Por Violetta:

Quando saímos de casa, senti que estávamos sendo observados, uma coisa me dizia para virar de costas, mas não o fiz. O encontro até que saiu tudo bem, mas não foi o que eu esperava. Sei lá, algo estava errado, talvez o que estivesse errado seja que eu tenha saído com ele. Me sinto como se estivesse traindo alguém, alguém importante. Não gosto de me sentir assim. Talvez o Leon possa me ajudar, mas ele ficou estranho quando eu disse que sairia com o Diego. Algo magoou ele, mas o que será? Bom, não deve ser nada, amanhã ele estará melhor. Eu acho. Mas o que esta acontecendo? Nada está errado ele é meu melhor amigo. E não sente nada por mim. Pelo lado bom, eu saí com o Diego.

Por Leon:

Acordo e instantaneamente me lembro do que aconteceu. De repente me sinto triste novamente. Não que em um momento depois do ocorrido eu tenha me sentido feliz, totalmente pelo contrario, me sinto cada vez pior. Tudo em mim doía, mas eu tinha de me recompor, era necessário. Não posso deixa-la ter esse poder sobre mim. Ah, quem eu estou tentando enganar? Ela já possui esse poder sobre mim, não a nada que eu possa fazer, ela é a única com quem me importo, é a única que me deixa feliz, e também é a única que pode me fazer mal. Eu amo, eu sei disso. Mas agora é tarde. Provalvelmente ela já me esqueceu. Não que um dia ela tenha chegado a gostar de mim. Se eu pudesse voltar ao passado, iria ao momento em que ele a convidou para o baile e para sair. Primeiro por que eu adoraria ve-la dizer na cara dele que já tem par para o baile. E segundo por que eu o impediria de convida-la e não estaria aqui neste momento. Eu sei que é errado desistir. Mas qual é o ponto de continuar se ela já achou alguém? Mais importante qual é o ponto de eu continuar falando comigo mesmo se eu posso conversar como o meu melhor amigo?

A caminho do colégio encontro minha pequena andando ao lado de DIego. Ela estava rindo. Pelo menos ela estava feliz. É tudo que eu me importo agora. Sua felicidade. Logo abaixo minha visão mais um pouco e vejo suas mãos dadas. Isso acabou comigo. Logo ele para na frente dela, olha para mim, segura seu rosto. E dá o cheque-mate. Ele a beija. Aquele momento, nem posso descrever, as milhões de sensações que passaram por mim, naquele exato momento. Raiva, ódio, tristeza, solidão.. Não quero ver, mas também não consigo tirar os olhos. Logo quatro mãos me puxam para trás e estou sendo levado para algum lugar. Não sei quem eram, porque minha visão estava turva a medida em que lagrimas se formavam. Alguém fecha a porta da sala em que estávamos e senta na minha frente, era o Federico e loira.

– Cara você está bem? – Federico me pergunta preocupado.

– Isso é pergunta? Ele parece bem para você? – A loira responde.

– Bom, não. – A Ludmila se aproxima de mim e me abraça.

– Eu sinto muito que isso aconteceu.. Não se preocupe, Vai ficar tudo bem. – Retribuo o abraço e já não enxergo mais nada.

– Como? Como vai ficar tudo bem? Eu a perdi. Ela esta com ele agora.

– Eu sei, e por mais que eu adore a ideia dela ser minha cunhada, eu preferia que fosse você. Ele não é o cara certo para ela e ela vai perceber isso uma hora ou outra. Não quero que ela fique com ele, e muito menos quero te ver assim. Você pode não saber, mas você é meu melhor amigo.

– E o meu também. – O Federico chegou por trás da loira em um abraço grupal. – E o dela. Eu não quero acabar com o momento, mas como melhor amigo, eu acho que você tem que respeitar as escolhas dela, mesmo que doa.

– Eu sei, mas não sei se consigo ficar perto dela, depois.. depois disso.

– É difícil cara, mas quem disse que ia ser fácil. – A esse ponto, já não estávamos abraçados e eu enxergava melhor.

– Você tem razão, alias, o baile está logo ai e ela vai comigo. Talvez exista uma pequena chance de algo acontecer.

– Esse é o espirito. Talvez a algo que dê para fazermos, E pode contar com a gente que vamos ajudar, agora seca essas lágrimas, levante a bunda da cadeira, ponha seu melhor sorriso falso na cara e saia como se nada tivesse acontecido. – Eu sorrio um pouco, apesar de tudo, eu sempre terei meus amigos para levantar os ânimos nos momentos mais baixos. E ela tem razão. Talvez tenha uma oportunidade, talvez eu tenha uma chance. Não será fácil, mas quem disse que seria realmente? Eu vou fazer isso, eu vou recuperar minha melhor amiga. Vou recuperar minha pequena.