— Hey gente! – Quinn sorriu para a tela.

— E ai Fabray! – Wes e Nick acenaram.

— Q! Eu estava com saudades.

— Eu também Mony.

— Hey gente, desculpe o atraso. – Quinn viu Liz entrar no quarto de Nick e franziu a testa.

— Liz?

— Oi, Quinn!

— O que faz aí?

— Vim falar com você. – a garota riu – Espero que sua namorada não se importe.

— Bem, eu não tenho uma namorada.

— O que? – os quatro gritaram juntos.

— É, bom, muita coisa andou acontecendo por aqui desde que nos falamos. O que importa é que eu e Rachel terminamos. E que eu fiz uma prova em Julliard sábado passado. Estou esperando a resposta.

— Q, sinto muito por vocês duas. – Harmony disse.

— Eu não. Agora, se não se importam, eu gostaria de falar sobre como isso aí aconteceu. – disse apontando para os quatro.

Quase duas horas depois Frannie entrou no quarto da irmã, cumprimentou os amigos da loira e sentou ao lado dela.

— O que houve?

— Sua carta de Julliard.

— Já? – Quinn perguntou e Frannie estendeu o envelope para ela – Certo.

— Abre, Quinn! A gente quer saber no que deu!

— Tá bem! Calma aí. – a loira riu da animação dos amigos.

Quinn abriu a carta e leu cuidadosamente, o sorriso cada vez maior em seu rosto.

— Quinn? – Frannie perguntou.

— Ok, vou ler só as partes importantes. – a loira falou – Nós, da escola Julliard, temos a honra de informar que você foi aceita em nossa universidade. – mal Quinn disse a palavra “aceita” os quatro gritavam do outro lado da tela – Esperem aí! Tem mais.

— Ok, desculpe. – Nick falou sorrindo – Continue.

— Certo, hum... De modo geral, semestre que vem eu terei uma colega de quarto e estarei em Julliard cursando artes com bolsa integral!

***

— Você tem certeza disso, Rachel? – Leroy perguntou encarando a filha e Rachel balançou a cabeça positivamente.

— Sei o que estou fazendo, papai. Nós vamos nos casar em duas semanas.

— E como vão se sustentar? – Hiram reclamou.

— Nós daremos um jeito. – Rachel resmungou – Eu só... Eu preciso do apoio dos senhores. Por favor.

— Rach, filha, nós amamos você e você sabe disso, certo? – Leroy falou, levantando do sofá e se ajoelhando na frente da filha, sentada no outro sofá.

— Eu sei.

— Então, nos ousa. Não se case. Você não precisa fazer isso.

— E como eu vou criar essa criança, papai? Sozinha?

— Você tem a nós. – Hiram respondeu – E tenho certeza que, se você ao menos tentasse conversar, teria Quinn também.

— Eu não vou trazer Quinn pro meio disso. – Rachel balançou a cabeça negativamente – Eu a amo, e não vou deixar que estrague sua vida por minha causa. Além disso, Quinn... De certa forma... – Rachel engoliu em seco, engolindo o choro.

— O que ela fez?

— Ela me deixou ir.

— Como assim?

— Ela veio falar comigo e desejou que eu fosse feliz com Finn. – Rachel soluçou e Leroy a abraçou.

— Eu sinto tanto, estrelinha.

— Eu só queria que aquela noite não tivesse acontecido. – Rachel murmurou se apertando ainda mais contra o pai.

***

O celular de Quinn começou a tocar quando a loira saiu do banheiro, após tomar um banho – ou assim ela pensava – e a Fabray mais nova correu para atender.

— Alô?

— Quinn?

— Oi, Liz. Tudo bem?

— Eu to bem. E você?

— Bem também. Aconteceu alguma coisa? Você parece nervosa.

— Eu... Eu preciso falar com você sobre... Quinn, por que você e Rachel terminaram?

— Olha, Liz, eu prefiro não falar sobre isso.

— Mas...

— Liz, não. Sério, acabamos e pronto. Não se preocupe, você não teve nada a ver com isso.

— Quinn, tem uma coisa que você precisa saber. Quando eu fui para Lima, eu...

— Sinto muito, mas eu não quero ouvir, Liz. Prefiro deixar as coisas como estão. Assim... Doí menos.

— Mas...

— Agora, se você não se importa, eu tenho que terminar de me arrumar. Um amigo vai estar aqui em pouco menos de meia hora, e nós vamos sair.

— Quinn...

— Tchau Liz.

Quinn desligou o celular e foi se trocar, balançando a cabeça negativamente. Aquela noite era dedicada a esquecer Rachel, não a falar sobre ela.

Não demorou para que Quinn estivesse pronta.

— Tchau, Frannie. Cooper. – falou passando pela sala, quando Puck buzinou.

— Tchau, Quinn. – Cooper sorriu.

— Se cuida. – Frannie mandou.

— Pode deixar.

Segundos depois Quinn estava no carro de Puck, conversando com o garoto sobre os planos da noite, e não demorou para chegarem a boate. O nome “Landing” piscava em neon na porta e Puck sorriu.

— O melhor lugar de Lima.

— Aposto que sim. – Quinn forçou o sorriso.

A verdade é que ela se sentia culpada em estar ali. Se sentia culpada por mentir para Frannie e por sentir que não deveria estar fazendo aquilo. Mas era um passo a mais para esquecer a ex.

A loira mal percebeu quando tempo demoraram para entrar, mas, quando o fizeram, qualquer pensamento fugiu de sua cabeça.

— Caramba. – Quinn riu – Isso parece aquelas boates de filme!

— Boate de filme. Tá aí um bom nome, se eles quiserem trocar. – Puck riu.

O judeu foi puxando Quinn pelo lugar, levando-a para o fundo da boate onde, aparentemente, duas cadeiras os esperavam. Exatamente na frente de um palco.

— Bem na frente. O que acha?

— Parece bom.

— Já foi em uma assim antes, Quinn?

— Nunca.

— Hum... – Puck deu um sorriso de lado e Quinn balançou a cabeça negativamente.

— Só vim olhar hoje, Puck.

— Ah! Vamos lá, Q. Não pretende levar ninguém para cama?

— Nunca paguei por sexo e não pretendo fazer isso.

— Tudo bem. Vou buscar uma bebida. Você quer o que?

— Pega alguma coisa com fruta.

— Pode deixar.

Quando Puck saiu, Quinn olhou em volta e se mexeu na cadeira, inquieta.

Alguns homens conversavam entre si a sua volta, e algumas mulheres – mesmo que em menor quantidade – colaboravam com os múrmuros que podiam ser ouvidos.

Puck não demorou para voltar, e assim que o garoto sentou, Quinn o encarou.

— Cadê as bebidas?

— Já vão trazer.

— Puck, as garotas aqui não são, sei lá, sequestradas e obrigadas a fazer isso, não é?

— Claro que não. – Puck riu – Eu conheço o dono. Ele seria incapaz de fazer isso.

— Certo.

Pouco depois, as luzes se apagaram.

— É hora do show. – o garoto sorriu.

Quando as luzes do palco acenderam novamente, três garotas estavam paradas em cima dele, e Quinn ficou de boca aberta com a roupa que elas usavam – ou a falta dela.

A dança era lenta e sensual, mas, diferente das outras pessoas ali, Quinn não sentia excitada com aquilo. Se sentia incomodada.

Quinn não sabia quanto tempo tinha se passado quando duas das garotas desceram do palco, e uma foi em direção a ela e Puck. O pressentimento ruim de Quinn fez todo o sentido quando a garota piscou para Puck e sentou no colo da loira.

A música mudou, e Quinn queria morrer enquanto a garota dançava colada em si – mas, aparentemente, metade daquela boate a invejava.

A música acabou e a garota se afastou de Quinn, fazendo a loira praticamente suspirar de alivio.

Puck, que sorria ao seu lado, tomou um susto quando a loira levantou e o puxou para longe do palco.

— Hey! Calma aí, Quinn. O show tá só começando.

— Para a gente acabou, Puck.

— Mas...

— Sem mas. Eu já não estava nada confortável com a situação, você ainda me arruma uma dessa? Sinceramente, eu não devia ter vindo!

— Eu pensei que você ia gostar!

— Não, eu não gostei. Vamos para a Louie's Nite. Eu preciso beber sem esse monte de mulher pelada em volta de mim.

— Qual é, Quinn?

— Esse lugar pode ser pra você, Puck. Mas não é pra mim. – Quinn suspirou – Desculpe se estraguei seus planos, mas não fico aqui nem por mais um minuto.

— Tá bem. – Puck resmungou.

Os dois saíram da boate sem maiores problemas, e Quinn respirou aliviada quando Puck começou a dirigir.

— Sabe, você parecia animada para vir hoje. O que houve?

— Eu não estava animada para vir, Puck. Estava animada com a ideia de tirar Rachel da cabeça. Mas essas garotas não ajudaram em nada. Sério, eu achei isso tudo... Repugnante.

— Isso é sexy, Quinn.

— Eu vou ser obrigada a discordar. Quero dizer, você e qualquer outro naquele lugar poderia ir pra cama com qualquer uma daquelas mulheres. É só pagar.

— Exatamente!

— Não tem um... Jogo de sedução nisso. Não tem um querer mutuo. É só sexo.

— É! Exatamente, Quinn. É só sexo, sem dor de cabeça com alguém no seu pé depois. Sem compromisso.

— Bom, eu acho isso ridículo.

— Então por que veio?

— Já disse.

— Então você estava lá pelos motivos errados. – Puck resmungou.

Quando pararam em frente a Louie's Nite club, Quinn sorriu.

— Agora sim.

— Sabe de uma coisa? Pode ser que não seja tão ruim.

— Você adora vir aqui, Puck.

— Eu to falando é de você. – Puck riu – Você não sai daqui desacompanhada, não é?

— Essa é a ideia.

***

Quinn olhou para o relógio e suspirou. Uma da manhã, e ninguém havia lhe interessado.

— Rachel não tá tendo sua despedida de solteiro aqui hoje, caso você esteja procurando ela, Fabray. Ainda faltam duas semanas pro casamento.

— Duas semanas? – Quinn o encarou.

— Você... Não tava sabendo?

— Não. – Quinn suspirou – E não me interessa mais saber sobre ela.

A loira levantou e caminhou até o bar. Pediu uma bebida e passou o olho novamente pelas pessoas ali.

Não demorou muito para seu olhar parar em uma garota e ela sorrir. Quinn Fabray não ia terminar sua noite sozinha.

***

— Quinn! – Puck suspirou e sentou ao lado da loira – Eu tava te procurando. O que houve?

— Eu mal consegui beijar a garota, Puck! Um misero beijo. – Quinn suspirou – Eu...

— Você...?

— Era como se Rachel estivesse falando na minha cabeça, sabe? Parecia... Errado.

— A garota vai casar com outro, e você ainda tá na coleira desse jeito?

— Olha, Puckerman...

— É melhor a gente ir embora, Quinn. – Puck suspirou dando um tapa leve no ombro da garota.

— Mas...

— Você não vai ficar com ninguém hoje. Isso está obvio. E eu me recuso a te deixar ficar bêbada. Por mais bizarro que essa frase pareça vindo de mim. – o garoto resmungou a última parte, fazendo Quinn rir.

— Não estou e não vou ficar bêbada. – Quinn riu – Mas... Eu queria que você me emprestasse seu carro. Eu... Preciso fazer uma coisa. Aliás, se você quiser ficar, eu posso passar e te buscar mais tarde.

***

Quinn parou o carro e respirou fundo.

Desceu do carro e encarou a janela do segundo andar.

Balançou a cabeça negativamente, pensando em como aquilo parecia loucura, mas respirou fundo novamente e começou a procurar.

Não demorou muito para encontrar algumas pedras pequenas o suficiente para jogar na janela sem danifica-la, e assim o fez.

Não demorou para que uma Rachel confusa abrisse a janela.

— Me sinto em uma cena de filme fazendo isso. Um romance adolescente idiota.

— Quinn? – Rachel a procurou no jardim escuro e a loira suspirou.

— Fiquei sabendo que vai se casar em duas semanas, Rae.

— Eu...

— Não fala nada, só... Me escuta. Por favor. – a resposta de Quinn foi o silencio, e a loira sorriu – Eu fiz algumas promessas, Rae, enquanto namorávamos, e... Algumas delas eu pretendo cumprir. Então, eu prometo, ainda vou estar na primeira fila na sua noite de estreia. Prometo comemorar cada prêmio que você ganhar. Mesmo que sem você. E prometo que vou te amar. Pra sempre.

— Quinn. – Rachel soluçou – Eu amo você. Por favor, me perdoa, mas eu...

— Mas eu também vou continuar minha vida, Rae. Você vai ser sempre minha Rae. Mas não é mais minha garota. E nunca vai chegar a ser minha mulher. Eu só... Eu precisava te falar isso. – Quinn respirou fundo e deu um sorriso forçado, segurando as lagrimas – Então, até... Adeus, Rae.

A loira entrou no carro de Puck, ouvindo Rachel chorar atrás de si e respirou fundo.

Ela não ia chorar de novo.

Tinha deixado Rachel ir. E agora, ela ia seguir em frente.

Sem sua garota.