Era tarde, quase noite em Kanto, uma pacata região.

Em um hospital, sentada na sala de espera em frente uma grandiosa porta com uma cruz vermelha, estava uma garotinha de 4 para 5 anos, com cabelos castanhos que chegavam até o meio das costas, aquela era Emily Finkler. Encima daquela grande porta, havia um painel luminoso aceso em vermelho, indicando que uma cirurgia estava sendo realizada, mas não era uma cirurgia qualquer, era a mãe de Emily que estava lá dentro.

A mãe de Emily foi diagnosticada com uma doença terminal a muito tempo, antes mesmo da pequena nascer. Essa cirurgia era para a retirada de um tumor, para tentar aumentar as chances de cura. Ela esperava lá sentada à quase uma hora, sozinha, enquanto seu pai e os muitos outros médicos assistiam a cirurgia.

O tempo passava e a espera só aumentava, até que em certo momento, três horas depois, o painel se apagou e seu pai cruzou a grande porta, com os olhos vermelhos e inchados, correndo para abraçar a filha:

– O que aconteceu papai?

–Emily... Minha pequena Emily... A-a sua mãe...

–O que houve com a mamãe, papai?

–Emily... A sua mãe... A sua mãe não resistiu Emily.

–O que isso quer dizer?

–Filha, a sua mãe morreu.

Lágrimas grossas começaram a escorrer dos olhos de ambos, que continuavam abraçados.

–Calma filha, vai ficar tudo bem!

–Não vai não! Eu quero a minha mamãe!

Uma semana se passou, nada tinha melhorado, na verdade, a tendência era apenas piorar. Exatamente uma semana depois, no dia da missa do sétimo dia, não houve missa, afinal, eles não tinham dinheiro, não tinham nem condições de se sustentar. Exatamente uma semana depois, ocorreu de receberem uma visita inusitada e uma notícia, não das melhores, na verdade, das piores para nossa garotinha.

Estavam jantando, uma mesa simples, apenas um pouco de arroz, feijão e dois bifes, quando a campainha tocou.

–Quem é papai?

–Emily, preciso que vá para o seu quarto e arrume todas as suas coisas e coloque numa mochila.

–Por que?

–Apenas me obedeça!

A pequena se pôs em retirada para seu pequeno quarto arrumar suas coisas enquanto seu pai foi atender a porta.

–Já estava na hora! Achei que ia ter que ficar esperando você abrir a porta para sempre! Cadê a Pirralha?

–Olá Alice, boa noite. Como está elegante.

–Eu sou elegante. Não quero saber de conversa, cadê a menina?

–Já deve estar chegando com as coisas dela.

–Isso é realmente necessário?

–Alice, tenha certeza que eu não iria recorrer a você se não fosse necessário.

–Tudo pronto papai...- uma voz suave e infantil surgiu atrás do homem- O que ela está fazendo aqui?

–Eu vim te levar para casa.

–Mas essa é a minha casa!

–Não mais queridinha, não mais. Agora vem com a titia Alice, eu vou te levar comigo.

Alice era tia de Emily e irmã de sua mãe. Era uma mulher muito rica e ao mesmo tempo, muito fria. Já foi casada umas quatro vezes e sempre estava com um namorado novo. Não era feia, pelo contrário, era muito bonita, tinha cabelos loiros e compridos, olhos verdes brilhantes e para sua idade, estava bem conservada. O pai de Emily avia ligado para ela, pedindo o favor de poder criar sua filha, já que não tinha condições. Emily nunca se deu bem com a tia e nem Alice com a sobrinha. Sabia que seria melhor para ela, mas perder sua mãe já foi muito difícil, agora teria que perder seu pai também?

A loira adentrou e agarrou a pequena pelo pulso.

–Me solta! Eu não gosto de você e não vou embora!

–Escute aqui mocinha, eu não admito esse comportamento manhoso! Se souber o que é melhor para você, virá comigo e sem reclamar!

–JÁ DISSE QUE NÃO VOU E NÃO GOSTO DE VOCÊ! - a pequena acabou mostrando a língua, mas a mais velhas estava perdendo a paciência.

–NÃO GRITE COMIGO MOCINHA! VOCÊ VEM COMIGO E PONTO FINAL!

A loira puxou Emily pelo pulso para fora de sua casa a arrastando para o carro. A ultima coisa que se pode ouvir foi e pequena sussurrando um "papai" antes de ser jogada dentro do carro e o maior fechar a porta de madeira.

–Isso não é justo. - murmurou a pequena no banco de trás enquanto fazia bico e cruzava seus bracinhos.

–Não é justo? Você sabe o que não é justo? Eu ter que ficar aturando e sustentando uma praguinha que nem você! Só faço isso por que amava minha irmã.

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O tempo passou e agora Emily já tinha seus 11 anos. Ela cresceu com Alice, mas quase nunca trombava com ela naquela grandiosa casa. Ficou muito próxima de todos os empregados que trabalhavam lá, as criadas que arrumavam os quartos, as cozinheiras, até as professoras de etiqueta. Mesmo estando distante, Alice continuava rígida e forçando bons modos para Emily. Mesmo estando distante, a tia nunca fez falta para a sobrinha. Há alguns anos, quando tinha 9 anos, Emily resolveu sair para se aventurar pela floresta, o que mais tarde se tornaria algo muito comum. Numa dessas aventuras, a jovem encontrou uma pequena Vulpix machucada e resolveu esconde-la em seu quarto até ela melhprar, pois sabia que sua tia nunca permitiria ter um Pokémon selvagem em sua casa. Um dia, de surpresa quando Emily estava em seu quarto, sua tia abriu a porta e se deparou com a pequena Pokémon vulpina que ali estava. Depois de muito implorar, Alice cedeu, deixando a morena ficar com a pequena raposa.

Emily, como era de costume em sua família, partiria em uma jornada para seguir seus sonhos, quaisquer que fossem.

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Atualmente, Emily agora tem seus 13 anos, seus cabelos agora estão mais curtos, na altura dos ombros, seus olhos castanhos continuaram profundos e já passou por Unova e Kalos. Sua Vulpix evoluiu e agora ela segue para Hoenn, conhecer e analisar todos os Pokémons de lá e o mais importante, conhecer pessoas novas e fazer novos amigos, nunca se esquecendo de que sua mãe sempre estará junto dela, em seu coração.