Era isso, estava indefeso, simplesmente indefeso, não havia outra palavra que o definisse melhor naquele momento, Silver estava cercado daquelas criaturas, não havia sequer alguma chance ou possibilidade de fugir ou se defender, agora o que lhe cabia era esperar pela morte, e então resolveu relembrar o que havia feito para acabar ali...

Estava passeando pela sua cidade Natal: Solaris City, antigamente chamada de “Solleana”, quando encontrou algo que não era nada comum: Blaze estava ali, com Shadow, e estavam conversando, “Animados demais para o meu gosto”, pensou. Silver resolveu ir cumprimentar sua amiga, mas ao chegar lá um barulho de explosão abafou o seu “Olá, Blaze”. O ouriço prateado olhou para a direção de onde vinha a explosão e viu uma dúzia de criaturas parecidas com leões, porém com o triplo do tamanho, com uma armadura de aço, as bestas eram feitas de puro fogo. Shadow e Blaze foram ao encontro das criaturas, os monstros, percebendo a aproximação dos dois, rugiram e correram na direção deles. Blaze conseguiu escapar, utilizando seus poderes para assustar aqueles seres, mas Shadow não teve a mesma sorte, vendo que não podiam tocar em Blaze, os monstros cercaram Shadow e atacaram o ouriço negro, tentando tragar o mesmo. Vendo aquilo, Blaze fez algo que faria com que Silver duvidasse se era realmente a sua amiga ou não: gritou com o Hedgehog prateado.

– Vai ficar só olhando? Faça algo! – Percebendo que Blaze estava realmente preocupada com a forma de vida suprema, correu na direção das tais criaturas, entretanto, quando chegou perto descobriu que elas podiam correr e atacar em uma velocidade hipersônica. Elas lhe deram uma sequência de mordidas e golpes com a armadura, até que o prateado não resistiu e perdeu a consciência. Vendo a coisa que mais tinha medo de acontecer: Blaze sendo atacada.

Acordou com alguns chutes nas costas, olhou ao redor e percebeu estar em uma espécie de prisão e... Antes que prosseguisse com suas lembranças, foi interrompido por um terremoto, e o mesmo trouxe algumas pedras em sua direção, tentou desviar delas, em vão, pois nem seus poderes de tele cinese funcionavam naquela dimensão. Acabou sendo atingido na cabeça por uma das pedras menores, o que fez com que ficasse tonto, e assim não notando a outra pedra vinda em sua direção, e ao ser atingido por ela, ficou sem conseguir enxergar em alguns instantes, os quais pareceram eternos. Durante esses instantes, ficou soterrado por outras pedras. Até que elas começaram a ser retiradas, neste exato momento pode ver quem havia lhe salvado e sorrir antes de perder todos os seus sentidos:

– Amy... – Ficou alegre em ver ela, mas ao desmaiar, suas memórias voltaram

E tinha certeza que Blaze e Shadow estavam por ali em algum lugar, provavelmente um lugar com uma segurança toda especial. Havia percebido que a maioria dos presos ali eram mobianos normais, mas o que mais lhe incomodava eram os guardas. Pareciam com as criaturas, porém não demonstravam Expressão alguma (“as coisas” como chamava o prateado mentalmente, eram todas como uma única expressão de fúria de tudo e de todos, no olhar, no andar e em tudo mais) pareciam quase robóticos. Ao olhar para seus companheiros de cela percebeu algo que lhe inspirou medo: não tinham orbes, os olhos eram total e completamente brancos. Um deles caminhou até perto de si e...

Novamente foi interrompido, desta vez por si mesmo, ao acordar, percebeu estar no quarto de Amy, pois ali havia várias fotos do Sonic, o que estranhou foi a localização das mesmas: estavam no lixo.

Estava distraído. E por isso não percebeu a rosada entrando, não a percebeu se aproximando, e não a notou se sentando ao seu lado. Só percebeu a sua presença ao virar o rosto para a direção da janela, com o intuito de ver se era noite ou dia, (era noite) e tomou um susto. Porém a rosada respondeu com uma leve risada, a expressão facial do prateado tinha sido cômica. Mas ele não achou graça, nem conseguia sorrir, estava muito perturbado, lembrava-se de que depois daquele dia não havia visto mais Blaze, nem Shadow. Tivera sorte de conseguir fugir dali, mas azar ao ser capturado durante a fuga pelas criaturas, e sorte novamente ao ser salvo, apesar de alguns machucados. Continuou refletindo sobre o que havia ocorrido na prisão, havia sido muita coisa.

E lhe disse que era bem-vindo ali, que todos eles agora eram uma família, e outras palavras que lhe serviram para se acalmar um pouco, mas quando perguntou o por quê dele e dos outros presos estarem com os olhos totalmente brancos, o pássaro calou-se.

Foi então que percebeu as cicatrizes em todos. Estremeceu ao perceber que eram de chicotadas.

Será que chicoteavam os presos ali?