Todos saíram da arena de esgrima, deixando-me sozinha com Percy. Ele andava de um lado a outro, batendo os pés e resmungando.
– Eu devia ir, quem me garante que vocês estarão protegidas?
Me aproximei dele, segurei suas mãos, estavam geladas. Olhei em seus olhos, sempre me sentia segura com Percy. Tenho uma queda por ele desde os 12 anos, e na ultima batalha, quando nos reencontramos, meus sentimentos pareciam transbordar. Era como um remédio pelo qual eu necessitasse pra viver.
– Eu vou ficar bem Percy, prometo.
– Não gosto muito de promessas. Me assusta!
Ele colocou a cabeça sobre meu ombro, senti que ele estava nervoso. Tentei mudar um pouco o clima.
– Percy, você tem falado com Poseidon?
Percy me olhou, e depois respondeu:
– Não. Depois da luta contra os gigantes ele não se comunicou mais comigo. E Tyson voltou pro reino dele, não deu notícias também. E agora, não me deixam te proteger, deuses Annabeth, eu não suportaria te perder, eu...
Antes que ele continuasse, me aproximei e o beijei. Tentei demonstrar toda saudade que senti dele, tentei parecer que éramos apenas simples namorados, não tínhamos problemas.
Ele pareceu entender, então saímos da arena. Caminhavamos sobre o acampamento, de longe pudemos ver a Clarisse conversando com o Chris.
– Ei, Annabeth! Consegui falar com meu pai. Partiremos amanhã cedo! Disse Piper
– Ok. Respondi
Percy olhou para Piper, ele parecia zangado, então me deu um beijo na bochecha e saiu.
– Ele não gostou da minha atitude? Disse Piper
– Ele é assim mesmo. E o Jason?
– Tá resmungando até agora. Ela disse.
Então conversamos um pouco, depois fui tomar banho, afinal ainda tinha o jantar, e eu precisava dormir cedo.No jantar pude notar que Jason estava sério. Ele estava sentado numa mesa sozinho, claro, como único filho de Júpiter. Jason disse que passaria alguns dias aqui, depois iria no Acampamento Júpiter pra manter contato.
Percy também estava sozinho, com Tyson no reino de Poseidon, ele era o único filho do Deus do mar no acampamento.
Olhei também Nico, ele estava em pé perto da lareira, conversava com Will. Bom, desde a nossa luta contra Gaia, Nico e Will estavam muito próximos, eu achava muito bom porque o Nico estava mais divertido sabe, sorrindo e sendo gentil.
Não senti fome, decidi pegar minha comida e jogar na fogueira
" Aos Deuses. Mãe, por favor, me dê um sinal " Rezei pra minha mãe me ajudar.
Olhei mais uma vez o acampamento e resolvi deitar. Algo me diz que não voltarei aqui tão cedo, e infelizmente devo dizer que, previsões e pressentimentos de semideuses na maioria das vezes são avisos.
Entrei no chalé 6, minha cama era a última no corredor. Estava bagunçada, eu havia perdido minha adaga, o notbook de Dedálo, mas tinha algumas anotações. Na parede tinham fotos minha, do Percy, do Grover e até do Tyson. Além do pessoal do Argo II. A janela estava aberta, e um vento fresco percorria todo o quarto. O sono não vinha, então me sentei no chão ainda lembrando do que Leo falou;
Acabei cochilando ali mesmo no chão, até que alguém me acordou...
– Annabeth, ei, Annabeth!
Abri os olhos, um Percy com uma pijama de tubarões, peixes e cavalos marinhos estava ao meu lado. Sinceramente, estava muito engraçado:
– Deuses, Percy, isso é um...pijama?
Ele olhou sua roupa e sorriu.
– Ficou legal? Másculo?
Eu consegui dar uma leve risada, então me afastei um pouco, e dei espaço pro Percy sentar ao meu lado:
– Annabeth, você me perguntou se meu pai tinha falado comigo... depois da batalha, quando falei com ele pela última vez, ele me disse que achava que Gaia ainda não estava dormindo totalmente, que temia pelo
poder da Deusa.
Escutei ele atentamente, seria Gaia me fazendo ir a São Francisco, invadindo meus sonhos, se fazendo passar por Leo?
– O que eu quero dizer é... pelos deuses Annabeth, tome cuidado. Tente me manter informado... eu nunca me perdoaria se...
– Cabeça de alga, eu sei me cuidar tá?
Ele sorriu de lado e me abraçou:
– Lembra quando estávamos indo pro Submundo, provar que eu não tinha roubado o raio mestre? Ele perguntou
– Claro. Você estava tão valente.
– E quando estávamos na ilha de Circe? Ele continuou
– Sim, você de porquinho-da-índia.
Nós começamos a rir.
– E, lembra quando aquele cara, Tengiz te levou, achei que você ia ser caçadora e virar imortal, achei que...
– Seguramos o céu, lembra cabeça de alga?
Ele assentiu, depois tocou na mecha branca em meu cabelo.
Ele ainda tinha a mecha, seu cabelo estava curto, mas dava pra notar a mecha.
– Aí veio a batalha no labirinto, eu falei
– Sim. Aquele beijo de boa sorte! Ele disse
Nós rimos de novo.
– E teve a batalha contra Cronos, entrei no Estige, você foi meu ponto de equilíbrio no mundo mortal, minha âncora. Disse Percy
– Depois você sumiu... Eu falei
Ele me olhou, então pegou uma parte do meu cabelo, colocou atrás da minha orelha e falou:
– Mas você me achou, e estamos juntos.
Eu segurei o meu colar de contas, tinham 5 contas, o anel que meu pai me deu, além do pingente que Percy me deu pelo aniversário de namoro.
– Não mereço um beijo de boa sorte? Perguntei.
Percy se aproximou, sorriu de lado. Então nos beijamos, e esquecemos que tínhamos missões, que estávamos sempre sujeitos a morte. Depois ele disse em meu ouvido:
– Eu te amo!
Percy foi pro chalé dele. Eu lhe disse que precisávamos descansar. Eu dormi, tentei entrar em contato com minha mãe ou com Leo, não consegui. O cansaço fez meus olhos pregarem, e infelizmente, eu sonhei...
"Eu estava num monte, parecia o tártaro, mas ao mesmo tempo parecia um outro monte qualquer. Consegui ouvir algumas vozes:
– Você acha que ela percebeu?
– Duvido bastante. Aqueles semideuses, eles deixam a fama subir a sua cabeça.
– Senhora, o que faremos? As portas que levam ao mundo mortal deles está fechada. Mesmo prendendo Jápeto aqui...
– Bob, meu nome é Bob... Eu já disse. Falou Bob, o titã que ajudou a mim e o Percy a sair do tártaro.
– Calado! Berrou o outro cara
– De qualquer forma quero me vingar deles, um a um, começando daquela menina, a filha de Atena. Farei o corpo dela de lã.
– Terá sua vingança senhora."
Annabeth acordou assustada, estava pingando de suor. Na mesma hora que ela se levantou, Piper e Clarisse apareceram na porta do chalé:
– Annabeth? Gritou Clarisse
– Entrem!
Annabeth resolveu não comentar nada com as meninas. Aquilo seria uma simples missão de busca.
– Então, vamos? Perguntou Piper
Olhei minha mochila mais uma vez Tinha algumas anotações, meu boné dos yankees (ele havia perdido o poder, era como se minha mãe estivesse me ignorando), algumas roupas extras, néctar dos deuses e alguns lanches.
Saí do meu chalé acompanhada de Piper e Clarisse. Lá fora Jason, Percy, Chris e outros campistas nos esperavam...
– Tome cuidado Pips, disse Jason
Em seguida lhe deu um abraço.
– Esmague qualquer coisa que estiver no seu caminho. Disse Chris
Clarisse assentiu e lhe deu um abraço.
Percy não me olhava nos olhos, ele apenas me abraçou e cochichou:
– Eu estarei aqui...qualquer coisa, por favor...
Eu assenti de volta.
– Bom, na minha ausência, Malcon, você comanda o chalé de Atena.
– Na minha ausência, Tiffany, você lidera o de Afrodite. Disse Piper
– Eu não gosto desse papo, eu comando até de longe, escolho um subsecretário, Gabe, é você manezão.
Todos riram e nos desejaram sorte. Então eu e as meninas seguimos. Tínhamos força, poder nas palavras, estratégia e inteligência. Já estávamos no Jatinho, nenhum de nós tínhamos problemas com Zeus, então tentamos manter a calma:
– Annabeth, você conseguiu falar com o Leo de novo? Perguntou Clarisse
– Não.
–Chegaremos lá em 10 minutos, disse Piper.
E dito feito, chegamos no aeroporto, e lá uma limousine nos esperava:
– Mandou bem McLean, Disse Clarisse
Entramos na limousine, onde um motorista perguntou:
– Pra onde iremos Srta. Piper?
– Marina de São Francisco. Ela respondeu
– Parte direita da costa de São Francisco. Próximo da rua 17. Eu falei
O motorista assentiu e seguiu. Eu espero que o Leo esteja lá, espero que os sonhos não signifique nada.