Justice foi avisando quem ela encontrava, mas as pessoas estavam tão apavoradas que não aceitavam a aproximação da garota.

— Vocês querem morrer?

Ela gritava mas as pessoas a olhavam com pavor e raiva.

— Você é de Lorena! Vocês nos atacaram. Agora querem que abandonemos nossas casas para vocês invadirem.

— Lorena? Vocês são malucos. Não fomos nós! Vocês estão sendo enganados! Ah quer saber por que eu ainda me importo?

Era complicado para ela. Ela não costumava sentir compaixão pelos outros. Mas ela queria realmente ajuda-los? Não todos, somente aqueles que a trataram bem.

Ela se concentrou bastante era difícil fazer isso a longa distância. Mas ela se conectou com aquele cachorro.

“ Fofo, preciso que você tire seus donos da ilha. Levem-nos até o porto, ache Soo-ni. Agora” Ela sentiu a exaltação do cachorro e logo soube que ele iria obedecê-la.

— Agora minha consciência não ficará pesada. – Ela disse para si mesma. E começou a correr novamente em direção ao Palácio que estava destruído.

Alex estava escondido. Ele havia os encontrado. A tensão no local era papável. Um grupo estranho estava encarando Benedict e os outros. Uma moça de cabelo roxo, um rapaz muito alto com o cabelo igual ao dele, ele usava roupas verdes e um cara de cabelo loiro que vestia roupas vermelhas. Allen estava com as roupas chamuscadas, mas parecia muito bem. Benedict estava com um sorriso confiante, e também havia alguém que ele não conhecia, mas aparentemente estava do lado deles. Um garoto alto de cabelos castanhos e olhos puxados como todas as outras pessoas que ele viu em Letin. Ele usava uma espécie de Kimono. Ele queria falar com eles, mas resolveu esperar. Ele sentiu que não deveria interrompê-los agora.

Benedict sentiu. Ele não sabe como mas ele podia sentir alguma coisa que vinha daquele que eles chamavam de Draco.

— Allen, você está armado? -- Ele sussurrou para ele.

— Só com a adaga.

— Tente se aproximar do alto. Eu sinto uma coisa muito ruim vindo dele.

— O que vocês estão cochichando? Ah não importa. Sem lutas desnecessárias.

Draco permanecia calmo, ele não via necessidade de uma luta naquele momento. Não importa se um deles é um Zodíaco.

Zodíacos como ele os odiava. Ninguém realmente sabia a história de como eles quase destruíram o mundo e como as outras constelações sacrificaram sua magia para salvá-lo deles. E ninguém vai saber. A ordem Arcádia foi criada para esconder esse segredo. A ordem Arcárdia foi criada pelos últimos Zodíacos para esconderem os podres dessas pessoas que vieram para destruir o mundo. Mas agora havia uma esperança. A ordem Arcádia não era mais subordinada a eles.

— A vida dos seres humanos é regida por essas doze constelações. Eles serão aqueles que decidirão o destino de todos. Áries, Touros, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. A cada 500 anos eles surgirão, para o bem e o mal lutarão. Juntos são invencíveis, separados são mortais.

Draco pronunciou essas palavras, alto e claramente.

— O livro do Leste é feito de fragmentos. O livro do Oeste é outra porção de fragmentos. Mas nós da Arcádia temos o livro real. E por isso eu quero que vocês entendam tudo o que estamos fazendo. “Para recuperar o que perdemos é necessário o sangue dos lideres e a repatriação da terra”.

— O que você quer dizer com isso? – O homem de cabelo escuro disse.

— O que eu quero dizer com isso? Você está tentando reuni-los. E nós estamos tentando separa-los e impedir a profecia final. Apenas isso.

— Por que o senhor está dizendo isso para eles? -- Hydra perguntou.

— Apenas para alertá-los. “A separação causara o caos, a destruição e a morte. Somente uma terra única e unida conseguirá resistir. Da destruição passada surgirá a esperança. Da destruição presente surgirá os meios. E assim destruição futura será impedida.”

Benedict nunca tinha ouvido essas passagens. Draco parecia estar em transe enquanto pronunciava. Mas diferente das outras, Benedict não foi convencido.

— Quanto blah,blah, blah. Eu realmente não me importo com qualquer profecia ou sei lá o que. O que eu quero é apenas diversão. Draco se já acabou com esse lero, lero. Eu quero saber se posso acabar com eles. – Falou Dimitri.

— Você é impaciente. Faça o que quiser. Mas quando Corvus voltar, você ficará por conta própria.

Aquele cara, era aquele que o fez ficar imóvel enquanto tudo acontecia no castelo em Lorena. Ele estava com um sorriso malicioso no rosto. E seus olhos violetas mostravam frieza.

— Allen, quero que o impeça.

Allen se colocou próximo a Dimitri. Ele só queria vingança. Vingança por tudo. Vingança pelo seu pai, vingança pela a sua terra e vingança por Raíssa.

Dimitri tentou pronunciar alguma coisa. Mas a sua voz não chegou a ele.

Benedict havia caído. Dimitri havia feito alguma coisa. Allen atacou e seus olhos antes confiantes e frios hesitaram.

Ele se aproximou e o colocou contra uma pilastra. Ele pegou a adaga e a colocou no pescoço dele. Faltava pouco para ele se sentir realizado. Mas alguma coisa o impediu. Começou a ventar muito no local. A pilastra cedeu e Dimitri foi afastado a força.

— Eu não quero atrapalhar qualquer tipo de vingança nem nada. Eu realmente queria estar no seu lugar e me vingar das pessoas que destruíram o meu país. Mas você não pode mata-lo aqui.

Allen se virou com raiva para a pessoa que o havia impedido.

— Por que você me impediu? Já tem tanta gente morta aqui. – Allen se dirigiu a Hyun

— Mais respeito com os mortos. Esse solo já está condenado. A única coisa que você ganharia matando alguém aqui seria no mínimo uma maldição.

Allen não acreditava, ele havia sido impedido por causa disso? Uma supertição do leste?

Benedict se recompôs. Allen não havia cedido à ordem de Dimitri. Ele não era afetado por magia. Isso explicava muitas coisas. Havia alguma coisa assim no livro? Benedict não lembrava mas isso era uma coisa que ele precisava conferir.

— Vamos embora rápido. O vulcão!

Todos viram quando a garota ruiva entrou no palácio.

— Justice? - Benedict pensou aliviado.

— Vamos logo!

— Ele já está aqui e o processo de repatriação começou. Hydra e Lyra não da mais para esperar.

Draco se abaixou e tocou o chão. Uma luz verde invadiu o local. E uma sombra em forma de dragão surgiu. O lugar foi tomado por uma escuridão temporária e aqueles três não estavam mais ali.

— Vamos. Por favor. Estamos sem tempo. Raíssa e Donar já estão no porto.

— Hyun você vem com a gente!

— Eu não vou sair da minha terra. Preciso avisar a todos.

— Eu tentei. Mas eles estão apavorados demais – Gritou Justice.

Eles saíram e viram que a destruição já havia começado. A lava descia vermelha e queimava tudo ao seu alcance. Pessoas desesperadas gritavam. E as casas coloridas ficavam cinza por causa da fuligem.

— Alex! Cadê o meu Alex! – Gritou Benedict ao lembrar-se do garoto.

Ele saiu de trás de uma pilastra.

Benedict correu e abraçou o garoto.

— Nunca se separe da sua família! Agora temos que ir. Não há mais esperança para esse lugar.

— Se o sol estivesse brilhando haveria esperança.

— Sol? – Hyun disse.

— Se o sol brilhar você acha que consegue salvá-los?

— O Deus Sol sempre salva quem é devoto.

— Deus sol?

Hyun fez uns movimentos com os braços e as nuvens no céu se afastaram. Alguns raios de sol entraram em contato com a pele do garoto.

— Ótimo. Agora o Deus Sol pode fazer o seu trabalho.

Alex correu para longe do grupo. Entrando cada vez mais na cidade.

— Alex!! – Benedict gritou de longe.

Mas Alex já sabia o que fazer.

Ele seguiu correndo o mais rápido que podia.

O Sol o dava forças então ele tocou na terra na base da grande montanha. A destruição foi esmagadora. Ele havia reunido poder o suficiente para destruir o ponto fraco do vulcão. A montanha começou a ceder para baixo. A lava mudou de direção e afundou em uma enorme cratera preenchida de terra derretida.

O poder do garoto impressionou a todos.

De longe foi possível ver o que o pequeno e pálido garoto havia feito. Ele tinha salvado as pessoas, mas condenado o pais inteiro. Era só uma questão de tempo. A ilha iria afundar, mas pelo menos eles teriam tempo de evacuar toda a ilha.

O porto não suportava tanta gente. As pessoas estavam abatidas. Elas haviam perdido tudo. E ainda acreditavam que Lorena havia condenado a todos eles. O rei estava desaparecido e os nobres haviam sido mortos. Mesmo que a ilha sobrevivesse era o fim de Letin.