No dia seguinte na sexta-feira Carol foi levar as crianças para a escola na vam e Marian estava na sala lendo revista à toa.

Carol: Marian minha querida. Eu já estou indo levá-los para o colégio e na volta vou passar no banco se precisar de alguma coisa é só falar com o Chico ok?

Marian: ok Carol, mas eu preferia mesmo era ir para a escola com os outros.

Carol: felizmente eu já resolvi tudo com o colégio e você começa na próxima segunda-feira. E agora eu preciso ir senão eles chegam atrasados.

Quando Carol saiu com os outros Marian deu um sorriso malicioso.

Marian (dar uma risada malévola e fala com tom de malicia): agora essa casa ficou só para mim.

Marian vai até o quarto das meninas e pega uma sacola preta de plástico e uma blusa sua. Pegou a que ela menos gostava.

Marian: vou ter que me desfazer dessa blusa mesmo. Ainda bem que dessa eu nem gosto muito e já está velha.

Depois ela foi até a área de serviço e recolheu um vestido e uma blusa sua que estavam em um balde para lavar e colocou dentro da sacola e a blusa dela que ela não gostava muito colocou junto a umas que estavam de molho.

Marian: pronto. De pelo menos uma roupa minha eu tive que me livrar senão iam desconfiar de mim.

Ela pega água sanitária e joga bastante nas roupas que estavam penduradas no varal e nas que estavam de molho e fica rindo.

Marian: esses bandos de órfãos idiotas vão ficar muito chateados de perderem essas roupas.

(Cena 02)

Quando chegaram ao colégio Mili e Cris foram às ultimas a sair da vam e entrar no colégio, porque elas traziam uma maquete para um trabalho de artes. E de repente um menino vem andando de skate e esbarra em Cris e derruba o seu trabalho no chão.

Cris: que droga era só isso que me faltava.

Mili: tomara que não tenha quebrado nada.

Mili coloca a sua maquete em um banco do lado para ajudar Cris a pegar suas coisas do chão, mas antes o garoto corre para ajudar Cris.

Cris (abaixa para pegar as coisas): olha só o que você fez?

André (abaixa e começa a ajudar ela catar as coisas): me desculpa por favor. É que eu perdi a direção e esbarrei em você.

Cris: está tudo bem! Acontece.

Quando terminam de catar as coisas do chão eles levantam e se olham melhor cara a cara.

André: meu nome é André. Sou do 2° ano.

Cris fica calada só admirando a beleza do garoto.

Cris: eu sou Cristine, mas me chamam de Cris e sou do 1° ano.

Mili percebeu que estava rolando um clima e saiu de fininho com a maquete e Cris viu ela saindo.

Cris: me desculpa, mas agora eu tenho que ir estou tendo aula.

Andre: eu também tenho.

Cris: tchau.

Andre: tchau.

(Cena 03)

Na sala de aula Laura a professora e Matemática passava do dever no quadro e Mili que estava copiando o dever comportada como sempre virou para falar com Cris que estava sentada a uma cadeira atrás de Mili.

Mili: amiga. O que aconteceu com você que ficou desatenta a aula toda? E me admiro você.

Cris: estava pensando no André. Você viu como ele é bonito e atencioso?

Mili: eu vi. Se fosse outro nem teria te ajudado a recolher as coisas.

Cris: será que eu estou gostando dele?

Mili: oh Cris não faz muito tempo você me disse que estava interessada no Mosca.

Mosca: pois é, mas foi uma pena que ele nunca me deu bola. Eu acho que ele se interessou em você.

Mili fica um pouco incomodada, mas gostou de ouvir que a amiga está interessada em outro rapaz.

Cris: diferente do Mosca o André foi atencioso comigo e quando eu o olhei senti meio que um calafrio.

Laura que estava passando dever no quadro já estava incomodada com aquele zunzunzum e para de copiar e vira para os alunos.

Laura: poxa gente faça mais silencio na sala de aula. E logo você duas?

Mili: desculpa professora.

Cris: é foi mal.

Cris e Mili voltam a copiar o dever e a professora vira e volta a escrever no quadro.

(Cena 04)

Mais tarde Duda vai ao orfanato e Mosca que o atende, pois estava na sala e quando a companhia tocou foi atender.

Mosca: é você?

Duda (entra como se a casa fosse dele): não sou o curinga.

Mosca: entre você e ele há pouquíssima diferença.

Duda: deixa de palhaçada. E a propósito por que você mentiu para mim que a Mili era sapatão? Você está pensando que sou quem?

Mosca (irônico): agora está irritado. Você um burro de acreditar nisso.

Duda: cara tu é sem noção mesmo. E eu não vim aqui para discuti com um idiota igual a você eu vim ver a Mili. Onde ela está?

Mosca: e eu é que tenho que saber. Procura.

Duda: é isso que eu vou fazer.

Duda sai da sala indo em direção ao pátio e encontra Mili lendo um livro.

Duda: Mili? Você está muito ocupada?

Mili (rígida): não. E o que você quer?

Duda: calma eu só vim conversar com você numa boa. Posso?

Mili (olha para ele): tudo bem, mas se vim de graça já sabe.

Duda se aproxima mais um pouco e senta ao lado dela.

Duda: por favor, me desculpe. Eu não sabia que iria reagir daquele jeito. Eu fui um idiota.

Mili: eu o perdôo. A culpa não foi sua.

Duda: que bom que me perdoou estou até mais tranqüilo, mas Mili eu posso te perguntar uma coisa?

Mili: pode.

Duda: nunca te beijaram?

Mili (fica um pouco sem jeito, tímida): sim, já me beijaram uma vez.

Duda: quando eu fui te beijar você ficou tão nervosa, garota nenhuma tinha reagido assim comigo. Então qual é o seu problema tão misterioso? (percebeu que estava sendo inconveniente e a deixando constrangida) é claro se você quiser me contar se não eu não vou forçar a barra.

Mili (olha bem nos olhos dele): eu vou te contar. Só anteontem que eu desabafei isso com a Carol e a Pata, mas pelo amor de Deus você não conte isso a ninguém.

Duda (olha mostrando confiança): claro que não Mili. Eu jamais contaria a alguém um segredo seu.

Mili: ótimo. Foi assim... Há uns quatro meses atrás a Cintia a antiga diretora quis me mandar para um orfanato que eu nem conheço longe daqui ela disse que eu precisava sair porque já tinha 15 anos isso era uma lei, mas era mentira ela queria era se livrar da gente um por um.

Duda: nossa que megera.

Mili: pois é e então eu decidir fugir. Embarquei em um ônibus e fui para um lugar um pouco longe deve ter dado umas duas horas de viajem e quando eu saltei do ônibus eu caminhei um pouco era uma praça meio deserta e escura...

Ela para e Duda percebe que ela estava com um olhar triste, seu semblante tinha mudado, seus olhos encheram de lagrimas.

Duda: Mili se você não quiser continuar não é preciso eu entendo e vejo que lembrar disso te faz mal.

Mili (abaixa a cabeça e começa a chorar): sim ele me faz muito mal.

Duda aproveita um pouco da situação e a abraça.

Limp Bizkit - Behind blue eyes http://letras.mus.br/limp-bizkit/75585/traducao.html

Mili: esse homem me fez muito mal.

Mili traumatizada deixa uma lagrima escapar e Duda para consolar a menina a abraça, mas sem nenhuma má intenção. Mosca que estava na sala abre a janela e vendo aquela cena fica com ciúmes.

Mosca: eu não acredito. Estou mesmo apaixonado por ela.

De repente Mosca se assusta com alguém que, pois a mão em seu ombro.

Rafa: está espiando o que?

Mosca: ai que susto Rafa.

Mosca sai de perto da janela e Rafa olha o que ele estava espiando.

Rafa: a... Estava espiando o Duda com a Mili. Eles se beijaram?

Mosca (ele se joga no sofá): e eu sei lá.

Rafa (se joga no sofá perto do Mosca): Mosca seja sincero você gosta da Mili?

Mosca: pois é eu gosto sim, mas parece que não sou correspondido ela deve gostar desse Duda.

Rafa: e você já se declarou para ela? Sem ser daquela vez na escola que nem conta foi uma brincadeira.

Mosca: pra você ver foi uma brincadeira que se tornou realidade e só agora eu percebo. E respondendo a sua pergunta eu disse a ela que eu acabei que apaixonando de verdade e ela me respondeu que só gosta de mim como amigo.

Rafa: eu sinto muito.

Mosca: seria praticamente impossível eu e Mili ficar juntos um dia. E isso pode ser um castigo por eu ter brincado com a Mili que estava apaixonado por ela e acabou se tornando realidade.

(no pátio/ a musica continua)

Mili: quando eu desci do ônibus eu estava passando em um lugar desconhecido que estava escuro e pouco movimentado quando um homem me puxou para um beco e me agarrou e começou a me beijar a força e aqueles foram os meus primeiros beijos e quando estava começando a tirar a minha roupa eu achei uma pedra no chão e bati na cabeça dele e eu acho que desmaiou e eu peguei minha bolsa e voltei para o orfanato e acusei Cintia na frente de todos e ela foi demitida e Carol ficou sendo a diretora.

Duda: eu sinto muito Mili. Mas e esse traste está preso?

Mili: eu não sei. Eu fugi sair correndo nem se quer o reconheceria se voltasse a vê-lo.

Duda: mesmo assim de um jeito ou de outro aquele verme tem que pagar pelo o que fez.

Mili: eu já estou superando esse trauma e quero me esquecer disso eu nunca mais quero voltar a ver esse traste. Em toda a minha vida eu nunca pensei que um dia sentiria odeio de alguma coisa, mas esse homem sim eu odeio com todas as minhas forças.

Duda: então você carrega um trauma, por isso ficou tão nervosa quando eu fui te beijar.

Mili: sim. Por um segundo achei que se eu ficasse com você seria bom para eu superar isso mais rápido, mas isso não pode acontecer. E agora é a minha vez de me desculpar por querer usar você para resolver um problema que é meu.

Duda: não tem problema, mas diz ae e você pensa em ficar solteira para sempre?

Mili: sim, mas quem sabe um dia eu mudo de idéia, mas o homem que se apaixonar por mim terá um grande problema para enfrentar.

Duda: se esse rapaz te merecer vai valer o sacrifício de enfrentar esse problema.

Mili: é a Carol também me disse isso.

Duda: Mili e agora o que você acha da gente dar passeio para espairecer um pouco. Só como bons amigos.

Mili: se será só como bons amigos eu aceito.

Duda: então vamos.

Eles se levantam e vão sair.