Broken escrita por allaboucamren


Capítulo 18
Capítulo 18




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POV ALISON

Meu coração estava quase saltando do meu peito, minhas mãos tremiam, eu estava experimentando uma sensação desconhecida, porém intensa. Os segundos se passavam torturantemente lentos, e eu apenas fitava Alison, esperando por sua resposta, esperando por uma atitude dela. E dessa vez eu não conseguia decifrar sua expressão. Ela estava imóvel, impassível, e isso não era nada bom. Na verdade estava me deixando assustada.

Alison: Emily eu quero que.. – começou hesitante. – Você podia ir embora, por favor. – pediu sem convicção, olhando pra baixo.

É claro que essa possibilidade era plausível, ela me expulsar. Mas algo dentro de mim dizia que sua reação seria mais positiva. E nossa, eu estava errada. Passei a mão no rosto, tentando secar algumas lágrimas silenciosas que teimavam em cair e a encarei, ela tentava segurar o choro.

Emily: Você tem certeza? – levantei seu queixo, fazendo-a olhar pra mim.

Alison: Não. – murmurou fracamente, as lágrimas incontroláveis já inundavam seus olhos.

Emily: Ei, não fica assim. – afaguei seu rosto. – Lembra do que eu disse? Nada precisa mudar entre a gente. Você pode esquecer tudo isso que eu acabei de falar, não aconteceu. – assegurei. – Eu só quero que você me deixe fazer parte da sua vida… no papel que você quiser.

Alison: Por que? – perguntou num tom um pouco irritado. – Por que eu?

Emily: Como assim, do que você tá falando?

Alison: Por que você se interessou por mim? Por que justo eu? – perguntou frustrada.

Emily: Alison, eu já te disse, quando eu..

Alison: Emily, você é o ser humano mais perfeito que eu já conheci. Você é linda, inteligente, sensível, engraçada, carinhosa, prestativa. E eu sinceramente não entendo o que você viu em mim. – falou um pouco irritada, e eu não consegui evitar um pequeno sorriso sabendo que ela achava tudo aquilo de mim.

Emily: Tudo o que você acabou de falar, essas qualidades todas se aplicam à você. Algumas delas estão adormecidas, mas estão aqui. – apontei pro seu coração. – E aos poucos elas vão aparecer. – sorri.

Alison: Emiy, isso é lindo, você sempre faz de tudo pra que eu me sinta bem, mas vamos encarar os fatos... Eu estou quebrada. Eu sou um objeto sem conserto, uma coisa que não funciona, e que nunca mais irá funcionar. Não perca seu tempo comigo, vá ser feliz, vá ser feliz com alguém que te mereça. – tentou se levantar, mas eu a impedi.

Emily: Por favor, não fala mais isso. – pedi seriamente, mas com uma expressão suave. – Nunca mais. Não diga essas coisas sobre si mesma. Você até pode estar quebrada, mas eu garanto, com ajuda e o tempo necessário, tudo se ajeita. – sorri confiante, pois era naquilo que eu acreditava e eu queria que ela também acreditasse. – Eu só queria que você se visse como eu te vejo. – acariciei seu rosto. – Por favor, não me manda embora, não me tira da tua vida. – supliquei.

Alison pôs sua mão sobre a minha, que ainda acariciava seu rosto e soltou um suspiro, fechando os olhos, como quem estava sem saber o que fazer.

Emily: Ok, eu vou embora. – tirei devagar minha mão do seu rosto. – Você ouviu muita coisa hoje, precisa pensar direito, mas pelo menos agora você já sabe. – levantei da cama.

Alison: Não, espera. – inclinou-se, me puxando de volta pra sentar na cama. - Emily, antes de.. você sabe.. eu nunca fui das mais populares. Na escola eu era aquela nerdzinha que passava despercebida por tudo e todos. Nunca tive um namorado, nunca fui à um encontro, nunca nem beijei. – confessou. - Então sim, hoje eu ouvi muita coisa. Ouvi coisas que eu sinceramente nunca imaginei que um dia seriam ditas pra mim. Era simplesmente inconcebível pensar que depois de tudo o que me aconteceu, uma pessoa iria se apaixonar por mim, se declarar como você acabou de fazer. E sinceramente não faz a menor diferença se você é uma garota. – uma faísca de esperança se acendeu em meu coração. – O que eu quero dizer é que eu não sei como lidar com isso. Não sei o que significam essas coisas que eu sinto quando estou com você. - falou olhando pras mãos, que estavam em seu colo.

Emily: O que você sente exatamente? – Não queria forçá-la, mas a curiosidade me venceu.

Alison: Me sinto segura, protegida.. Quando você me abraça eu sinto que nada mais pode me atingir. – diz, olhando-me com carinho.– Quando sinto seu perfume, meus pensamentos se desligam, meu corpo trabalha com apenas um objetivo: respirar para sentir o teu cheiro. – admitiu baixinho. - Eu também não sei exatamente o que é isso, mas a forma como eu me sinto quando você está prestes à chegar, aquela ansiedade, o modo como eu esqueço dos meus problemas quando estou contigo, o jeito que eu fico quando você me olha... Tudo isso é novo pra mim, é estranho, mas ao mesmo tempo é bom, me faz bem como nunca fez antes, como nunca eu pensei que seria. – sorriu de canto. – E eu só posso pensar em uma coisa para definir tudo isso o que eu acabei de falar...

Emily: Qual? – sussurrei. Rezando para que seja a palavra que eu estou pensando.

Alison: Amor. – responde simplesmente. – Emily, eu acho que também estou apaixonada por você. – confessou timidamente, porém exalando certeza em cada palavra.

Por dentro eu estava saltitando como uma garotinha que acabara de ganhar o melhor presente de natal da sua vida. Mas por fora eu não sabia como reagir, na verdade não sabia como ela reagiria depois do que eu penso e quero fazer exatamente agora.

Emily: Eu posso tentar uma coisa? – pedi com toda doçura que consegui.

Alison: Sim. – respondeu num sussurro.

Levantei-me e fui na direção da janela, fechando-a, assim como as cortinas. Depois me dirigi à parede ao lado da porta, onde estava o interruptor. Olhei para Alison e ela estava completamente confusa.

Emily: Feche os olhos. – pedi

Alison acenou com a cabeça e fez o que eu pedi. Então desliguei o interruptor deixando o cômodo completamente escuro, mesmo não tendo anoitecido completamente.

Com a ajuda da luz do meu celular, caminhei de volta para a cama, sentando de frente para Alison que estava imóvel, respirando pesadamente.

Emily: Ei, calma, respira eu tou aqui, sou eu. – falei com ternura.– Não abra os olhos, apenas me diga se eu devo parar ok?

Alison: Ok.

Emily: Quero que você esqueça o que vê, o que pensa, o que acha, quero que se concentre apenas no que você sente, no que você quer.

Peguei sua mão entrelaçando nossos dedos, logo depois a trouxe para meus lábios, dando-lhe um leve beijo.

Emily: Isso é bom?

Alison: Sim.

Minha outra mão foi para o seu rosto, acariciando-o. Aproveitei e coloquei uma mecha de cabelo atrás da sua orelha.

Emily: E isso? É bom?

Alison: É sim.

Aproximei-me ainda mais de seu corpo, estava quase em seu colo, porém não nos tocávamos. Inclinei meu rosto de modo que eu podia sentir sua respiração ofegante em meu rosto, e vice-versa.

Emily: Você quer que eu pare? – sussurrei, encostando nossos narizes.

Alison: Não. – sua voz quase não saiu, mas foi o suficiente para seu doce hálito afagar meu rosto, embriagando meus sentidos.

Emily: Isso é o que eu mais quero. – falei devagar. – te dar carinho, te fazer bem. Te presentear com todo o amor que eu tenho aqui. – coloquei sua mão no meu peito, na altura do coração. – Não pense que você não merece isso. Você, Alison, merece todo o amor do mundo, deixa eu fazer isso.. – sussurrei, meus lábios quase tocando os seus.

Alison suspirou, e com nossa proximidade, fiquei mais uma vez fora da realidade, desejando, ansiando pelo seu consentimento.

– Deixa eu te amar, Alison.

Lentamente, Alison pôs as duas mãos em meu rosto, segurando-o com delicadeza. Seu toque era o mais macio e gostoso que eu já havia sentido.

Alison: Será uma honra.

Não tive tempo de assimilar sua resposta, pois seus lábios já haviam preenchido os meus...


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