A Arma do Olimpo escrita por Ane Caroline


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo




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Minha cabeça doía, estava frio, molhado e um estranho gosto metálico me atormentava o paladar.
Ainda que lentamente meus sentidos começam a recuperar-se. – Calma – disse a mim mesma – mantenha a calma. Qual a minha última lembrança? Difícil! Ah claro, o hotel no Kansas e a caçada ao metamorfo do jornal, e depois... Nada! Droga. Como é que eu...
- Ela está ferida – uma voz feminina me assustou.
- Acho melhor buscar ambrósia – dessa vez uma voz masculina que soava preocupada.
- Você vem também, mal sabemos como ela veio parar aqui. Pode ser perigoso – disse a garota.
Ah ótimo. Duas crianças me observando.
- Não seja boba Annabeth, ela é inofensiva, e além do mais algum monstro de treino do acampamento pode encontrá-la e... Bem, não queremos isso – disse o garoto.
- Ah tudo bem – assentiu a menina. Sua voz não parecia nada satisfeita, mas pude ouvir passos distanciando-se rapidamente.
Ok, o cara ainda estava aqui.
Cerrei meus punhos e rezei para que minha faca estivesse em minhas mãos. Senti a superfície gélida e lisa do cabo da minha velha faca. – Ah, obrigado – aliviei-me, o que durou pouco. – Você ainda tem que se livrar do garoto – alertei ao meu consciente. Com os olhos semicerrados tentei montar uma rota de fuga, o que não me deu muito certo, já que tudo o que eu tinha em meu campo de visão eram árvores, árvores, árvores e mais árvores, e vejam só... Mais árvores! Eu teria de enfrentar aquele garoto. Tudo bem, antes tenho que ficar em pé.
Tentei levantar-me e AH MEU DEUS como meus ossos doíam, era como se eu tivesse levado uma surra e entrado na fila mais uma dezena de vezes para repetir a dose.
- Ei Bela Adormecida, vai com calma eu... – disse o garoto tentando... Me ajudar?!
Assim que fiquei em pé meu corpo estremeceu e tudo que consegui fazer foi correr. Corri em oposição ao garoto e... Cai. Ótimo, o garoto havia me segurado pelo tornozelo.
- Vai devagar garota – disse ele ofegante - Não há porque ter medo ou fugir, nós não vamos te ...
O interrompi com um chute. Com a minha experiência “ não tenha medo” quer dizer “eu vou te matar rapidinho”.
Coloquei-me em pé outra vez, mas ele era mais rápido. Estava em pé um segundo depois de mim e sacou uma espada cor de bronze.
- Esta tudo bem, eu não quero te machucar – disse ele colocando-se em posição de guarda.
Ah claro – revirei os olhos por um instante – Não quer me machucar é? A espada que ele sacou é só pra dar as boas vindas, claro, como não pensei nisso? Tão... Óbvio!
Posicionei-me em guarda frente a ele sem dizer uma palavra sequer, e aquela sensação invadiu-me novamente. Essa sensação de adrenalina pura sempre me deu vantagem em batalhas, isso me fazia lutar e eu não reclamava, me mantinha viva em guerra.
- Ei, calma... Não precisamos lutar, somos amigos sim? – sua última tentativa de apartar uma briga.
Errado. Meus amigos não me apontam uma espada para demostrar sua amizade e eu não estava interessada em ampliar meu círculo social.
- Se é assim então... – e ele investiu contra mim.
Rapidamente minha faca apartou seu golpe, estávamos frente a frente e então pude ver seus olhos cor de mar assustados/frustrados com a golpe incompleto.
- Como você...
- Minha vez – o interrompi.
Com minha mão livre o empurrei para trás, e antes que ele se recuperasse segurei sua mão que tinha a espada e a girei contra a suas costas imobilizando-o. Minha faca encontrou a pele branca de seu pescoço.
- Eu só vou perguntar uma vez – sussurrei em seu ouvido num tom ameaçador – Quem é você e que lugar é esse?
Ele não me respondeu. ARG. Maldito garoto. Pressionei a faca um pouquinho mais e...
- Tudo bem, Tudo bem. Calma - ele assentiu - Eu sou Percy Jackson, filho de Poseidon, e este é o Acampamento Meio-Sangue. Bem-vinda semideusa.
O quê? Eu estava com a faca na jugular daquele menino e ele me vem com uma história dessas? Não é possível.
Um riso me escapou – Não brinque comigo garoto, eu não te conheço e posso muito bem cortar o seu pescoço sem remorso – apertei um pouco mais a faca.
- Ele está dizendo a verdade menina – disse uma voz velha e masculina.
- Largue a faca ou eu juro pelos deuses ... – ah droga, aquela menina irritante de novo.
O homem parecia de meia idade, mas falava como se já tivesse vivido o bastante, estava numa cadeira de rodas e tinha poucos músculos no braço pra ser cadeirante; a garota me fuzilava com aqueles olhos cinzentos arrepiantes, seu cabelo quase não tinha cor de tão loiro ao sol.
- Acampamento? Eu não sou trouxa. Vejo campos de arco e flecha ali, uma parede de escalada com obstáculos e está cheio de tralhas de guerra daquele lado. Um campo de treinamento para combate no mínimo – disse eu mantendo o garoto com a faca no pescoço ainda.
- Largue o Percy e então eu responderei todas as suas dúvidas – disse o homem suavemente, quase como se eu não estivesse com o seu amigo preso pelo pescoço.
Eu o observei por alguns segundos, não havia muito que fazer. Eu estava em desvantagem, não sabia se as minhas armas ainda estavam ali... Empurrei o garoto em direção ao comitê de boas vindas.
- Esta tudo bem Annabeth, ela só esta um pouco assustada – disse o menino à garota irritante.
- Eu te disse que era melhor irmos juntos – ela revirou os olhos – Vamos, temos de reunir o conselho, a garota ainda não foi reclamada.
O garoto... Digo, Percy assentiu e me deu as costas seguindo Annabeth até a área onde se encontrava o “suposto acampamento”.
- Meu nome é Quíron, seja bem-vinda semideusa – ele sorriu como se fosse a coisa mais normal no mundo.
- O quê?
- É difícil explicar. Quantos anos têm?
- 17 – menti
- E você tem um nome?
- Jessie – menti outra vez.
- Jessie – ele repetiu estranhosamente – Pouco grego, nada heróico... Mas quem sabe não é?
Eu o fitei. O que diabos ele estava querendo dizer com aquilo? E pior, por que me chamou de semideusa?
- Venha criança, você precisa saber de muita coisa.
Ele me fez um sinal para que eu o seguisse e mesmo apreensiva eu o segui, precisava chegar ao fundo de toda essa confusão. Atravessamos o acampamento até uma casa enorme, passando por umas casas esquisitas que se posicionavam em forma de U, enquanto Quíron tagarelava mitologia sobre deuses gregos e todo um blá blá blá sobre semideuses e heróis.


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