A Ultima Criação escrita por DayHeart


Capítulo 1
O inicio


Notas iniciais do capítulo

Meus amigos e amigas. Peço por favor, que se compadeçam desta minha fic, afinal, sou novo nesse ramo e posso cometer uma série de gafes. Gostaria que comentassem para que eu pudesse ter um pouco mais de incentivo na criação da história que, com toda modéstia, tem um futuro bem promissor. Só desejo a vocês uma única coisa no que se refere a esse conto: Divirtam-se.



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– Vamos Lea, é por aqui!

– Calma, Sano! Estou tentando ir o mais rápido que eu posso.

– Vem logo sua lesminha... – O garoto riu enquanto olhava para a menina que corria em sua direção.

A floresta de Ki’zan se estendia até o cume do monte Eurilos, onde coincidentemente viviam duas famílias rivais. Os U’tera e Himbrael. Esse garotinho... é, esse mesmo... Cabelos pretos todo amarrado em um rabo de cavalo, por volta de um metro e dez e com feições suaves, obviamente de criança, é Sano U’tera com apenas seis anos de idade. E a menininha que esta logo ali, esta vendo? Descendo toda desajeitada aquela pedra, botando o pé bem cuidadosamente é Lea Himbrael.

E você deve esta se perguntando – “O que duas crianças de famílias rivais que sustentam um ódio profundo uma pela outra, estão fazendo juntas?”- A resposta meu caro amigo leitor é bem simples. Brincando.

Mas, antes de contar a história desses dois pequeninhos, e começar essa longa saga, preciso dar a vocês uma breve explicação sobre as famílias U’tera e Himbrael.

A mais ou menos quinhentos anos, os U’tera e Himbrael se encontravam sobre a mesma casa. – “Ora, mas como assim?”... sendo assim! Os U’tera e Himbrael faziam parte da mesma família, que à milênios fora conhecida como Ayvires.

Os Ayvires, desde que o reino de Ki’zan é Ki’zan, e o mundo dos homens é mundo dos homens, tinha um único papel: Fornecer os melhores soldados para a capital, que é chamada de Karthagus. Na época, o rei fiscalizava diretamente a família Ayvires, que escondia diversos segredos sobre o poder da sua casa e de seus homens, para se certificar da eficiência de cada soldado treinado. Para uma pequena noção, na época, um soldado bem treinado do clã Ayvires, assim que saia da base de treinamento da família, equivalia a cinqüenta e sete homens bem treinados e veteranos de guerra dos batalhões reais. O rei, arredondava esse numero para cinqüenta e cinco, mas, apenas o soldado Ayvires que derrotou cinqüenta e sete homens até sofrer um corte, sabe quantos ele teve de derrotar para que essa estatística fosse formada.

Sem mais delongas, U’tera e Himbrael eram membros da família Ayvires. U’tera o irmão mais velho e futuro sucessor do trono da casa e Himbrael o irmão mais novo, que se sentia a parte de toda a organização familiar, mesmo sendo filho do atual líder do clã. O pai de U’tera e Himbrael morre, deixando então o trono para o seu primogênito. E antes que pudesse assumir, Himbrael realiza um golpe sobre o irmão, e através do seu convencimento organiza um pequeno exercito de soldados da família que apoiavam seus ideais para tomar o poder, que seria sucedido após o velamento do seu pai, a cerca de sete dias. E ali, Himbrael é expulso por violar o código de honra da família Ayvires, e consigo leva sua mulher, e filho mais velho dentre outros que não concordavam com as decisões de U’tera. E esses outros que não aceitavam as imposições que U’tera queria realizar no clã Ayvires, chegavam a quarenta e cinco por cento da família. E daquele dia para frente, o clã Ayvires deixou de existir originando a família U’tera e Himbrael. Sendo o filho de U’tera o primeiro líder dos U’tera, e o filho de Himbrael o primeiro líder dos Himbrael. Formando então o ódio dessas famílias de forma mutua.

Pois bem, agora voltando para Sano e Lea, preciso apresentar a vocês esses dois pequeninos. Numa tarde qualquer, um garoto encontrou uma menina de cabelos azuis perdida numa floresta. Ela tinha sardinhas e um olhar um tanto estranho, devo assumir. Seus olhos eram de cor cinza, puxando para um azul bem claro. Ela não chorava, ou estava desesperada, apenas brincava embaixo de uma arvore de cerejeira qualquer. As folhas rosa caiam bem em frente a ela, aquilo indicava que o outono estava em seu clímax, e antes que as folhas pudessem encostar sobre a palma da mão da estranha menina, ela se desintegravam. O pequeno Sano olhava aquilo espantado. E a pequenina exclamou em um tom amigável.

– Pode sair daí... já estou a um tempão esperando você falar comigo.

Sano congelou, faltou um triz para não mijar nas próprias calças.

– Ma..ma...mas... você...

– Sim, eu sábia que você estava ai atrás desse arbusto... Não ia querer fazer mal a mim, por isso não te matei.

A calça de sano agora estava toda molhada...

– Você ... disse.. MATAR!

A criança pulou da moita com uma espada de madeira em mãos...

– NÃO SE EU TE MATAR PRIMERIO!

E no meio da trajetória no ar, naquele ataque furtivo a níveis no mínimo idiotas, o nariz de Sano começou a coçar de forma descontrolada. Ele havia esquecido que era alérgico a substância que se desprendia das folhas de cerejeira...

– PREPARA-SE PARA MORR...AAAHHHH TCHIF... -

E o que era para ser um ataque furtivo, virou uma cambalhota misturada com mijo e um pouco de terra dentro da boca de Sano. Parando um pouco a frente de Lea.

A garota inclinou um pouco a cabeça para o lado.

– Você é idiota, ou é retardado?

O garoto levantou e viu que estava mijado. Foi tomado por uma vergonha absurda.

– Eu sou um guerreiro !

– Guerreiros não fazem Xixi nas calças... Chif.

– MEU NOME É SANO!

O garoto partiu em direção da menina com a espada de madeira em mãos pronto para acerta-lhe um golpe na cara. E num movimento gentil e lento, Lea estendeu apenas um dedo em direção a espada de Sano e antes que a mesma pudesse tocar-la a parte de madeira desgastada se desintegrou em meio aos olhos do pequeno guerreiro mijão.

Por conta da força do golpe o jovem Sano continuou a trajetória do ataque, Lea desviou o corpo de forma sutil colocou apenas um pé na frente do menino.

Sano ficou poucos centésimos de segundos no ar antes que pudesse cair igual um pedaço de bosta no chão, e nesse intervalo foi o suficiente para a tão habilidosa Lea dar-lhe um beijo na bochecha.

E em seguida, caiu como um toco de arvore, já ela começou a rir.

– AHAHAHAHA... Você é muito engraçado Chif, e fofo.

Sano não sabia se ficava com vergonha por ter apanhado de uma menina. Não sabia se devia ter vergonha de ter sido beijado pela primeira vez por uma garota. Ou se deveria ter vergonha de estar todo mijado e com terra pelo corpo todo.

– Muito engraçado... nossa... você nem imagina.

Sano e Lea, foram andando pela pequena floresta. O garoto estava desesperado para trocar de roupa e tomar um banho, e com uma brilhante idéia, levou a pequena e estranha menina até uma cachoeira no pico da montanha, onde tinha uma queda d’agua. Era o suficiente para levar as roupas e voltarem pra casa.

– Vou te mostrar quem é a lesminha aqui Chif...

– Já disse que me chamo Sano... um guerreiro não tem apelidos.

– Já disse que guerreiros não fazem Xi...

– CALA A BOCA !

Disse o pequeno Sano já com a espada em mãos.

– Ou eu corto essa sua língua fora!

– Que coisa feia para se dizer a uma garotinha... Chif.

– Já disse ... que.... me CHAMO... SANOOOO...

– E eu ... já disse... que .. .você... é FOFOOOO. HAHAHA.

Ambos chegaram até a cachoeira onde Sano pode se trocar e lavar suas roupas. Lea conversou bastante com o garoto, descobrindo que ele passava por um intenso treinamento diariamente, embora começado tenha poucas semanas. E o mais importante, descobriu seu sobre nome.

– Me chamo Sano U’tera. Esse é o meu nome completo, e por isso, vou me tornar um excelente guerreiro assim como meu pai.

– E como se chama seu pai, Chif?

– Sano... me chamo Sano... E o nome do meu pai é Gin U’tera.

Lea conhecia aquele nome, mesmo sendo uma pequena garotinha ardilosa. Gin U’tera era ninguém mais e ninguém menos que o próprio líder do clã U’tera.

– Ah... Sim, que legal Chif... Então, vamos pra casa?

– Acho que já esta tarde... Podemos voltar sim.

Sano e Lea vieram andando bem devagar até que em algum momento do percurso a menina disse.

– Que tal apostarmos corrida?

– Que tal apostarmos quem vai ganhar, lesminha!

– Eu vou ganhar, Chif.

– É o que veremos.

Ambos começaram a correr por entre as florestas, e naquele instante, o sol começou a se pôr ao horizonte. Os pássaros faziam barulhos enquanto a gargalhada de duas crianças soava por toda a extensão daquele vasto território. E o que era a risada de um menino começa a tomar uma entonação mais grave, e o que era a risada de uma menina, passava a ser a de uma jovem mulher. E o que era apenas duas crianças correndo por uma floresta, tornam-se dois jovens. E ali esta Sano com Lea em seu colo, saltando por entre as arvores até que...

– Preparada, lesminha?

– Claro... Chif.

– Já fazem dez anos, e ... tenho que repetir sempre... meu nome é Sano.

E no limite de um desfiladeiro Sano saltou junto a Lea...

– UUUUUUUUUUUUUUHUUUUUUUUUUUUUUUUUL !

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAH... SANO... SEU IDIOTA!

Um ferrolho (Pequeno dardo metálico) disparou do cinto de Sano. Era um dispositivo criado pela família U’tera para a melhor mobilidade de seus soldados em terrenos montanhosos, e Sano, fora o primeiro soldado a dominar a prática do Jump-Set. Agarrando o ferrolho na face do desfiladeiro, Sano se balançou com Lea até o outro lado da montanha, onde podiam ir para suas casas.

– Quem diria. Fazem exatamente dez anos desde aquele dia ... lesminha Himbrael.

– Blablabla... fica quieto ai, soldadinho U’tera..

O sol começava a cair sobre as montanhas. E a luz do crepúsculo começava a aparecer pouco a pouco. As subdivisões de cores do céu davam uma coloração variando do vermelho até o alaranjado, passando pelo amarelo ao violeta, e ai... o azul escuro da noite. Sano se sentou na ponta do desfiladeiro, e deixou Lea um pouco mais atrás. Eles sabiam do risco de suas amizades, para ele... perder o titulo de possível sucessor da família. E para ela, perder o futuro tão promissor como General da guarda de Ki’zan. Não parecia, ou pelo menos, caro leitor, não parece agora. Mas Sano e Lea são guerreiros formidáveis, e é possível afirmar que... Muita coisa ira mudar na vida dos dois.

– Bonito, não é Lea?

A garota se aproximou, sentou ao lado do amigo de frente para o desfiladeiro e começou a balançar as pernas.

– Realmente, muito bonito!

Disse a jovem, não olhando para o horizonte, e sim para o rosto do rapaz. Ela não sabia quando aquilo tinha começado, e nem o por que tinha permitido que aquilo cresce de tal forma a ponto de consumir os seus pensamentos. Mas, a garota do cabelo azul estava nutrindo algo pelo amigo de tantos anos.

– Sabe... Eu sei que... nossas famílias não são das mais normais... Mas... eu só queria poder fazer isso todo dia, sem precisar pensar se vou estar vivo... sabe Lea?

– Eu entendo perfeitamente.

– Então... quem sabe um dia a gente não sai por ai, juntos, e vamos explorar esse mundo.... deve ter tanta coisa para ver nas fronteiras do Reino. Ou até em outros continentes.

Os olhos da menina se encheram de lágrima. Ela estava sendo consumida por uma vontade que nunca havia tido com ninguém. Sentia um forte frio na barriga, a boca estava seca, e suava um pouco frio. E em um rompante de coragem colocou a mão no rosto do amigo.

Sano, ficou um pouco assustado e por alguns milésimos de segundos ambos trocaram olhares profundos. Lea, olhou para Sano, respirou fundo e disse.

– Sano, preciso lhe dizer uma cois... –

– BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOM! –

Uma forte explosão. Sano olhou para o longe, a base da família U’tera estava em chamas.

– BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOM! –

Outra explosão. Na montanha em frente, a base da família Himbrael estava também em chamas.

– O que esta acontecendo, Lea?

– Não sei Sano... O que vamos fazer...

– Vá para casa... Eu vou até a minha... Até, Lea.

– Até, Chif.

Sano lançou-se de cabeça ao desfiladeiro, prendendo o Jump-Set direito a um lado da montanha, seguindo em direção a sua casa. Passou por entre a mata em instantes, estava usando todo o seu potencial e quem diria que aquele garoto se tornaria um exímio guerreiro. Seus movimentos eram graciosos e ao mesmo tempo firmes, e em questão de segundos percorreu a diferença entre as duas montanhas.

Entrou pelo portão da frente e observou Tinrus e Tarnius, os irmãos gêmeos, ambos estraçalhado contra um grande bloco de terra que os esmagava contra o solo.

– Manipulação da terra.

Continuou correndo, todos os soldados recém treinados carbonizados num campo de treinamento qualquer a direita. Uma parte do muro oeste estava totalmente destruída, praticamente em ruínas. Foi em direção a construção principal onde residia o seu pai e sua família. Observou centenas de milhares de cadáveres pelo chão. Nas paredes, escrito em sangue. – “Morte aos U’tera” - . E as lagrimas já tomavam conta do rosto totalmente retorcido do tão bem humorado Sano. Estava vestindo a face do ódio.

– PAAAAAAI.... MÃE... UDURE...?

Udure era o irmão mais novo de Sano. Cerca de dois anos mais novo, e infelizmente, havia nascido com uma deficiente em um de seus braços, dedicando-se exclusivamente a criação de equipamentos bélicos para o setor de inteligência dos U’tera. E chegando até o salão principal... Sano...

– Não... não... nã...o... NÃAAAAAAAAAAAAO!.

Era a cena mais grotesca e hedionda que já havia visto. No trono onde estava seu pai, estava o corpo sem a cabeça, que pendulava presa ao teto junto a outras duas. A de sua mãe, e a de seu irmão Udure.

– Quem fez isso... QUEM FEZ ISSO... ?

E na parede de traz de Sano, onde ficava o portal de quase quatro metros de altura estava escrito em sangue. – “FIM DOS U’TERA” –. Quem fizera aquilo, iria pagar. Iria pagar e muito. Sano era apenas ódio. Pegou tochas que enfeitavam toda a sala principal de sua casa e disse.

– O fim... de uma nova era de ódio.

Ateou fogo a própria casa, enterrando naquele local o seu clã e a sua história. Deixava de ser Sano U’tera, e passaria ser apenas Sano. E, a única coisa que ressoava a sua cabeça era, a vingança para a sua casa e a sua família. Saiu pela porta da frente, e observou o palácio em frente a base de sua antiga casa. Era a base dos Himbrael. E lá, bem ao longe, estava Lea. Ele conseguia ver os cabelos azuis dentre as chamas que retorciam o monólito de madeira que era a base Himbrael.

– E ainda assim... somos parecidos.

Ele se jogou de cabeça em direção ao desfiladeiro. Estava indo em direção Lea. Precisava de sua amiga, eles precisavam de uma solução.


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Notas finais do capítulo

Bom, gostaram? Ótimo meus amigos. Se sim, deixe seu comentário. Se não, também deixe seu comentário. Adoro ver a interação autor e leitor, vamos lá, vamos lá! Há muito a ser descoberto no reino de Ki'ran... Se quiserem que eu continue, digam ai! Até mais meus amigos.



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