–Cara, relaxa. – Eu disse à Josh, que estava hiperventilando.

Ele pegou sua bombinha de asma e respirou fundo algumas vezes. Josh estava preocupado com o primeiro dia de aula. Desde o dia que eu o conheci, com 13 anos, ele falava sobre a faculdade. Ele era loiro e tinha olhos azuis, mas falta de jeito com as mulheres porque vivia tendo ataques de asma quando ficava nervoso.

–Você está certo Leo. É só a faculdade. Como se isso fosse mudar minha vida. – Respondeu ele.

Revirei os olhos e lhe dei uma tapa na barriga, o que pareceu desentalar a bola de ar ou o que seja que estava dentro de sua garganta. Entramos na faculdade, e depois de 2 horas de papagaida do professor, fomos fazer um trabalho em grupo com alunos de outra matéria. Tinha um garoto ruivo, que achou assunto com Josh –eu lhe dei um chute na canela para o caso dele trocar a dupla comigo- e eu gostei muito das garotas. Principalmente de Oceane. Era fácil ter uma conversa com ela.

Ficamos o resto da semana tendo aulas com o grupo de botânica. Levei um ou dois cutucões de Josh por me distrair olhando para Oceane e Louise. Nem dei muita bola pra isso – o cabelo delas era bonito, ué.

Naquele fim de tarde, os alunos calouros se mudaram para a universidade. A maioria dos quartos tinham quatro camas (por se tratar de um único prédio para muitas pessoas), mas Josh e eu conseguimos um quarto com duas camas. Em 20 minutos, tinha virado o quarto mais desorganizado de todos os tempos.

– Finalmente a melhor parte da faculdade: As festas. –Comentei.

– Ah cara, eu não quero vomitar de novo.

–Deixa de ser uma mocinha. Aquela foi só a primeira vez. – Dei-lhe um empurrão, o encorajando.

Fui me arrumar primeiro. Coloquei uma blusa preta e calça jeans. Josh colocou uma camiseta azul clara. Quando eu disse que ele ia pegar todas, até sua postura melhorou. Dirigimo-nos até o primeiro andar.

A festa só havia começado há meia hora, mas já tinha pelo menos umas 120 pessoas. Estendia-se do gramado da frente da faculdade até o térreo do prédio dos dormitórios, onde a música era mais alta. Estandartes com símbolos da Faculdade e do time estavam presos na parede. Copos vermelhos estavam espalhados pelo chão e cerveja era servida por poucos voluntários. Dei um tapinha no braço de Josh e fui me enturmar.

Conversei com muitos veteranos (dei até uns beijos em uma loira bronzeada), entrei no desafio de ver quem bebia mais copos em menos tempo e até dancei um pouco. Mas –mesmo bêbado como um jegue- tudo pareceu entrar em câmera lenta quando uma garota ruiva se afastou e revelou uma baixinha japonesa. Ane usava um vestido preto e justo, e dançava lentamente ao ritmo da música. Dei um suspiro baixo e fui a sua direção.