No dia seguinte, Will encontrou uma sala barulhenta quando entrou no clube do coral, e sorriu para os alunos.

Foi até o quadro e escreveu, com letras grandes o que todo o grupo já esperava ver: família.

Automaticamente todos ficaram quietos.

– Em que pé estamos na atividade que eu pedi?

– No zero. – Santana respondeu.

– Nada. – Puck respondeu.

– O fim do mundo ainda chega antes de eu terminar ela. – Sam murmurou.

– Eu tentei começar. – Mercedes disse – Mas tentar não é conseguir.

– Não encontrei nada que valesse meu tempo. – Kurt disse.

– Eu não consegui muita coisa. – Quinn falou.

– Que animo é esse, gente? – Will reclamou – Alguém tem que ter feito alguma coisa. Rachel?

– Desculpe, Sr. Shue. Mas você mudou os planos muito em cima da hora e eu acabei me focando muito no acampamento essa semana, então...

– Então, quero que comecem a prepara-la o mais rápido possível. Conversei com Sue e Beiste hoje. Semana que vem, elas vão liberar os jogadores e as lideres para termos os três períodos seguidos.

– Sue concordou com isso? – Rachel perguntou.

– O que foi que deu nela? – Dani franziu a testa.

– O que importa é que todos nos apresentaremos na sexta, e espero que vocês realmente se esforcem.

– O que tem por trás disso?

– Por que teria algo?

– Mercedes está certa. Quando você diz “espero que vocês realmente se esforcem” tem alguma coisa por trás. – Tina falou.

– Venham prontos para a apresentação. Se precisarem da minha ajuda, estou disposto a ajudar. Mas façam bem feito.

– Ele tá aprontando. – Rachel sussurrou para Quinn.

Meia hora depois, Will dispensou a turma, e Quinn suspirou, indo até ele.

– Sr. Shue, podemos conversar?

– Claro Quinn. O que houve?

– Eu posso... Não fazer essa lição? Eu realmente não me sinto confortável fazendo isso.

– Qual o problema?

– Você não sabe o que me fez vir para Lima, Sr. Shue. E eu realmente não gosto de... Olha, é pessoal, tá bem? Eu não vou fazer essa lição. Sinto muito.

– Me de um bom motivo.

– Eu não quero. – Quinn disse e se virou para sair da sala.

– Você está aqui há um mês, Fabray. Finn ainda não está vindo por sua causa. Se você resolveu vir para cá para atrapalhar a gente, é melhor se juntar a Sue e sair do coral. É uma atividade e é para todos.

– Você não entende...

– Me explica, então, e talvez eu te libere.

***

– Sábado à noite? – Rachel sorriu para Quinn.

A loira tinha acabado de sair do treino das cherrios e ido encontrar Rachel, que a havia esperado para leva-la para casa, na porta da biblioteca.

– Sábado. – Quinn disse – Prometo que deixo Frannie cozinhar.

– Por quê?

– Acredite em mim, você não vai querer saber. – Quinn riu.

– Fabray. Que surpresa te ver. Com a namorada. – um dos jogadores, que Quinn reconheceu como um dos primeiros a serem expulsos do time parou em frente às garotas e Quinn revirou os olhos enquanto Rachel engoliu seco.

– O que você quer?

– Resolver as coisas.

– Resolver o que? Eu nem sei quem você é.

– Mas me expulsou do time.

– Não. A treinadora fez isso.

– Por sua causa.

– Como se a culpa tivesse mesmo sido dela. – Rachel murmurou revirando os olhos.

– Fica na sua, anã.

– Cuidado com o que fala, garoto. Diz o que você quer e deixa a gente ir embora logo.

– Quero meu lugar no time de volta. E você vai conseguir isso.

– Como você acha que eu vou fazer isso?

– Isso é problema seu. Vai conseguir a minha vaga e a dos outros de volta.

– Ou?

– Você não tem gente com você o dia todo Fabray.

– Não. E daí?

– Não se faça de burra.

– Leon Retherford Bowman, se eu fosse você, não mexia comigo.

– Pensei que não soubesse quem eu sou.

– Eu sei quem é cada idiota que eu fui obrigada a ferrar nessa escola. E já tá na hora de cada um de vocês entenderem que se não quiserem um segredo ou outro espalhado por ai, é melhor ficarem longe de mim.

– Você fala de mais, Fabray.

– Talvez. O que acha de perguntarmos para o seu tio, Anders, o que ele acha disso? – automaticamente os olhos do garoto se arregalaram – Foi o que eu pensei. Agora, por que não dá o fora?

O garoto se afastou a paços largos e Quinn suspirou, passando o braço pelos ombros de Rachel e voltando a andar.

– Qual é a do tio do garoto?

– O problema não é só o tio dele. Os dois fizeram merda juntos.

– O que aconteceu?

– Acredite em mim, é melhor que você só saiba o que já sabe.

– E como você sabe disso?

– Como eu disse, sei quem é cada idiota que eu ferrei nessa escola. Uma pequena observação e uma pesquisa no Google pode nos revelar muita coisa.

– Você fez o que? Puxou a ficha criminal de cada um deles?

– Também. – Quinn sorriu.

***

– Quinn! Cheguei! – Frannie gritou jogando a bolsa em cima do sofá.

– To no quarto. – a mais nova respondeu.

– Tudo tranquilo? – Frannie perguntou entrando no quarto da irmã e a encontrando deitada com o notebook no colo.

– Tudo. Só estou tentando fazer essa lição do coral.

– Qual o tema?

– Família.

Frannie se aproximou sentando ao lado dela e fez um carinho de leve nos cabelos da irmã.

– Como você está?

– Estou bem.

– E Rachel?

– Também. – Quinn sorriu – Marquei com ela no sábado.

– Ok.

– O que vai cozinhar? – Quinn perguntou fechando os olhos.

– Já ouviu falar em pedir em restaurante?

– Eu to falando serio. E lembre-se que ela é vegetariana.

– Ótimo. Vou ter que procurar receitas vegetarianas. – Frannie revirou os olhos – Você vai me ajudar.

– Lembra o que aconteceu da ultima vez que eu fui para a cozinha?

– Como esquecer. – Frannie murmurou – Quer saber, eu me viro. Não to afim de alguém que quase começa um incêndio fervendo agua mexendo na cozinha.

– Foi um acidente!

– Eu sei. Mas ainda não entendi como você fez aquilo.

– Hum.

– Eu vou arrumar nossa janta. – Frannie deu um beijo na testa da irmã e levantou.

Assim que Frannie saiu, Quinn voltou os olhos para o computador.

Queria conseguir pensar somente em Frannie como sua família, principalmente para aquela tarefa. Mas não conseguia.

***

– Jantar na casa da Quinn? – Leroy arqueou a sobrancelha para Rachel.

– É. Ela chamou.

– Só a gente? – Leroy perguntou.

– Algum problema?

– Qual o motivo? – Hiram foi direto.

– Vocês vão?

– Rachel... – Hiram rosnou.

– Sim, filha. Nós vamos.

– Legal. – Rachel sorriu e se afastou dos pais, tentando não sair pulando no meio da casa.

– Lembra quando ela nasceu, e eu disse que ia comprar uma arma assim que ela arrumasse um namorado? – Hiram falou assim que ouviu a porta do quarto de Rachel bater.

– Você não vai ameaçar a garota.

– Mas...

– Não.

– Leroy, a garota veio na nossa casa e teve a capacidade de dizer que não estavam namorando.

– Talvez não estivessem. Já faz um tempo, Leroy. E Rachel não mentiria para a gente.

– Eu ainda quero uma arma.

– Vamos conhecer a irmã da garota e ver o que Quinn vai dizer. Se ela só estiver querendo se aproveitar da Rachel, você compra quantas armas quiser.