Making Love Out Of Nothing At All escrita por hidechan


Capítulo 5
Capítulo V: Eu sei como fingir e sei como tramar.


Notas iniciais do capítulo

aah tendiniteeee



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– Já disse para vir! Deixa isso pra lá _o ruivo riu da situação que aos poucos começava a se tornar incomoda _ só porque o Los Angeles Clippers vai ganhar de lavada _provocou tentando desfazer a tensão.

Duas semanas depois da vergonha alheia na casa noturna, Aomine ainda não tinha entrado em contato com Kagami, acabou indo para a casa do ruivo e indo embora antes do mesmo acordar, deixou um bilhete pedindo desculpas dizendo que sua mãe não parava de importuná-lo no telefone pedindo para voltar. Depois disso o peso de ter feito merda e a vergonha fez com que o moreno se afastasse por um tempo; óbvio que cedo ou tarde pediria desculpas, mas juntou o útil ao agradável: precisava sentar e relaxar, pensar em seus sentimentos e dar um tempo ao ruivo.

Seu plano ia maravilhosamente bem até começar a receber mensagens e ligações de Taiga. A todo o momento lhe perguntava como estava, o que estava fazendo, quando iam se encontrar para basquete ou então fazerem qualquer outra coisa. Aquelas atitudes suspeitas tiraram seu sono, será que Kagami Taiga finalmente tinha caído em sua rede?! Se bem se lembrava, foi chamado de amor naquela fatídica noite. A felicidade invadiu-lhe o peito, depois de tantos sinais não tinha mais no que ficar pensativo, precisava só dar o primeiro passo... calma, Daiki! Aquele Kagami Taiga que você conhece é um idiota insensível que nunca é capaz de ler entrelinhas ou perceber as coisas a sua volta. Poderia estar vendo coisas. Tudo se tornou muito confuso em sua mente, se quisesse alguma resposta teria que perguntar de forma direta.

E é exatamente o que faria.

– Meu caralho _resmungou baixinho ao desligar o celular depois de aceitar o convite, o sorriso brotou nos lábios de forma espontânea.

Teve que confessar: era a primeira vez que sentiu aquele frio na barriga. Quando percebeu que de fato gostava de Taiga muito mais do que de qualquer outra menina (bem antes de Kanade) passou a ficar animado todas as vezes que ia de encontro com o ruivo, porém eram apenas encontros casuais no basquete e sexo algumas horas mais tarde, não tinha esse clima de agora.

Esse clima da mais pura ansiedade e nervosismo. Os sintomas do amor correspondido! – ou aparentemente correspondido.

Não soube explicar exatamente qual fora o gatilho para aquela paixão vir a tona, quer dizer, até esses dias eram meros desconhecidos que passavam um tempo juntos e nada além disso. Quando o amor surgiu? Quando teve essa vontade louca de dizer que o amava mais do que tudo? Sempre quis algo mais sério, mas por que agora? De qualquer forma tudo entre eles acontecia sem nenhuma explicação, não conseguia se lembrar como começaram a jogar o mano a mano, também como resolveram se pegar ou como foram parar na cama. Aquela naturalidade dos fatos era algo assustador. Aomine queria confessar seu amor, do seu modo é claro, não era criança para saber que Kagami poderia recusar ainda assim não era covarde de ficar se escondendo para sempre. Uma resposta negativa não seria o fim do mundo afinal.

Seria?

– Bobagem _voltou a sorrir, ou melhor, a rir de si mesmo. Ele parecia exatamente o que era: um colegial apaixonado _uh, não, Daiki! _gargalhou enquanto tentava escolher entre a camisa azul marinho e a preta. Puxou a peça da direita se prendendo nos detalhes pequenos, estava faltando um botão, então acabou por escolher a outra.

Por causa de seus inúmeros encontros, Daiki se tornara um rapaz vaidoso – dentro de um limite sensato – acabou por colecionar perfumes e roupas entre sua maioria presentes de suas exs. Não via como algo ruim, finalmente tinha uma boa finalidade para tudo aquilo e após quase meia hora andando de um lado para o outro dentro do quarto, se aprontou para o tal encontro. Um encontro que nem era um encontro de verdade.

– Mãe, vou na casa do Taiga e _apontou para o relógio de parede atrás da mesma _volto logo _fez uma pausa reflexiva estreitando as sobrancelhas _ talvez.

– Daiki!

– S-sim? _recolheu a mão rapidamente por reflexo.

– A gola de sua camisa está torta _sorriu ameno se aproximando do filho e ajeitando a peça _da próxima vez me avise antes para mandar um bolo.

– ...a senhora está tentando envenenar meu único amigo? Que ciúme é esse Sra Aomine? _ajeitou a blusa sobre o ombro esquerdo desfazendo a expressão de susto.

– Gosto do Kagami-san, não gosto que fiquem por ai... sabe? Não façam essas coisas em público, está me ouvindo?

– Mãe, dá um tempo _riu da mulher relativamente alta ainda assim menor que seus quase dois metros de altura _nem fazemos mais nada disso. Somos dois bons amigos, aliás, estou atrasado. Beijo.

– Meninas não usam 212 masculino _cantarolou, de fato era ela quem lavava suas roupas.

Ele não queria mais ficar enrolando, saiu de casa quase sem se despedir. Não queria correr para evitar suar no caminho, mas a cada passo contido o apartamento parecia mais e mais longe. “Taiga!” Chegou a duvidar que estivesse com aquele nome apenas em seus pensamentos, se sentia eufórico e ridículo ao mesmo tempo.

No apartamento, o ruivo se ocupava em escovar os dentes na sala, em frente da tv.

Shit! _xingou o juiz se revoltando com uma falta não cometida, um pouco da espuma voou para o chão e decidiu voltar ao banheiro antes que começasse a babar.

Mal terminou de cuspir a pasta para ouvir a campainha tocar.

– ...ah não, ele está maluco _enxaguou a boca de qualquer jeito e refez o trajeto até a sala onde estivera segundos antes. Abriu a porta sem se importar em confirmar quem era.

– Oi! _trouxe aos lábios seu melhor sorriso _hum, cheirinho de pasta de dente _se aproximou tocando os lábios, o beijo gelado fez Aomine segurar a nuca visando prolongar o contato; em poucos segundos a boca do ruivo já estava quente novamente _que delícia.

– Ataque surpresa é? _o puxou para dentro fechando a porta atrás de si.

– Foi mal, não consegui ficar em casa _olhou nervoso para os lados _vamos dar um role?

– Sério? Bom, por mim tudo bem, vou trocar de roupa então _deu um longo bocejo, parou por um instante com o olhar sobre o homem a sua frente.

Daiki estava muito bem arrumado, não que ele no geral andasse desleixado, nada disso, porém naquela noite em especial parecia um pouco mais metódico em suas roupas e cabelo. Até mesmo seu Rednose sujo fora trocado por um esporte fino... e limpo!

– Onde iremos? _perguntou fazendo clara menção a suas roupas.

– Sei lá, nada em mente... podemos ir ao cinema, o que acha?

– Hn, ok... Aomine, fique a vontade _disse o óbvio fazendo um gesto de indignação, o moreno parecia nervoso com algo e até aquele momento não tinha saído do hall de entrada.

– V-vou pegar algo na geladeira _disse sem jeito passando rapidamente pelo outro.

– Só conheço gente doida _resmungou se dirigindo para o quarto.

Enquanto escolhia o que vestir sua mente vagou até a cozinha, Aomine tinha chego bem antes do horário combinado o pegando de surpresa, até ai tudo bem, mas o que era aquele nervosismo todo? Só iam ao cinema, nada fora do normal. Um temor conhecido percorreu por toda sua espinha lhe trazendo sensação de vazio no estômago, fechou os olhos por um segundo enquanto sua mente fora invadida por uma música qualquer, se deixou levar pelo ritmo pesado da guitarra; era como se cada nota fosse seu desespero, seu medo, sua angústia para com o futuro. Exagero? Taiga não achava que era exagero nenhum de seus sentimentos, muito menos senti-los como fazia naquele momento.

– Daiki... _murmurou, olhou sem real interesse para seus perfumes escolhendo o que estava mais fácil de alcançar _não faça nenhuma idiotice, por favor.

O shopping, como sempre lotado, as pessoas, como sempre gastando, e indo naquela onda de promoções o moreno aproveitou para encher seu guarda-roupa. Ok, em que vida Kagami achou que ele gostasse de fazer compras? Claro que em alguma hora Daiki saia para comprar roupas, mas... na companhia de Taiga? Independente disso, o ás da Toou parecia distante e ansioso, a todo o momento puxava o amigo para dentro de alguma loja encerrando o assunto ou até o próprio silêncio. A conversa entre eles nunca pareceu tão difícil, o ruivo ficava apenas a observar suas compras dando uma ou outra opinião quando lhe era requisitado e quando finalmente o cartão de crédito de Aomine pareceu ter estourado, eles entraram na fila do cinema. Kagami estava exausto.

– Playboy _o provocou olhando com ironia para as inúmeras sacolas nas mãos do amigo.

– Com inveja da minha boa aparência, Kagami? _retrucou dando um passo a frente na fila _o que iremos assistir?

– ...ah, alguma coisa que não seja de terror _comentou olhando a esmo para os cartazes.

– Se não estiver muito afim podemos fazer outra coisa.

Taiga sentiu seu rosto ser acariciado, se afastou por instinto esbarrando na pessoa atrás de si.

– De-desculpe, se machucou? _a menina pequena apenas sorriu e voltou a conversar com o namorado _ah... quero sim ver algum filme, só não quero ver nada que vá me dar medo depois. Né, você sabe _se explicou alcançando a mão do outro que, no susto, acabou sendo recolhida para próximo do peito.

– Por que não compra pipoca pra gente? Uh?

Ele não esperava um sorriso gentil depois de praticamente ter recusado o gesto de afeto, saiu da fila concordando com o pedido.

Duas pipocas tamanho família, fanta laranja, fanta uva, kitkat, balas de goma, quanto dois jogares de basquete poderiam comer afinal? Com certeza isso só será um aperitivo... Pensou Taiga contando mentalmente seu dinheiro, não é como se não tivesse uma boa renda, muito pelo contrário, quase não gastava em nada fora comida então sua conta no banco era generosa, porém também não é como se saísse de casa com a carteira cheia.

– Posso ficar com a fanta laranja hoje? _deu um toquinho no ombro do ruivo distraído.

– Opa, pode, mas achei que detestava coisas de laranja _passou a garrafinha para o amigo.

– Ás vezes me dá vontade. Vamos assistir ‘crazy, stupid, love’.

– ...mentira! _seus olhos lampejaram por um mero segundo _que foda, fazia muito tempo que eu... ah, mas...

– Tudo bem _deu os ombros _podemos fazer as coisas que gosta também. Aliás, comprei uma coisa pra você.

Kagami esperou que Aomine retirasse uma caixa de dentro da sacola menor. Estendeu o embrulho pequeno, sem papel de presente ou algo que indicasse ser um.

– Percebi que tentou concertar _apontou para a corrente que Taiga usava para pendurar o anel _mas assim acabará arrebentando.

– Não posso... _olhou para o cordão prata sem saber o que responder, era muito parecido com o seu, porém sem o amassado no fecho e mais brilhante _isso foi caro? _Aomine fizera tantas compras que não fazia ideia de quando ele tinha pego tal corrente.

– Relaxa _riu da expressão alheia que se misturava felicidade e confusão _não foi nada demais eu juro, é só aço cirúrgico.

– Mas... uh, obrigado _trocou imediatamente as correntes.

Depois do filme – filme esse que Daiki acabou dormindo no meio – o clima entre eles pareceu ter voltado ao normal, Taiga não soube explicar exatamente o porque, apenas se deixou levar pelo passeio. O frio do lado de fora da construção arrancou um breve suspiro de Daiki, tentou esconder as mãos no bolso da blusa e suas sobrancelhas se juntaram dando a ele um ar arrogante.

– Não precisa fazer essa cara _riu afagando seus cabelos curtos e macios, retirou o cachecol branco que envolvia o pescoço e colocou no outro dando duas voltas cobrindo até a altura do nariz _melhor assim?

Daiki parou de caminhar e sorriu, olhou primeiro para o céu quase sem estrelas e depois para o ruivo que o olhava curioso, acabou sorrindo também como se aquilo fosse contagioso. Seu sorriso, muito apreciado por Aomine, mostrava todos os dentes e dava a ele um ar inocente.

– Ah... eu realmente amo você _se confessou ainda preso ao seu sorriso, se aproximou alguns centímetros até conseguir encostar sua testa no ombro alheio _amo você.

Taiga congelou. Daiki mantinha seu rosto baixo e os ombros curvados enquanto se recuperava do nervosismo de sua própria ação. Ambos esperavam por alguma coisa, qualquer coisa; infelizmente a mente do ruivo (tão preparada para aquele momento) ficou em branco e os segundos passaram.

– Vamos? Ficaremos resfriados assim.

Daiki puxou sua mão sem esperar mais, estava com medo de que o outro fosse dizer ou fazer então resolveu ele mesmo encerrar o assunto. Caminharam por mais ou menos 100 metros no completo silêncio até o ruivo ter coragem de encarar seu rosto.

– Me desculpe _sua coragem durou apenas alguns segundos até voltar a desviar novamente o olhar.

– ...não é sua culpa _deram as mãos sentindo o contato esquentar a pele castigada pelo frio _obrigado por hoje, foi um passeio bem legal. Amanhã temos aula _ergueu os ombros brevemente _precisamos voltar.

– Aomi- _se calou sentindo a garganta fechar.

– Basquete quarta?

Taiga balançou a cabeça num gesto positivo, se aproximou unindo os lábios e em seguida soltou sua mão.

– Boa noite, Bakagami.

– ‘Noite _respondeu apenas num mexer de lábios.

O camisa cinco atravessou a rua aproveitando o sinal verde, queria correr, mas não queria demonstrar que ficara extremamente chateado com aquele pedido de desculpas. Ouvir um sincero pedido de desculpas por não poder corresponder um sentimento... quando em toda sua vida achou que aquele gesto poderia doer tanto? Seria melhor que não tivesse dito nada ou que tivesse simplesmente o empurrado para o lado. Seus olhos encherem de lágrimas, a amizade deles não ia mudar, eram maduros o suficiente para isso, entretanto era um pouco decepcionante? Não soube explicar.

Não queria explicar.

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Como Taiga se sentia depois daquela confissão discreta, mas infinitamente cheia de sentimentos? Nada seria muita ironia e Tudo era um tremendo exagero. Era mais algo como a confirmação de algo que já sabia... uma confirmação para o seu cérebro de algo que sentia no coração. Ficou sem jeito ao ouvir a frase ‘amo você’, jamais imaginou que seria algo tão vergonhoso, não de um modo ruim, mas tinha tanto significado e dito para alguém não merecedor como ele dava certo desconforto. Tudo o que pode fazer enfim foi se desculpar, tentou ser o mais sincero possível, assim como Aomine.

Ah se tivesse terminado com aquele relacionamento confuso antes disso tudo acontecer! Mas era algo já anunciado que foi apenas deixando de lado, se aproveitando da situação mais um pouquinho, só mais um dia, só mais um beijo. Se sentia mal. Taiga não fazia ideia do quanto era sentimental, ele também não fazia ideia se Daiki era assim.

“Será que ele está bem?” A frase passou pela sua mente algumas vezes enquanto caminhava para casa, claro que ele ficará bem, é um cara de gênio forte e determinado. Porém será que agora ele está bem? A vontade de protegê-lo formigou em suas mãos, igual naquela noite, na balada que fora convidado por Akashi, quando tomou o moreno nos braços e chegou a chamá-lo de amor só para ter sua atenção e continuar do seu lado. E todas as vezes que ficou chamando por seu nome naquela semana? Droga, a vida era um pé no saco.

Um tremendo pé no saco.

Porque o ser humano não pode conviver com suas convicções egoístas? Tão mais simples não pensar em ninguém e moldar o mundo conforme suas vontades. Soltou o ar de forma cansada, não estava irritado pela confissão e sim por ser idiota. Idiota sim! Egoísta, folgado... por não gostar de Aomine do mesmo modo, por fazê-lo chorar.

Naquele exato momento não queria nem ouvir a voz de Daiki e ao mesmo tempo esperava que não fosse ignorado quando sua vontade de encontra-lo chegasse. Como alguém se apaixonou por um cara como ele?

O atleta destrancou a porta de seu apartamento e entrou, deixou as chaves no trinco, agora na parte de dentro, e se jogou no sofá. Sentiu seu coração palpitar acelerado, estava agitado pelo frio, pelo esforço físico e pelos pensamentos confusos. Suas mãos voaram para o bolso do jeans tirando o celular e avançando na lista de contatos de forma urgente. Esperou no silêncio, os toques breves da chamada faziam seus nervos ficarem a flor da pele.

– Fala, Taiga _a voz tranquila do outro lado da linha o cumprimentou gentilmente _tudo bem?

– Sim... quer dizer, um pouco entediado _mentiu _quer colar aqui em casa?

– Pode ser... está tudo bem mesmo? _Taiga ouviu o som de chaves caindo ao chão.

– Por que?

– Você é tão transparente, irmãozinho _riu _já chego ai. Falou.

– Himuro!... não é nada. Até mais _desligou.

O que ele queria dizer ao irmão? Nada, só não conseguia suportar seus próprios pensamentos.

Himuro não tardou a tocar o interfone, uma vez dentro do apartamento, sentou na frente da tv com o irmão para verem um filme qualquer e comer tacos mexicanos; Taiga tinha se superado com aquela receita. O sabor levemente apimentado fez Himuro fechar os olhos pelo prazer de poder comer algo diferente, a comida japonesa era boa, mas muito leve em comparação com a americana. Seus lábios foram enfeitados por um breve sorriso.

– Está bom? _perguntou mesmo sabendo a resposta enquanto tirava sua segunda porção do prato.

– Excelente, caramba Taiga se eu soubesse tinha trazido algum doce.

– Eu fiz mousse de limão.

– É só o meu doce preferido _comentou limpando rapidamente a mostarda que deixou cair sobre o tampo da mesa.

– Eu sei.

– ...então, o que aconteceu? Hey, olhe pra mim _deu um tapinha amigável em suas costas _você estava estranho no telefone.

O ruivo continuou com os olhos fixos no monitor, ficou reparando nos sapatos lustrosos de Tony Stark por alguns segundos.

– Me sinto um idiota, me sinto... uma pessoa ruim, um filho da puta! _sua voz foi aumentando gradativamente fazendo o timbre assustar o outro.

– Ow, ow! Vamos com calma, o que aconteceu?

– Deixei que o Aomine se apaixonasse por mim.

– Taiga _balançou a cabeça de forma negativa _você não pode impedir essas coisas!

– Sabia que isso ia acabar acontecendo, não fiz nada. Não conversei com ele a respeito, não fui sincero, eu poderia por exemplo ter pedido para pararmos com esses encontros. Eu... eu... _se perdeu nas palavras optando pelo silêncio.

Himuro suspirou e enquanto o irmão se acalmava – ou não – bebericou a cerveja que começava esquentar.

– Resumindo, se arrependeu de recusar a confissão dele?

– Não sei, ficar sem ele vai ser bem ruim... meio que já acostumei, entende? É como se de repente o seriado que você acompanha parasse de passar na tv. Mesmo que já tenha decorado as falas, ainda deixa no canal só para se sentir bem.

– Ainda são amigos, nada impede que ele venha _jogou a franja para cima _porém, entendo como se sente.

– Vai ser pior pra ele ficar vindo aqui.

– Tenho certeza que o Aomine-san é adulto o suficiente para decidir isso sozinho, não cabe a você dizer a ele como vai ser sentir... devia dar uma chance a ele.

Não teve resposta. Era sempre assim, Taiga deixava o mais importante guardado para si, eles poderiam ter discutido o assunto um pouco mais, Himuro era – digamos – menos insensível do que o irmão então poderia ter dado muitos conselhos. Fugir não era bem a resposta, ele só...

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– Cheguei _anunciou com a voz arrastada ainda no hall de entrada, enquanto se desfazia do casaco e dos sapatos.

– Daiki-kun, meu amor, está com fome? _sua mãe perguntou da sala, com preguiça de levantar.

– Já jantei. Ah, mãe, isso é pra você _entrou no cômodo separando uma das sacolas.

– Que milagre, foi fazer compras! Obrigada _abriu o pacote encontrando dentro seu creme preferido de mãos _estava mesmo precisando... está com o rosto abatido, comeu direito?

– Sim senhora! É o frio, jogar basquete nessa temperatura é muito difícil _mentiu _vou descansar. Boa noite, mãe.

– Boa noite, querido.

A senhora fitou o filho de costas, sua postura estava curvada e ele também arrastava os pés de leve; como mãe ela tinha certeza que algo havia acontecido. Talvez não tivesse sido a melhor pessoa do universo quando descobriu que o filho era gay, fez um tremendo escândalo na verdade, ainda mais que o marido, entretanto mãe sempre será mãe e diante disso acabou por aceitá-lo. Agora ele aparecia fingindo estar bem, com um sorriso doce nos lábios, lhe comprando presentes e fazendo carinho.

– Daiki _suspirou _sua mãe ama você _disse a esmo olhando para o mesmo lugar onde o filho estivera até então.

Até onde ela poderia interferir? Se ele não queria contar, então era melhor ficar quieta? Ou ele não dizia nada justamente por acreditar que sua mãe era contra seu estilo de vida? As perguntas rodaram em sua mente, sabia que tudo aquilo era resultado de um erro, resultado por não ter tido paciência em ouvir a pessoa que lhe custava mais caro quando precisou.

A senhora de meia idade se recostou no sofá, tinha quase chego à casa dos 40 e ainda não aprendera nada da vida.

No quarto, já com roupas confortáveis e deitado sob a coberta mais grossa, Daiki encarava a tela do celular sem ter coragem de enviar a mensagem.

“Obrigado por hoje”.

Ainda tinha muitas linhas em branco, o assunto era vago e sem nenhum sentido; então era assim que suas ex peguetes se sentiam? Elas também deitaram e ficaram por minutos com a mensagem por enviar? Aomine pensou por um momento como ele reagira se recebesse aquele socorro por atenção, se fosse Kanade então ele ficaria furioso? Não, iria sentir repúdio ou algo do tipo? Definitivamente não! Acharia bonitinho ou então legal... sim! Legal da parte dela agradecer e tudo mais, dizer que estava tudo bem e continuariam dessa forma.

“Valeu pela companhia, Taiga! Mas esqueci de te levar na cafeteria nova, fica para quarta, sim? Depois que cheirar o chão da quadra vai precisar mesmo de um café!”

Releu o conteúdo e enviou. Algo era certo sobre Aomine Daiki: ele não desistia tão fácil assim das coisas.

“Eu... realmente amo você”.

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Notas finais do capítulo

ty!! - imagem do final http://24.media.tumblr.com/tumblr_ma94md1l2g1r4t83xo1_500.png

ok o nyah me odeia.