Watashi wa kanojo yori mo kireidesu. escrita por Mirai


Capítulo 8
Feelings.


Notas iniciais do capítulo

Cap novinho! ^^



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Eu não conseguia me decidir, se dizia que o odiava ou dizia que o amava. Eu estava dividida por dentro, e isso me deixava mal comigo mesma. Quando eu fico nervosa, triste, ou confusa, eu tenho uma mania esquisita de andar pela casa enquanto como algo doce. Neste dia, eu comia uma pequena barrinha de chocolate aos pouquinhos enquanto me lembrava do Kensuke.

De tudo que havíamos feito, do quanto eu o odiava antes quando não o conhecia, quando eu comecei a amar ele mesmo sabendo tão pouco sobre sua vida ou seu próprio eu, quando o odiei de novo ao saber que ele namorava. Acho que essa parte foi mais ciúmes. Eu queria saber mais sobre ele naquele dia que ele havia vindo me buscar, eu queria dizer que gostava dele depois, ficaria feliz mesmo se ele me rejeitasse, por que ao menos eu teria tentado. E de como eu amo a pessoa que ele é agora... Ah. Como eu sou idiota. O boato que ele havia terminado com a namorada se espalhou pela escola, mas ele não parecia ligar muito para isso.

Como se pode amar que você não conhece quase nada? Que patético. Ele nunca gostaria de alguém como eu. Não que eu esteja me desvalorizando, eu já namorei uma vez, por alguns meses, mas prefiro não falar sobre. Eu quis dizer que, eu não sou o tipo do Kensuke. Mas o engraçado é que ele é meu tipo. Mas, bem, os opostos se atraem, certo? Porque diabos estou pensando isso...?

Eu já estava no finalzinho da barra de chocolate quando o telefone fixo tocou. Não me apressei para atender, estava mais concentrada em terminar a minha barrinha de chocolate. Peguei o telefone e segurei a embalagem vazia de chocolate na mão livre.

– Moshi, Moshi? – Murmurou do outro lado, uma voz conhecida.

Suspirei.

– Sim, okaasan? – Peguntei. Sabia que não eram boas notícias. Nunca eram.

– Akemi? Querida, queria avisar pra não se preocupar comigo... Eu tenho que ficar até o final deste mês aqui, estamos fechando um negócio importante. E depois eu tenho que voltar aos Estados Unidos, para promover o novo produto da empresa. Como vão as coisas por ai?

– Ah... – Suspirei novamente. Eu já estava esquecendo como a minha mãe era, de tanto tempo que ela passava fora de casa. Se não fosse os retratos espalhados pela casa, eu já teria esquecido totalmente. – Tudo bem por aqui, okaasan. Eu fiquei em quarto lugar na lista de notas. Quarto lugar! – Falei um tanto feliz, ao menos eu tinha algo bom para contar.

– O quê?

– Eu fiquei em quarto lugar das no...

– A reunião foi adiantada? Vai ser agora? Certo, eu já estou indo. – Ela nem ouvira o que eu falara. Só focava naquele trabalho idiota. Senti minha garganta fechando aos poucos. – Filha? Desculpe... Eu preciso mesmo ir embora agora, hn? Mês que vem, estarei em casa. Vou compensar o tempo que estive fora, é uma promessa. Eu te amo, ne? Beijinhos.

– Tá.

Ouvi um suspiro do outro lado da linha... E desligou.

Que raiva. Parecia até que eu não tinha mãe. Minha casa era grande demais somente comigo dentro.

Não devo ter mencionado, mas meu pai está fora do país. Ele fora transferido por alguns meses para trabalhar na Inglaterra, eu estava mesmo sozinha em casa.

Sinto falta dele. Eu sinto falta até de chegar bem cedo na escola e dele falando do trabalho toda a noite enquanto nós comemos vendo televisão. Agora tenho que ir todo o dia num metrô chato, cheio de gente chata. (Sim, o Kensuke.)

Naquele dia, eu decidi ir mais cedo para a escola, para pegar o metrô um pouco mais tranqüilo. Sai de casa era bem cedo, acho que cinco e alguma coisa. A aula começaria somente de sete e meia. Depois de quase meia hora, cheguei na escola. O zelador dormia na escola, por que raios eu não sei. Ele me deixou entrar e mandou ficar numa outra sala, por que limparia a minha.

Coloquei a minha bolsa no meu lugar de sempre na sala e sai, entrando nas outras salas, andando em meio a escola, já que não tinha o que fazer. Entrei na sala de música, havia instrumentos bem legais ali, eu queria ter talento para tocar qualquer um deles, mas como não tenho, somente aprecio quem o faz. Sai dali e entrei na sala de artes, fechando a porta atrás de mim.

A pessoa que eu menos esperava estava ali. Qual é, isso é perseguição! O Kensuke dormia tranquilamente com a bochecha pressionada numa mesinha.

Estava de uniforme e tinha os cabelos médios e lisos que estavam soltos, cobrindo um pouco o rosto, e usava o mesmo óculos retangular de sempre. Ele respirava tranquilamente, não acordou com o sol que saia da janela em sua frente e batia em seu rosto, isso teria me feito acordar na hora, mas ele parecia mesmo cansado e... Lindo.

Lindo. Hahaha. Esse foi um adjetivo que eu nunca daria o Kensuke... Até agora. O sol conseguia iluminar bem a pele clarinha do rosto dele e realçar seus fios negros, refletindo um pouco em seus óculos. Me aproximei e me agachei ao lado dele, sem sentar no chão. Sorri, suspirando baixinho.

Eu nunca ficara tão perto dele assim. Só quando ele me beijou... Eu não deveria lembrar disso agora. Argh. Tirei os fios que cobriam seu rosto e coloquei os mesmos de lado, me levantei e somente encostei os lábios em sua testa, ele se remexeu, mas não acordou.

Me virei e congelei ao ver a bela pintura em minha frente. No mesmo, havia alguém de costas, acenando.. Uma garota, baixinha com os cabelos compridos e negros.. Havia um prédio azul de lado e... Era nossa escola! E aquela era eu!

Me segurei para não gritar o que acabei de pensar, admirando o quadro. Provavelmente fora ele que pintara, já que só tinha ele ali... Mas ele passou a noite na escola para fazer isso? Um quadro meu? Por quê? Suspirei novamente. Ele tinha talento... A pintura estava maravilhosa, a paisagem, a estrada, os detalhes em cada cantinho... Era tudo bem realista.

Sai logo da sala assim que coloquei a cabeça no lugar. Por quê o Kensuke fez um quadro meu? Não é que eu não tenha gostado mas... Será que ele gosta de mim? Não... Não agora. Não pode ser.


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