, se eu não tivesse passado aquele túnel, você ainda seria aprendiz de Yubaba..

— E te conhecer? E não lembrar meu nome? E morrer nas missões de Yubaba? Você salvou minha vida Chihiro..

— E agora estou destruindo-a.

— Sei que achará uma solução, mas nosso tempo está acabando, diga a Harumi que eu sinto muito e que a amo demais.

Então, como se a névoa levasse o sonho Chihiro acordou novamente, desta vez na terra que levava o nome de Ankoku e no colo de Harumi.

— Está viva! – Ela exclamou abraçando a menina.

— E Haku também – Chihiro falou – Temos que matar Ankoku, e salvar Kohaku.

— Nós vamos...


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