NPP-Freddy

–Bom, e essa daqui é a ex - sala do vigia noturno que agora é nosso amigo, e vai nos ajudar a botar Charlie na cadeia. – Conclui a apresentação da pizzaria dentro da sala de Mike, um lugar abafado e empoeirado.

Pietra arfava e olhava tudo ao seu redor, ela devia estar absorvendo a situação. Não é todo dia que viramos animatronics, eu ficaria tão chocada quanto ela. Por mais que insistissem, eu ainda a chamarei de Pietra, este é seu nome, e é um nome lindo. A ursinha polar olhou pra mim e me encarava, ainda com cara de choque. Ela ficou cerca de um minuto me encarando, e depois, violentamente e derramando lágrimas, me beijou. Era um beijo desesperado, violento e molhado, não por sua saliva, e sim por suas lágrimas.

–Vai ficar tudo bem... – Eu disse me separando.

–Só vai se você estiver aqui, se você me proteger desse mundo, eu quero estar perto de você, não importa aonde você esteja, ou com que corpo. Eu não ligo. – Disse ela chorosa, um choro de saudade, de desespero. Pietra voltou a me beijar. Ficamos lá muito tempo, minutos. Ela chorava e eu chorava junto, nossos lábios estavam grudados pela emoção.

–Não me deixa de novo... – Sussurrei, ainda com meu peito colado ao dela, e com o meu rosto sob seu ombro.

Sua resposta foi mais choro.

–Eu quero você só pra mim. – Insistiu ela.

–Eu já sou só seu. Eu vou cuidar de você.

–Pra sempre?

–Até depois de depois da morte.

NPP-Chica

Caramba, aquele lobinho novo é um gato. Ele estava na cozinha, e aquele avental o deixava mais sexy ainda. Até a Pandy babou.

–Olá. – Disse Claw assando algo no forno, acho que era bolo. Que antipático.

–Então, o que você tanto cozinha?

–Nada que te interesse...

–E como você sabe o que me interessa?

–Não sei e tenho raiva de quem sabe.

–O que você está cozinhando?

–Um bolo.

Homens! Vá entender.

–E você sabe cozinhar? – Continuei.

–Se eu não soubesse não estaria cozinhando. – Ele colocou o bolo no forno e preparava a cobertura em uma tigela.

–Me dê um motivo para eu não esfregar essa massa na sua cara.

–Se você esfregar ela na minha cara, você não vai poder comer o bolo comigo.

–Recebo. – Disse enquanto fechava a porta da cozinha. Pude escutar algumas risadas abafadas vindo de lá.

NPP-Mike

–Oi pessoal, cheguei! – Disse, assobiando alegremente.

–Fala aí! – Disse Guaxe jogando paciência.

–Cadê o resto do povo?

–Chica e Claw estão na cozinha, Bonnie e Estrela no Backstage fazendo sabe se lá o quê, e Foxy e Pandy estão na Cova do Pirata. Ah, e Freddy está com a Ping.

Fiquei sabendo dos dois novos, Charlie me mandou fotos e disse os nomes deles por SMS.

–Bonnie e Estrela? Achei que ela fosse a SUA namorada.

–A gente já namorou, mas decidimos que éramos muito amigos para isso.

–Me conta como era, a única relação amorosa que eu tive foi a 10 anos, e agora ela está na cozinha com um lobo sexy fazendo o bolo do casamento dos dois.

–Ah, foi bom enquanto durou. A gente jantava juntos e sempre que eu chegava no escritório ela me beijava, éramos muito conectados. – Disse, colocando a carta número 9 em cima da 10.

–Como acabou cara?

–Eu que terminei. Tínhamos brigado feio e quando nos encontramos novamente, achei que o namoro estava acabando com a nossa amizade e com o nosso trabalho.

–Sinto muito, deve ter sido um saco.

–Pois é. – Concluiu enquanto ganhava o jogo e começava tudo novamente.

NPP-Bonnie

Eu espiei toda a conversa de longe, putz, os dois já namoraram? Meu relacionamento estava em perigo? Bom, não sei, mas vou voltar para o Backstage.

NPP-Pandy

–Tenho que ir no banheiro. – Eu disse, finalizando um beijo picante.

Para quem não sabe, nosso corpo tem uma simulação exata do corpo humano. Eu faço xixi, menstruo, e bebo água. Bom, eu não menstruo sangue, não bebo exatamente água e não faço xixi amarelo como seres humanos, mas é por aí.

Quando entrei no banheiro, vi uma caixa de um teste de gravidez ainda lacrada. Fiz minhas necessidades e pensei:

¨Porque não, sei que não vai dar certo mesmo então...¨

NPP-Foxy

–FOXY!!!! – Escutei um grito da Pandy e a porta do banheiro batendo.

– O que foi amor?! – Cheguei correndo. Ela estava com algo na mão parecido com um termômetro. Espera, aquilo era um teste de gravidez?

–Sabe quando você disse que o nosso corpo tem uma mecânica semi – idêntica a do corpo humano?! – Ela perguntou olhando pro chão desesperada.

–Sei, porque? – Perguntei, não podia ser nada demais, o que vinha na minha cabeça era totalmente impossível.

–Então... – Disse olhando para o chão. – Eu acho que estou...grávida...

As palavras ecoaram no meu ouvido como uma tempestade. Eu caí duro no chão, ainda de boca aberta.

–AI MEU DEUS! GUAXE! – Escutei os gritos da nova mãe ecoando pela minha mente, antes de ficar inconsciente.