Snowflakes escrita por Lena Saunders


Capítulo 2
Capitulo 2




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Jackson não disse uma palavra a aula toda. Quando enfim o sinal tocou, liberando-os para sair, ele se levantou e caminhou sem olhar para trás. Elsa ficou encarando suas costas, imaginando se fizera algo de errado.

– Não ligue. O Jack é assim mesmo. Não é pessoal.

Elsa reconheceu o garoto que assoviara quando ela entrou. Ele era alto, mesmo para a média masculina. Seu cabelo precisava ser aparado e ele parecia velho demais para estudar ali, principalmente com aquele cavanhaque desalinhado.

– Certo. Bom saber. Obrigada.

Ela se levantou com a intenção de procurar Anna, mas o garoto se colocou à sua frente.

– Eu sou o Flynn. - Ele disse, estendendo a mão. - Qual o seu nome?

Elsa ficou encarando a mão, tentando descobrir como deveria se portar. Seu pai costumava apertar a mão dos visitantes, às vezes. Talvez fosse isso que o garoto esperava. Valia a pena arriscar.

– Eu sou a Elsa. - Ela disse, apertando a mão dele.

– Hey, não precisa quebrar meus dedos!

Elsa ficou mortificada, enquanto o garoto ria da própria piada.

– Desculpe! Me desculpe, por favor!

– Está tudo bem. - Ele parou de rir ao notar a preocupação real na voz da garota. - Era só brincadeira.

– Ah. Claro. Bem, eu preciso ir. Foi uma honra conhecê-lo, Flynn.

Ele franziu a testa, divertido com as palavras da garota.

– A honra foi toda minha. Já tem com quem almoçar?

Logo quando ela pensou que estava entendendo a conversa, ele fez uma pergunta completamente confusa e inoportuna.

– Sim. Preciso encontrar minha irmã.

– Ah, eu te ajudo, em que sala ela está?

Elsa, encantada e confusa com a ajuda do rapaz, percebeu que não conseguiria encontrar Anna em uma escola daquele tamanho. Ao menos não sozinha.

– Não sei. Não marcamos um ponto de encontro.

– Bem, quantos anos ela tem?

– 15. Ela tem 15.

– Então provavelmente está no primeiro ano. Eles ficam no corredor A. Dois andares para baixo. Vem, eu te levo.

Elsa seguiu o garoto sem questionar. Ele parecia muito mais animado do que Jackson. Talvez, existisse uma possibilidade de ela conseguir fazer amigos.

O corredor estava lotado. Seria impossível encontrar Anna ali.

– Muito bem! - Ele parou abruptamente. - São cinco salas do primeiro ano. Vamos precisar de ajuda. - Ele disse, enquanto vasculhava o corredor com os olhos.

Ele parou derrepente, sorrindo de orelha a orelha.

– Hey! Meri! - Ele gritou.

Uma garota ruiva, com cabelos cacheados muito armados sorriu e acenou para ele.

– Oi Flynn! Como passou de férias?

– Muito bem, ruivinha. Medida, essa é a Elsa. Elsa, essa é a minha prima, Merida.

– E aí? Tudo em cima? - Merida perguntou.

– Ãh... Em cima do que?

– Ela quer saber se está tudo bem com você. - Flynn esclareceu. - Parece que a Elsa tem alguns problemas com a nossa língua. Principalmente com as gírias. De onde você é?

– De um lugar muito longe daqui. - Respondeu Elsa. - Então, vocês são primos? - Ela tentou mudar de assunto.

– Ah sim. Nossos pais são irmãos. - Merida explicou. - O pai do Flynn é mais velho e acabou ficando na ilha. Meu pai acabou se casando com uma escocesa, mas não se engane, o cabelo ruivo véu do meu pai mesmo.

Merida gostava de falar. Ela era baixa para a idade e tinha o rosto ainda mais redondo do que o de Anna, embora seu olhar parecesse completamente determinado.

– Estamos procurando a irmã da Elsa. O nome dela é Anna, você sabe onde ela está?

– Ah, ruiva, com trancinhas? - Elsa concordou, incentivando Merida a continuar. - Tenho quase certeza de que ela desceu para a cantina com a Rapunzel. Vem, vamos procurá-las. Eu ia almoçar com o Flynn, de qualquer forma.

Elsa, escoltada pela garota ruiva e pelo garoto alto, se incomodou um pouco com a atenção que estavam chamando. Todos pareciam olhar para eles, o que não era surpreendente, já que formavam um grupo bastante singular.

A cantina estava caótica, ainda mais lotada do que o corredor A. Adolescentes caminhavam de um lado para o outro, carregando bandejas e acenando uns para os outros.

Uma mão se elevou mais do que as demais. Pertencia a uma garota loira que subira em um dos bancos. Ela acenava freneticamente na direção de Flynn.

– Ah! Ali estão elas! - Merida disse. - Ah meus deuses, Rapunzel, pare de nós envergonhar.

A garota cobriu parte do rosto com as mãos e saiu praticamente marchando em direção a loira. Ao lado da outra menina estava Anna, conversando animadamente com um garoto.

– Elsa! - Ela praticamente gritou quando viu a irmã.

Seus olhos brilhavam. Elsa nunca a tinha visto tão alegre. Tão viva.

Quando eles se aproximaram mais, Elsa notou que o cabelo da garota loira estava trançado, mas, mesmo assim, passava dos joelhos. Flores brancas e rosas decoravam a trança, que deveria ter levado horas para se fazer.

– Essa é a Rapunzel. Rapunzel, essa é a minha irmã, Elsa. - Anna disse, assim que eles os alcançaram.

– Oi! A Anna me falou sobre você! Anna, que você não disse que ela era tão bonita! Ou loira!

As duas riam entre si, como se fossem amigas há anos. Anna era boa nesse negócio de "fazer amigos".

– Aham. Certo certo. Tudo muito lindo. Mas Rapunzel, você não precisava subir no banco, ok? - Merida disse, enquanto saía de debaixo do braço do Flynn.

– Eu só queria que vocês me achassem. O Que importa é que deu certo.

– Isso ai. - Flynn disse. - Deixe a menina ser feliz, ruivinha. Ah, Elsa esse é meu irmão, Hiccup.

O garoto com quem Anna conversava sorriu para Elsa. Eles tinham o mesmo cabelo, sem dúvidas. Mas as semelhanças não iam muito adiante.

Ao lado de Hiccup, alguns papéis com desenhos de carvão se espalhavam e Merida parecia bem interessada neles.

– Já terminou aquele do Fúria da Noite? - Ela perguntou.

– Ainda não. Não estou conseguindo dar o acabamento merecido. Talvez amanhã.

– Você diz isso há semanas!

– Bem, então um dia a mais não vai fazer diferença, não é? - Ele disse, enrolando os desenhos, colocando-os sob o braço e se levantando com a bandeja. - Pode ficar com o meu lugar. Não estou com muita fome hoje.

Ele saiu apressado, equilibrando a bandeja e os desenhos. Merida não poderia ter parecido mais ofendida. Seu rosto adquiriu uma coloração quase tão avermelhada quanto o seu cabelo.

– Eu desisto! - Ela disse, dando de ombros. - Esse garoto é impossível!

Ela saiu marchando em direção ao balcão de comida, deixando um clima constrangedor.

Elsa e Flynn se serviram e se sentaram com as outras garotas, que comiam e falavam simultaneamente. Anna e Rapunzel pareciam amigas há anos.

Depois de alguns minutos, o refeitório começou a esvaziar, embora continuasse lotado.

– Para onde as pessoas estão indo? - Anna perguntou, notando o mesmo que Elsa.

– A maioria já almoçou. - Respondeu Rapunzel. Agora vão para o pátio conversar ou para a biblioteca, ler alguma coisa.

Do outro lado da cantina, Elsa avistou um garoto sozinho, com um capuz que lhe cobria o rosto. Mas ela reconhecia o moletom. Jackson.

– Porque ele não almoça com a gente? - Elsa perguntou por impulso.

– O Jack? - Flynn perguntou. - Não sei. Ele é legal, mas não fala muito com a gente. Acho que ele curte ficar mais na dele, sabe como é, né?

– Ah sim. Claro. - Elsa disse, enquanto percebia que a semelhança entre os dois não se limitava aos aspectos físicos.

– Hey! Kristoff! - Flynn levantou sua mão, aparentemente chamando um amigo.

Elsa olhou na direção em que ele se voltará e tudo o que viu foi um garoto loiro e imenso, vestindo um sobretudo preto.

– Oi galera. Quem são essas?

– Essa é a Anna, e aquela ali é a Elsa. Elas são irmãs. - Rapunzel disse.

– Tem certeza? Elas não se parecem nem um pouco. Bem, talvez os olhos. Enfim, consegui autorização para manter o Sven! O diretor Nick disse apenas que ele teria que ficar no estábulo e eu precisaria limpar e alimentar, mas ele pode ficar!

– É um grande avanço. Ano passado você precisou manter ele no seu quarto, o Hiccup não gostou nada. - Merida disse. - Pelo menos esse ano ele vai poder ficar... Você não deixou ele perto da baia do Angus, deixou?

O rapaz deu de ombros e disse que iria se servir.

– Kristoff! Volte aqui! - A garota ruiva se levantou e caminhou a passos largos atrás dele.

– Quem é Sven? - Anna perguntou.

– Ah, é a Rena do Kristoff. - Flynn respondeu, antes de dar outra colherada no pudim.

"Ah sim. Uma escola normal. Ótima escolha, mamãe."


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Notas finais do capítulo

Ok, os protagonistas foram apresentados e eu sei que está confuso, mas nos próximos capitulos varias coisas serão explicadas.

O que estão achando?
~Lena



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