Broken escrita por allaboucamren
POV ALISON
Meu coração estava quase saltando do meu peito, minhas mãos tremiam, eu estava experimentando uma sensação desconhecida, porém intensa. Os segundos se passavam torturantemente lentos, e eu apenas fitava Alison, esperando por sua resposta, esperando por uma atitude dela. E dessa vez eu não conseguia decifrar sua expressão. Ela estava imóvel, impassível, e isso não era nada bom. Na verdade estava me deixando assustada.
Alison: Emily eu quero que.. – começou hesitante. – Você podia ir embora, por favor. – pediu sem convicção, olhando pra baixo.
É claro que essa possibilidade era plausível, ela me expulsar. Mas algo dentro de mim dizia que sua reação seria mais positiva. E nossa, eu estava errada. Passei a mão no rosto, tentando secar algumas lágrimas silenciosas que teimavam em cair e a encarei, ela tentava segurar o choro.
Emily: Você tem certeza? – levantei seu queixo, fazendo-a olhar pra mim.
Alison: Não. – murmurou fracamente, as lágrimas incontroláveis já inundavam seus olhos.
Emily: Ei, não fica assim. – afaguei seu rosto. – Lembra do que eu disse? Nada precisa mudar entre a gente. Você pode esquecer tudo isso que eu acabei de falar, não aconteceu. – assegurei. – Eu só quero que você me deixe fazer parte da sua vida… no papel que você quiser.
Alison: Por que? – perguntou num tom um pouco irritado. – Por que eu?
Emily: Como assim, do que você tá falando?
Alison: Por que você se interessou por mim? Por que justo eu? – perguntou frustrada.
Emily: Alison, eu já te disse, quando eu..
Alison: Emily, você é o ser humano mais perfeito que eu já conheci. Você é linda, inteligente, sensível, engraçada, carinhosa, prestativa. E eu sinceramente não entendo o que você viu em mim. – falou um pouco irritada, e eu não consegui evitar um pequeno sorriso sabendo que ela achava tudo aquilo de mim.
Emily: Tudo o que você acabou de falar, essas qualidades todas se aplicam à você. Algumas delas estão adormecidas, mas estão aqui. – apontei pro seu coração. – E aos poucos elas vão aparecer. – sorri.
Alison: Emiy, isso é lindo, você sempre faz de tudo pra que eu me sinta bem, mas vamos encarar os fatos... Eu estou quebrada. Eu sou um objeto sem conserto, uma coisa que não funciona, e que nunca mais irá funcionar. Não perca seu tempo comigo, vá ser feliz, vá ser feliz com alguém que te mereça. – tentou se levantar, mas eu a impedi.
Emily: Por favor, não fala mais isso. – pedi seriamente, mas com uma expressão suave. – Nunca mais. Não diga essas coisas sobre si mesma. Você até pode estar quebrada, mas eu garanto, com ajuda e o tempo necessário, tudo se ajeita. – sorri confiante, pois era naquilo que eu acreditava e eu queria que ela também acreditasse. – Eu só queria que você se visse como eu te vejo. – acariciei seu rosto. – Por favor, não me manda embora, não me tira da tua vida. – supliquei.
Alison pôs sua mão sobre a minha, que ainda acariciava seu rosto e soltou um suspiro, fechando os olhos, como quem estava sem saber o que fazer.
Emily: Ok, eu vou embora. – tirei devagar minha mão do seu rosto. – Você ouviu muita coisa hoje, precisa pensar direito, mas pelo menos agora você já sabe. – levantei da cama.
Alison: Não, espera. – inclinou-se, me puxando de volta pra sentar na cama. - Emily, antes de.. você sabe.. eu nunca fui das mais populares. Na escola eu era aquela nerdzinha que passava despercebida por tudo e todos. Nunca tive um namorado, nunca fui à um encontro, nunca nem beijei. – confessou. - Então sim, hoje eu ouvi muita coisa. Ouvi coisas que eu sinceramente nunca imaginei que um dia seriam ditas pra mim. Era simplesmente inconcebível pensar que depois de tudo o que me aconteceu, uma pessoa iria se apaixonar por mim, se declarar como você acabou de fazer. E sinceramente não faz a menor diferença se você é uma garota. – uma faísca de esperança se acendeu em meu coração. – O que eu quero dizer é que eu não sei como lidar com isso. Não sei o que significam essas coisas que eu sinto quando estou com você. - falou olhando pras mãos, que estavam em seu colo.
Emily: O que você sente exatamente? – Não queria forçá-la, mas a curiosidade me venceu.
Alison: Me sinto segura, protegida.. Quando você me abraça eu sinto que nada mais pode me atingir. – diz, olhando-me com carinho.– Quando sinto seu perfume, meus pensamentos se desligam, meu corpo trabalha com apenas um objetivo: respirar para sentir o teu cheiro. – admitiu baixinho. - Eu também não sei exatamente o que é isso, mas a forma como eu me sinto quando você está prestes à chegar, aquela ansiedade, o modo como eu esqueço dos meus problemas quando estou contigo, o jeito que eu fico quando você me olha... Tudo isso é novo pra mim, é estranho, mas ao mesmo tempo é bom, me faz bem como nunca fez antes, como nunca eu pensei que seria. – sorriu de canto. – E eu só posso pensar em uma coisa para definir tudo isso o que eu acabei de falar...
Emily: Qual? – sussurrei. Rezando para que seja a palavra que eu estou pensando.
Alison: Amor. – responde simplesmente. – Emily, eu acho que também estou apaixonada por você. – confessou timidamente, porém exalando certeza em cada palavra.
Por dentro eu estava saltitando como uma garotinha que acabara de ganhar o melhor presente de natal da sua vida. Mas por fora eu não sabia como reagir, na verdade não sabia como ela reagiria depois do que eu penso e quero fazer exatamente agora.
Emily: Eu posso tentar uma coisa? – pedi com toda doçura que consegui.
Alison: Sim. – respondeu num sussurro.
Levantei-me e fui na direção da janela, fechando-a, assim como as cortinas. Depois me dirigi à parede ao lado da porta, onde estava o interruptor. Olhei para Alison e ela estava completamente confusa.
Emily: Feche os olhos. – pedi
Alison acenou com a cabeça e fez o que eu pedi. Então desliguei o interruptor deixando o cômodo completamente escuro, mesmo não tendo anoitecido completamente.
Com a ajuda da luz do meu celular, caminhei de volta para a cama, sentando de frente para Alison que estava imóvel, respirando pesadamente.
Emily: Ei, calma, respira eu tou aqui, sou eu. – falei com ternura.– Não abra os olhos, apenas me diga se eu devo parar ok?
Alison: Ok.
Emily: Quero que você esqueça o que vê, o que pensa, o que acha, quero que se concentre apenas no que você sente, no que você quer.
Peguei sua mão entrelaçando nossos dedos, logo depois a trouxe para meus lábios, dando-lhe um leve beijo.
Emily: Isso é bom?
Alison: Sim.
Minha outra mão foi para o seu rosto, acariciando-o. Aproveitei e coloquei uma mecha de cabelo atrás da sua orelha.
Emily: E isso? É bom?
Alison: É sim.
Aproximei-me ainda mais de seu corpo, estava quase em seu colo, porém não nos tocávamos. Inclinei meu rosto de modo que eu podia sentir sua respiração ofegante em meu rosto, e vice-versa.
Emily: Você quer que eu pare? – sussurrei, encostando nossos narizes.
Alison: Não. – sua voz quase não saiu, mas foi o suficiente para seu doce hálito afagar meu rosto, embriagando meus sentidos.
Emily: Isso é o que eu mais quero. – falei devagar. – te dar carinho, te fazer bem. Te presentear com todo o amor que eu tenho aqui. – coloquei sua mão no meu peito, na altura do coração. – Não pense que você não merece isso. Você, Alison, merece todo o amor do mundo, deixa eu fazer isso.. – sussurrei, meus lábios quase tocando os seus.
Alison suspirou, e com nossa proximidade, fiquei mais uma vez fora da realidade, desejando, ansiando pelo seu consentimento.
– Deixa eu te amar, Alison.
Lentamente, Alison pôs as duas mãos em meu rosto, segurando-o com delicadeza. Seu toque era o mais macio e gostoso que eu já havia sentido.
Alison: Será uma honra.
Não tive tempo de assimilar sua resposta, pois seus lábios já haviam preenchido os meus...
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