"Oh, you're the only one that I'm dreaming of

[...]

This dog is destined

For a home to your heart

We'll never part"

Annabeth amava o frio.

Só que, naquele dia em especial, ela não estava muito a fim de lidar com ele. Era incrível como o tempo mudara de uma hora para outra.

Maldito momento em que ela resolvera sair sem muito agasalho.

Como que sabendo da pressa dela, o elevador contribuía com uma subida ainda mais lenta.

Diante de uma inquietação, ela se flagrou refletido sobre a vida de uma forma geral, ali, olhando pro nada.

Se a semana de Annabeth tivesse que ser resumida em uma só coisa, essa coisa teria nome e sobrenome: Perseu Jackson.

Tanto, que estava indo vê-lo no exato momento.

Vezes e vezes ela repassara o que acontecera entre os dois há alguns dias atrás. Se perguntava frequentemente se aquele suposto selinho realmente acontecera ou era só algo da cabeça dela.

O fato era, ela se sentia irremediavelmente ansiosa para ver o rapaz novamente.

Não constrangida, envergonhada ou coisa semelhante.

Só estranhamente ansiosa.

As portas do elevador de repente se abriram , a despertando dos devaneios, e então ela se dirigiu até o final do corredor, a procura do tão conhecido apartamento de número 32.

O frio a estava envolvendo tanto que, quando Percy abriu a porta, ela se impulsionou para frente, o abraçando prontamente em busca de alguma forma de calor.

– Wow - ele murmurou, surpreso com o ato tão rápido da garota - Eu sei que causo uma saudade tremenda nas pessoas, mas não é pra tanto, Annabeth.

– Estou com frio - respondeu ela de forma abafada contra a curvatura do pescoço dele - Você está tão quentinho.

Ele a afastou, fechando a porta.

– Veio até aqui pra que a aquecesse? - Percy perguntou, incrédulo.

Annabeth jogou a mochila azul marinho no canto da sala e se sentou no tapete felpudo que se encontrava no cômodo:

– Tudo bem pra você?

– Desde quando eu me tornei seu condutor de calor?

– Desde... agora.

Percy crispou os lábios e saiu em direção ao corredor:

– Vou te emprestar uma moletom.

Annabeth permaneceu na exata posição até ele retornar estendendo um moletom num tom escuríssimo de vinho em sua direção.

– Obrigada.

Ele balançou a cabeça como se dissesse que não era nada e se sentou diante dela.

– Melhor? - o rapaz perguntou depois que ela enfim vestira a peça.

– É - Annabeth concordou enquanto arrumava o cabelo e então, logo depois cheirou a blusa, revirando os olhos como se estivesse momentaneamente entorpecida.

– O que foi?

Ela paralisou o que estava fazendo e o olhou:

– O aroma. É viciante. Como você faz pra deixar todas as suas roupas assim tão cheirosas? As minhas nunca ficam.

– Eu não faço nada. Nem ao menos vesti esse moletom pra ele estar com algum tipo de perfume.

Ela sorriu:

– Eu poderia cheirá-lo até a morte de tão bom que é.

Percy rolou os olhos:

– Só você mesmo.

– Então, como vão as coisas? - ela mudou de posição, se deitando dessa vez.

O moreno pareceu gostar da ideia e repetiu o ato, ficando do lado dela antes de responder.

– Normais - disse ele, se poupando de acrescentar "exceto pelo fato de eu ter percebido que estou apaixonado por você" - E com você?

Annabeth assentiu, o olhando de lado:

– Acho que... bem, estão melhores agora.

– Por que necessariamente "agora" ?

– Porque eu estava com uma vontade louca de te ver - sussurrou ela, travando os olhos nos dele - E estou fazendo isso agora.

O coração de Percy acelerou, ele tinha certeza disso.

"Droga" ele se repreendeu mentalmente "Se continuarmos dessa forma, eu vou acabar morrendo com um ataque cardíaco".

– Você não se enjoa de mim não?

– Não - ela sorriu - Aliás, trouxe algo para você.

– Para mim? - ele estranhou.

– É. - ela se virou do outro lado, à procura da mochila - No caminho, eu passei em uma confeitaria e ... - a loira tirou um embrulho de lá - .. eles vendiam cupcakes de mirtilo azuis, daí me lembrei de você e resolvi trazer.

Os olhos verdes de Percy brilharam:

– Azuis?

– Azuis.

– Você não existe, Srta.Chase.

– Tome - ela o entregou o pacote - Vá guardar.

– Ãn, guarde pra mim - Percy pediu - Por favor.

Annabeth suspirou e se levantou de má vontade, deixando os doces da bancada, voltando com uma expressão de dúvida no rosto:

– Acha que hoje choverá?

Percy franziu a testa:

– Acho que não. Por que?

– Pra que eu durma aqui.

Dessa vez, um sorriso malicioso iluminou o rosto dele:

– Você não precisa de uma chuva como desculpa para vir dormir comigo.

Annabeth deu um soco de leve no ombro esquerdo dele.

– O que foi? - Percy reclamou - Você não queria que eu te esquentasse? Eu posso fazer isso a noite no meu quarto.

A loira riu:

– Você não disse mesmo isso.

– Disse sim. E se quer saber, minha camiseta está guardada no mesmo lugar, esperando para ser usada por você de novo. Exatamente como naquele dia.

– Você está querendo me ver usando-na de novo? - Annabeth provocou-o - É isso, Senhor Jackson?

– Tenho que admitir que ela fica melhor em você do que em mim.

– Percy!

– Estou sendo sincero.

– Sincero demais, eu diria.

– Então... você vai dormir comigo, certo? Eu gostei da ideia, se é o que te preocupa.

– Eu estava brincando! - ela tentou se explicar.

– Não estou encarando como uma brincadeira, como você pode ver.

Antes que Annabeth pensasse em algo para dizer, seu celular tocou dentro da machila, e Percy de forma intrometida o pegou e atendeu:

– Alô? - disse ele.

– Annabeth? - disse a voz de Piper.

– Não. É o Percy.

– Onde está a Annabeth?

– Pode falar comigo.

– Ãn... diz pra ela vir para a minha casa.

– O quê?

– Noite das garotas - disse Piper, como se fosse óbvio - Foi ideia minha.

– Ah... mas que pena, sabe, ela vai dormir comigo hoje, Piper - ele contou despreocupado e Annabeth quase arrancara o celular das mãos dele.

– Com você? Como assim ... - então outra voz surgiu na ligação - Escuta Percy, sou eu, Thalia. E se você não trazer a Annabeth pra gente, eu vou dar um jeito de tirar sua capacidade de ter filhos algum dia.

Ele arregalou os olhos diante da ameaça e concordou:

– Eu vou levá-la agora mesmo. Tchau.

– Ótimo - disse Thalia - Tchau.

E a ligação se encerrara.

– Percy, o que aconteceu? Você está meio pálido. - Annabeth observou.

– A Thalia - disse ele - Ela disse que se eu não te levar pra casa da Piper, ela vai tirar a minha capacidade de ter filhos.

– Ela disse isso?

– Disse. E, sinceramente, eu espero ter filhos um dia, então eu vou levar você agora mesmo.

– Eu não quero ir.

– Você o quê? - Percy perguntou pra ter certeza do que tinha ouvido.

– Não quero ir. Decidi dormir com você. - falou ela, alegremente.

– Ah, mas não vai mesmo! - ele negou - A Thalia não é do tipo de pessoa que não cumpre o que diz.

– Você está me despachando, Percy? Você é um traidor!

– Não! Olha, você dorme comigo amanhã ou semana que vem, isso não é problema algum. Mas hoje não, Annabeth.

Annabeth fez uma carinha tão desolada, que Percy quase, quase mesmo, desistira de tudo aquilo para que pudesse beijá-la até que conseguisse fazer com que ela se esquecesse de seu próprio nome.

Mas ele não podia parecer ser tão submisso à ela.

Não mais do que realmente já era.

– Vamos lá, pegue suas coisas.

– Eu vou sozinha - murmurou ela- Estou de carro.

– Tudo bem, eu dirijo seu carro, te deixo lá e volto pra lhe buscar com ele amanhã.

– Mas que droga, Percy. Eu não preciso de você, posso ir sozinha.

– Você não vai sozinha. - ele afirmou - Pegue sua mochila e me dê a chave do carro. Agora.

(...)

Piper morava em Mayfair e o longo caminho do Chelsea até lá não poderia ter sido mais tedioso.

Percy olhava diversas vezes para Annabeth enquanto dirigia, mas, se ela percebia, não fazia nenhuma questão de devolver o olhar. Aquilo o estava deixando irritado, afinal, ele, mais do que ninguém, queria tê-la ao seu lado durante a noite. Era ele quem devia estar ressentido. Não ela.

– Annabeth - ele chamou, a olhando de soslaio.

– Hum? - disse ela, secamente.

– Você vai mesmo ficar me ignorando?

– Não estou te ignorando. Foi você quem me rejeitou essa noite.

– Eu não te rejeitei coisa nenhuma. Além do mais, você não disse que era brincadeira a história de passar a noite comigo?

– Tem razão. Você ronca e baba, de qualquer forma, não estou perdendo nada.

Aquilo doeu.

– Está vendo? Você sempre reclama da minha baba, deveria ficar feliz por ter se livrado dela hoje.

Annabeth esboçou um sorriso fraco:

– A quem eu quero enganar? Até sua baba é fofa.

– Tem noção do que acabou de dizer? E, bem, pense pelo lado positivo, é noite das garotas. Uhuull! - Percy levantou um pouco um dos braços numa falsa comemoração.

– Uhuull. - repetiu ela, sem ânimo.

Quando o chegara ao prédio de destino, Annabeth resolveu se despedir:

– Tchau.

– Tchau e ... quando você me ligar amanhã, eu virei o mais rápido pra te buscar.

– Tá bom - e com isso ela saiu do carro e começou a se afastar do campo de visão de Percy.

É, ele tinha uma longa e solitária noite pela frente.

(...)

– Ahhhh... então a adorável Annabeth resolveu dar o ar de sua graça! - Thalia sorriu irônica.

– Eu achei que fosse ficar com o Percy . - Calipso comentou.

– Eu iria, mas a Thalia fez o favor de ameaçar ele. Obrigada por isso, minha amável amiga. - Annabeth desmoronou na cama de Piper, lançando um olhar assassino pra Thalia.

– Modéstia à parte, essa ameaça funciona com todos os garotos. Começou com o Jason.

– Coitado dele, Thalia! - Piper disse

– Coitado nada, era a unica forma de ele fazer tudo o que eu queria. É assim que você tem que fazer com os irmãos.

– Você é má,Thalia. - Calipso se pronunciou.

– Eu não. Aliás, que moletom legal é esse aí, hein Annabeth?

–Ãn? - a loira se fez de desentendida.

– Será que isso é... não! Isso é um moletom de HOMEM! É do Percy! - Thalia pulou em cima dela - Olhe isso, Piper! Tem até cheiro de Percy aqui!

Piper abriu levemente a boca:

– Ta vendo? A culpa é sua Thalia! Se você tivesse me deixado falar com ele, a Annabeth estaria lá... e eles estariam juntos! Seria tão lindo!

–Hey! Eu estou aqui! - Annabeth reclamou.

– Vocês não estão entendendo - disse Thalia - A estratégia da Annabeth é levar todas as roupas do Percy pra deixar ele ...

– Não ouse terminar essa frase. - Annabeth avisou.

– Tá bom! Não falo mais nada! - a morena levantou os braços em rendição. - Quem quer ver mais um filme?

(...)

Percy gostaria de poder dizer que chegara em casa, se deitara e ficara lá, simplesmente pensando na deprimente vida que tinha.

A verdade? Não acontecera nada disso.

Quando chegou, minutos depois uma batida foi ouvida na porta, ele não tinha certeza do que esperava, mas com certeza não era aquilo.

Nico, Leo e Jason na sua porta. Aquilo era o que Percy não esperava.

– E aew, Percy?! - Leo se manifestou.

– Ãn, oi.

– Então - começou Jason - A gente tava passado por aqui e ...

– É mentira. - Nico os entregou.

– Deixe-me adivinhar - Percy interrompeu - As namoradas de vocês estão tendo uma agradável noite das garotas. Não é?

Leo pareceu surpreso:

– Como você sabe se...

– Se eu não tenho uma namorada? Digamos que eu tenho uma melhor amiga que estava na minha casa quando as outras amigas dela ligaram falando sobre esse encontro. E eu? Eu fiquei aqui, sozinho e abandonado.

– A Annabeth te deixou? - Nico perguntou.

– Não... ela não ia me deixar, mas a sua namorada fez o grande favor de me ameaçar, então eu fui lá deixar a minha ... - ele pareceu pensar por um momento - ... futura namorada, na casa da Piper.

– Tá, agora para com esse chilique e deixa a gente entrar. - Leo sorriu.

– Ah é. - Percy se lembrou - Entrem.

– Espera, você disse... futura namorada se referindo à Annabeth? - Jason indagou.

– Não... imagina Jason... - Leo disse - É claro, seu sonso!

– Mas vocês não eram só amigos? - Jason ignorou Leo.

– Você acreditou nisso? - disse Nico.

– Será que dá pro Percy me responder e não vocês dois?

– A situação é simples, Jason - Percy começou - A Annabeth não é minha amiga mas eu sou amigo dela.

– O quê? - o loiro sussurrou.

– Assim, eu sou apaixonado por ela, só que, não é como se isso fosse reciproco.

– Ah.

– Isso é uma friendzone daquelas. - Leo observou

– Leo - disse Nico - Você não está ajudando o Percy.

– O que vocês querem que eu faça? - Leo protestou - Se ele tivesse um rival, a gente até podia bater nele, mas não tem.

– Tem. - Nico falou - Como é mesmo o nome do infeliz...? Lu... Lu... Luke!

– Eu sou contra a violência. - Percy contou.

– Eu também. - Jason concordou.

– Tudo bem... sem violência. Mas, sinceramente, você tem que começar a AGIR, Percy. Se você ficar nessa sua lerdeza você vai ficar sem a sua Annabeth! - Leo refletiu - E isso não vai ser legal. E eu não vou ser padrinho do casamento e eu também não vou ser Tio Leo dos seus filhos e eu...

– Tá, Leo - Nico o cortou - Nós entendemos.

– É... eu queria muito mesmo ser Tio Leo um dia... mas voltando ao assunto, presta atenção Percy, você tem que dar um jeito de conquistar a Annabeth, me entende? Conquistar. Até ela ficar louca por você e vocês finalmente serem um casal.

– Arrãm, eu entendo - Percy confirmou - Só temos um pequeno grande problema.

– Qual?

– Como se conquista uma garota?

– Você tem quatorze ou vinte e quatro anos de idade?

– Vinte e quatro. Mas eu nunca parei pra tentar conquistar alguém.

– Pobre homem... - murmurou Leo enquanto andava de um lado pelo outro batendo um dos dedos na boca - Mas eu já sei. Sabe, Percy, você tem muita sorte de me ter como amigo, porque eu, o grande Leo Valdez, conhecido também como "o gostoso pra dedeu" vou te dá algumas super dicas pra conquistar o coração da sua amada.

– Leo, suas dicas são horríveis - Jason comentou.

– Ah! Cale a boca, Jason! Quem conquistou a Calipso? Quem? Isso mesmo! EU!

– E você, Nico? Como conquistou a Thalia?

– Foi tudo graças ao meu charme natural, entendem? - Nico falou desinteressado.

– "Charme natural" - Leo riu - Não seja ridículo, Nico.

– O que? Eu aposto que eu consigo fazer com que o Percy conquiste a Annabeth mais rápido do que você!

– Eu aposto que não!

– Minha vida amorosa não é um jogo pra apostas! - Percy se irritou - Se vocês querem me ajudar, ótimo, muito obrigado mesmo. Mas se não, bem, então deviam parar de brigar como crianças.

– O Percy tem razão - Jason disse e então olhou para Nico e Leo - Nós vamos sim, ajudar ele. E sem apostas idiotas.

(...)

Percy tinha que se lembrar de , mais tarde, acrescentar à lista de "Coisas que não conquistam uma garota":

1° - cantar a música que está tocando no carro, perto dela.

2° - continuar a tentar cantar a música mesmo depois de ela ter lhe pedido para parar.

Ele definitivamente sabia como fazer uma garota se derreter de amores por ele.

Percy culparia, acima de tudo, Annabeth.

Sim, culpava ela.

Quer dizer, quando ele a fôra buscar no outro dia, estava tudo correndo muito bem, mas ela tinha que ligar o som do carro e ficar fuçando as músicas até achar uma de que ele não aguentaria ficar sem cantar.

Não era como se ele suportasse ouvir o toque da música e não quisesse murmurar a letra. Era contagiante, algo que se vazia sem pensar.

– ... Everything that I want, I want from you, but I just can't have you...

– Percy, pare - Annabeth chamou - Você não percebe que está estragando a música?

– ... Everything that I need , I need from you, but I just can't have you!

– Percy! - repetiu ela - Eu gosto dessa música! Não a cante!

–... I've said it a thousand times, and now a thousand one , we'll never part, I'll never stray again from you...

Então as batidas de bateria da música cessaram de repente, indicando que o som havia sido desligado:

– Ahhh! Annabeth, eu estava no meio da música! Você não percebeu isso?

– Percebi - admitiu ela - E percebi que você canta mal também.

– Quem mandou você colocar essa música, então?

– Eu não sabia que você gostava tanto dela! Da próxima vez eu não escolho nada do Green Day pra tocar.

– Eu sei que você também queria cantar... todo mundo sempre quer.

– Você devia fazer um dueto com a Thalia - contou ela - É ela quem gosta de cantar.

– Vou me lembrar disso na próxima vez. Então, será que agora, você poderia, por favor, colocar a música pra tocar de novo?

– Você vai cantá-la?

– Não, não vou.

Então enquanto o carro fazia uma curva, a loira ligou o som novamente, fazendo a música se reiniciar, e Percy se limitou a bater os dedos no volante, somente seguindo o ritmo.

– O que você fez ontem a noite? - perguntou ela por fim.

– Ãn, bom, Nico, Leo e Jason apareceram no meu apartamento, e nós... fizemos coisas... ãn, de homens...? - ele mais pareceu perguntar do que afirmar.

– Coisas de homens... - refletiu Annabeth - O que exatamente seria "coisas de homens"?

– Talvez, coisas que não são de mulheres?

– Ahhhh - debochou ela - Não me diga, Percy!

Ele sorriu fracamente diante de sua explicação pouco brilhante.

– Ah, sei lá. Coisas de homens são coisas de homens. O que você e as outras garotas fizeram ontem, então?

Ela bufou:

– Esqueça... você é irritante.

– Já me disseram isso inúmeras vezes.

– Tudo bem. E o que nós vamos fazer agora?

– Então você está esperando fazer algum tipo de coisa comigo? - indagou ele

As bochechas dela coraram:

– Isso soou estranho.

– O que você quer fazer? - ele mudou a pergunta.

– Eu não sei.

– Quer ir para casa?

– Eu quero ir para a sua casa. - corrigiu ela.

– Para a minha?

– É. Você disse que eu poderia ficar com você hoje o dia inteiro.

– Não me lembro disso, mas, de qualquer forma, têm uma condição.

– Sim?

– Você só vai poder sair de lá amanhã pela manhã, depois de ter dormido ao meu lado, exatamente como faria ontem.

– Não acredito que vou ter de te aturar babando em mim - brincou ela - Mas tudo bem, aceito seus termos, Sr.Jackson.

Ele estacionou o carro e passou uma das mãos pelo cabelo, o bagunçando, para logo depois se virar na direção dela, mordendo o lábio inferior ainda com um meio sorriso:

– E quem teria a audácia de não aceitar?