Dirijo numa velocidade normal, para não chamar atenção, mas por dentro eu estava quase desmaiando de ansiedade. E, é claro, eu não parava de pensar que eu ia preso no segundo seguinte.

Saio da cidade, entrando numa estrada vazia e logo em seguida, entro numa rua sem asfalto em que não se via uma alma sequer, nem casas.

Por fim, chego a uma enorme prisão no meio do matagal e paro não muito longe, no meio de arbustos e arvores que escondiam a van, que era preta e não daria para vê-la no breu da noite.

– Todos aos seus postos - Lee fala e todo mundo levanta, se preparando

– Di Ângelo, se você amarelar e sair daqui e eu for preso... você vai se arrepender de ter nascido – Minos ameaça e desce da van, sendo seguido por todos, que vão executar o plano.

Nos primeiros dois minutos, não acontece nada e eu começo a me tranquilizar. Só que depois as sirenes e alarmes começam a tocar, os refletores da cadeia começam a girar, procurando o fugitivo e eu fico apreensivo. Vários policiais e guardas saem de seus postos para procurar o fugitivo.

Eu tomo um susto quando vejo duas figuras negras correndo até a van, só que percebo que era Luke e Chris. Logo em seguida, Lee, Minos e mais um outro cara enorme, entram na van.

– Corre Nico! – manda Minos e eu ligo o carro e acelero, correndo como um louco pelo matagal

Consigo ouvir as sirenes das viaturas tocando, indicando que estão procurando o fugitivo.

Acelero mais ainda e vou pra estrada e começo a ir pela contra mão, uma coisa não muito indicada, considerando que estou andando com os faróis desligados e a qualquer momento um carro pode bater em mim.

De repente olho pelo retrovisor que a policia está me perseguindo, mesmo na contra mão. E só de eu olhar, quase bato num carro, mas por sorte consigo desviar e corro ainda mais.

Quando chego na cidade novamente, entro em várias ruas e avenidas que nem conheço e por fim despisto aquelas viaturas e paro num beco, a pedido de Minos.

– Olha, agora todo mundo se vira e dá um jeito de não ser suspeito. A policia está nos caçando em cada misero ponto dessa cidade e já sabem a placa do carro que estávamos usando – Minos fala quando todo mundo sai da van e percebo que o Ethan ficou pra trás. Será que ele foi pego?

– Agora corram por que vamos eliminar algumas provas – Lee fala pegando um isqueiro e enquanto todo mundo sai correndo, ele põe fogo na van e sai correndo depois.

Todo mundo corre para diferentes direções e eu fico sozinho. Não sei onde estou e to sem celular. E agora?

Sem saber pra onde eu vou, pego meu skate e tento achar algum comércio aberto, pra ver se posso usar um telefone, mas não acho nenhum, por ser mais de meia noite. Até que, por fim, um taxi passa e eu aceno. Entro no táxi e indico o meu endereço e é só quando me sento no banco, consigo ficar mais tranquilo.

POV´S THALIA

O jantar estava um saco, com a Hera falando um monte de droga sobre mim e elogiando o Jason, meu pai me enchendo o saco por causa do Di Ângelo... enfim, um tédio.

Até que começo a conversar com a Annie, a Clari e a Sil pelo whatts e fica mais suportável.

– Thalia, não mexa no celular na mesa – repreende Hera

– Desde quando você é minha mãe? – rebato

– Thalia, ouça Hera, ela está certa – meu pai fala

– Claro, ela sempre está – murmuro guardando meu celular

Acabo de comer o ravióli ao molho bolonhesa, que estava uma maravilha e encho a minha taça de vinho.

– Thalia, você não pode beber – meu pai fala

– Por que não? – pergunto já tomando uma boa parte

– Por que você é menor de idade – meu pai fala pegando a taça da minha mão

– Mas pai! O Jason também está tomando! E ele é mais novo que eu! – reclamo vendo o Jason esvaziar sua quarta taça de vinho

– Mas ele é mais responsável do que você, e uma das provas é ele estar na mesma série que você, por ter pulado um ano– meu pai fala

– E o que tem a ver o fato dele ser mais responsável do que eu? – pergunto, irritada – É só uma bebida

– Faça o que quiser, Thalia – meu pai fala, nervoso e eu me levanto da mesa

– Quer saber? Eu vou lá fora tomar um ar – eu falo pegando minha taça e indo pra área externa do restaurante, onde tem uma fonte e alguns bancos em volta. Não aguento mais eles me tratando como se eu nem fosse da família.

Estava pensando e olhando pra fonte quando vejo uma movimentação no restaurante. Eram alguns repórteres falando com meu pai, com Hera e Jason. Acho que por causa do avião da empresa do meu pai que caiu.

Só os observo e volto a sentar em um dos bancos de concreto. De repente, alguém se senta do meu lado. Era um cara loiro que estava com uma garrafa de vinho na mão e bebia direto do gargalo.

– Oi – ele fala – Quer um pouco?

– Não, obrigada – falo mostrando a minha taça com vinho

– Mas e ai? Você vem sempre aqui? – ele pergunta querendo iniciar algum assunto

– Mais ou menos... meu pai gosta daqui – eu falo

– Legal. Seu pai é? - ele pergunta e fico confusa. Por que que ele quer saber do meu pai? – Calma, eu não sou nenhum serial Killer. Eu só queria saber por que esse restaurante é do meu tio e as vezes eu o ajudo

– Ah ta – eu falo – Zeus. Meu pai é Zeus

– O cara da companhia aérea? – ele pergunta e eu faço que sim com a cabeça – Ele nunca havia dito que tinha uma filha...

– Eu sei – eu falo ficando um pouco irritada

– Mas deveria... você é muito bonita – ele fala e eu coro. Desde quando eu coro?

– Qual o seu nome? – pergunto

– Dakota – ele fala – 19 anos, primeiro ano na faculdade. E você?

– Thalia Grace, 16 anos, segundo ano do ensino médio – falo – Ta fazendo qual faculdade?

– Botânica – ele diz

– Gosta de flores? – pergunto meio pra provoca-lo – Não são muitos caras que curtem...

Fico conversando com o Dakota por um bom tempo até que ele pergunta se a gente pode sair:

– Thalia... você quer sair comigo? Eu gostei de conversar com você – ele fala

– Ér... Dakota, eu também adorei conversar com você, mas eu tenho namorado – falo meio enrolada. Aff, em pensar que eu podia sair com um cara gato da faculdade, mas não posso por causa do meu “relacionamento” com o Di Ângelo

– Só como amigos então – ele fala. Eu não acredito nessa de “só como amigos” mas não vejo razão para não aceitar o convite

– Ok – eu falo e passo meu numero pra ele e ele disse que me ligava

– Thalia, o pai ta te chamando para irmos embora – Jason aparece me chamando

– Tchau Dakota – me despeço dele com um abraço e um beijo na bochecha e entro novamente no restaurante, com meu pai e Hera me esperando

POV´S NICO

Depois de tudo aquilo, quando cheguei em casa, tomei um banho e fui dormir pensando nas noticias que veria amanhã a respeito da fuga do Cronos.

No outro dia, não foi diferente do que eu pensava. Todas as manchetes diziam: criminoso perigoso está foragido ou algo parecido.

Saio de casa e vou pra escola, como se nada tivesse acontecido ontem e como se eu não soubesse quem libertou Cronos.

Mas está difícil. Cada vez que vejo uma viatura da policia passar ao lado da minha moto, parece que vão me parar e me prender logo depois.

Vou pra escola e quando chego, aquela sensação de que vou ser pego ainda me ronda.

Quando alguém bate nas minhas costas, penso: é agora. Vou ser preso, ficar na cadeia, perder minha juventude e...

– Cara, ta tendo briga no pátio principal! – um garoto do primeiro ano grita, indicando que foi ele quem bateu em minhas costas

Ele vai anunciando pro povo que estava na entrada e eu corro pro pátio principal.

Quando chego lá, vejo um circulo em volta e de longe vejo pedaços de pano voando, indicando que estão até rasgando as roupas um do outro.

Vou avançando pra ver quem é e quando vejo, quase não acredito.