Watashi wa kanojo yori mo kireidesu. escrita por Mirai


Capítulo 3
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Notas iniciais do capítulo

Postei esse antes do previsto! HAHHA. Tá meio grandinho e tem tretas! Aproveitem, beijinhos.



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Eu não sabia por que diabos aquele garoto era assim.

Um dia, me ameaça e me assusta. (Sem contar que me fez cair de bunda no chão, o que doeu bastante.) E no outro, diz que estamos fazendo dupla num trabalho importante e vem me buscar em casa. Eu não iria cair na dele.

Sei que tinha alguma intenção no meio daquilo tudo, mas eu não iria me render aos seus encantos assim tão facilmente.

Demorei uns dez minutos para me arrumar. Vesti o uniforme, coloquei algumas coisas na bolsa, incluindo as balinhas de ursinho que eu tanto gosto e sai de casa.

Ele ainda estava lá.

Agora, estava encostado na árvore com os braços cruzados e me olhava com uma cara feia.

– Vocês mulheres demoram demais pra se arrumar. Sabe quanto tempo tive que ficar aqui debaixo do sol? - Sorri. Ele estava um pouco irritado, mas estava meio diferente agora. Como se estivesse brincando. Como se fosse um amigo..

Não, não posso pensar assim. Ele ainda era o idiota que havia me deixado cair e que me ameaçara.

Me aproximei e cruzei os braços também, fazendo uma careta boba, segurando o riso, tentando parecer o mais séria possível.

– Você é muito dramático, novato. Primeiro, foram só des minutinhos. E segundo, você está na sombra.

– Eu tenho nome, sabia? - Ele descruzou os braços e apagou o sorriso do rosto, se aproximando.

– Ah, é mesmo? - Brinquei, rolando os olhos.

– Agora estou no sol. E você está me fazendo esperar de novo. Meu tempo é precioso, sabia? - Murmurou Kensuke, fazendo uma careta e me puxou pelo pulso, me fazendo descruzar os braços e segui-lo rua afora.

Fiquei calada na maioria do percurso, fitando a nuca dele enquanto andava. Algum tempo depois, decidi quebrar o silêncio.

– Sobre o que é o trabalho? - Perguntei, enquanto ainda era arrastada, fitando agora a paisagem.

O sol passava entre as folhas das árvores enquanto andavamos, a pouca neve de antes já estava quase toda derretida.

– É para pesquisar sobre um tipo de animal. O nosso foi os peixes. Anotei tudo que temos que fazer. Não me atrapalhe e tente fazer alguma coisa. E na escola, não fale comigo.

Bufei e balancei meu pulso, tentando me soltar, falhando.

Ele era bem mais forte que eu pensava.

– Você é um idiota. Como quer fazer um trabalho comigo sem falar comigo?

– Na escola.

– Não importa, Kensuke. Isso é só por que não faço parte da sua turminha idiota? Qual o seu problema? - Explodi. Não iria deixar ele me tratar daquele jeito. Eu não iria ficar me sentindo inferior por causa daquele idiota.

Ele me soltou.

– Eu não posso. Não posso ser seu amigo. Sou o tipo de pessoa que se apaixona rápido. E eu não posso gostar de ninguém.

***

Kensuke POV.

Aquela pirralha tinha algo diferente. Parecia que nascera com o dom para me irritar. Mas, acho que até que fiquei acostumado com aquilo.

Tanto que até cheguei a sentir falta de irritar ela só pra vê-la toda bravinha, fazendo careta e batendo o pé no chão, com um ar de autoritária mandona.

Ela havia passado dois dias seguidos sem ir no colégio. Não que eu estivesse preocupado com aquele projeto de mulher, nem nada. Só me preocupava com minha nota, só isso.

Estava fazendo o trabalho manuscrito todo sozinho, ela vai me pagar. Precisavamos ir ao lago da cidade para estudar pelo menos três espécies de peixes diferentes, como o senhor Kitsuyomi pedira. Mandei uma mensagem:

"Pirralha, no lago ás 13h. Se atrase um segundo e eu mato você. P.S: Iremos dissecar peixes.

Kensuke."

Ri com a minha própria mensagem. Geralmente, não me aproximava muito de garotas devido a Yukari, minha namorada extremamente ciumenta e possessiva. Estavamos juntos a mais ou menos quatro anos.

E eu estava quase certo de que ela já estava enjoando de mim. Ela vem de família boa, rica e mora no centro de Tóquio, enquanto eu, tenho uma família que não é lá essas coisas, uma mãe morta, um pai preso e um irmão que me odeia.

Eu cheguei em casa ás 11:30, tomei um banho, fiz o dever de casa, coloquei mais alguns tópicos na pesquisa de biologia e fui para cozinha.

Preparei um almoço simples, alguns pedaços de peixe e arroz. Me assustei um pouco ao ouvir a porta da frente bater. O Taka, meu irmão, estava com o rosto todo machucado quando passou pela cozinha.

– Taka. O que é isso no seu rosto? Se meteu em briga de novo? Eu disse que não era pra se envolver com aquele tipo de gente, se o pai soubesse.. - Murmurei, suspirando fundo.

Ele parou antes de subir as escadas e bufou, irritado.

Virou-se e parou na minha frente.

– Dá pra entender que o pai tá preso?! Deixa de ser idiota, Kensuke! Ele nunca vai saber! Eu queria que a mãe estivesse aqui, mas ela morreu! Ela morreu há 16 anos e isso tudo é culpa sua! Sua existência matou a minha mãe. - Ele gritou friamente tudo aquilo na minha cara, desviando o olhar, suspirando novamente.

– Você é um idiota. Odeia tanto nosso pai, mas acabou ficando pior do quê ele! - Gritei, já sentindo os olhos marejarem um pouco, mas não por que estava triste, por que estava com raiva.

– Ora seu.. - Grunhiu ele e acabou socando meu olho, me fazendo cair sentado no chão.

– Isso. Vai, me bate! Talvez o próximo a ser preso, seja você.

Meu irmão bufou novamente e saiu dali, subindo as escadas para seu quarto.

Akemi POV.

Eu não sei como acabei ficando doente. Somente fiquei. Passei dois dias sem ir ao colégio e esperando minha okaasan chegar de viagem. Ás nove da noite, chega uma mensagem:

"Querida, eu sinto muito mas não vou poder ir. Colocaram-me para uma venda importante. Agora só volto semana que vem.. Não fique triste, e me espere, hn? Amo você. Beijinhos, mamãe."

Quando li isso, estava sentada na mesa de jantar, a mesma estava repleta com o jantar que eu fizera somente para ela. Bufei e fui para o quarto.

Deixei tudo lá, não guardei nada e muito menos comi nada. Odeio aquele trabalho idiota tirando minha mãe de mim. Talvez eu estivesse destinada a viver para sempre sozinha mesmo.

Tive alguns pesadelos naquela noite. Acordei duas vezes pela madrugada, e na segunda vez, perdi o sono. Vesti um casaco por cima da blusa e saí, me sentando na entrada da casa. Fazia frio do lado de fora e não tinha ninguém ali. Os postes ainda estavam ligados enquanto o sol aparecia preguiçosamente no céu, o preenchendo de cores.

Lembro que dormi quase a manhã toda, e acordei com o barulho de mensagem do meu celular.

Era o Kensuke. Bleh. Eu estava mal, e não estava nem um pouco a fim de ver ele. Mas quando li a mensagem logo vi que era importante. Fitei o relógio e já era 12:40. Me arrumei rapidamente e peguei um metrô para algum lugar perto do lago, e de lá, fui andando.

Kensuke estava sentado na margem do lago, jogando pedrinhas no mesmo, segurando uma vara de pescar na outra mão. Também estava com óculos de sol, o que era estranho, por que o céu estava bem nublado. E parecia um tanto triste.

– Kensuke.

– Dois minutos e trinta segundos atrasada. - Ele murmurou baixo, sem olhar pra mim.

– Por quê simplesmente não compramos o peixe em vez de pescar ele? - Perguntei, seguindo até onde ele estava me sentando ao seu lado.

– Por quê temos que fazer direito, tonta. O professor quer fotos, lembra? Eu te disse isso dois dias atrás.

– Não lembro. Geralmente não presto atenção no que você diz.

Ele sorriu de canto. Me pareceu um pouco forçado.

– Por quê os óculos? - Indaguei, curiosa.

– Nada.

– Kensuke.. - Me aproximei um pouco, tentando puxar o óculos.

– Não.. - Ele murmurou e sem querer, ao desviar a cabeça, deixou os óculos caírem, revelando o olho roxo.

– Kensuke. O que é isso?


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