Duas Cores escrita por Biax


Capítulo 1
Jardim e Fotos


Notas iniciais do capítulo

Yay! Finalmente vou começar a postar. Faz tempo que escrevi essa fic, mas queria fazer um desenho bonitinho para deixar de capa. Mas criei vergonha na cara e fiz. Espero que gostem!

*Amanda, me dê meus 5 reais*



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— Está pronta, Anne?

— Sim, estou. — Mamãe disse que iria me levar a escola hoje, já que seria o primeiro dia.

Entramos no carro e fomos. Não era longe de casa, mas como não conhecia nada, ela ficou com medo de que eu me perdesse. Logo, paramos na frente da escola.

— Não esquece do papel.

— Eu sei mãe, relaxa.

Havia um aluno ou outro na frente da escola. Ainda estava cedo. Entrei, me deparando com um corredor cheio de armários. Procurei a secretaria, e entreguei o papel para a moça que estava lá. Depois, resolvi dar uma olhada por aí, vendo outros corredores e algumas salas de aula. Voltei ao pátio e notei que haviam mais lugares para os lados. Fui para a direita, onde havia um jardim.

Que lugar lindo, não parece que estou dentro de uma escola...

Haviam alguns bancos de madeira espalhados, e fui em direção ao que estava mais perto, pensando que tinha achado o meu lugar preferido. Peguei meu celular na mochila e tirei algumas fotos, gostando do resultado.

Vou trazer minha câmera amanhã.

Fui guardar o celular, mas escorregou da minha mão e foi parar debaixo do banco. Me curvei e, junto ao celular no chão, havia um pequeno caderno. Peguei os dois, e dei uma olhada nas folhas da caderneta, encontrando vários poemas escritos, alguns versos e frases soltas. Procurei um nome, ou qualquer identificação, mas não tinha nada. O guardei. Talvez eu achasse de quem era, mais tarde.

Voltei ao pátio e fui para o outro lado. Era o ginásio. Quando retornei, vi mais pessoas chegando e me apressei para a minha sala, que ainda estava vazia. Pude escolher um lugar tranquilamente e acabei pegando a quarta carteira, da fileira da parede.

As pessoas que entravam, olhavam diretamente para mim.

Que vergonha...

Fiquei encarando a mesa e logo senti alguém passando e sentando atrás de mim.

— Ei, esse lugar já tem dono. — Olhei para trás, vendo um garoto de cabelo vermelho ocupando o lugar.

— Não precisa sair. — Outra voz disse, de repente, assim que eu tomei impulso de levantar. Ergui o olhar, notando um garoto de cabelos brancos próximo de nós.

— Não... — Levantei, puxando a mochila. — Desculpa, não precisa sentar em outro lugar. — Senti minha cara queimando.

— A mesa do lado está vaga, por que não se senta nela? — perguntou ele, gentilmente.

Rapidamente me sentei na carteira que ele havia apontado.

— Agradeço sua gentileza — falou, antes de se sentar no lugar recém vago.

O olhei, ainda envergonhada. — Imagina...

Nossos olhos se encontraram, e eu me peguei surpresa pelo garoto ter heterocromia. Quando percebi o que fiz, abaixei o rosto e fingi que estava pegando algo na mochila.

— Bom dia, pessoal. — O professor entrou na sala, animadamente. — Estão sabendo da nova aluna? Ela se chama Anne. — E me olhou. — Quer se apresentar?

Já fiquei vermelha de novo, e neguei com a cabeça rapidamente, ouvindo algumas risadas.

— Tudo bem, tudo bem! Seja bem-vinda! — Sorri para ele, em um agradecimento silencioso.

A aula foi passando, e eu tentei anotar tudo o que ele falava. Era difícil chegar assim, de paraquedas. Eu ainda não tinha chegado nessas aulas na outra escola e provavelmente teria que me esforçar mais para alcançar a sala.

O professor deu atividade, e o tom de conversa aumentou. Comecei a tentar fazer a lição, quando ouvi os garotos do lado iniciando uma conversa.

— Castiel, você viu meu bloco de notas?

— Não, como eu ia ver? Não deixou em casa?

— Não, me dei conta de que não estava comigo ontem à noite. Queria escrever, mas não o achei.

— Então você perdeu ele por aqui.

Ah... então deve ser dele aquele caderno. Procurei a caderneta  na mochila e estiquei o braço em direção a ele, vendo um sorriso surgir em seu rosto.

— Muito obrigado... Posso perguntar onde o achou?

— Estava no jardim, debaixo de um banco.

— Ah, claro, eu fui para lá ontem, no intervalo. Obrigado novamente.

— Não há de quê.

— Meu nome é Lysandre, e ele é o Castiel.

Sorri. — Anne, mas acho que já sabe disso.

Ele sorriu. — Está entendendo a lição?

— Bom, não muito. Eu não cheguei nessa parte na outra escola.

— Gostaria de uma ajuda?

— Ah, não precisa. Eu me viro.

— Você não vai atrapalhar, se é isso o que está pensando. Vem, sente-se aqui.

Puxei a cadeira para perto, e ficamos na mesa do Castiel, que também aproveitou a ajuda. Lysandre explicou e rapidamente estava fazendo sozinha. Algum tempo depois, o sinal bateu, e voltei ao meu lugar.

— Obrigada pela ajuda. Você me salvou — agradeci Lysandre, timidamente.

— Não foi nada. Se precisar novamente, é só pedir.

Acabei pedindo ajuda nas outras matérias, e ele sempre gentil, me ajudou. Ficamos conversando até o final da aula. Mamãe me buscou e enquanto fazíamos o jantar, ela perguntava sobre a escola.

— Bom, é uma escola bonita. Tem um jardim lindo, ficaria lá o dia todo.

— Já fez alguma amiga?

— Hm, não. Só conversei com dois garotos, o Castiel e o Lysandre, e ele me ajudou com as lições, eles estão mais adiantados.

— Lysandre, é? Hmm.

— O quê? — Fiquei vermelha. — Qual é, mãe!

Ela riu da minha cara.

...

Acordei de manhã e pulei da cama. Esvaziei o cartão da câmera, e a coloquei na mochila. Falei dez vezes para minha mãe que já sabia o caminho a pé, e que não iria me perder. Quando ela não tinha mais argumentos, aproveitei e saí rápido. Assim que cheguei na escola, caminhei diretamente para o jardim, mas parei assim que passei pela entrada. Tinha alguém lá, alguém de cabelos brancos, escrevendo.

Tirei uma foto de onde eu estava.

Ele combina com esse lugar...

Tirei mais algumas. Dei zoom, e tirei mais. Devagar, andei até ele, ainda tirando outras, sem que ele sequer percebesse a minha presença.

— EI LYSAND… — Me virei rapidamente, com o coração na mão e dei uns passos para o lado, assustada.  — Olha só — falou Castiel, rindo —, paparazzi, é?

Fiquei roxa. Olhei para Lysandre, que nos observava tentando entender a situação.

— Parece que você tem outra fã. — Ele exclamou, andando até o amigo.

— Não! Não é isso — expliquei, indo até eles.

Ele me olhou, ainda rindo. — O que é, então?

— Eu... eu já tinha a intenção de tirar fotos do jardim, mas ele estava aqui, e achei que daria boas fotos... com ele tão concentrado.

— Ah, é? — perguntou ironicamente.

— Sim. Se quiser tiro fotos suas também.

— Não. — Me cortou. — Eu passo. — Ficou me olhando, seriamente.

— Hm?

— Quer ouvir a conversa também?

— Cheguei aqui primeiro — resmunguei, cruzando os braços.

— Não, o Lysandre chegou.

— Castiel, pare de ser desagradável. — Lysandre falou, fechando seu bloco.

Antes de ouvir uma resposta, me virei e fui para a sala, sentando no meu lugar. Olhei as fotos que havia tirado.

Ficaram boas mesmo. A luz de lá é perfeita... e, bom, ele é fotogênico… Esses olhos dele... do lado em que eu estava, peguei apenas o dourado. É tão bonito... e raro.

— Eu também tirava fotos… — Uma voz soou ao lado da minha cabeça e me virei, corando. Não tinha notado que havia mais pessoas na sala. — Desculpe se te assustei. — Sorriu. — Me chamo Rosalya.

— Anne.

— Você chegou ontem? Eu faltei... Eu vivia tirando fotos, principalmente dos garotos — comentou, rindo.

— E-eu não tinha essa intenção. Queria tirar fotos do jardim, mas quando cheguei, ele já estava lá.

— Entendo. Seria rude pedir para ele sair.

— Sim! Você entendeu! E também, ficou legal o jeito que ele estava.

— Posso ver? – E entreguei a câmera a ela. — Você é uma boa fotógrafa — disse, passando as fotos. — Mas, por acaso alguém não entendeu o que você queria dizer?

— Sim... o Castiel. Ele tirou sarro de mim.

— Ah, nem liga. Ele implica com todo mundo. — Ela sorriu e devolveu a câmera, e a coloquei em cima da mesa. — Está gostando daqui?

— Sim, mas acho que depois que conhecer mais gente, vou gostar mais.

Rosa deu uma olhada rápida para frente, me fazendo virar para trás, vendo que Castiel tinha entrado. Me virei, e ouvi ele se sentar.

Novamente, ela desviou o olhar de mim, erguendo uma sobrancelha.Assim que voltei a olhá-lo, percebi que ele estava com a minha câmera em mãos.

— Ei! — Levantei e ele fez o mesmo, indo para a frente da sala. — Devolve!

— Calma, deixa eu ver.

— Castiel, devolve! — Andei até ele e tentei pegá-la, porém, ele levantou o braço. — Isso não é justo.

— Quem mandou ser baixinha — zombou.

— Não posso ficar longe que você arruma encrenca? — Ouvimos Lysandre entrando na sala, observando seu amigo de forma impaciente.

— Me ajuda — pedi, o olhando. Sem precisar dizer mais nada, Castiel revirou os olhos e me devolveu, de má vontade. — Obrigada — agradeci, guardando a câmera na mochila para não correr mais riscos.

— Já, já ele para. — Rosa sussurrou, atrás de mim.  — É porque você é nova. Bom dia, Lys.

— Bom dia, Rosa. — Ouvi Lysandre responder e o observei enquanto ele se sentava. — Não tive a oportunidade de falar com você, bom dia — falou comigo.

— Ah... bom dia. — Voltei a Rosa, que me deu um sorrisinho. — O-o que foi?

Ela apoiou a cabeça na mão. — Nada não. Me passa seu número?


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Notas finais do capítulo

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