Snowflakes escrita por Lena Saunders


Capítulo 4
Capitulo 4




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Elsa estava diante da porta de seu novo quarto, sem coragem de abrí-la. Uma vez lá dentro, seria o fim. Não haveria volta.

Olaf deixara as malas na recepção, conforme o prometido e Flynn e Kristoff haviam ajudado ela e Anna a arrastá-las até o andar dos dormitórios femininos.

De dentro do quarto, ela podia ouvir uma música alta, relativamente agradável. Merida parecia animada e durona. Legal e atlética. Mas Elsa sabia que não a conhecia realmente.

"Ok, Elsa. Você pode fazer isso. Apenas respire fundo e 'let it go'".

A primeira coisa que Elsa viu foi a beliche. A segunda foi Merida, encolhida na cama inferior.

– Ah, você já chegou. - A garota ruiva disse, levantando a cabeça. - Eu não sabia se você ia querer a cama de cima ou a debaixo, então ainda não arrumei a minha cama. Qual vai querer?

– Tanto faz. - Elsa disse, sem deixar de notar as lágrimas da garota.

– Posso ficar com a debaixo então?

– Claro. Sem problemas... Você está bem? Tem algum problema?

– Estou bem. - Marida respondeu, rápido demais. - Vou arrumar minha cama então. Fique a vontade para decorar o quarto como a quiser.

Elsa prestou mais atenção ao quarto. Era alto, de forma que ela poderia ficar de pé sobre a cama de cima e não tocar o teto. Uma janela cobria toda a parede oposta à porta, sem cortinas ou enfeites. As paredes eram gelidamente brancas, como todos os móveis: duas escrivaninhas, a beliche e duas portas.

– O que tem ali? - Elsa perguntou, tentando quebrar o silêncio.

– O closet e o banheiro. Você pode guardar suas roupas onde quiser. Eu me viro com o que sobrar.

O closet era menor do que Elsa e Anna dividiam, mas ela estava determinada a criar uma boa convivência com Merida, então se forçou a usar exatamente a metade do closet. Foram quase duas horas de organização, separando saias, calças e vestidos. Camisetas, camisas e casacos. Isso sem falar nos sapatos.

Quando terminou, Elsa percebeu que praticamente tudo ali fora presente de Anna. Imaginou o que a irmã estaria fazendo, no quarto ao lado. Talvez fosse uma boa ideia visitá-la. Ou seria cedo demais?

Elsa ficou atônita ao sair do closet. Obviamente, Merida gostava de decoração. De alguma forma, ela preenchera a parede, do teto até a bancada da escrivaninha da direita de desenhos. Lindos desenhos de dragões. Um mais impressionante do que o outro.

– Uou. - Elsa disse.

– Ah! Achei que você ia demorar mais.

Merida imediatamente enrolou o desenho e puxou uma madeira que estava do lado dos desenhos. Aquilo se fechou como uma janela, escondendo os desenhos de dragões e mostrando flores coloridas.

– Ok. Isso foi bem impressionante.

– Venho de um lugar onde a marcenaria e a metalurgia são bem valorizados. Por favor, não conte para ninguém do mural.

– Por que? É tão impressionante! Todos deveriam ver!

– Eu sei. Mas não são meus. Eu... Eu roubei.

As bochechas da garota não poderiam estar mais cotadas.

– Roubou? De quem?

– Do Hiccup.

– E ele não percebeu? São muitos desenhos.

– Ele desenha muito. Eu os roubei durante anos. Um ou dois por mês.

– Bem, ele tem talento.

– Eu sei. - Merida parecia menos envergonhada e mais animada. - Ele prometeu que faria um desenho para mim, mas já se passaram anos. Por favor, não comente com ninguém.

– Seu segredo está a salvo comigo, não se preocupe.

– Obrigada! Fique a vontade, por favor. Eu vou colocar minhas coisas no closet.

– Certo. Quer ajuda para buscar suas malas?

– Não precisa. É só essa daqui mesmo.

Elsa olhou para a pequena mala encostada no canto do quarto.

– Sério? Os desenhos devem ter ocupado metade dessa mala.

– Bem, sim. São só três calças e algumas camisetas. Nada além do nescessário.

– Ah, ok então.

Elsa assistiu enquanto a garota caminhou até o closet. Merida era gentil e fazia questão que Elsa se sentisse em casa. Definitivamente isso poderia dar certo.

Quinze para as seis, pontualmente, Elsa e Merida ouviram alguém bater na porta.

As duas já haviam arrumado a maior parte do quarto. Elsa decidira por pendurar flocos de neve de papel pelo teto do quarto, em uma tentativa sutil de disfarçar qualquer incidente. Sua coberta azul clara combinava com a verde de Merida e ambas concordaram em sair para comprar um tapete bacana no fim de semana. Merida pendurara luzinhas azuis ao redor das cabeceiras e ao longo das barras que sustentavam a cama de cima. O quarto combinava com as duas e parecia se encaixar bem. Elas se encaixavam bem, no fim das contas.

– Eu atendo. - Merida disse, se levantando em um pulo.

– Oi! Elsa! - Era Anna, invadindo o quarto como um furacão. - Nós estamos indo para o auditório! Quer vir com a gente?

"A gente". Quem diabos era "a gente"? Ah sim. Rapunzel. A nova amiga adorável é incrível de Anna. A amiga que se parecia com ela e agia como ela.

– Claro. Vou só colocar meus coturnos...

Elsa vestiu apressadamente os coturnos, amarrando-os porcamente, enquanto Merida se limitou a colocar um par de tênis.

Elas encontraram Rapunzel nas escadas e foram juntas para o auditório. Flynn e Kristoff pareciam andar sempre juntos e se sobressaíam na multidão por causa de suas alturas.

Elsa procurou Jackson na multidão mas não encontrou nem um rastro dele.

– Ele já deve estar lá dentro. - Flynn disse baixinho, perto dela. - Não se preocupe. Ele é assim mesmo. Vai aparecer quando menos esperarmos.

Elsa cogitou se fazer de desentendida, mas o olhar de Flynn dizia que não adiantaria. O grupo apressado os deixara para trás.

– Há quanto tempo vocês se conhecem? Todos vocês, quero dizer? - Ela tentou mudar de assunto.

– Bem, eu, Hiccup e a Meri somos primos. Não chegamos a crescer juntos, mas nos conhecemos há anos. Viemos para cá ano passado, assim como Rapunzel, Kristoff e Jack.

– Todos vieram para cá no mesmo ano? Que coincidência!

– Nem tanto, na verdade. A escola abriu ano passado. Mas as vagas só foram oficialmente preenchidas esse ano, com você e a sua irmã.

– E como você pode saber disso? Eles disponibilizam esse tipo de informação para todo mundo?

– Bem, não. Mas eu ajudo o diretor Nick a organizar várias coisas. Por isso eu posso estudar aqui.

– Flynn, me desculpe se eu estiver me intrometendo demais... Mas quantos anos você tem?

– Tudo bem. Me surpreende que tenha demorado tanto. Todo mundo perguntou logo de cara. Faço vinte em dezembro.

Elsa parou de andar com o choque.

– Vinte? Mas estamos no mesmo ano!

Ela imediatamente corou, percebendo como suas palavras soaram cruéis.

– Não se preocupe. - Ele a cortou antes que a garota pudesse se desculpar. - Não me ofendeu. De onde eu venho, nós não estudamos. Não é nosso costume. Hiccup é um gênio, então, quando veio para cá, se classificou bem, na série certa. Eu caí no segundo ano. Mas está tudo bem, de verdade.

– Mesmo assim, me desculpe. Foi grosseiro da minha parte. Mas se vocês não estudam, porque veio para cá?

– Como eu disse, Hiccup é um gênio. Mas eu sou o mais velho. Um dia, precisarei assumir as responsabilidades de nosso pai e quero estar apto para isso.

De certa forma, Elsa o entendia. Ela precisaria governar uma ilha inteira um dia. Uma nação.

– Tenho certeza que estará. - Ela disse, acreditando em suas próprias palavras.

– Obrigado. Espero que sim.

– Hey! Elsa! - Anna gritou da arquibancada. - Guardamos lugares para vocês!

Flynn acabou sentando-se entre o irmão e Rapunzel. Elsa se sentou ao lado de Anna e, no segundo em que seu relógio marcou seis horas, Jackson se sentou na cadeira vazia ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

No próximo capitulo: mega reviravoltas e revelações.
Eu só tive três comentários até agora, mas mesmo assim espero que estejam gostando.
~Lena



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