Os cinco amigos ficaram mais um dia em Manchester e depois seguiram viagem para Leeds, onde ficaram 3 dias. Depois foram para Sheffield e decidiram que seria a última cidade que passariam.

Lily lembrou que nos Estados Unidos tem uma cidade com o mesmo nome, Sheffield, e que na entrada da cidade há uma placa escrita “Just a good start”. Or a good end, ela pensou.

Já fazia dois dias que eles estavam na cidade e já tinham visitado vários pontos turísticos. Agora era por volta das onze da noite e eles estavam em um pub onde eles podiam cantar no palco. Era só falar a música pra banda e cantar.

Claro que o Sirius não perdeu essa oportunidade e cantou várias vezes. Mas a mais engraçada de todas foi quando ele cantou com a Lily a música Gives you Hell do The All-American Rejects. As outras pessoas no bar não sabiam se aplaudiam ou se riam.

Eles estavam em clima de despedida, seria a última cidade juntos e todas as músicas que eles cantavam lembravam-se de alguma parte da viagem. Foi quando James decidiu subir no palco e cantar sozinho.

Ele cochichou a música para o tecladista e pegou o microfone. A música começou a ecoar pelo ambiente e Lily reconheceu na hora: If I lose myself, a música do carro, quando eles começaram a viagem.

Ele começou a cantar e a voz dele era realmente muito boa. James olhava fixamente para Lily e só desviou o olhar quando a música chegou no trecho: thought of all of the people, places and things I've loved, I woke up just to see, of all of the faces you were the one next to me. E ele olhou para os amigos sentados perto dela.

Mantendo o seu olhar no dela, James cantou a música realmente de coração, ao som apenas do teclado. No fim, ele apenas terminou com um If I lose myself tonight.

Todas as pessoas no pub aplaudiram e Lily ficou olhando pra ele, pensativa demais para fazer qualquer coisa. Ele desceu do palco e sentou-se à mesa novamente.

– Cara, foi lindo, quase chorei – zombou Sirius, fingindo que limpava uma lágrima.

– Cala a boca seu idiota – respondeu James.

De repente Sirius olhou para a entrada do pub e arregalou os olhos.

– Essa não – falou ele.

James e Lily olharam pra trás e pela porta entrava Severo Snape, de novo. James se levantou rapidamente enquanto ele se aproximava e Lily ficou sem reação. Snape caminhou até eles, e pra surpresa de todos ele deu um soco na cara de James.

As pessoas no bar começaram a se afastar por causa da briga, James cambaleou, mas se recuperou rápido, já dando outro soco no rosto de Snape. Remo se levantou rapidamente e segurou o amigo, e Sirius segurou Snape.

– O que você tá fazendo aqui Snape? Veio arrumar confusão de novo? – gritou Lily.

– Vim acabar com esse cretino – ele tentou se soltar de Sirius, sem sucesso – Você não vê que ele tá te manipulando Lily? Ele tá fazendo sua cabeça contra mim.

Lily ia responder, mas James começou a gargalhar.

– Agora você quer jogar a culpa de tudo o que você fez em cima de mim? É isso? Só falta você dizer que eu te manipulei pra dizer tudo àquilo pra ela.

– Você não sabe de nada, não sabe tudo que eu já fiz por ela – gritou Snape.

– Na verdade eu sei sim, eu sei de muita coisa. Você sempre foi apaixonado por ela, mas ela sempre te viu como amigo e você ficou tão cego de ciúmes que esqueceu toda a amizade que vocês tinham – esbravejou James – E quer saber de uma coisa? Eu sei como você se sente, eu sei como é ser apaixonado por ela, na verdade, se você não fosse um idiota talvez a gente pudesse dar a mão e sair correndo porque a gente estava no mesmo barco.

James puxou os braços e se soltou de Remo, mas continuou falando:

– Mas ainda bem que existe uma grande diferença entre a gente, porque você foi capaz de falar aquelas coisas pra ela, você foi capaz de trair a amizade dela e eu JAMAIS faria isso, NUNCA – James apontava para Snape e cuspia as palavras ferozmente – Você não tem noção do que eu sinto quando ela me olha com aquelas esmeraldas, quando ela sorri pra mim. Eu reparo em cada sarda do rosto dela, em cada movimento dos cabelos ruivos dela, tudo. Você não faz ideia de como meu estômago virou do avesso quando eu beijei ela, eu tremia como um adolescente que da o primeiro beijo.

James engoliu seco, recuperando o fôlego e a expressão de Snape estava indecifrável.

– Mas sabe o que é o pior de tudo isso? Eu vi nos olhos dela o medo que ela sente, ela tem medo de se envolver Snape, por causa de você. Ela tem medo de ser traída por causa de VOCÊ. Ela não consegue confiar em mim por causa de VOCÊ. Agora você entende?

Sirius soltou os braços de Snape e o ambiente ficou em silêncio. Snape olhou para Lily e James também. Ele estava ofegante com tudo que tinha colocado pra fora e Lily olhava pra ele mais surpresa do que nunca. A cena ficou congelada por vários segundos até que Lily tomou uma atitude e correu até James, pulando em seu pescoço e beijando-o.

Pra eles era como se o mundo tivesse parado. James abraçava a cintura dela, mantendo-a no ar e Lily abraçava o pescoço dele, lhe dando um selinho demorado. James pediu passagem para a língua, que foi imediatamente concedida. A sensação para os dois já era bem conhecida, mas nem por isso era menos esperada.

Eles ouviram o som da porta do pub sendo batida e imaginaram que Snape tivesse ido embora, mas não se importavam, o momento era só deles. Exploravam a boca um do outro, tentando conhecer cada canto e os gostos se misturavam, lembrando-os dos outros beijos.

As pessoas no bar começaram a aplaudir e era possível ouvir frases como “ai que lindo”, “porque isso não acontece comigo?” e “UHUUUL” que provavelmente veio de Sirius.

James colocou Lily no chão e eles se separaram do beijo. Ela olhou nos olhos castanho-esverdeados dele e James não conseguiu evitar um sorriso.

– Eu te amo – ele sussurrou.