Uma semana tinha se passado, uma semana convivendo com a tentação em forma de gente.
Sim, tentação, pois parece que ele resolveu me provocar mais, se possível, ele sem a intenção já é demais pra mim, imagina ele querendo me provocar? Andando pela casa sem camisa, fazendo questão que eu repare, impossível não reparar, deixando a porta do seu quarto aberta só para vê-lo de toalha.
E eu? Bom, eu estou subindo pelas paredes, sempre que o vejo preciso contar de um a cem para manter a calma e não pular nesse Deus grego.
Me pergunto porque não fiz isso ainda, já que Brandon é tudo que eu sempre quis, mas sempre que a ideia de agarrá-lo passa pela minha cabeça, logo uma voz irritante na minha cabeça diz que eu não devo me arriscar, vai que ele some, não tenho garantia de que ele vai ficar aqui pra sempre.
Sua vida estava aos poucos tomando os eixos, já tinha todos os documentos, Mario no outro dia me entregou todos. Agora ele está procurando por emprego, quando ele disse isso a primeira coisa que veio em minha cabeça foi: "com o que ele vai trabalhar? Pedreiro?"
Até uma semana atrás ele não existia.
Perguntei sobre isso e ele respondeu: "- Sei o que acha sobre isso, que não tenho experiência em nada, mas está enganada, por um milagre, que não sei explicar, eu sei muitas coisas sobre administração e advocacia, eu realmente sou aquele Brandon do livro, com suas habilidades e tudo.-"
Em quanto ele estava sentadinho no computador procurando emprego, euzinha aqui estava atolada com o meu.
A louca da Louise estava no meu pé me perguntando porque estou tão afastada e distante, que não sou mais sua amiga e todo esse drama.
Desconverso e digo que estou na TPM, isso sempre funciona. Não estava pronta para dizer que Brandon Galeck magicamente apareceu na minha casa e estava morando comigo ou ela me chamaria de louca e me internaria ou de mentirosa, conheço minha amiga provavelmente iria fazer um drama e dizer que eu estava com um cara e não quero contar.
Cheguei em casa morta. Meu corpo todo doía, acho que eu tenho osteoporose precoce.
Estranhei que Brandon não estava em casa, ele não era de sair. Ele não tinha telefone, então não tinha como saber dele.
Fui para meu quarto tomar meu banho, parece que uma manada de elefantes me pisotearam. Peguei meu celular e coloquei Sweater Weather - The Neighbourhood, esse é uma das minhas manias, não consigo tomar banho sem ouvir música, me relaxa cantar no chuveiro, mesmo que eu não cante bem.

All I am is a man

I want the world in my hands

I hate the beach
But I stand in California with my toes in the sand

Use the sleeves of my sweater
Lets have an adventure

Head in the clouds but my gravity's centered

Touch my neck and I'll touch yours

You in those little high waisted shorts

Cantava alto com direito a dancinha e tudo.

She knows what I think about
And what I think about

One love, two mouths
One love, one house
No shirts, no blouse

Just us, you find out

Nothing that I wouldn't wanna tell you about, no

Cause it's too cold whoa
For you here
And now
So let me hold whoa
Both your hands in the holes of my sweater.

Nessa parte eu já estava super empolgada e dançava feito uma doida, foi impossível não lembrar de Brandon, me imaginava dançando essa música com ele, colada naquele corpo esculpido por Deuses. Ui! Nossa senhora da bicicletinha, me dá equilíbrio! Pensar nesse homem dançando desse jeito comigo me deixa doida.
Saí do banho antes que eu pense coisas piores. Estava me enrolando na toalha quando ouvi alguém batendo na porta.
– Já vai! - Gritei indo até a porta.
Quando abri a porta ofeguei. Brandon estava lindo com um terno cinza. Jesus! Não posso com isso.
Ele estava com um sorriso lindo. Ele entrou e eu fechei a porta.
– Então, posso saber onde o senhor estava?. - Perguntei.
– Para a sua informação, eu estava em uma entrevista. - Ele disse e se possível seu sorriso aumentou.
– Entrevista? Como assim? Por que você não me disse nada? E então? - Perguntei eufórica.
– Sim, entrevista. Não te disse nada porque me ligaram hoje. Fiz uma entrevista para uma emprese de advocacia bem conceituada e acabaram de abrir uma filial aqui. - Diz ele.
– E então Brandon? Me conte logo, já estou quase tendo um filho aqui! - Disse nervosa.

– Eu fui contratado! - Disse. Seu sorriso estava tão grande que poderia partir seu rosto. Dei um grito e pulei em seus braços.
– Parabéns! Parabéns! - Já estava esmagando ele de tanto o apertar.
– Cel, porra! Por favor, não me aperte tanto assim, sou homem e você está grudada em mim somente de toalha. - Falou com a voz rouca.

Puta Merda! Me esqueci disso. E que voz foi essa? Me separei dele meio sem graça.
Não sei se isso foi bom, pois agora ele estava me despindo com o olhar.
Ele chegou mais perto de mim e me segurou pela cintura. Nos aproximou novamente e sua boca encostou na minha, sua língua tocou meu lábio inferior e pediu passagem, eu cedi sem nem pensar, quando sua língua tocou na minha, foi como se um milhão de borboletas estivessem no meu estômago. Tive que me segurar em seus ombros para não cair, Nossa Senhora da bicicletinha não ouviu minhas orações. Brandon beija maravilhosamente bem, como alguém que não existia beija tão bem assim? Seus braços se apertaram mais em minha cintura e se possível apertou meu corpo ainda mais no seu e isso me fez sentir um certo volume encostando na minha cintura. Não consegui segurar um gemido baixo. Não me culpem! O homem é o pecado em forma de gente.
Meu gemido o incentivou, pois ele começou uma fricção deliciosa que estava jogando meu senso pela janela, ele estava pronto para tirar minha toalha quando tocaram a campainha. DROGA! Eu vou matar quem está me interrompendo nesse momento tão bom e depois de matar, vou ressuscitar e matar novamente.
Brandon soltou um grunhido indignado.
– Desculpe, tenho que atender. - Sussurrei ainda com o rosto próximo ao seu.
– Eu sei, mas logo agora? O que eu vou fazer? - Disse ele. Ri de sua raiva.
–Um banho frio?- Falei brincalhona. Ele soltou outro grunhido mas me soltou.
Ele já estava subindo as escadas, mas parou e virou-se para mim.
– Isso ainda não acabou Celine, vou cobrar o que aconteceu aqui e com juros. - Por que tem que ter essa voz rouca que me deixa encharcada? Mas não iria admitir que ele me afeta tanto assim, então apenas revirei os olhos e abri a porta. Porém quando vi quem estava na minha frente, quase fechei a porta na sua cara. Louise estava na minha frente, com uma cara de poucos amigos, e eu tenho certeza que não estou inclusa nesses "poucos amigos" agora.