Indestino escrita por irbello


Capítulo 3
Segundo


Notas iniciais do capítulo

OIIII GALERA, AQUI ESTOU PARA MAIS UM CAPÍTULO, percebem que eu to postando bem rápido né? Poise, to inspirada, aproveitem e cumpram nosso acordo de 10 reviews e vocês vão ter capitulo novo!



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BIANCA

Rio de Janeiro, Outubro/2010

Crispo os olhos irritada com um barulho estridente que vinha de fora do quarto e me remexo na cama decidida voltar ao meu sono. Porém o barulho continua sem parar cada vez mais forte por mais que eu tente apertar meu travesseiro para abafar. Irritada, levanto da cama ainda com os olhos fechados e caminho tropeçando até a sala. Esfrego os olhos e não consigo evitar o bufo de indignação.

Meu pai estava com as mãos erguidas segurando uma panela em uma mão e uma colher em outra, ele as batia entre si com força fazendo o barulho infernal que me acordara.

– Aleluia, a morta acordou, podemos almoçar agora? – minha irmã Karina o cutuca fazendo que ele percebesse minha presença e me fuzilasse com os olhos.

– Podemos, sente-se Bianca, daqui a pouco teremos uma conversa.

Suspiro longamente sentindo aquela dor de cabeça típica de ressaca e me sento ao lado de K que comia alegremente. Eu estava simplesmente exausta e sem a mínima vontade de comer, a única coisa que eu queria era deitar na cama, me enrolar na coberta e dormir até o fim do mundo.

Uma dica: não tomem porre, pelo amor, não façam isso.

Como apenas uma coisa de nada e vou rapidamente no banheiro antes que Gael pudesse me impedir. Eu precisava de um banho, estava me sentindo imunda, um lixo de pessoa. Dispo-me rapidamente e entro no box logo sentindo a água quente escorrer pelo meu corpo.

Tomar banho é uma das melhores coisas do mundo.

– Anda logo, eu preciso mijar Bianca! – minha irmã a delicadeza pura em pessoa bateu com força na porta bem no momento que eu saia do box e me enrolava em uma toalha.

Corro de imediato para meu quarto e coloco meu moletom pós ressaca, calça maravilhosa confortável, amarro meus cabelos em um rabo de cavalo e me preparo para deitar na cama quando minha porta se abre com força e dela sai meu pai.

– Chega dessas noitadas Bianca, chega de você voltar bêbada tropeçando nos móveis, chega, recupere seu juízo e volte ao normal que não estou gostando disso. – sua voz soou autoritária como sempre e pela primeira vez na vida, me incomodou.

– Paizinho, me deixa dormir. Aliás eu tenho 19 anos, já sou grandinha o suficiente para saber o que estou fazendo ok? – murmuro franzindo a testa tentando me controlar.

Eu só quero dormir senhor.

– Se você quiser continuar morando na minha casa, você vai respeitar minhas ordens.

– Ah não se preocupe, essa situação não vai fica sempre assim.

E realmente não ficou. Dois meses depois, eu me mudei para um outro apartamento juntamente com a última pessoa que jamais imaginaria que ia ter que conviver ainda mais que eu convivo.

São Paulo, Setembro/2011

O barulho da música eletrônica ecoava por todos cantos da boate que estava escura e o pouco que se enxergava era as pinturas de neon feitas nos rostos. Eu me sentia tão bem, dançava em meio ao ritmo da música e tudo que eu queria era que aquela noite durasse para sempre.

– Nossa que garota linda. – mesmo em meio ao barulho consegui ouvir a familiar voz de um certo paulista que eu não via há meses e o puxo para um abraço.

– Henrique! – grito eufórica, talvez um tanto alterada por conta das doses de vodcas que eu havia bebido há uma hora? Minutos atrás? Não lembro.

A música mudou e começou a tocar aquelas lentas que antes eu amava, agora achava estupidamente ridícula. Porém já que tinha um cara lindo na minha frente, porque não aproveitar não é mesmo? Ele era o Henrique ainda por cima, eu conhecia e ele me conhecia, já se pegamos há um ano atrás? Caraca que confuso, não raciocino bem quando bebo.

– Eu acho que você deveria me beijar. Tipo agora. – normalmente eu jamais falaria isso, juro, mas como comandar o que você vai falar sendo eu mal sabia no que pensar naquele momento?

Ele riu e nossa aquela risada era linda. Quero dizer, existe uma risada linda? Que problemas eu tenho? Suspiro fundo tentando manter o mínimo de paciência e abro a boca para falar algo se não fosse pelo simples fato que antes que eu pudesse piscar, meus lábios já tinham uma função.

Eles estavam beijando Henrique.

Rio de Janeiro, Setembro/2011

Desço do táxi que havia parado em frente de um edifício que mesmo morando há pouco tempo, já era familiar e só de olhar para ele me trazia uma sensação de estar em casa. Depois de uma semana em São Paulo, onde eu fui para fazer teste para uma peça incrível e fracassei totalmente. Enfim, eu estava de volta ao meu lar.

Ao meu apartamento e... Apartamento de Jade Gardel.

– Ei, já chegou? Como foi São Paulo? Esquece não quero saber, to atrasada. Beijos. – reviro os olhos dando espaço para uma Jade que saiu correndo descendo as escadas.

Detalhe: hoje era domingo.

Mesmo morando juntas, algo que só rolou por interesse mútuo, não éramos amigas nem nada, apenas colegas de apartamento que se suportam. Suspiro fundo e largo a mala em algum canto do apartamento indo em direção ao meu quarto pronta para ver meu horário de faculdade que iria começar amanhã.

Ah, eu tinha trocado meu curso de Administração que só comecei apenas para agradar Gael. Mas como você continuar em algo que não é seu sonho? Eu completaria vinte anos daqui uma semana e não fiz nada demais em minha vida. Era como se desperdiçasse todo esse tempo tentando agradar as pessoas, a única coisa que eu fiz por mim era atuar na Ribalta e isso foi a melhor coisa que eu fiz em anos.

– Eu sou muito otária hein, hoje é domingo, porque você não me avisou hein? – ergo os olhos para encarar uma certa colega me fuzilando com os olhos e atrapalhando minha breve reflexão pela vida.

– E realmente você deu oportunidade para que eu fizesse isso não? Sair voando feito uma barata tonta não ajuda não amiga. – debocho enquanto ela soltava um bufo exasperado e ia até a geladeira pegando um pote de sorvete no freezer.

– Eu vou usar a televisão. – a alerto de imediato correndo para pegar o controle.

– Não, não, não, eu preciso muito ver Diário de uma paixão. To de coração partido, colabora comigo sua sonsa. – fez bico enquanto eu erguia a sobrancelha. – Ai perdão, risca, foi mal Bianquinha. Mas vai libera.

E de imediato me relembro de um certo garoto que tinha costume de me chamar assim. Pela primeira vez em um ano, passei a noite relembrando daqueles olhos verdes, suas tiradas ridículas e as tentativas de cantada.

– Você ficou distante quando eu te chamei de Bianquinha. Foi por causa do João né? Vocês tinham algo? – me cutucou Jade assim que o filme terminara e ela tentava a todo custo parar de chorar juntamente comigo que havia me rendido e olhado junto.

– Não nunca. Só... Sei lá, bateu uma leve saudade, mas já passa.

Não passou.

– Eu sempre achei que vocês fossem ficar juntos. – ela murmura colocando um enorme pedaço de sorvete na boca enquanto eu revirava os olhos.

– Nunca.

– Nunca diga nunca.

– Ah cala a boca. – suspiro enquanto ela ria logo fazendo algo que eu nunca imaginei. Jade começou a chorar e antes que eu pudesse piscar, estava abraçando ela e ouvindo seus desabafos.

E foi ai que ela se tornou minha melhor amiga.

Fernando de Noronha, Fevereiro/2012

Viajar é a melhor coisa do mundo. Conhecer lugares, pessoas novas, experimentar novas comidas e ainda se admirar com novas paisagens desse mundo era tudo de bom. Principalmente quando se está acompanhado de sua melhor amiga.

Jade e eu havíamos se aproximado desde aquele domingo de Diário de uma Paixão e quando eu pudesse piscar, passamos a conversar, desabafar, fazer compras juntas. Era mega estranho mas ela era a pessoa mais ridícula, sarcástica, sincera, transparente e incrível desse mundo e eu estava super apegada. Nossa isso soou meio lésbica mas eu gosto de homem.

Como por exemplo, o lindo maravilhoso de camisa branca com o cabelo comprido até o ombro que ele insistia em passar a mão, pele bronzeada, corpo totalmente atraente sem dúvidas e ele tomava água na mesa um pouco em minha frente.

– Não para de secar quem hein? Também quero ver, vou me virar e não vai ser discreto. Descreva ele. – Jade estalou os dedos em minha cara enquanto eu tentava me desviar e continuar apreciando aquele homem.

Jade realmente cumpriu a ameaça e se virou logo voltando a me olhar chocada e fez a última coisa que eu faria. Ela estava caminhando até a mesa dele. Cristo, quero morrer. Não acredito que ela vai fazer isso, ai meu...

Que porra de melhor amiga é essa?

Merda! Ele tá vindo aqui, droga, meu cabelo tá um lixo, valeu Jade, valeu.

– Ei Bi, esse é o Rafael, convidei ele para sentar com a gente até porque ninguém merece sentar sozinho né? – quem via até parece que Jade era inocente, mesmo corada e com uma imensa vontade de morrer consigo pronunciar uma mísera coisa decente.

– Oi, Bianca, prazer.

– O prazer é todo meu linda

Paris, Maio/2013

Se eu pudesse definir a mais bela das vistas que já vi, seria a que se encontra em minha frente. A enorme Torre Eiffel se estendia em sua forma cheia de luzes que iluminava a maravilhosa cidade francesa. E ao meu lado estava o mais que lindo namorado de quase um ano, Rafael Machado.

Desde aquele dia na minha viagem á Fernando de Noronha onde eu o conheci, a gente só se aproximou, ele morava no Rio, se encontrávamos em passagem pela UNIRIO onde eu cursava Artes Cênicas e ele Direito. E um dia ele me chamou para sair então rolou.

– E aí, o que tá achando da viagem? – sinto suas mãos me apertarem na cintura e sorrio enquanto ele beijava meu pescoço.

– No momento, é a melhor viagem da minha vida. – viro-me para encarar aqueles maravilhosos olhos castanhos esverdeados sem evitar um suspiro quando sinto seus lábios nos meus me puxando para um beijo.

Não tinha coisa melhor que namorar na cidade do amor.

– Sabe de algo que pode fazer essa viagem ser a melhor de nossas vidas, não só nesse momento, mas para sempre? – Rafael se afasta enquanto eu sentia meu coração bater acelerado ao ver que ele se ajoelhava.

M E R D A. Isso não pode estar acontecendo comigo.

Perco o ar assim que ele tira de seu casaco uma pequena caixa vermelha e sinto minhas pernas bambearem. Ele não ia fazer isso. Não agora quando eu estava me apaixonando por ele, me apaixonando não significa estar apaixonada.

– Você quer casar comigo Bianca Duarte?

Los Angeles, Maio/2013

Meu coração ainda batia acelerado e as lembranças passavam em câmera lenta como uma forma de me torturar para que eu refletisse o que havia feito. Horas antes, estava em Paris, tendo a noite mais romântica de todas na cidade do amor e agora estou em outro lado do oceano em solo americano me perguntando se minha decisão foi a certa.

Eu havia sido pedida em casamento pelo cara mais incrível do universo na cidade luz. Quantas mulheres já sonharam com isso? Certamente eu em minha fase mais romântica, mas a verdade era que eu não podia aceitar, não quando meu coração ainda estava preso ao passado.

Mas o principal, eu não estava apaixonada por Rafael.

– Senhorita, chegamos. – o taxista me desperta de meus pensamentos e tiro rapidamente meu dinheiro para lhe pagar.

Saio do táxi e pego minha mala, mas antes de entrar no aeroporto para pegar um avião rumo ao Brasil, não evito de ficar olhando para a maravilhosa paisagem de Califórnia que não pude aproveitar. Droga eu preciso voltar aqui.

Caminho em direção á porta que se abria automaticamente e uma pessoa apressada basicamente quase me atropela chocando violentamente seu ombro com o meu fazendo que minha testa se franzisse de indignação.

– Sinto muito, perdão. – se desculpou rapidamente com evidente nervosismo e acelerou seus passos ainda mais.

Aquela voz era estranhamente familiar. Sinto meu coração se acelerar com o palpite em minha mente, mesmo que aquilo fosse ridículo e me viro tentando buscar a pessoa, porém ela já havia sumido na multidão.

Ok, eu estou alucinando. Foram muitas emoções.

Nunca que aquela voz seria de João Spinelli.

Rio de Janeiro, Julho/2013

Suspiro tentando arranjar coragem de entrar na academia que antigamente não só ia, mas como ajudava nas papeladas. Desde que eu e meu pai brigamos quando troquei de curso, sai de casa, ou seja há quase três anos, não convivíamos muito, era como se os papeis se invertessem como era a relação de K com Gael.

Meu pai não entendia que eu já era adulta e precisava tomar um rumo da minha vida, seguir meu caminho, não o caminho que ele queria que eu seguisse. O caminho seguro, uma carreira que não era meu sonho, viver sob os olhos dele. Mas eu não aguentava mais esse clima tenso e pretendia acabar com isso.

– Bianca? – ouço uma voz que antigamente me faria arrepiar dos pés á cabeça e sorrir feito uma boba, meu coração não se acelerou como antes e isso me deu uma sensação de alivio.

– Oi Duca. – não consigo evitar um sorriso porque apesar de tudo, a gente teve uma historia e eu sentia muito carinho por ele que foi meu primeiro amor.

Primeiro amor a gente nunca esquece, apenas superamos como foi meu caso.

Ele continuava lindo, seu cabelo havia crescido, tinha aqueles músculos de tirar o fôlego e um sorriso de leve, sinal que estava um tanto envergonhado. Rio sem graça para quebrar o clima estranho que se instalou e Duca suspira coçando a nuca como se estivesse arranjar a coragem para falar algo.

– E ai, como anda a vida? – tento o ajudar e vejo seus ombros se relaxarem. Será que ele estava com medo que eu ainda sentisse algo?

– Eu tive um filho. Com a Nat e vamos se casar daqui quatro meses. – senti meus olhos se arregalarem com tamanhas informações sendo soltas em menos de um minuto.

Três anos realmente mudam muitas coisas.

– Wow, parabéns! Como é o nome do moleque? Tem quantos anos? – pergunto curiosa sem disfarçar minha felicidade um tanto atrasada, realmente eu estava feliz por Duca, um tanto desnorteada com as novidades, mas feliz.

– Ah, se chama de Gabriel, em homenagem ao mestre sabe? Nasceu há quase três meses, chora bastante durante a madrugada, não dá folga para mim e para Nat. Nossa, tá uma loucura e ainda estamos planejando o casamento, surreal, e você? – falou eufórico se sentando na borda do tatame que era usado nos treinos e sento ao lado dele.

Conto sobre minha escolha, conto sobre as peças que ando fazendo, enfim tudo que me aconteceu nos últimos anos. Éramos como velhos amigos que se reencontravam após anos e era algo bom, rever alguém tão especial apesar de ter tido mágoas antes.

– Bi, eu não sei se isso é adequado, mas você sabe que fez parte da minha vida e é muito especial para mim e bem, eu adoraria que você fosse ao meu casamento. Sei que é estranho, afinal a gente é ex, mas seria muito legal te ver lá no dia mais importante da minha vida. – ele retira de seus bolso um envelope branco com meu nome escrito em uma letra muito caprichada.

– Me parece que você está guardando isso há um certo tempo hein?

– Eu precisava de coragem, afinal, não se víamos há três anos né?

Sorrio e pego o convite, um tanto emocionada.

– Seria um prazer. – hesito mas antes que eu pudesse recuar senti seus fortes braços me puxarem para um abraço que retribuo com força.

Ele logo se afasta após seu celular tocar e atende rapidamente se despedindo e sai da academia enquanto eu permaneço sentada encarando o convite. Era bem irônico eu ser chamada para um casamento enquanto dois meses atrás, recusei um pedido. Seria sinal do universo?

– Bianca? – ergo o rosto pronta para encarar o mestre mais durão de todos, o meu pai.

– Oi pai.

Nova York, Dezembro/2014

A neve caia sobre aqueles prédios modernos dando até uma leve impressão de que a cidade que nunca dorme parecia quase um lar. Fazia quase um ano que eu estava aqui, recebi uma bolsa para terminar meu ultimo ano de faculdade na melhor de todas escola de arte, Juilliard School.

Quando recebi essa oportunidade, aceitei sem nem piscar. Não tinha coisa melhor que isso, depois de anos fazendo pequenas peças, onde nem todas vezes fui protagonista mas sempre dei meu melhor e isso foi visto por um importante olheiro que buscava talentos. Claro, foi apenas a chance de fazer um teste mas consegui minha vaga.

– Bianca, atende o telefone! – gritou minha colega de quarto americana em que eu dividia e corro até a sala onde Melinda segurava o telefone sem fio enquanto olhava a televisão.

Era natal, então provavelmente seria ligação de meu pai reunido com todos. Pego o telefone, vou para o quarto onde eu teria mais privacidade e poderia ativar o viva-voz. Sem me surpreender, a voz de Karina ecoou eufórica desejando feliz natal juntamente com outro coro de vozes.

– Nós temos novidade! – ouço minha irmã juntamente com Pedro e já posso imaginar os dois colados um no outro falando juntos e rio com a cena.

– Vocês vão me dar um sobrinho? – brinco e eles riem, filhos não era algo que estava nos planos de minha irmã, principalmente agora que sua carreira de lutadora avançou de modo que ela estivesse nos campeonatos nacionais em rumo aos mundiais e Pedro é claro com sua banda de sucesso fazendo turnês. Não havia espaço para uma criança.

– Na verdade, a notícia é melhor que isso.

– Conta logo! Tô curiosa!

– A GENTE VAI SE CASAR!

Assim como os dois, grito de alegria.

Nova York, Maio/2015

Eu estava absurdamente nervosa. Depois de meses ensaiando, noites sem sonhos, muitos cafés sendo tomado, vários tapas de Jade que veio correndo para cá assim que recebi a melhor proposta de minha vida, eu tinha uma peça para estrelar em Broadway e era a co-protagonista.

Não tinha coisa melhor que isso para alguém que havia se formado há apenas quatro meses. Na melhor escola de artes do mundo. Ok, eu preciso respirar. Inspiro e expiro, um truque para me acalmar como Jade havia me ensinado após meu surto de um mês atrás.

Eu estava no elenco da peça “Les Miserables”, era músical e tive meses de preparação não só na atuação mas também no canto. Era algo muito importante. Suspiro e mordo os lábios me encarando no espelho um tanto deslumbrada com o figurino.

Atuaria como Cosette mais velha, filha ilegítima nascida e abandonada pelo pai que teve um caso com a mãe que era uma pobre costureira e havia caído nos encanto do homem, um Tholomyès. Minha personagem foi criada sob os abusos de uma família que recebeu a mãe dela e ela, mas logo sua mãe falece e o protagonista a torna como sua filha adotiva.

É uma peça musical maravilhosa e eu estava... Sem palavrar para definir minha sensação de orgulho em fazer parte. Minha mãe iria adorar e eu podia sentir sua presença naquela noite mesmo que ela não estivesse lá, estava dentro do meu peito, em um lugar bem especial no meu coração.

– Está na hora.

E eu me levanto para a peça mais incrível da minha vida.

Rio de Janeiro, Junho/2015

Sou recebida com vários gritos e ovações no aeroporto que só não me deixam envergonhadas pelo fato que estava morrendo de saudades de minha maravilhosa família. Eles não puderam ir para Nova York pelo fato que minha irmã estava em desespero com os planos do casamento e claramente necessitava de ajuda, mas Jade fez a alegria do povo e filmou toda a peça.

Ela voltou antes que eu, por causa do Ricardo, ou melhor Cobra que não parava de resmungar o quanto sentia a falta dela. Depois de anos, eu finalmente conseguia me acostumar embora ele seja um chato, era a pessoa que minha melhor amiga amava e eu só quero a felicidade dela acima de todas implicâncias.

Ok, o Cobra era legal mas ele não precisa saber disso.

– Sua cachorra! Como pode me largar? Já tava achando que você não iria vir ao meu casamento. – Karina me bateu com um certa força fazendo que eu fizesse uma careta e logo ela me ataca em um abraço cheio de ânimo que eu retribuo.

– Não exagera esquentadinha, a gente até adiava o casamento se fosse o caso. – implicou Pedro, alguém eu tinha arranjando uma grande afeição depois de unirmos para fazer que Karina o perdoasse de umas burradas que ambos haviam cometido.

Burradas que eu não gostaria de lembrar.

– Você precisa ir na costureira experimentar seu vestido. Eu mandei aquelas medidas que você me enviou, mas é sempre melhor checar. – ela desatou de falar assim que chegamos em meu apartamento que estava vazio até eu chegar.

– Caraca machona, deixa ela respirar um instante. – implicou Jade fazendo que K mostrasse a língua infantilmente.

Começamos a conversar sobre os preparativos finais, sendo que aquele era o único assunto que K tinha mas eu a compreendia. Meu pai e Dandara tinham ido embora pois estavam cansados mas já marcamos um dia me que iriamos todos ver minha peça no Perfeitão.

– Uau. – exclamou Pedro do nada fazendo que nós se virássemos curiosas.

– O que houve Pê?

– João acabou de confirmar a presença no nosso casamento.


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Notas finais do capítulo

E AI????? O QUE ACHARAM???? ANSIOSA PARA LER AS REAÇÕES DE VOCÊS! GRITEM, SURTEM, BERREM, IMPLOREM PRA NOVO CAPITULO, mas comentem pq eu adoro ler os comentário!
Lindos, dez reviews ok? Posto assim que escrever, beijão e até logo!