– Eles estão demorando. – Quinn reclamou se recostando na cama.

– Já volto. – Rachel disse e levantou, entregando o computador para Quinn – Quer que eu pegue alguma coisa na cozinha para você?

– Não. Valeu.

Rachel saiu do quarto e Quinn jogou a cabeça para trás, suspirando. Olhou para o relógio novamente e já ia pegar o celular para ligar para um dos amigos quando a imagem dos três apareceu na tela.

– Hey, loira! – eles gritaram.

– Mas que merda! – deu um pulo, quase derrubando o notebook, e os três riram – Vocês estão meia hora atrasados!

– Desculpa. Tivemos um problema aqui.

– Posso saber qual?

– Eles foram me buscar e o pneu furou no caminho. – Nick respondeu – Mas estamos aqui, agora. Wes disse que você falou que tinha uma novidade para nos contar. Manda logo.

– Falando em novidade, eu não conheço esse lugar ai não. – Harmony disse – O seu quarto é diferente.

– Não estou em casa.

– E está onde?

– Eles apareceram? – Rachel perguntou entrando no quarto e Quinn sorriu para ela, enquanto os outros três a encaravam sem entender.

– Apareceram. Esperem um minuto ai.

Quinn afastou o notebook, o virando para o outro lado e o apoiando na cama enquanto ela e Rachel se acomodavam do mesmo jeito que estavam antes.

A loira pegou o computador novamente e encontrou os amigos com as sobrancelhas arqueadas.

– Rachel, esses são Harmony, Nick e Wes. – a loira apontou os três – Pessoal, essa é a Rachel. Minha namorada.

– Eu disse que ela estava pegando alguém. – Wes falou.

– Droga, Fabray. Você não consegue ficar sem mulher por muito tempo, não é? – Nick balançou a cabeça negativamente.

– Eu falo que se fosse homem, essa daí já tinha uns cinco filhos. – Harmony suspirou.

– O que? – Quinn arregalou os olhos, enquanto Rachel franzia a testa e os garotos riram.

– Desculpe, Fabray. Não deu pra resistir. – Harmony falou – Olá, Rachel. Nós somos as pessoas de paciência infinita que aguentaram Quinn durante noventa por cento da nossa vida.

– Hey. Hum... Que historia é essa de não conseguir ficar sem mulher e ter cinco filhos?

– Relaxa, só estamos brincando. Quinn só não é mais santa que santo.

– Bom... Disso eu tenho que discordar. – Rachel riu.

– Vem cá, isso aqui é uma reunião pra falar mal de mim, é?

– Oh! Claro que não, Q. – Rachel apoiou a cabeça no ombro da loira, para olhar para ela – Eu só não acredito que santos ficariam bêbados como você ficou.

– Uou. Espera. Calma. Repete isso ai que Fabray bêbada é novidade. – Nick parecia surpreso.

– Serio? Pensei que você fosse acostumada a beber.

– Ela é. – Harmony disse – Ignore o Nick. Ele é o único ser humano na face da terra que consegue sair menos que a Quinn.

– De todo jeito, eu já te disse Rach, nunca fiquei bêbada daquele jeito. – Quinn suspirou – E eu ainda sinto muito.

– Deveríamos perguntar? – Wes falou.

– Não. – Quinn respondeu.

– Então, se estamos aqui para conhecer Rachel, vamos falar sobre ela. – Harmony disse.

– Nos fale um pouco de você, Rachel. – Nick pediu.

– Hum... Vamos ver... Me chamo Rachel Barbra Berry e tenho dezessete anos. Sou judia e nasci e cresci em Lima. Tenho dois pais, sou filha única...

– Dois pais? Tipo, gays?

– Não, Nick. Dois homens heterossexuais e cassados. – Quinn revirou os olhos.

– Quinn, vai se foder.

– Hum... Nick, não dá ideia por que no quarto elas já estão. – Harmony franziu a testa.

– Olha o nível das brincadeiras. Meus sogros estão em casa. – avisou fazendo os outros rirem.

– Oh, Fabray, palavras erradas. – Wes sorriu.

– Gente, é sério. Por favor.

– Sabe, Fabray, você não se esforçava nenhum pouco para agradar os pais da Eliz...

– Então, Rachel, continue o que você dizia. – Harmony interrompeu Wes, lhe lançando um olhar mortal.

– Acho que, em resumo, é isso.

– Mas é claro que não é só isso. – Quinn disse – Rachel é uma ótima cantora e eu não vejo a hora de vê-la atuando também.

– É, ela tem razão. – Rachel disse e os três do outro lado da tela riram.

– Canta alguma coisa pra gente? – Nick pediu.

– Nick, vai arrumar um cara pra cantar pra você por que a minha namorada canta é pra mim.

– Eu sou hetero, loira azeda.

– Tanto quanto eu.

– Como vocês se conheceram? – Harmony perguntou, os interrompendo antes que a coisa saísse do controle e eles acabassem discutindo, e Quinn riu.

– Se vocês acertarem eu conto a ultima merda que aconteceu na minha vida.

– Loira, você vai contar de qualquer jeito. – Wes falou.

– Vocês não podem me obrigar.

– Não, mas Rachel está ai para isso. Certo, Rachel?

– Talvez.

– Vai se juntar a eles?

– Provavelmente. Mas só por que eu sei que você precisa conversar sobre isso, e você se recusa a conversar comigo.

– Não se preocupe. Eu conversei com Frannie. – Quinn murmurou escondendo o rosto no pescoço da judia.

– Eu sei. Mas eu me preocupo com você.

Quinn sorriu e deu um selinho na garota, arrancando uma carreta dos outros três.

– Parem com isso. É nojento. – Harmony disse e Quinn revirou os olhos.

– Detalhe muito importante sobre Harmony: essa vaca adora se pegar com o Wes em locais públicos, mas acha extremamente nojento qualquer outro casal se beijar.

– Eu ainda quero saber como se conheceram! – Harmony reclamou.

– Escola. – Quinn disse.

– Clube do coral, mais especificamente.

– Desde quando você canta? – Nick perguntou e Quinn riu.

– Desde que eu vim para Lima.

– Olha, acho que esse lugar te fez bem.

– Não. Ficar longe do Russel me fez bem.

– Também é uma opção.

– Me digam como andam as coisas por ai.

– Vão bem. E por ai?

– Russel e Judy estiveram aqui. – Quinn suspirou.

– O que?

– Como eles chegaram até você? – Harmony perguntou.

– Nem a gente tem seu endereço! – Nick reclamou.

Quinn contou o que havia acontecido e, ao final da historia, Wes e Nick estavam prometendo se vingar pela loira, que dizia já ter superado aquilo.

Os cinco conversaram por mais algumas horas.

Rachel conheceu um lado de Quinn que ela não tinha visto antes, e se divertiu rindo com eles.

Os garotos não paravam de se provocar e, quando a mãe de Wes gritou os chamando para comer um lanche, quase duas horas e meia depois, os três disseram que iam desligar.

– Ok. A gente se fala outro dia.

– Vamos cobrar loira.

– Tchau, gente. E... Se Elizabeth voltar a encher vocês, me avisem que eu penso em alguma coisa pra vocês se livrarem dela.

– Ok. Beijos. – Harmony disse – Rachel foi bom te conhecer.

– Igualmente. – a judia sorriu.

– Quinn, você continua tendo bom gosto.

– Tchau Nick. – Quinn disse desligando a chamada e Rachel riu.

– Ciumenta.

– Nick parece muito ser gay, mas pode ser muito tarado quando quer. – a loira falou e Rachel tirou o notebook do colo, o fechando e levando até a escrivaninha – Tem alguma coisa para fazer agora, ou podemos ficar aqui, deitadas, abraçadas e somente aproveitando a companhia uma da outra?

– Não tenho nada para fazer, mas tenho ideia melhor do que ficar abraçada. – Rachel sorriu para Quinn, que riu, balançando a cabeça negativamente.

– Nem pensar. Seus pais estão ai em baixo.

– E daí? Não é como se fossemos fazer nada inapropriado.

– Rachel, eu ainda tenho a impressão de que Hiram quer te comprar um cachorro só pra poder alimentar ele com algum órgão vital meu, então, não.

Rachel ignorou completamente todo e qualquer argumento da loira, se aproximando dela e a beijando.

– Hum... Rach...

– Shiu. São só beijos, Fabray. E meus pais também já namoraram.

– Se eu for chutada daqui, a culpa é sua. – resmungou puxando a judia para si.