Minha Melhor Amiga escrita por Mah


Capítulo 9
Capítulo 9




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Ah, quem eu estou querendo enganar? Aquela declaração mudou tudo.. Bom, tudo não, mas alguma coisa.

Simplesmente não é como era.. E eu posso ter soado má. Preciso resolver isso. Mas como? É tudo tão estranho.

Quem sabe se eu tivesse percebido antes, eu e o Léon poderíamos ter sido algo. Eu simplesmente não quero acabar com a nossa amizade, mas já parece ter chegado no fim.

Eu preciso dele, preciso mesmo. Nesse mundo, ninguém me conhece melhor que ele. Nem eu mesma.

E eu não posso simplesmente deixar de lado o fato de que a vida inteira eu ter vivido ao seu lado. Compartilhei os melhores e os piores momento com ele. E agora? Aqui estou eu, no que com certeza é um dos piores, combatendo o time oposto, só que dessa vez toda a minha equipe mudou de lado.

Ou fui só eu? Que confusão.

E pensar que semana passada estava tudo tão perfeito. Que semana passada estávamos saindo como sempre fizemos, fazíamos nossas coisas e foi só o Diego chegar para acabar com toda a paz.

Falando no Diego, tem algo estranho nesse interesse repentino por mim. Afinal, ele passou anos me ignorando e agora isso?

Tem algo errado e não sou só eu.

Sinto falta de quando eu ainda era uma boba apaixonada por um cara que eu nunca achei que seriamos algo um dia. Por que eu tinha a Ludmi, o Federico e, é claro, o Léon.

O Federico até estava sentado ao meu lado, mas não trocamos uma palavra. Ele só ficou sentado lá observando com pena enquanto variava os olhares de Léon a mim.

A aula custou a passar, mas quando o fez, fui mais rápida que todos e não os deixei sair. Ficaram me encarando em silencio, esperei todos saírem, incluindo o Diego. Que, na verdade não deu a mínima se ficava ou não. Só saiu como se tivesse algo a fazer.

Um silencio pairou no ar e eu ainda trava a porta.

– Olha, sem querer ofender Violetta, mas eu tenho aula e não posso ficar aqui. – Disse a Ludmi.

– Não, ninguém vai sair. Todos nós vamos conversar e não importa quanto tempo dure. – Digo pondo uma cadeira para travar a porta.

– Primeiro, não vai dar não, tem aula nessa sala em 15 minutos. Segundo, somos três contra um. E terceiro, eu simplesmente não estou afim. – Disse o Federico.

– Não perguntei, nós temos 15 minutos ainda. Então vamos conversar. – Eu falei olhando para o Léon fixamente, que estava quieto observando a parede como se fosse feita de ouro.

– Está bem, fale, fale e quando se cansar me avisa. – Disse a Ludmi se sentando com uma frieza que assustou a todos. E confesso que me deixou um pouco magoada.

– Ótimo, eu vou falar. Eu sei por que vocês estão bravos comigo, é por que eu estou saindo com o Diego, não é? – O Léon revirou os olhos com desgosto quando ouviu o nome do Diego. – Eu sei, e vocês também sabem que o Léon sente coisas por mim. – Ele me encarou abismado. Como se não acreditasse que eu estava falando assim tão naturalmente. – Mas a culpa não é mim disso. – A Ludmila fez uma cara que nem se fala, e se eu estou tentando melhorar as coisas, estou falhando desgraçadamente.

– Como se fosse minha culpa. – Disse o Léon que até então estava quieto.

– Bom, como eu disse, minha não é. E eu sei que soa um pouco má dizer isso assim, mas eu simplesmente digo a verdade.

– Um pouco má? – Disse a Ludmila com ironia. – Soa como uma verdadeira vadia.

– Me chamou de que? – Digo indignada. Pode ser verdade, mas a minha suposta melhor amiga dizer isso de mim também machuca.

– Eu acho que você me ouviu. – Ela cruzou os braços.

– Repete então! – Falo me colocando de frente a ela, a mesma me encarou e chegou bem perto. Mas dois braços se colocaram entre nós.

– Garotas, garotas, vamos acalmar os nervos que isso não é um ringue de luta. Olha Vilu, eu sei que ela não quis dizer isso.

– Oh, eu quis sim. – Falou, e ia continuar, mas um olhar vindo de Federico a calou.

– Está tudo bem, Fede. O que eu queria dizer era que eu sinto a falta de vocês. – Digo sorrindo o máximo que posso naquele momento e logo a Ludmila começou a rir.

– É sério isso? Você age super mal, fala coisas ruins do meu amigo e vem com um sorrisinho falso falar isso como sse não tivesse acontecido nada?

– É sim. Mas você está certa. – Respiro e ando até o Léon. – Me desculpe por ter dito que a culpa era sua. Não é não, não se dá para controlar emoções nem sentimentos. Me perdoa? Por favor.

Por Léon:

Eu não vou mentir, quero perdoa-la. E aqueles olhinhos de cachorrinho não estão ajudando. Ela parece triste, mas não sei.

– Olha, Vilu. Eu quero, de verdade, aceitar as desculpas, mas não dá, não consigo. O que você falou me machucou muito. Eu gosto de você desde pequeno. Eu me declarei, meio que sem querer mas o fiz. Disse tudo o que eu estava sentido, mas você apenas jogou para escanteio, como se não fosse nada. E isso foi demais. Depois de tantos anos imaginando como seria a sua reação se um dia eu criasse coragem e admitisse. E nem em meus piores pesadelos e me imaginei tão mal. Então, eu sinto muito, mas não. – Peguei as minhas coisas e sai, os deixando ali depois de ter dito coisas que não imaginei que fosse capaz. Eu não quero ser mal, eu só não me sinto bem em simplesmente esquecer isso.. Talvez me ajude a não pensar nela. Talvez tudo o que precisemos é uma certa distância. Ao sair da sala, a primeira pessoa que eu vejo é o Diego com os amigos dele rindo.

– Mas que cara essa, Léon? Perdeu agora. Talvez isso te ensine a cuidar da sua vida. Ou você acha que eu esqueci o que você me fez?

– Mas de que droga você está falando?! – Digo indignado, a ultima coisa de que me sinto capaz agora é discutir com o Diego.

– Ah, não finja de quem não sabe! Você sabe muito bem o que me fez, idiota! Mas escuta bem, agora é a hora da vingança.


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