Making Love Out Of Nothing At All escrita por hidechan


Capítulo 4
Capítulo IV: E sei muito bem como mentir


Notas iniciais do capítulo

Essa fic, assim como todas as outras me parece, é de extrema importância para que eu não surte durante a semana. Constatação interessante. Essa é a verdade por trás das minhas fics qq (por isso eu judio tanto do Daiki?) #divagando....

enfim, enjoy.

aaaaaah ps: Feliz Aniversário Lanachan



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Taiga girou para esquerda enganando os olhos de Daiki, o moreno deixou que a bola saísse de seu campo de visão por um mero segundo. Cesta. A segunda seguida para Seirin, mordeu o lábio inferior com ódio: estava distraído e acabou fazendo corpo mole quando viu o companheiro entrar na quadra dois minutos antes do jogo, atrasado, com os olhos inchados e vermelhos. Ele estava bem? Ou só tinha dormido demais? Pelo o que sabia até então, Taiga tinha dificuldade de dormir quando disputavam um amistoso, justamente o contrario do que parecia. Seus pensamentos começaram o trair novamente resolvendo então canalizar a preocupação e raiva pelas cestas perdidas entrando na zona. Ele tinha um jogo a vencer.

A quadra se encheu pelos uivos animados de Toou quando o jogo terminou. 45x43 para os donos da casa. Apesar da vitoria ninguém ficou aliviado, em seus rostos a expressão de desapontamento e um “quase” pairando sobre suas cabeças.

– Aomine-san, estava distraído hoje _disse o capitão, já no vestiário.

– Ganhamos não foi? Então cale a boca _respondeu ríspido colocando a alça de sua bolsa no ombro direito.

– ...idiota. Aprenda a separar preocupação de repreensão _resmungou passando pelo companheiro de time.

O moreno rangeu os dentes deixando o local em seguida, caminhou em passos largos até os fundos do colégio, combinou de encontrar o ruivo para conversarem: estava preocupado e ainda lhe devia desculpas por jogar de forma agressiva no final da partida, ficou nervoso com sua própria perda de ritmo e se tornou um jogador estúpido.

Assim que viu a cabeleira ruiva seu semblante aliviou minimamente, já ia chamar por seu nome quando o celular começou a tocar. Kanade. Seus olhos se estreitaram, não queria por nada no mundo falar com a menina justo agora, ignorou, mas ela voltou a ligar.

– Inferno! _disse alto soltando toda sua frustração, Taiga virou seu rosto e Daiki pediu um segundo _oi?... eu, ah... estou muito ocupado agora. Posso te ligar depois? Sério, não posso falar agora.

– Ok, desculpas. Não era nada, depois nos falamos. Tchau amor.

– Até _desligou.

Amor, aquela palavra lhe deu calafrios. Como tinha deixado a situação chegar até ali mesmo?

– E ai... está de boa? _se assustou com a aproximação do amigo, não tinha o visto levantar.

– S-sim, foi mal. Exagerei no último quarto... _guardou o celular no bolso _machuquei seu tornozelo?

– Talvez, estou mancando um pouco _olhou para seus próprios pés.

– Puta que pariu, Taiga, me desculpe! Vamos até a enfer-

– É brincadeira, Aho _riu em seguida _estou bem olha _e mexeu o pé esquerdo _pegou só no tênis.

– ...que susto, Baka. Tinha que ser o Bakagami mesmo! _deu um soquinho de leve em seu ombro _vamos almoçar? Onde estão seus amigos?

– Só a gente hoje. Maji?

– Tem uma lanchonete que se nós comermos tudo, não precisamos pagar. É suave.

– Esse é o cara! Aomine Daiki é o cara!!

Daiki gargalhou sentindo todo o stress ficar para trás, agarrou a mão de Taiga e o puxou em direção contraria a construção. Continuou de mãos dadas até perceber o olhar curioso do outro exigir alguma explicação.

– Aposto que não come tudo _quebrou o silencio se utilizando do corriqueiro sarcasmo.

– Aposto que sim _sentiu os dedos de Aomine se entrelaçarem com os seus _aposto que ainda tomo um milkshake junto.

– ...eca _fez careta ao imaginar o leite adocicado com o sabor salgado do lanche _combinação mais horrível, Taiga!

– Doce e salgado, é como se tomasse um refrigerante.

– Mas é leite! Leite não é água com açúcar _rebateu a lógica como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

– Que seja _deu os ombros _ é longe? Estou morrendo de fome.

– Não... por que chegou atrasado hoje?

Taiga mexeu nos cabelos de forma despreocupada.

– Dormi demais, ontem fiquei acordado até tarde... estava com insônia.

– Hn, coitadinho _deu a sua voz um tom de zombaria, porém claramente estava preocupado _nem que dormisse a noite toda iria ganhar mesmo.

– Ah cala boca! _franziu o cenho momentaneamente, não estava muito a vontade para discutir sobre a partida, ambos jogaram deixando as emoções refletir no jogo e isso causou rebuliço entre as equipes _e solta a minha mão, respeita sua namorada, idiota.

Ele não deixou que o ruivo se soltasse, parou de caminhar apertando os dedos contra a pele fria.

– Vou terminar com ela.

– ...sério, por que?

“Ah não... não, não faça isso!”

– Está ficando irritante, acho que estou começando a sentir... sabe, repulsa?

– Hn, não entendo muito dessas coisas _disfarçou tentando encerrar o assunto. Taiga olhou para os dois lados da rua fingindo prestar atenção nos carros.

“Por favor, Daiki... não diga.”

– Decidi ser sincero porque ela é muito legal e tudo mais _deu um meio sorriso _mas a verdade é que... é...

– ... _sua respiração acelerou, queria se afastar ou dizer qualquer coisa, porém seu corpo não se moveu.

“Não diga!”

– Gosto de ficar com você, não quero que isso termine agora _esperou uma resposta que não veio, soltou então sua mão e coçou a nuca um pouco sem jeito _quer dizer, não que vamos ter algo sério! Só que prefiro assim a ficar com ela... sem gostar dela, sabe?

– Saquei _retomou a caminhada deixando o amigo para trás _bom, a vida é sua.

Aomine observou as costas do outro, ele se distanciava lentamente igual aos seus sonhos – ou pesadelos – nada que dizia parecia alcançá-lo afinal. Sentiu o peito apertar, foi muito pior do que tinha imaginado: aquilo era uma clara rejeição. Certo, não tinha se confessado nem nada do tipo e obviamente Kagami não tinha muito que responder naquela situação, mesmo assim...

Mesmo assim ele queria tanto que ele fizesse algo exagerado como zombar daquilo e o puxar para um motel ou qualquer coisa que demonstrasse seu alivio por estar voltando mais uma vez para seus braços! O que fora diferente dessa vez? Com todas as outras eles simplesmente esqueceram o assunto em três segundos e começavam com o sexo de ‘boas vindas de volta’ como costumavam a chamar. Ah claro, Taiga percebera os sentimentos do moreno, as atitudes não poderiam ser as mesmas.

– My bad _sussurrou para si mesmo entrando numa espiral de sentimentos. Estava se apaixonando por ele e agora era realmente sério.

–--- + ---------------

Naquela noite em especial, Kagami deixou a quadra mais cedo e rumou para casa, encontraria Himuro depois de um longo tempo e não poderia por nada no mundo se atrasar. Aomine se despediu quicando a bola uma ultima vez antes de jogá-la dentro da mochila. Caminharam juntos até a avenida e de lá se separaram, Taiga seguiu com os olhos o amigo até que o mesmo sumisse entre as pessoas, enquanto esperava o sinal abrir.

Muito provavelmente ele percebeu que tinha ignorado ao máximo seus sentimentos naquela hora e disfarçou dizendo que preferia que continuassem com aquela relação superficial ao namorar uma pessoa que não gosta. Taiga precisava ser sincero, ou melhor, ele não podia exatamente dizer o que pensava, tinha apenas que terminar com aquilo o quanto antes. Ninguém pode sair sem perder nada afinal. Fechou os olhos por um segundo e esvaziou a mente, receberia Himuro em casa, não queria ser um chato e ficar desabafando algo que nem elem mesmo entendia direito o que estava acontecendo.

Do outro lado, Daiki já puxava seu celular para falar com Kanade. Fez uma breve careta ao discar o numero decorado.

– Podemos nos encontrar agora? Me desculpe por antes...

– Estou perto da sua casa _disse rindo de leve _vim visitar uma amiga que está doente.

– Me espere na pracinha lá perto. Até mais, Kana-chan.

Apertou o passo.

Quando chegou, Kanade se balançava fazendo com que seus cabelos voassem hora contra, hora a favor de seu rosto. Seus sapatos rasparam no chão quando viu o moreno se aproximar.

– Demorou _inflou as bochechas arrancando um sorriso alheio.

– Vai congelar se continuar ai _estendeu uma latinha de café.

– Obrigada... então? _abriu e bebeu parte do conteúdo enquanto observava o outro sentar no balanço ao lado. A garota sabia o conteúdo da conversa, então quis encurtá-la.

– ...não posso mais continuar _desviou o olhar para a rua mal iluminada _sinto muito.

– Entendo... _balançou seus pés notando uma pequena mancha preta no calçado _se sente aliviado?

– O que? N-... sim, mas isso é horrível de se dizer!

– Tudo bem. Disse que já passou por isso então já se sentiu rejeitado e agora está do outro lado, se sentindo aliviado. Apenas coisas que acontecem, Daiki.

– Não está chateada? _se empurrou para trás dando um pequeno impulso.

– Claro que sim, dois meses e pouco, não parece mas pra mim foi bastante tempo. Bom, deixemos isso de lado, amigos?

– Sim! Amigos, claro _saltou do balanço a puxando para um abraço urgente, a latinha agora vazia escorregou das mãos de Kanade caindo num baque seco.

– Aho... _sussurrou deixando uma lágrima solitária atingir a blusa macia do companheiro.

A volta para casa nunca fora tão acolhedora, estava desesperado por poder entrar em seu quarto e ficar sozinho; todo aquele contato social tinha exaurido suas energias. Passou pela porta a fechando em seguida, se jogou na cama confortável abraçando o travesseiro. Alivio. Não teria mais as ligações e o compromisso de responder mensagens.

Era dessa liberdade que Taiga vivia e tinha medo de perder, com certa razão! Infelizmente isso também significava que seu coração continuava livre e um dia com certeza seria pego por alguém que não Daiki. Se virou de barriga para cima encarando o teto branco, independente da resposta, ele precisava se declarar de uma vez, deixar claro o que sentia. Só assim as coisas começariam a entrar nos eixos; quem sabe não acabaria conquistando-o? E outra coisa ainda lhe cutucava: o que eram aqueles momentos de apego do ruivo? Mensagens como ‘preciso de você agora’ ou então seus pedidos mudos para que não fosse embora, o sexo cada vez mais intenso.

O que eram aqueles malditos sinais se não o tal do amor?!

– Aposto que só está confuso, aposto que me ama, aposto! _apontou para cima, sorriso lhe escapou por um breve segundo _aposto que vou sair na pior...

A duvida o fez suspirar e virar para o lado. Iria dormir até a hora do jantar e então quem sabe não ligaria para o amigo... quem sabe.

– Daiki-kun _a voz fina veio dois segundos depois destruindo seus planos momentâneos.

– Uh, isso é alguma piada com a minha cara? _resmungou sonolento _sim, mãe?

– Seu amigo ruivo te ligou.

– O q-que?! _gaguejou pulando da cama e abrindo a porta já com o celular nas mãos, nenhuma ligação perdida, estranhou _...quem?

– Akashi _disse pausadamente tirando um a expressão de assombro do moreno _te convidou para sair, aceite.

– Amanhã eu tenho treino cedo _apesar da afirmação, suas sobrancelhas tinham um leve franzido explicitando a dúvida.

– Amanhã a noite _disse ela em triunfo.

A mulher deu as costas e marchou em direção à cozinha, ela adorava a pessoa em questão, desde os tempos da Teiko. Ficou chateada quando soube que o mesmo iria estudar numa escola diferente da de seu estimado filho; achava Akashi maduro e muito bem educado para sua idade. O imperador de fato conquistava quem ele queria.

–-------- + ------------

– Por que odeia tanto o Bulls? _Himuro bateu com força desmedida a latinha na mesa de centro.

– Apenas odeio _rebateu sentindo preguiça de discutir, um longo bocejo escapou de seus lábios deixando claro seu cansaço.

– ...vou dormir aqui _olhou para o relógio enxergando quase duas da manhã _fala sério, o Bulls ainda vai ganhar a temporada.

– Time lixo _resmungou _...pode deitar na cama, eu durmo aqui.

– Cala boca, mas me traz uma coberta bem quente _deixou no sofá esticando o corpo e sentindo as costas estralar.

– Está frio pra caralho porra, então deita lá também é de casal mesmo.

– Claro que é, olha o seu tamanho _teve que ficar na ponta dos pés para alcançar o topo da cabeça do irmão _mas não encoste esse pinto ai em mim, falou?

– Himuro!

O moreno gargalhou. Como irmãos, nunca tinham tido qualquer contato intimo – apesar das atitudes de ambos não aparentar tal fato – e Taiga ainda ficava totalmente sem jeito quando o outro fazia qualquer brincadeira do tipo.

– Quando éramos crianças sempre dormíamos juntos _comentou o menor ocupando o lado direito do móvel.

– Sai, meu lado _puxou o travesseiro para si.

– ...você não dorme no meio?

– Quando estou acompanhado não _disse o obvio _ quando o Daiki dorme aqui, sempre fico desse lado.

– Ih, cuidado com o pinto! Não vai esquecer e achar que eu sou o negão _se afastou um pouco mais olhando de forma travessa para o rosto vermelho (totalmente vermelho!) do irmão.

– Dorme praga! Puta que pariu, boa noite _cobriu até o topo da cabeça e apagou a luz.

A agitação entre eles não deixou o silencio vir, muito menos o sono.

– Taiga, o que fará após a formatura?

– Pensei em voltar para Los Angeles _seu tom de voz diminuiu demonstrando a incerteza.

– Perda de tempo, você ama esse lugar não é?

– ...na real nem sei o motivo de ter vindo pra cá. Himuro, confesso que estou meio perdido ainda. Basquete, outra profissão, minha família, não sei o que escolher _se virou para o lado encontrando o rosto magro do irmão próximo ao seu.

– Simples, faça combinações. Jogue basquete por diversão, seja bombeiro e more no Japão, ou então jogue basquete profissional, entre na academia de bombeiros para quando se aposentar e more em Los Angeles. Tem muitas possibilidades!

– Ah complexo, complexo _voltou a cobrir o topo da cabeça.

– Mas é desajustado mesmo _Himuro ergueu a coberta alheia se enfiando debaixo dela _vai achar a resposta. Relaxe.

– Oe, o que está fazendo aqui?! Vai pro seu lado da cama _empurrou o mesmo fazendo o corpo pequeno deslizar pelo colchão.

– Boa noite, Taiga! _afagou os cabelos ruivos com carinho _só quero ver você feliz.

– ...obrigado.

O dia veio e foi obsoleto, Himuro e Taiga iriam a uma balada no centro e no momento se ocupavam em escolher uma roupa qualquer; menores não podiam entrar, realmente, mas isso deixou de ser um problema depois que conheceram Akashi. Sim! Quem diria que o imperador tinha uma rede de casas noturnas sob sua direção? E mais, quem diria que ele era só o segundo cara mais rico do Japão? Pequenos detalhes que o ruivo mais baixo ignorava deixando claro o quanto preferia levar uma vida normal, estudando numa escola normal e jogando num time normal... afinal, ele era tudo o que um ser humano precisava ser: superior.

Egocêntrico, metido, egoísta e mais uma lista de aspectos negativos também eram dados a ele, tudo bem, quem liga?! Fora das quadras, Akashi raramente assustava as pessoas (mentira, de acordo com Midorima) e acabou amigo de Taiga depois que todos da geração dos milagres se encontraram para um jantar; o jogador da Seirin foi acompanhando Daiki, que na época já tinha se tornado um grande amigo. Se deram bem, não se tornaram íntimos, claro, mas Kagami acabou ganhando a liberdade de entrar nas baladas sempre que tivesse disposto. Receber bem bons jogadores como ele era uma satisfação.

Taiga puxou uma camiseta branca do armário, mas a mão de Himuro a empurrou de volta.

– Caralho, se vista de forma decente. Onde estão suas camisas?

– Pra que? _reclamou desistindo da peça de roupa _me dê qualquer coisa logo, está frio.

– Cale a boca, pegue essa _estendeu uma Hugo Boss branca em detalhes azul marinho _e não vá com nenhum Jordan idiota ou eu mato você.

– ...você está encanado com isso por que? _olhou de canto para o moreno que abriu um sorriso pequeno _ah eu conheço essa cara! Me conte, anda! É alguma mina?

– Olha, pra ser bem sincero _usou seu perfume passando para Taiga que estendeu a mão, curioso com o nome _estou interessado numa gostosa sim.

– E ela vai hoje é isso? _leu as letras miúdas do frasco _pacco rabane _resmungou sentindo o aroma amadeirado.

– Não sei, espero que vá. Já que vai me deixar de vela então é bom que ela vá.

– ...apesar de eu saber que o Aomine gosta de mim, ainda não senti aquele desespero de afastá-lo.

– Já cansei de tentar te entender, na boa. Namora logo o cara! _não teve resposta e o assunto se encerrou ali.

Mais tarde, na porta do local, Taiga encontrou os amigos de Himuro e um grupo da Rakuzan que conversavam qualquer coisa entre si; estreitou os olhos quando percebeu as madeixas rosas de uma menina no meio da roda, Momoi sorria para o loiro do time de basquete e quase imediatamente foi abordada por Himuro. Ela o cumprimentou docemente permitindo um beijo rápido nos lábios. “Não acredito” Foi o significado da expressão assustada de Kagami ao ver a cena surreal.

– Olá, Kagami-kun! O Dai-chan entrou e pediu que você o encontrasse no camarote.

– Ah, cl-claro. Até mais.

– Fez um bom trabalho, Tatsuya-kun _mostrou a língua para o ruivo quando o mesmo se virou curioso com a frase da garota _o Tai-chan ficou um gato!

Ele apenas rolou os olhos e entrou, o local pequeno e agitado estava cheio, muitos estudantes aproveitavam o ultimo final de semana antes do começo das provas – estudantes que com certeza não deveriam estar ali, não por serem menores, mas sim porque estavam na faculdade cheios de compromissos e responsabilidades.

Taiga subiu um lance de escadas aceitando uma taça de qualquer coisa que fora oferecida pelo garçom, seu companheiro já o esperava sentado de forma confortável no banco estofado do camarote e pelo olhar perdido, estava mais bêbado do que o costume. Assim que viu o ruivo, o puxou para o colo capturando seus lábios sem cerimônia. O beijo quente e desesperado foi seu cumprimento de boas vindas, cumprimento esse muito bem aceito. Quando o ar começou a faltar, o moreno se afastou minimamente abaixando-se para primeiro avançar no pescoço e em seguida descer um pouco mais.

– A-achei que o Himuro era gay _comentou algo que lhe veio a cabeça enquanto mordiscava o mamilo saliente de Taiga, ainda sobre a camisa.

– Uh Daiki, que delicia... _sentiu sua ereção apertar dentro da calça.

– Quero chupar você, deixa.

A mente sóbria de Taiga soou em sinal de alerta, o que estavam fazendo num espaço publico? Estar no colo praticamente simulando um ato sexual já era imprudente o suficiente. Ele se afastou a contra gosto agarrando a primeira latinha que vira pela frente, virou o conteúdo gelado esperando que aquilo fosse acalmar seus sentidos.

– Da um tempo, não dá pra fazer isso aqui _se afastou ainda mais agora escorregando para o banco, ele tentou então abrir o zíper de seu jeans _o que deu em você?

Tarde demais para perguntar, Aomine se curvou para frente tossindo e passando mal em seguida, o ruivo se agachou chamando por seu nome algumas vezes, não teve outra opção a não ser esperar que ele se recuperasse. Ninguém ao redor pareceu se preocupar, quando Daiki voltou a recostar no banco, seu rosto estava pálido.

– Idiota! _passou o braço envolta de sua cintura e o levantou _vamos, está tudo bem?

Aomine cambaleou desequilibrando o outro, novamente sem grandes opções o ruivo continuou a segurá-lo o arrastando para fora do local. Passou por um grupo de garotas que riram de forma despreocupada, uma delas perguntou se precisavam de ajuda. “Dá o fora, vadia” Foi o pensamento ruivo naquele singelo momento, não queria que tocassem em Daiki.

Desde o começo da amizade Taiga se deu conta de que o moreno era totalmente independente. Nunca precisava de ajuda e se negava a aceitar qualquer um que viesse lhe oferecer uma simples garrafa d’água; diante essa muralha, Taiga teve o incessante desejo de ser o único em sua vida a ajudá-lo. Era como se pudesse receber uma atenção especial com isso e ser o que ninguém mais seria na vida de Aomine. Momentos como aquele, que o camisa cinco estava totalmente vulnerável eram raros – em três meses e pouco talvez aquela fosse a primeira vez – e vendo seu desejo se realizar, mesmo que de modo inesperado e na pior condição possível, não permitira que outros viessem o atrapalhar.

Desviou dos seguranças para não chamar atenção e por fim alcançou a área de fumantes nos fundos do local, um espaço relativamente vazio ao ar livre.

– Daiki? Oe.

– ...foi mal, pode voltar lá pra dentro _tentou se livrar do aperto em sua cintura, porém não teve forças o suficiente.

– Relaxa, vamos embora.

– Eu me viro _resmungou fechando os olhos pra evitar as luzes do local _pego um taxi.

– Me deixa cuidar de você _acariciou seu rosto, a essa altura, o moreno já havia se livrado do abraço e se recostado na parede _hum, olhe pra mim, amor.

Daiki se arrepiou, talvez pelo frio, talvez pelas palavras de Taiga. Sua mente confusa deu um estalo e ele não soube o que pensar.

– Oe! Daiki?!

Taiga o amparou da queda.

Ontem você sentiu a rejeição, hoje é você quem fica aliviado por terminar um relacionamento, apenas coisas que acontecem, Daiki.

(Tachibana Kanade)


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Notas finais do capítulo

ps: O Taiga tem uma vida bem agitada, ele bebe, vai pra balada sem poder, pega as meninas sem se importar, não lava suas roupas com a devida frequência muito menos a louça #mentira, a louça ele lava. Enfim, se você achou estranho, minha vida foi + - assim.... q. E isso influencia um pouco no rumo das coisas ~

Ok, agora acabou s2. Ty.