–E como eu vou leva-lo daqui ?

–Chame por ele! Talvez se ele ouvir sua voz acorde. –ele falou fazendo uma careta.

–Você flertou com ele? Talvez ele tenha adormecido por sua causa Ian. –eu falei revirando os olhos.

–Ahahah que gracinha! –ele riu ironicamente. –Acorde-o logo, ele já esta babando o balcão.

Suspirei e contei até 10, não numa tentativa de me acalmar mas sim tomar a pitada de coragem que me faltava para acordar Eduardo. Será que ele ta bêbado? Afinal…ele sempre aguentou bem a bebida.

Finalmente cutuquei seu ombro. Ele não mexeu uma palha.

–Eduardo? –abanei-o com mais força…o que não resultou. Será que vou ter de gritar? -.-“ –EDUARDO, ACORDE SEU IDIOTA! –eu gritei incrivelmente alto mas como estamos numa discoteca não causou muito alarido. Eduardo levantou lentamente sua cabeça pouco tempo depois de eu ter falado. Ele olhou-me estranhamente e eu podia notar seus olhos desnorteados e de certeza confusos. Bom dia senhor Eduardo ¬¬

–Aurora? –sua voz estava estranhamente rouca (Porque é que isso mexeu comigo?) enquanto suas mãos esfregavam sua cara.

–O-Oi Edu?! Lembra de mim? Aurora?

–Claro que me lembro! –pelo menos ta meio sóbrio. –Você foi minha baba quando eu era mais novo! –ah, por favor.

–Sua baba…sim claro. Sua mãe mandou levar você para casa.

–Ah…Que chato.

–Sei…mas temos de ir.

–Não quero. –ele cruzou os braços fazendo biquinho.

Se quando Mel foi “batizada” eu me cansei mesmo ficando pouco tempo com ela, imagine agora, aguentar esse garoto.

Eu estava-me aguentando para não o encher de porrada. Afinal a culpa é dele de se ter embebedado. E também é culpa dele eu ter que que o tirar daqui e certamente o levar a casa já que ele não vai muito longe assim.

–Você vem comigo ou leva uma pera na cara que nem sabe de que terra é! –eu falei grossa.

–Não precisa falar assim. –ele levantou-se da cadeira e eu amarrei seu pulso o arrastando até fora daquela discoteca.

–Prontos, agora é so levar você em casa. –eu falei enquanto ele mexia algo no seu celular. Eu achei aquilo normal. Dai começou tocando uma música bem familiar.

Ai não…

Ai não…

Não faça isso Eduardo…

Não…

–EU NÃO SEI, DE ONDXI VEM, ESSA FORÇA QUI MI LEVA PRA VOCÊ! –ele cantava com uma de suas mãos no peito. Ele ainda canta pior quando está bêbado.

–Eduardo…-eu falava fazendo gestos para que ele parasse definitivamente com o que raio ele ta fazendo já que toda a pessoa que ta fora da discoteca nos olha de canto.

–EU SÓ SEI, QUI FAZ BEM, MAS CONFESSO QUI NO FUNDO EU DUVIDEI! –era so o que me faltava. Ele ajoelhou-se à minha frente. Sem ofensa Luan Santana, mas essa musica já não é recente e agora que Edu esta a cantando tornou-se meio que irritante.

–TIVI MEDO, EM SEGREDO, GUARDEI O SENTIMENTO E MI SOFOQUEI MAS AGORA, É A HORA (…)

–De se calar canastrão! –eu falei e ele calou-se de imediato.

–Você é…v-você é máááááááááááá. –ele esta chorando? O.O Ele esta chorando! Nem sei se riu ou se choro também. –Porque você não gosta de mim Aurora? –ele perguntou tapando a cara. Voltei a contar até 10 mas dessa vez foi mesmo para me aclamar. Eu ajoelhei-me na sua frente, ou seja, estamos os dois ajoelhados no meio da rua.

–Eu gosto de você –sorri.

–Ai sim? –ele perguntou com um olhar cheio de esperança.

–Sim. –sorri. –Só que você não vai lembrar que eu disse isso, já que esta perdidamente bêbado. –continuei rindo. –Além disso você acha que eu sou sua baba.

–Você não é?

–S-Sou sim. Vem. –eu estiquei minha mão para ele, que a segurou fortemente. –Vou-te levar em casa. –ele sorriu com minhas palavras. Estou tendo um pensamento do género “normalmente os garotos levam as garotas em casa” é….vou ter que me contentar com isso.

Sabe aquelas crianças que basta você oferecer um rebuçado para a tosse que ela fica logo toda contente? É…Eu também não. Mas tou comparando Eduardo com algo parecido.

E la ia eu. Pela cidade de mãos dadas com Edu. Ao contrário do que alguém possa pensar, isso não é nada romântico. As pessoas ficam bem vulneráveis quando bebem que parecem criancinhas.

Logo chegamos na casa de Eduardo.

Como ele ta naquela fase em que a bebedeira não deixa ele ficar de pé e eu pus seu braço à volta de meu pescoço. Como esse garoto é pesado.

Procurei suas chaves num de seus bolsos. Quem é que guarda chaves no bolso da bunda gente? Que vergonhoso. Mas eu estava mais preocupada em abrir essa porta antes que ele caísse em cima de mim.

Abri a porta com uma dificuldade grande mas la consegui.

Não da para o levar até ao quarto por isso tentei leva-lo até ao sofá da sala. Foda-se. Ele ta fedendo a álcool. Era so o que me faltava. Eu já fiz muito o trazendo aqui. Ele que tome banho quando acordar. Por que sim, ele tinha caído no sono.

O deitei no sofá.

Senti que faltava alguma coisa perto dele. Hmmm…e se ele ficar com frio?

Peguei num cobertor que estava bem arrumadinho noutro sofá e cobri Eduardo. Nem acredito que estou fazendo isso por um garoto. Você é um rapaz com sorte Eduardo.

Bom sai rapidamente daquela casa e fui para a minha.

Ai, como eu estou cansada. Deitei na minha cama e acho que acabei por adormecer.

***

No dia seguinte acordei com uma dor no ombro. Ai vida. Aquele idiota devia pagar me por isso.

Fui tomar um duche já que tinha adormecido com a mesma roupa de quando sai. Claro que eu não vou falar nada de ontem para Eduardo. Olha se ele se lembra de tudo.

Meu fim de semana resumiu-se na minha continuação de maratonas de filmes de terror. Foi um tempo muito bem gastado.

POV BERNARDO

~segunda feira~

Estou feliz. Finalmente so faltam duas semanas para o final desse inferno que dizem ter o nome de escola.

Depois de ter levado Leticia na sua sala fui ter com Eduardo.

–Oi!

–Oi Bernardo. Tudo bem?

–Pergunto eu! Como foi sua sexta à noite?

–Bem…eu so me lembro de beber uns copos, contar minha vida amorosa a um gay e acordar no sofá de minha sala.

–Eduardo, eu espero que você não se tenha envolvido com um gay. –nada contra gays né...