A Arma do Olimpo escrita por Ane Caroline


Capítulo 4
Capítulo 4




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Justa ele disse? SIM SIM, mais justa impossível.

–Tem certeza do que está fazendo? – perguntou-me Heitor.

– Tenho sim – tentei sorrir – De onde eu venho cão que muito ladra não morde.

– O que? – sua expressão foi confusa.

– Nada não, mas obrigada por se preocupar – isso era eu e minha patética tentativa de ser gentil.

Joguei minha bolsa ao chão e um barulho metálico ressoou. Foi ai que soube que estavam todos em silêncio me observando.

– A Princesa vai demorar muito?– apressou-me Clarisse.

Revirei os olhos e voltei a minha bolsa.

Havia um bolso lateral e agradeci por ter guardado minha espada angelical ali. Quando tirei do bolso a prata pura reluziu ao sol, bonita, majestosa e consideravelmente pequena quando comparada a lança que estava por vir.

– O que é... – começou Percy.

– Uma velha amiga – rapidamente respondi.

Ele assentiu como se disse “ok, não pergunto mais nada garota estranha com armas numa bolsa”.

– Tome – disse Annabeth afrouxando as correias que prendiam o escudo ao seu braço – E não tem discussão, pelo menos assim você não morre tão cedo.

– Obrigada... Eu acho – disse eu enquanto segurava o escudo – Mas eu não vou morrer.

– Assim nós esperamos – disse Athos.

– Adoro o otimismo de vocês, me sinto tão melhor com todo esse apoio – disse num tom brincalhão.

Eu e minha tentativa ridícula de socialização, UHUL.

– Vamos Barbie – gritou –Estou aqui com a sua passagem só de ida para Malibu, de onde você nunca deveria ter saído.

Para finalizar ela bateu com sua lança (ei, o cara homem/cavalo não disse ESPADAS?) em seu escudo e todo o time vermelho repetia ovacionando.

Algo lá no meu interior me disse que eu deveria fazer a mesma coisa, mas estava tão fundo que eu resolvi ignorar. Olhei para o meu time e todos estavam com rostos desanimados e vencidos.

Encarei Clarisse e a estudei por alguns instantes. Ela tinha físico e posicionamento de quem lutava muito bem, mas sem muita técnica e pouca estratégia e muito, Muito, Muito, MUIto, MUITo ,MUITO orgulho.

Sua primeira investida quase funcionou, se não fosse por aquela sensação e o escudo de Annabeth, eu agora estaria dividida em dois.

Estávamos travadas uma em frente à outra, Clarisse estampou aquele sorriso diabólico e empurrou-me com o seu escudo.

Eu estava no chão (tudo bem, foi como eu passei a maior parte do dia mesmo). Droga. Precisei de um segundo para me recuperar, e quando dei por mim...

– Rápido e fácil! Até mais Barbie Malibu – disse Clarisse em pé com sua lança voltada para o meu peito.

Quando a vi atacar-me com a lança girei meu corpo o mais rápido que pude, e ela acertou o chão. Ficou presa por um instante tentando desenterrar a lança. Minha oportunidade. Segurei o escudo com força e lancei sobre o rosto de Clarisse que cambaleou sangrando.

– Ah então será assim? Agora a festa vai começar - esbravejou Clarisse limpando o sangue de sua testa.

Coloquei-me em pé mais que depressa. Clarisse arrancou a espada da mão de seu companheiro de time.

– Ei como assim? – questionou Annabeth – Quíron!

Com um reflexo olhei para Annabeth. Tarde demais. Tudo que pude sentir foi o fio da lâmina rasgando minha maçã direita do rosto.

– Vai ficar bem pior princesinha – Clarisse riu satisfeita com o seu feito.

Levei um segundo para processar tudo, mas Clarisse não me deu esse tempo. Colocou sua espada em posição horizontal e atacou-me.

A espada atravessou meu escudo por dentro e ficou presa entre as correntes. Santas correias de couro. Assim que percebi o que aconteceu aquela sensação incendiou-me por dentro e eu sabia exatamente o que fazer.

Girei meu braço para contorcer o de Clarisse preso ao escudo, dei a volta e o prendi rente as suas costas. Minha adaga quase sorriu quando a coloquei sobre o pescoço daquela marrentinha insuportável.

Resolvi agir a altura.

– Agora de joelhos – com a minha perna a derrubei de forma que se ajoelhasse diante do time azul – Diga àquelas palavras que farão todos aqui irem para casa felizes.

– Sua novata insolente. Eu nunca...

A interrompi com minha adaga pressionando-a sobre sua garganta.

– Seu pescoço esta em jogo queridinha, minha adaga, minhas regras. Agora, aquelas duas lindas palavrinhas.

– Eu... – ela engoliu seco - Eu desisto.

Eu a soltei e ela caiu ao chão.

O time azul ovacionou incrédulo. Minhas mão foram ao alto como forma de vitória. Eu também não acreditei, eu tinha vencido a filha do deus da Guerra. HÁ. OMFG.

Uma onda súbita de dor me tomou e eu fui ao chão. Era tudo tão agonizante. Meu braço amorteceu e ardeu como se houvessem ateado fogo a ele.

Eu gritei. Gritei como nunca, gritei até sentir minha alma repuxando forças pra continuar, e então... Sumiu. Tudo se esvaiu instantaneamente, como se nunca estivesse estado lá.

O mundo escureceu de novo e gosto metálico voltou a minha boca. Uma sensação ruim me invadiu e foi como se eu estivesse indo pros sete palmos abaixo da terra.


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