Zodíaco escrita por Milka
Ver a luz do dia depois de todo aquele tempo no subterrâneo era um alívio para Benedict. Ele escoltou Avalon e Delilah para a saída.
— Não sumam. Precisamos conversar. Vocês viram o rosto dela e vocês vão me ajudar a encontrá-la. – Ele disse firmemente.
Delilah bufou.
— Se eu encontrar aquela garota, vou dar uns bons cascudos nela.
— Eu também quero perguntar algumas coisas para ela. – Disse Avalon com um pouco menos de vontade.
Avalon e Delilah seguiram pelas ruas da capital até darem de cara com os seus guardas. Eles pareciam aflitos e preocupados.
Os dois levaram uma bronca e esse desaparecimento iria ser reportado a Miranda.
§
Justice estava impaciente. Seu pai ainda não havia voltado. Raíssa tinha ido para a casa da Sidney.
— Cody!! – Ela gritou chegando perto do quarto do irmão.
Ele estava sentando em uma grande poltrona, aparentemente ele estava lendo. Ela abaixou os óculos de leitura e olhou para ela.
— Você voltou? – Ele disse um pouco impaciente.
— Não está vendo? Acho melhor colocar os óculos novamente.
— Sempre tão espirituosa minha querida irmã.
— Onde está o papai?
— Se você não sabe onde o velho está, como eu vou saber? Ele nunca me deu satisfação dos seus atos, por que seria diferente agora?
Justice respirou profundamente.
— Você tem razão. Me desculpe.
— Você pedindo desculpa? O que está acontecendo? – Cody se levantou e foi até Justice.
— Cody?
— Sim?
— Você se lembra de alguma coisa quando a mamãe morreu?
O olhar do irmão endureceu.
— O que você quer dizer com isso?
— Bem é que é difícil de explicar, mas você tem certeza que a mamãe morreu no mar?
Ele desviou o olhar.
— Ele disse que sim. Mas...
— Mas o que? — Justice perguntou já aflita.
— Eu não confio nele.
§
Cassie viu quando a garota chegou.
— Kath onde você estava?
— Prima? Você já voltou?
— Claro que eu voltei. Como você pode ter deixado a livraria só com a mamãe. Você sabe que ela está doente. Achei que você seria mais responsável.
— Eu sou responsável.
— Então o que aconteceu?
— Eu precisava ir a um lugar. Eu perguntei para a tia e ela deixou.
— Claro que ela ia deixar! Ela só te mima!
Kath já estava com os olhos vermelhos. Cassie sabia que ela não gostava de ser taxada de irresponsável.
— Não precisa chorar! Eu só quero que você pense mais nas consequências de seus atos. E que roupa é essa?
Kath estava usando um vestido preto um pouco revelador demais.
— Tá , não vou nem perguntar. Se troque, e vá ajudar a minha mãe.
A garota correu.
Cassie poderia parecer dura, mas era assim o único jeito de controlar a prima.
Katherine ou Kath era filha do irmão da sua mãe. Seus pai morreram em um incêndio a muitos anos , e a sua mãe havia ganhado a custódia da garota depois de muita briga com a outra tia de Kath.
Kath reapareceu, ela estava com um terninho azul e seus inconfundíveis óculos, seus longos cabelos castanhos estavam presos em um coque muito ajeitado. Ninguém imaginaria que essa garota só tem 17 anos.
— Já estou indo. E me desculpe pela minha insubordinação. – Ela disse muito seriamente.
— Não fale como se tivesse 50 anos! - Cassie disse em um tom de brincadeira.
Mas a garota não esboçou reação.
— Sabe Kath. Não sei como você consegue passar de uma garota que foi pega aprontando para esse modelo de bibliotecária.
A garota não disse nada. Mas foi em direção à livraria.
Katherine não conseguia entender a sua prima. Cassie era muito instruída e tinha certa influência no reino, mas mesmo assim ela escolheu ir a uma expedição com a pessoa mais louca e insubordinada de todas. Katherine tinha perdido toda a admiração pela prima mais velha.
A livraria era pequena, mas tinha certa classe. Paredes brancas, poltronas confortáveis e prateleiras com todos os tipos de livros. Esse era o paraíso de Katherine.
—Tia Margot. Me deixe fazer isso.
Katherine foi ajudar a tia que tentava retirar um livro de uma prateleira alta.
— Obrigada! -- A tia sorriu para ela.
Tia Margot era o mais próximo de uma mãe que Katherine possuía. Ela é extremamente amável e um pouco compassível. Como Cassie ela possuía cabelos claros em um tom de dourado invejável.
— Como está o movimento?
— Bem, temos os clientes de sempre. E aquele rapaz está aqui novamente.
— Ele está aqui? – Katherine disse um pouco nervosa.
— Sim, ele está.
A livraria tinha uma pequena cafeteria que acaba sendo a principal fonte dos lucros. Elas possuíam duas funcionárias que cuidavam disso.
O garoto que Katherine vinha observando estava tomando um café, além de estar lendo um exemplar de Lendas do Leste. Ele tinha o cabelo escuro, um pouco rebelde demais para o gosto dela, mas isso não importava , seus olhos extremamente azuis chamavam toda a atenção. Ele parecia ser um pouco mais velho que ela e possuía uma presença nobre.
Ela nunca havia se sentido assim. Essas coisas nunca a influenciavam, mas desde que o garoto começou a frequentar a livraria, ela tem se sentido estranha e sem controle.
O problema e que quando ela ficava sem controle coisas estranhas aconteciam. Katherine sabe que não é como as outras pessoas. Ela vê coisas que ninguém mais consegue ver. Ver qual a chance das coisas acontecerem é uma maldição que ela carrega desde que se lembra, mas dessa vez ela ficou feliz em ver que o garoto que ela tanto admira tem 85 % de chance de estar gostando dela. E isso a deixa ainda mais sem controle.
Andando com uma pilha de livros em frente os olhos, ela sabe que não irá esbarrar em nada, nem tropeçar ou deixar os livros caírem.
— Precisa de ajuda? – Uma voz que ela já tinha ouvido. De repente ela deixa tudo cair ao chão.
— Me desculpe. – Ela pede ao garoto.
— Foi eu que te desconcentrei. Eu e que peço desculpas. Mas eu não poderia deixar uma dama carregar todo esse peso.
Ele a ajuda a recolher e carregar os livros até o balcão.
— Muito obrigada – Ela agradece sinceramente.
— Meu nome é Áquila. – Ele fala e estende a mão para ela.
Ela retribui o cumprimento.
— Muito prazer. Sou Katherine.
E depois de um momento de silêncio o garoto se despede deixando Katherine um pouco mais confusa.
O dia termina e Katherine fecha a livraria. Ao voltar para casa, ela não encontra Cassie ou Margot.
— Onde será que elas estão? – Ela se pergunta.
Ela vai para o quarto. Debaixo de algumas caixas , dentro de uma baú trancado, está a máscara. Ela a toca.
— Terei que te aposentar por um tempo. Hoje causamos muita confusão, e ainda tem aqueles dois que vão nos perseguir de agora para frente. Mas veja pelo lado bom. Mesmo sem você eu consegui falar com ele hoje.
Katherine guardou a máscara novamente.
§
Cassie encontra com Benedict em uma das salas de reunião do castelo. Ele parecia feliz.
— Não posso acreditar. Bem de baixo do nosso nariz! – Ele diz para ela.
— O que você quer dizer com isso? – Cassie pergunta.
— Cara senhorita Faber. Temos um dos Zodíacos aqui na capital. Preciso dos seus serviços, com a autorização do rei, vamos reunir todas as garotas de 13 a 20 anos da capital e encontraremos a nossa gata.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!