Acordei com um estrondo vindo da porta, alguém batia desesperadamente contra a madeirado lado de fora. Olhei para o outro lado da cama e vi que Caspian não estava lá nem as suas botas que deixava ao pé do colchão. Vesti minha camisola para cobrir minha nudez e fui ver quem me procurava a essa hora da manhã.

Duas criadas estavam paradas na frente do quarto, assim que me viram, me olharam preocupadas.

- O que houve meninas? - perguntei.

- Su...Sua majestade está bem? - perguntou uma delas.

- Sim, por quê? Onde está Caspian?

- O rei está em reunião.

- Mas o encontro com os lordes era depois do almoço.

- Exato. Por isso que ficamos preocupadas, assim como o rei. A senhora não desceu para o almoço.

- Ficamos horas batendo na porta e nada.

- Até que nos atendeu...

- Esperem! Que horas são?

- Já estamos no meio da tarde, Majestade.

- Por Arlambil! Tenho que me trocar. Não posso acreditar que dormi tanto assim!

- Lady Rosagunde a espera no salão íntimo. Podemos ajudar-lhe a se arrumar.

- Agradeço, mas não posso perder mais tempo. Apenas me passem um vestido e grampos.

...

Entrei no salão íntimo ainda arrumando o vestido e com cachos dourados caindo nas costas.

- Me perdoe Rosagunde! O cansaço não me permitiu acordar.

- Não se desculpe Majestade, não se esqueça das regras.

- Me... tudo bem.

- Certo. Posso perguntar o que ocorre ou seria muita pretenção?

- Nem um pouco. Mas nem eu entendo o que aconteceu. Estava tão esgotada.

- Deveres reais necessitam de muita energia. Ainda és jovem, vai se acostumar.

- Espero que sim. O que faremos hoje?

- Fui informada pelo meu marido a alguns minutos atrás de que o rei planeja uma cerimônia de gratificação a todos os tripulantes do Peregrino da Alvorada que o acompanharam na viagem. O evento será realizada em alguns dias, depois de uma breve viagem que o rei fará à Calormânia, então eu pensei em ensiana-la como se comportar numa ocasião como essa. Não será um baile comum. Terá um momento de titulação dos homenagiados e é de costume que a Rainha tenha uma certa participação.

- Espere. Caspian irá para a Calormânia?

- Assuntos governamentais pelo que soube. Já deve estar partindo.

Ouvi o barulho de cascos e rodas de madeira alguns andares abaixo, vindo dos estábulos

- Não se preocupe, não é algo que precise comparecer. Vamos nos concentrar na cerimônia de homenagem, isso sim lhe enteressa.

- O que devo fazer?

...

O salão estava lotado e meia dúzia de cornetas anunciavam o começo da solene cerimônia. Carregava a espada de Caspian, que anteriormente foi do Grande Rei, que presenteou-o pessoalmente. Trajava as cores da bandeira narniana, tecido vermelho com um leão dourado bordado no encomodo corcellet.O qual estava tão apertado que mal conseguia respirar enquando me postava ao lado de Caspian.

Todos os mais de trinta tripulates estavam à nossa frente elegantemente vestidos e ajoelhados. Caspian tomou a espada de minhas mãos e acomodou-a no ombro esquerdo do primeiro homem da fileira.

- Promete honrar, servir e proteger Nárnia, assim como fez e faz?

- Sim meu rei!

Foi assim com todos. Todos juraram e todos beijaram minha mão respeitosamente. Acenada com a cabeça para cada um deles, lutando para equilibrar minha coroa.

- Salve o Rei Caspian X, Salve a Rainha Estela, Salve Aslam, Salve Nárnia! - disse a multidão em coro.

Caspian tomou minha mão me guiando para o centro do salão para que o baile oficialmente começasse. Enquanto valsavamos trocavamos sorrisos um pro outro até que Caspian se manifestou.

- Me perdoe por viajar se poder avisa-la pessoalmente. Foi uma emergência

- Está tudo bem, meu amor. Mas confesso que senti sua falta.

- E eu a sua.

Ele me deu um leve beijo nos lábios e sorriu ainda com o rosto colado ao meu.

- Como se sente em sua primeira solenoidade como rainha?

- Um pouco insegura.

- Foi ótima, estou orgulhoso.

Meu rosto esquentou com suas palavras. Tentei desviar o olhar mas Caspian segurou meu queixo e me beijou novamente, agora com mais intensidade.

- Não consigo respirar!- disse.

- Nem eu, Estela...

- Falo sério Caspian!

Depois dessas palavras, senti meu corpo despencar e a conciência sumir.