Colorful escrita por Isabelle


Capítulo 11
Capítulo 10 - Sally


Notas iniciais do capítulo

Eu queria tanto que você não fugisse de mim
Mas se fosse eu, eu fugia.
— Clarice Falcão



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/600503/chapter/11

Ela nunca conseguiria dizer em palavras o quanto estava agoniada. Olhar para os corpos no necrotério, era tão depressivo quanto ficar olhando para seus corpos na casa. Seu coração estava apertado, e batendo tão depressa que a qualquer momento ela poderia jurar que teria um infarto. Seus labios estavam secos, e seus olhos procuravam alguma evidencia, como Noah havia pedido, mas estavam obvias as evidencias. Todos tinham sido mutilados, com as cabeças arranhadas, marcas roxas também estavam espalhadas pelo corpo.

Eram seis da tarde, e já faziam algumas semanas que estavam em Uberaba e tudo tinha acontecido. Sally pensava no que faria quando voltasse a faculdade enquanto o cheiro químico pelo ar queimava suas narinas, e ela apenas queria arrumar uma desculpa para sair dali logo. Suas mãos tremiam, e ela tentava focalizar em outra coisa que não fosse pessoas mortas, mas isso era uma tarefa meio difícil quando se tem várias delas ao seu redor.

Noah observava o corpo de uma mulher. Ela era loira, e tinha as marcas mais profundas. Ela estava roxa, completamente roxa, e Noah a observava com tanta minuciosidade que aquilo estava apavorando Sally. Os olhos cinzas dele passavam por cada mínimo, dos mínimos detalhes, e seus cabelos estavam presos em uma toca, azul, que acompanhava o que parecia ser uma bata.

― Você está ridículo. ― Ela disse olhando com mais precisão.

― Espero que você saiba que você parece uma daquelas mulheres que vão se examinar com o ginecologista.

― Fica quieto. ― Ela bufou, e continuou a observá-lo.

― Achou alguma coisa? ― A voz dele foi impassiva e calma. Ele estava tão focado, que Sally achou que não era um bom momento para brincar.

― Não tem nada para achar Noah. ― Ela olhou envolta. ― Esse lugar me dá arrepios, podemos ir embora?

― Claro que não, não saio daqui sem uma evidencia que me faça achar esse cara. ― Ele levantou um braço da mulher, e observou suas axilas.

Sally revirou os olhos

― Olha aqui Nancy Drew, sei que está bem focado e tudo mais, mas está entrando aqui sem um mandato, se alguém nos pegar aqui, estamos fritos. ― Ela disse e se afastou rapidamente de um corpo quando o braço dele escorregou da mesa. ― Noah?

― Já estamos indo.. ― Ele grunhiu segurando a lanterna na boca, enquanto observava um dos corpos.

― Você já pensou em ver onde estão as roupas deles? ― Ela perguntou. ― Pode haver alguma coisa lá..

― Tipo? ― Ele continuava tentando achar algo.

― Não sei, algum tipo de DNA, fios de cabelos, marcas de dedo, sangue.. ― Ela disse como se fosse obvio. ― Sério que você quer ser perito criminal?

― Esperta. ― Ele admitiu, e caminhou até onde estavam as roupas.

Pegou luvas e colocou nas mãos; abriu o saco levemente e tirou de lá um suéter azul que eu reconheci por ser o da mulher, ele estava completo de sangue. Ele pegou uma lanterna meio azulada, e virou o ampliador. Os olhos dele percorriam as roupas lentamente, ele parecia filtrar tudo, até mesmo as pequenas linhas velhas que todo suéter antigo tem. Ele a chamou em um sussurro, e ela o acompanhou até a borda da mesa.

― Isso parece alguma coisa? ― Ele perguntou mostrando um ponto preto.

― Sim, um mini besouro. ― Ela olhou melhor no ampliador, e realmente parecia um besouro.

― Você não está ajudando! ― Ele afirmou bravo.

― Mas é o que parece. ― Ela afirmou.

Ele olhou para ela com raiva, mas ela só abriu um sorriso largo.

Continuou procurando alguma coisa na blusa, mas não achou nada que comprovasse evidencia ou alguma coisa, até que Sally resolveu procurar na blusa masculina. Ela não sabia se aquele fio fino e loiro contava em alguma coisa, mas Noah achou que sim, então apenas o ressaltou na blusa, e guardou tudo novamente. Sally ficou olhando para ele como se ele fosse algum tipo de idiota, e depois de tirar aquela roupa ridícula, bufou saindo da sala.

Noah a seguiu minutos depois, ela conseguiu escutar a sola do sapato fazer um agudo no chão amarelado daquele lugar. Os dois seguiram normalmente como se eles devessem estar ali, como se tudo tivesse normal.

Ela sorriu levemente quando o passo dele acompanhou o dela ao estarem fora dali. Ela apenas caminhou até a moto, e esperou ele se sentar para depois subir. Passou os braços pela cintura dele, e bufou novamente tentando demonstrar para ele o quanto estava infeliz, mas apenas foi silenciada por um gesto dele pondo o capacete. Aquilo fez ela ficar mais irritada, então ela deu um soco de leve em suas costas

― Você é louca? ― Ele perguntou olhando para ela pelo pequeno espaço do capacete.

― Eu sou louca? ― Ela riu. ― Me fez ficar em risco lá dentro, só pra você olhar se haviam evidencias?

― Não podíamos pegar nada, eles investigariam. ― Ele colocou a chave.

― Então deixasse ele fazer o trabalho deles.

― O fio de cabelo era loiro, Sally, agora sabemos que é uma pessoa loira.

― As vezes o fio de cabelo nem é dele. ― Ela disse como se tivesse certeza.

― E se for? ― Ele disse desabafando. ― É o que chegamos mais perto até agora, Sally, e eles não me passariam essa informação, porque é praticamente irrelevante, e vai levar dias até que eles tenham um exame certo.

― Entendi. ― Ela disse ainda tentando compreender.

Ele girou a chave na ignição e disparou com a moto pelas ruas.

O vento batendo contra o rosto de Sally foi refrescante. Ela pode alinhar um pouco seus pensamentos, e tentar entender o que estava acontecendo. Ela e Noah estavam tendo algum tipo de ligação, não só amigável, que precisaria ser cortada ali. Ambos tinham um caso muito sério com que se preocupar, e não deveriam se focar numa coisa daquelas naquele momento. Suspirou profundamente, e se lembrou do necrotério. Sentiu um frio profundo pela sua espinha, e forçou mais as mãos na cintura de Noah. Ela nunca mais queria entrar em um lugar como aquele.

Estávamos passando por uma rua com pouco movimento, e o contraste dos cabelo dela foram claramente notado até mesmo na velocidade que percorríamos. Cutuquei Noah na barriga, que o fez gritar irritado comigo. Mostrei a garota que estava passando lentamente na rua, e ele sorriu ao ver que eu tinha visto a com tanta facilidade. Ele deu uma curva muito errada para um policial, e encostou ao lado de uma cafeteria que tinha as paredes somente de tijolos, com uma placa mal pintada em cima.

Seguimos a rapidamente pelo labirinto de pessoas, e conseguimos alcançá-la, mas ela não pareceu tão feliz quanto a gente. Os olhos azuis pareceram perder o brilho quando em contato com os nossos.

― Ei, Lora, tudo bem com você? ― Noah disse primeiro casualmente. O olhar dele estava cheio de perguntas, que não eram tão casuais como aquelas, mas ele preferiu começar de um modo mais simpático.

― Eu estou bem. ― Ela disse sem folego na voz. Ainda haviam alguns hematomas espalhados por seu corpo.

― Olha, a gente sabe que passou por muita coisa, e que os policiais te enchem o saco o dia todo, mas..

― O que acha de tomar um café com a gente? ― Interrompi, sendo mais sutil.

― Não sei..

― Olha, é só um café, e você vai poder desabafar com a gente sem nos ver somente como policiais, ou com todos aqueles equipamentos, mas sim como amigos.

Ela passou os olhos azuis em mim e depois por Noah, e assentiu levemente com a cabeça. Noah sorriu e passou os braços por cima dos meus ombros, enquanto acompanhávamos Lora para dentro da cafeteria. Esta não tinha um clima tão agradável. Apenas algumas mesinhas espalhadas, com um balcão repleto de salgados, e um pequeno freezer que era enfeitado por varias marcas de refrigerantes. Pedimos somente o café e nos sentamos em uma mesa mais excluida, onde não houvesse ninguém que pudesse escutar nossa conversa.

― Você mesmo pintou seu cabelo? ― Sally disse e Noah continuou olhando para seu café.

― É, é um meio degrade de cores. ― Ela tomou um pouco do café e nesse momento Sally conseguiu ver uma pulseira com um pingente com a letra M.

― Você tem namorado Lora? ― Sally tentou parecer o mais sutil possível.

― Sim, eu to ficando na casa dele, ele é meio que tudo o que sobrou. ― Ela murmurou em tom baixo e soltou um sorriso de lado.

― É, deve estar sendo complicado. ― Ela fez uma dança com os dedos.

― Tenho uns tios em Uberlandia, mas nunca foram muito próximos da família sabe? Então preferi fica na casa do Marcos, onde eu tenho mais intimidade, e alias, os pais dele estão me dando o mais apoio.

― Se quiser podemos entrar em contato com sua família em Uberlandia, somos de lá, alias de que vai ser bem melhor, não acha? ― Sally disse um pouco nervosa. ― Se tiver sua família ali pra te ajudar, além de já pelo menos se aproximar mais dela..

― Seria bem legal da parte de vocês, mas não precisa, sério, estou muito bem na casa dele. ― Ela tomou mais um gole do café.

― Se você acha isso, então… ― Sally sorriu e jogou um olhar lateral para Noah, que estava perdido em seus pensamentos.

― Mas Lety, não tem ideia de como isso aconteceu? ― Noah perguntou muito rápido, e Sally quis meter um tapa na cara dele.

― Não sei, eu só cheguei em casa naquele dia e ele estava lá, eu não entendo o porque ele não fez nada comigo. ― Ela disse parecendo perdida.

― Espere ele não fez nada com você? ― A voz de Noah se alterou um pouco e eu segurei seu ante braço levemente.

― Sim, eu também não entendi. ― Ela olhou para ele, depois manteve o olhar em Sally. ― Eu tinha tido aula de artes aquela tarde, então resolvi passar na casa de Marcos, a gente conversou um pouco, e ele disse que me levaria até casa, mas eu não achei que fosse necessário. ― Ela soltou um suspiro. ― Preferi ir andando para casa como sempre fazia, ai quando cheguei la tudo parecia tão quieto e silencioso. Entrei na casa e ele estava lá sorrindo para mim na porta do fundo. Parecia que ele tinha planejado tudo entende?

― Como se ele tivesse te esperando? ― Sally perguntou horrorizada.

― Isso, não consigo entender. ― Ela disse ficando apavorada. Sally sabia o que aquilo era como ninguém. Ela estava começando a ter um ataque de pânico.

― Hey, Lora, tudo bem, não passa de uma coincidência, muito obrigada, você gostaria de um donuts? ― Sally perguntou chamando a garçonete.

― Mas… ― Noah disse não compreendendo, e novamente Sally apertou seu antebraço. ― Sua ajuda foi ótima, e juro que a polícia vai fazer de tudo para por esse homem atrás das grades. ― Noah afirmou

― Quero ele morto, como meus pais estão. ― Ela disse um pouco exaltada com os olhos cheios de lágrimas. ― Com licença. ― Ela disse e foi indo para a saída.

― Eu não compreendo.

― Muito menos eu. ― Disse Sally e depois dispensou a garçonete. ― Ele é esperto, muito esperto. Ele não parece ter um motivo para fazer isso, são pessoas inocentes.

― Nunca fizeram nada de errado a ninguém, eu não entendo também. ― Noah passou a mão pelo cabelo. ― Acho melhor irmos comer alguma coisa.

― Me desculpe, Noah, mas depois de ficar naquele necrotério, eu quase não consegui nem engolir esse café, então acho que comer qualquer coisa está fora do meu vocabulário por hoje.

― É do meu também. ― Ele disse tão abalado.

― Ei, ― Sally colocou a mão em seu ombro, e o olhar dele veio até o seu. Ele parecia tão cansado e abatido. ― Vamos encontrá-lo, sei que vamos. Só que vamos ter que esperar por mais pistas.

― Até isso, são mais pessoas mortas. ― Ele socou a mesa, e se levantou, jogando o dinheiro do café na mesa.

Sally ficou sentada ali alguns instantes e depois o seguiu. Seus dedos estavam cravados no couro do banco da moto. Os cabelos caiam em mechas vermelhas escuras pelo seu rosto por conta do contrate da tarde que esvanecia. Sally se aproximou em silencio, e encostou o quadril na moto, tentando ter um relance de seus olhos cinzas.

― Noah.. ― Ela passou a mão pelas costas dele.

― Não, Sally, não consigo, é tudo demais para mim. ― Ele desabou. ― São pessoas inocentes que estão sendo destroçadas por um cara que acha tudo isso muito engraçado, e ainda mais engraçado porque a polícia não consegue ir atrás dele.

― Noah! ― Ela pegou o rosto dele e fez seus olhos ficarem no mesmo rumo. ― Olha essa é uma das profissões mais difíceis de todas. Ninguém disse que ia ser fácil. ― Ela fez uma pausa. ― Milhares de pessoas vão morrer e você vai testemunhar. Muitas pessoas injustas vão ser presas, e outras que deveriam estar presas vão ser livres, e mesmo assim, você vai ter que entender que não pode desistir toda vez que uma coisa destas acontecer.

― Mas..

― Mas nada, você é forte, e eu sei que se existe uma pessoa que pode passar por tudo isso e ser justa, essa pessoa é você. Então por favor, para de falar asneira, e sobe nessa moto.

Ele soltou um sorriso convencido. O sorriso de sempre, e deitou a cabeça no ombro de Sally abraçando-a. Ela o empurrou revirando os olhos, mas o verdadeiro motivo é que não queria que le sentisse o quanto seu coração tinha acelerado naquele momento.

― Bem, acho melhor voltarmos para casa então. ― Ele passou a mão pela cintura dela, e a colocou na moto. ― Obrigada, Sally, de verdade.

― Apenas dirige. ― Ela disse e ele o fez.

Chegaram na casa, e encostaram a moto ao lado do carro que Noah tinha ido buscar depois. Sua mãe e os outros estavam na varanda conversando e rindo. Carla veio correndo até Noah usando apenas um biquíni, que ainda estava desamarrado na parte de cima. O corpo totalmente delineado provocando totalmente a atenção dele.

― Você pode amarrar, Noah? ― Ela sorriu desajeitada.

O olhar que ela lançou para Sally fora de total desgosto, como se ela estivesse ganhando uma competição que nem mesmo Sally fora convidada a entrar.

― Claro. ― Ele disse sem hesitar, e passou as mãos lentamente pelas costas dela, antes de começar a amarrar.

Sally ficou olhando a cena, e apenas desviou o olhar, olhando para Ali, ou a silhueta de Ali, não tinha como ter certeza. Ela caminhou até a garota, e escutou as notas firmes e melódicas que deslizavam pelo violoncelo. Seus cabelos estavam presos em um coque, como Sally gostava de usar, e ela ainda continuava focada, mesmo com a presença de outra pessoa.

Elas estavam no que parecia ser uma pracinha que até mesmo tinha uma pequena fonte.

― Eles são realmente ricos pra caralho, né? ― Ela disse palavrão e depois colocou a mão na boca, fazendo com que Ali perdesse a concentração e risse.

― Você é muito boa nisso. ― Sally se sentou em um banquinho bem a frente dela, e soltou um sorriso.

Ela apenas assentiu com a cabeça e empunhou o violoncelo para frente.

― Se eu quero tocar? ― Sally perguntou e Ali assentiu novamente. ― Não, eu não, sempre tive vontade de aprender, mas não é muito a minha.

Ali olhou de lado para ela.

― Mas sou boa em poemas, quer que eu recite um? ― Ela perguntou e Ali sorriu animada.

― Am, tudo bem... ― Sally disse e olhou para o outro lado, onde Noah tinha entrado na piscina com Carla, e agora a carregava no colo para joga-la na piscina.

― Vomitei. ― Ela começou de improviso:

Vomitei cada uma das borboletas

Que você prendeu no meu estômago.

Cada uma delas.

A rosa.

A verde.

A azul.

A amarela.

A roxa.

E principalmente,

A preta.

Que sempre foi sua favorita.

Vomitei todas as borboletas.

As com as asas maiores.

As bem menores.

As com antenas compridas.

As com uma antena faltando.

E principalmente,

A que mais se revirava no meu estômago

Quando eu te via.

Vomitei todas as borboletas do estomago.

As transparentes

As com formato de folha

As com 88 nas asas

As corujas,

E principalmente aquela

Que conseguia tomar meu coração.

Vomitei as borboletas

Que você matou

Com seu coração pesado.

Ela terminou dizendo sutilmente com medo de assustar Ali, mas ela apenas continuou ali, olhando para ela com aqueles olhos brilhantes, e começou a bater palmas, fazendo Sally soltar um sorriso.

― Quer fazer um lanche comigo? ― Ela disse se levantando. ― Eu não ia comer, mas agora é tudo o que preciso.

As duas foram caminhando, e Sally tentou não fazer contato com os dois que estavam na piscina, mas Noah a gritou sorrindo.

― Temos uma festa para ir no dia das bruxas. ― Ele disse e jogou um pouco de água nela, mas aquilo não a agradou.

― Quando?

― Esse fim de semana.

― Mas o dia das bruxas é no próximo. ― Ela disse sem entender.

― Mas Will e a Cely vão viajar semana que vem com a Mandy, e a festa sera daqui cinco dias, já te deixando informada. ― Ele sorriu e Carla pulou em cima dele.

― Tudo bem. ― Sally assentiu com as veias pegando fogo e saiu andando sem olhar para trás. Ali ainda a seguia, e naquele momento a presença dela era melhor do que tudo. Porque ela sabia que sozinha desabaria, e não podia desabar, porque tinha uma promessa consigo mesma, e Noah, não podia afetá-la de maneira alguma.

Mas nos seus pensamentos ela via e se lembrava do olhar que Carla havia jogado bem na cara de Noah. Sally não estava disposta a entrar nessa competição, ela nunca se interessou por rixinha por meninos. Mas aquele olhar, o jeito como ela olhara para ela, com total convencimento, fizera Sally estar disposta a mostrar para Carla que talvez ela estivesse tendo uma imagem bem errada de um jogo, que Sally já estava alguns pontos a frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Colorful" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.