POV EDUARDO

Passei as aulas todas viajando. Amanhã vai fazer uma semana que Aurora me deu um fora. Que coisa mais vergonhosa. Eu não posso deixar que uma garota comande minha vida. Acho que hoje irei beber até cair para o lado…No que estou pensando? Que droga! Todos os meus pensamentos vão dar a Aurora. Talvez por isso me queira esquecer dela durante umas horas. Talvez beber um pouco não me faça mal.

Cheguei em casa. Tiago (meu irmão) estava jogando vídeo game. Eu apenas dei um oi para ele que me respondeu igual desinteressadamente. Fui para meu quarto até à hora do jantar.

–Mãe, eu vou sair hoje. –disse dando uma garfada no….Eu não sei o que estou comendo. Esta mistela dá-me um pouco de impressão mas como não sabe tão mal eu, meu pai e meu irmão não implicamos com minha mãe por causa de sua culinária.

–Está bom filho, so tenha juízo.

–Ah mãe, eu posso ir também?!

–Era so o que faltava! –eu falei olhando o teto da cozinha.

–Não. –minha mãe respondeu a meu irmão rápido e friamente.

–Porquê mãe?

–Não faço perguntas desnecessárias Tiago!

–Caralho mãe, eu tenho treze! E eu ia estar ao lado de Eduardo!

–Não…não ia não. –eu disse tranquilo.

–Não insista mais Tiago, não queira ver sua mãe enfurecida. –meu pai disse sem graça.

Fudeu ‘-‘

–O que você quer dizer com isso? –minha mãe lançava um olhar de morte para meu pai.

–N-Nada não! –ele respondeu meio que assustado.

–So eu reparei que Tiago disse caralho para você mãe? –eu falei com cara séria mas tou aguentando para não rir.

–Aaaaaaaaaaaa, sabe mãe, eu já não tenho mais vontade de ir –meu irmão falava atrapalhado. –E já não tenho mais fome. Estou indo –ele levantou-se e quase correu para seu quarto.

–TIAGO MANUEL! -minha mãe gritou. Agora sim ela está enfurecida.

–Mãe…Ele não é Manuel.

–Eu sei…. –ela falou muito mais calma por sinal. Consegui ver seu olhar cansado e suas mãos esfregando seu próprio rosto -….Mas assim pareço mais autoritária. –ela suspirou.

–Tenha paciência com Tiago… –falei pensando em reconforta-la. -…ele esta passando a idade da parvalheira. Lembra? Eu também passei, por ela, você também, e o pai é claro.

–Eu com aquela idade já trabalhava Eduardo! E seu pai também! No campo a plantar couves! – o.O

–Eu não plantava so couves! Isso lembrou-me uma história. –ai não -.- meu pai e suas histórias repetitivas.

–Sim pai, aquela história…Sabe eu já sei como ela vai acabar. Por essa razão…Eu tou indo!

Eu levantei-me da mesa e com certeza meu pai vai contar a história para minha mãe. Pelo menos ela gosta de o ouvir…ou pelo menos finge…não sei.

Poucos anos antes de eu nascer meu pai trabalhava de dia e estudava de noite. Com seu trabalho duro conseguiu se tornar gestor financeiro. Minha mãe juntou um dinheiro e tirou curso de Marketing conseguindo se tornar, mais tarde, diretora de Marketing em uma empresa bem conhecida nesta cidade (o que não é difícil já que esta cidade é pequena). Resumindo, meus pais ganham uma boa grana. Eu que cresci neste ambiente de pessoas inteligentes me decidi tornar contabilista.

Profissões à parte, sai de casa e finalmente cheguei na discoteca.

–Hey Eduardo. –o barman disse para mim. Se não me engano…ele é gay.

–Oi! –eu falei. –Deia-me algo para beber. Algo forte.

–Está tentando esquecer alguém, é? –ele perguntou escolhendo uma garrafa azul da prateleira das bebidas.

–Ah?!

–Normalmente quando os garotos têm vontade de esquecer algo ou alguém eles vão numa discoteca e bebem para caralho.

–Não é o caso. –menti descontraidamente.

–Va la Eduardo, eu conheço você! –ai conhece? De onde? O.O –Você é um ótimo garoto, é legal, inteligente e é gato também! Você quer sair um dia?!

–Desculpe mas eu não…Hmmm…como dizer, eu não gosto de garotos, quer dizer… eu prefiro muito mas muito mais garotas!

–É pena sabe…-ele não falou durante alguns segundos. Eu apenas conseguia ouvir a batida ouvir a batida da música eletrónica, que estava aos berros por sinal. –Sério Eduardo… -ele serviu-me a bebida. –Você nem parece o mesmo. A garota foi tão dura assim?

–Você nem consegue imaginar. –Eu disse bebendo um gole daquela bebida que eu não sabia nem o nome. Senti o sabor doce na minha boca que depois ardeu em minha garganta. Quando dei por mim já estava contando minha vida amorosa para um gay.

POV AURORA

Que tédio!

Minha mãe ficou trabalhando até tarde hoje. Acho que ela deixou algo para eu aquecer no micro-ondas.

Depois de uma pequena maratona (pequena mesmo) de filmes de terror (foram apenas dois) meu estomago roncou. Eram 10 da noite.

Caminhei para a cozinha e abri o micro-ondas. La dentro estava um recipiente que eu abri depois.

Ah não!

Peixe cozido?

Por favor!

Não me está apetecendo encomendar pizza. Esta me dando uma vontade enorme de Chicago Classic.

Vesti uma uns jeans pretos rasgados e uma t-shirt, já que esta fazendo calor nestes últimos dias, saindo de casa sem vestir um casaco.

Fui caminhando rapidamente pela rua. Quanto mais rápido chegar ao Mc, menos minha barriga ronca.

Cheguei e me deparei com uma fila enorme que quase chegava à porta de entrada do Mc Donald’s. Ai minha barriga. Era so o que me faltava esperar um tempão para comer meu hambúrguer!

Avistei um garoto que felizmente conheço do clube dos Rebeldes. Fui até ele.

–Hey lembra de mim? –perguntei para Miguel (nome dele claro).

–H-Hey chefe! Sim chefe!

–Ehehehehe…Hmmm…você deixa-me furar a fila? –eu sussurrei para ele já que toda a multidão olhava-me de forma esquisita mas nada assustadora.

–Sim chefe! Claro chefe!

–Pode para com isso Miguel! Eu aqui não sou sua chefe!

–Sim chefe! Claro chefe!

–Eu so não bato em você porque me deixou passar à frente.

–YOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO SENHORA! ESTA GAROTA PASSOU Á NOSSA FRENTE! –puta, vagabunda, você devia de ir apanhar no cu! (estou falando da filha da pxxx que me denunciou)

–Desculpe mas vai ter que ir para o fim da fila! Todos estão esperando e você não é exceção! –a funcionária vestida de amarelo falou. Olha me outra vadia.

–Olhe, primeiro, esse é meu namorado! –eu apontei para Miguel que percebeu o teatro mas que atuou comigo.

–Segundo, minha namorada veio ter comigo para me ajudar com o pedido! Continua a haver problema senhora de amarelo. –eheh valeu garoto?

–N-Não! Desculpe pelo incómodo!

–Acho bem. –eu disse cruzando os braços e a garota que me tinha denunciado batia o pé ferozmente no chão como forma de descarregar seus nervos. Deve querer que eu descarregue os meus na cara dela.

Não comentei mais nada com Miguel. Apenas fizemos o pedido e saímos do Mc.

–Valeu Miguel, aquela garota já me estava irritando.

–Sem problemas chefe. –acho que tenho de me habituar. –Até à próxima chefe!

–Você já vai?

–Sim, minha verdadeira namorada, -ele sorriu de lado. – está me esperando.

–Então tá! Não se perca!

Ele deu um xau para mim e eu segui meu caminho comendo meu Chicago Classic. Ai…tão bom.

Alguém tinha de interromper meu momento delicioso com uma chamada.

Olhei o celular. Ian?! Ah, o Ian…

...

...

...

Quem é o Ian?

Atendi.

LIGAÇÃO ON

–Sim? –falei.

–É a Maria Paredes?

–Não O.o

–E o José paredes tá?

–Não caralho.

–E está ai algum Paredes?

–Foda-se…NÃO!

–Então o que segura sua casa? PAHAHAHAHAHAHAHAHHA! –pela risada eu percebi quem era. É Ian, aquele barman da discoteca.

–Tijolos! PAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH! –ri igualmente alto e quem estiver passando na rua deve estar pensando que sou louca. Mas porque eu me estou rindo? Nem teve muita graça assim ‘-‘ -Ian?! O que o senhor quer?

–Eu acho que você deve vir para ca a correr.

–Para ca para onde moço? Para a discoteca?

–Não, para o hospício quer ver?

–Olhe podia ser. Já que você é assim meio para o maluco. –ri.

–Venha logo para a discoteca. Tem aqui uma surpresa para si! –o que essa bicha quer?

–Ta bem, tá! –eu desliguei a chamada.

LIGAÇÃO OFF

Ai que paciência. Quase onze da noite e eu indo para uma discoteca quando podia estar vendo filmes de terror.

Cheguei na discoteca. Já se vê pessoas todas malucas a dançar.

Cheguei no balcão onde tinha um garoto com a cabeça deitada nele. Esse cabelo me é familiar ‘-‘

–Yoooo…Ian?! Que me queria? –eu perguntei para ele. Ele apenas apontou para aquele garoto.

o.O

–E-Eduardo? –eu tentei adivinhar. Eu sabia que esse cabelo me era familiar.

–Ah pois é! Ele chegou aqui , pediu um copo, contou a vossa vida amorosa para mim e embebedou-se.

–E você me chamou porque?

–Ah vá la Aurora! Você se importa com ele. Apenas o tire daqui antes que entre em coma alcoólico!

–Você é um idiota. –mas tem razão. –Como eu vou tira-lo daqui?